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O Ator Invisivel PDF

92 Pages·2001·20.878 MB·Portuguese
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Yoshi Oida Yoshi üida shi Oida Yoshi üida Ator I I1visível o A 174 O tor Invisível Havia um famoso ator de kabuqui, que morreu 11.1 cerca de 50 anos, que dizia: "Possoensinar-lheo padrãogestual que indica (I/h/li paraa lua. Posso ensinar-lhe como fazer o movinu-nro da ponta do dedo que mostra a lua no céu. Mas d.1 ponta doseu dedo atéa lua, a responsabilidadeé inu-i rarnente sua." .Be~a Copyright©Yoshiüida com t.orna Marshall,2001 Títulodooriginal: The InvisibleActor Direitosdeediçãoadquiridos de Methuen London por .Beca ProduçõesCulturais LIda. RuaCapoteValente,779 cep05409-002 Pinheiros SãoPaulo SP fone(11)3082-5467 fax(11) 3081-8829 Yoshi üida e-mail:[email protected] revisão Silvana Vieira projeto gráfico mercurydigital capa I ", RicardoSerraino foto da capa Ator 1 tt. nvísíve DavidBrandt O DadosInternacionaisdeCatalogaçãonaPublicação(CIP) (CãmaraBrasileiradoLivro,SP,Brasil) Oida,Yoshi Oatorinvisível / YoshiOidaeLornaMarshall; Tradução prefácioPeter Brook;traduçãoMarceloGomes.- SãoPaulo: BecaProduçõesCulturais,2001. Marcelo Gomes ISBN 85-87256-21-1 Titulooriginal:TheInvisibleMan 1. Artedramática 2.Oida,Yoshi 3.Representação teatral I. Título. 01-3093 COO-792.028 Índices paracatálogosistemático: 1.Técnicada representação : Teatro 792.028 .Be@a Sumário Apresentação 9 PeterBrook Prefácio 1 1 LornaMarshall Introdução 18 1 O começo 23 2 O movimento 3 9 3 A interpretação 59 4 A fala ···· ·· 127 5 O aprendizado 157 9 Apresentação Peter Brook Estávamos nos últimos dias de trabalho em Paris. Nosso grupo tinha sido convidado para assistir à apre sentação de uns músicos numa casa de jazz em Les Halles, Yoshi estava atrás de mim e nos espremíamos para passar pela única porta da pequena sala, que esta va sufocante e abarrotada. Nós nos apertávamos e nos acotovelávamos em direção ao palco, onde os únicos lugares disponíveis ficavam entre os músicos e a pare de do fundo. A música não estava muito interessante, fazia um calor insuportável e era evidente que, expos tos como estávamos, na condição de convidados, à frente do público, não podíamos ir embora antes do término. Muito tarde, quando finalmente terminou a apresentação - não suportávamos mais o calor, nem nossos corpos moídos de tanto ficar de pé -, percebe mos que Yoshi não estava mais conosco. Como esca pou, permanece até hoje um mistério; sabíamos que ele era uma criatura feita de carne e osso como nós, portanto, se tinha sumido, não fora por nenhum passe de mágica, mas sim por arte. Meu pai costumava citarseu velho professorde Físi ca que sempre repetia: "Não existem fenômenos que não possam ser reduzidos a números". Em nossos dias, a tragédia da arte é que nela não há ciência e a tragédia da ciência é que nela não há emoção. Quando lemos o livro do grande mestre zen Zeami, Segredosdonó,per cebemos que a mente ocidental pensa, imediatamente, 10 Yoshi Oida I I ~~~ ~riente visto através da densa fumaça dos covis , ~plO. Na verdade, tanto segredos quanto mistérios s~ sao vagos e românticos quando inexplorados. Yoshi ~ost~a~omo OIda os segredos e os mistérios da inter Prefácio pretaçao sao lllseparáveis de uma ciência precisa con creta e.detalhada, aprendida no calor da experiê~cia apresentad~s d As ltções vitais que ele nos passa são LornaMarshall e mane~.ra tão luminosa e graciosa que as dificulda fre~uentemente, des,_ tornam-se invisíveis. Tudo pare ce tao.sImples, mas é justamente aí que está a armadi lha: seja no Oriente, seja no Ocidente, nada é fácil. Yoshi Oida é único. Paris, 1997 Sua carreira profissional começou cedo, há cerca de 50 anos, noJapão. Como ator mirim, explorou tan to o clássico teatro nó quanto formas modernas de expressão, incluindo a televisão. Conforme foi cres cendo, não só continuava a estudar e a interpretar em vários estilos do teatro japonês tradicional (nó, habuqui e o contador de histórias, gidaiyu), como também atuava em peças de estilo ocidental. Também se envolveu no trabalho experimental do dramaturgo Yukio Mishima. Quando estava com mais de 30 anos, deixou o Ja pão e foi para a Europa. Láchegando, logo entrou em contato com um diretor estrangeiro chamado Peter Brook, cujas idéias sobre teatro pareciam intrigantes e inovadoras. Embora não falasse nenhum idioma euro peu, Yoshi arrumou as malase tomou o avião comdes tino a Paris. Apesar do estranhamento causado por aquela cultura "exótica" e sua abordagem nada familiar do fazer teatral, ficou na França, exercendo sua profis são. Com o passar dos anos, Yoshi tornou-se um dos expoentes do trabalhodo CentroInternacionalde Cria ções Teatrais, participando da maioria de suas marcantes produções, como Os íks, A conferência dos pássaros, O Mahabharata, The Man Who. Também atuou em filmes, dirigiu espetáculos e organizou workshops para atores no mundo inteiro. 12 oAtorInvisível Yoshi Oida 13 Não conheço ninguém que tenha tamanha amplitu O kyôgen, ao contrario, é bem pé-na-chão: farsas de e profundidade na experiência da representação, curtas que exploram as trapaças de servos infiéis, figu não só do Oriente e do Ocidente, mas também do tra ras hipocondríacas e o grande prazer existente no jogo dicional e do experimental, do texto escrito e do im da vida cotidiana. Numa apresentação tradicional de provisado, do cinema e do palco, do corpo e da voz, teatro nô,serão empregados os dois estilos, no mesmo como ator, professor e diretor. É esse extraordinário palco, com as peças de nôe de kyôgen alternando-se alcance de habilidades que o torna único e especial ao longo do programa. mente qualificado para falar sobre o ofício do ator. No passado, cada programa acontecia apenas uma vez num determinado ano. Sem temporada, sem Como o início do treinamento de Yoshise deu den reapresentações. O programa normalmente consistia tro das tradições do teatro clássico japonês,elesempre em cinco peças de nô- sisudas- e quatro de kyôgen se reporta a essas técnicas, abordagens e métodos de cômicas -,alternando-se umas com as outras ao longo ensino. Algumas pitadas de informação servirão de de um único dia.Embora esses eventos que ocupavam background para que se dê uma idéia mais clara do um dia inteiro tenham-se tornado raros hoje em dia, contexto em que Yoshi faz seus comentários. sua estrutura ainda determina o motivo das peças.Tra São dois os principais estilos do teatro japonês: n ô dicionalmente a primeira peça, de nô, é sobre deuses, e kabuqui. Surgiram séculos atrás e mantiveram seu a segunda conta a história de um guerreiro,e a terceira encanto até os dias de hoje, apesar da influência do tem uma mulher como personagem principal. O quarto teatro ocidental e da televisão. Embora retratem suas grupo apresenta personagens (freqüentemente mulhe épocas, esses estilos não são peças de museu ou re res) com maior grau de complexidade psicológica do criações de uma tradição perdida. São formas teatrais que os anteriores. Poresta razão,essas peçassão regu vivas que contam com a participação de um público larmente descritas como as das "mulheres loucas", em devoto. bora a atual gama de personagens que foi incorporada O nôsurgiu no começo do século XIVe foi sistema seja mais ampla do que sugere esse nome. O quinto e tizado por seu grande mestre, Zeami. Dentro do teatro último grupo conta histórias sobre demônios. (No nô, existem dois subestilos. n ôele mesmo e o kyôgen. kyôgen,as mesmas categorias são utilizadas,à exceção O nôé um teatro de máscarasaltamente estilizado,que do grupo de "mulheres", que não existe.) As peças que emprega movimentos de danças ritualísticas, acompa tratam dos deuses tendem a ser mais lentas e imponen nhamento musical e um intenso uso da voz.Seustemas tesenquanto asde guerreiros, mesmo sendo fisicamen tendema sermelancólicos,ligadosàs perdas,saudades te mais ativas,não trazem muita profundidade dramáti e incertezasdoamore da vida. Apesar de o figurinoser ca. Conforme nos aprofundamos nas categorias das suntuoso, o nôé minimalista no estilo. Utiliza-se um mulheres e das loucas, percebemos o aumento palco vazio, os gestos são formais e o uso de máscaras gradativo de uma complexidade dramática e de uma serve para criar um sentido distanciado de atmosfera agitação emocional, e a peça final, a dos demônios, é trágica (em vez da ação dramática). No nôa emoção é violenta, rápida e relativamente espetacular. Hoje em muitopouco expressada,há poucoconflito direto,pou dia, um programa de nôconta com uma ou duas peças cos efeitos espetaculares. de cada categoria.

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