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O Arthashastra PDF

20 Pages·2017·2.99 MB·Portuguese
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De Kautilya: O Arthashastra “A Ciência da Política” ANTONIO LIZAR Copyright © 2015 – Antonio Lizar All rights reserved – Todos os direitos reservados. Obra registrada na Biblioteca Nacional - RJ ISBN: 1507872143 ISBN-13: 978-1507872147 Título original: Kautilya's Arthashastra Contato com o tradutor: [email protected] Dedicado ao meu pai, que me ensinou a gostar de livros. ÍNDICE Nota do tradutor ….............................................................................. i Kautilya …......................................................................................... iii Sobre este livro …............................................................................... v Livro I – Sobre a disciplina ................................................................ 1 Livro II – Os Deveres dos governantes ............................................ 55 Livro III – Sobre as leis ....................................................................185 Livro IV – A remoção dos espinhos ................................................ 251 Livro V – A conduta dos cortesãos ................................................. 297 Livro VI – A origem dos Estados Soberanos .................................. 323 Livro VII – O objetivo da Política das Seis Vertentes .................... 233 Livro VIII – Sobre os vícios e calamidades .................................... 403 Livro IX – O trabalho de um invasor .............................................. 425 Livro X – Sobre a guerra ................................................................. 455 Livro XI – Sobre a conduta das corporações ................................... 475 Livro XII – Sobre um inimigo poderoso ......................................... 483 Livro XIII – Meios estratégicos para capturar uma fortaleza .......... 500 Livro XIV – Os meios secretos ........................................................ 521 Livro XV – Os planos deste Tratado ............................................... 543 Obra de referência …........................................................................ 551 Sobre o autor …................................................................................ 553 NOTA DO TRADUTOR “Um livro sobre o realismo político; um livro analisando a forma como o mundo político funciona e, por vezes, indicando como deve funcionar; um livro que frequentemente revela a um rei que ele deve realizar medidas por vezes calculistas e brutais para preservar o Estado e para o bem comum”. Roger Boseche 1 “O verdadeiro ‘maquiavelismo’ radical, no sentido popular da palavra, é classicamente expresso na literatura indiana no Arthasastra de Kautilya (escrito muito antes do nascimento de Cristo, aparentemente no tempo de Chandragupta): em comparação a ele, O Príncipe, de Maquiavel, é inofensivo.” Max Weber 2 Pouco conhecido no ocidente, o Arthashastra é um dos mais antigos tratados sobre economia, ciências políticas e artes militares. Escrito em sânscrito no século III a.C., provavelmente por Chanakya (que na obra é identificado como Kautilya), o livro foi uma das obras mais influentes entre os antigos reis e estadistas, comparável em importância com O Príncipe, de Maquiavel, e A Arte da Guerra, de Sun Tzu. Muitas vezes os termos orientais são difíceis de serem traduzidos com precisão em nossa cultura como por exemplo a palavra “Tao.” O termo Asthashastra, da mesma forma, apresenta as mesmas dificuldades. Podemos compreender seu significado em nível intuitivo, mas sempre haverá dificuldades em exteriorizar uma definição que seja unânime. O mais próximo que podemos chegar de seu real significado é o fato de se tratar de uma ciência ou o conhecimento dos princípios 1 Boesche 2002, p. 17 2 Max Weber – Politics as a Vocation (1919) i De Kautilya: O Arthashastra e procedimentos adequados (shastra), para que a política (ou a boa política) possa ser exercida pelos governantes. O termo “política”, entretanto, não possui a mesma abordagem de Maquiavel, já que também está associado ao conceito de “prosperidade”, ou “riqueza” (artha). Esta prosperidade, por sua vez, é mais abrangente do que o mero enriquecimento econômico, embora este seja parte integrante do bem estar, da harmonia e da felicidade de um povo. A prosperidade, neste caso, é a somatória dos elementos que levam a este bem estar integral. Para adquirir o artha, portanto, torna-se necessário a observância dos shastras. O que distingue o Arthashastra em relação às obras de Maquiavel e Sun Tzu é a enorme amplitude e a profundidade com que são tratados os shastras. Kautilya vai muito além de temas pontuais, discorrendo com precisão desde a maneira de organizar a máquina pública até as estratégias para a conquista de novos territórios e a defesa contra os inimigos externos e internos, utilizando de uma lógica e frieza desconcertantes. Seguindo uma ordem coerente o livro tem seu início apontando o que muitas vezes deixamos de observar. O que é um Estado? Por que existe a figura do rei? Quais são os deveres de um rei? Quais devem ser os atributos de um rei? Quais são os deveres do povo? Kautilya inicia o livro desta forma porque considerava que estas questões, aparentemente simples, tendem a levar o Estado a sucessivos fracassos se não observadas, até que tal Estado seja arruinado e passe às mãos de um rei forte, mesmo que o rei fraco permaneça no poder sob a condição de um vassalo. Tal situação, inevitavelmente, levam tanto o rei quanto seus súditos à pobreza e ao sofrimento, sendo este sofrimento contra os princípios do artha. É por esta razão que a obra é dedicada aos reis, uma vez que a nação se espelha em seu monarca. Um rei preguiçoso e perdulário encontrará seus súditos de igual forma. Um rei disciplinado, sábio e prudente, terá o seu Estado vivendo de maneira ordenada. A visão de Kautilya possibilitou, já naquela época, a observação de alguns procedimentos que só recentemente começaram a ser valorizados. A importância de se arrecadar o ii A Ciência da Política máximo em tributos sem oprimir a população, a criação de reservas florestais, a proteção às mulheres e famílias, o respeito aos prisioneiros e aos reis derrotados, os julgamentos justos, a proteção aos animais e muitas outras ações não são apenas para que se mantenha a ordem, mas também permite que o Estado possa dedicar seus esforços às questões que possibilitem o aumento de sua prosperidade. O conteúdo do Arthashastra indica que Kautilya não instituiu a totalidade dos princípios contidos no livro. Anteriormente já teria havido intensos debates sobre os arthas, muitos deles citados no tratado, cabendo a Kautilya o mérito de não apenas agrupá-los em uma única obra, mas também introduzir os seus próprios conceitos, mencionando as razões pelo qual discordava dos antigos mestres, alguns deles os seus próprios. Além de discorrer sobre política, economia e assuntos militares, o Arthashastra apresenta uma excelente descrição da organização burocrática e administrativa de um dos maiores reinos da antiguidade, levando o leitor ao passado para conhecer toda a cultura de um povo, sua agricultura, pecuária, metalurgia, mineralogia, medicina, religião, filosofia e ética. Na época de Kautilya o território que hoje constitui a Índia era constituído por aproximadamente dezesseis reinos dispostos em um gigantesco tabuleiro de xadrez geopolítico, com alianças e inimizades que flutuavam conforme os objetivos deste ou daquele reino de expandir seus territórios e formar uma nação unificada. Assim, a inconstância no cenário internacional da época era intensificada por políticas extremas, tais como a quebra de alianças seguida por uma guerra suja. Há questões polêmicas no livro sob a ótica dos dias atuais? Sem dúvida. A pena de morte, a tortura, a guerra desleal, o emprego de espiões e assassinos para eliminar os opositores, o engodo, e até mesmo a feitiçaria, são temas abordados de forma fria e direta. Existe algum outro livro que fala tão abertamente sobre quando usar a violência é justificada? Quando assassinar um inimigo é útil? Quando matar opositores internos é sábio? Como usar agentes secretos? Quando alguém precisa iii De Kautilya: O Arthashastra sacrificar o próprio agente secreto? Como o rei pode usar mulheres e crianças como espiões e até mesmo como assassinos? Quando uma nação deve violar um tratado e invadir seu vizinho? Kautilya – e ao meu conhecimento só Kautilya – responde a todas essas perguntas. Em que casos deve um espião do rei ir contra seu próprio povo? Como deve um rei testar seus ministros, até mesmo os seus próprios membros da família, para ver se eles são dignos de confiança? Quando um rei deve matar um príncipe, o seu próprio filho, que é herdeiro do trono? Como proteger um rei do veneno? Que precauções deve tomar um rei contra o assassinato pela própria esposa? Quando é apropriado prender um encrenqueiro sob suspeita? Quando a tortura é justificada? Em algum momento, todos os leitores se surpreendem: Porventura não haveria uma questão que Kautilya considerasse imoral, terrível demais para perguntar em um livro? Não, nem uma sequer. E isso é o que traz um frio terrível. Mas esta é também a razão pela qual Kautilya foi o primeiro grande realista político implacável. Boesche (2002 – p 1) Kautilya Considerado um dos maiores expoentes em ciências políticas, Kautilya, também conhecido como Chanakya, nasceu em 340 a.C. em Pataliputra, a atual cidade indiana de Bihar, falecendo em 298 a.C. em Shravanbelgola, atual Karnataka, também na Índia. Não há muitos registros históricos consistentes sobre a vida de Kautilya, sendo muitos deles permeados por lendas, mas sabe-se que pertenceu à casta brâmane e foi um renomado professor de economia e ciências políticas da Universidade de Taxila, um dos mais importantes centros político, econômico e intelectual da antiguidade. Kautilya foi um dos instituidores do império Maurya, fundado por ele junto com o rei Chandragupta, ao qual serviu como primeiro ministro e principal conselheiro. Atuou também, na mesma função, nos reinados de seu sucessor, Bindusara, e o filho deste, o grande rei Ashoka, conseguindo expandir o reino em direção ao sul e colocando o Império Maurya entre os reinos mais poderosos de sua época. Mas o feito não foi fácil. Kautilya e Chandragupta precisaram iv

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ISBN-13: 978-1507872147. Título original: Kautilya's . Chanakya (que na obra é identificado como Kautilya), o livro foi uma das obras mais
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