O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO por Russell Norman Champlin, Ph. D. Volume 5 ISAÍAS JEREMIAS LAMENTAÇÕES EZEQUIEL DANIEL OSÉIAS JOEL AMOS OBADIAS JONAS MQUÉIAS NAUM HABACUQUE SOFONIAS AGEU ZACARIAS MALAQUIAS Coordenação de produção Mauro Wanderley Terrengui Coordenação editorial Marilene G. Terrengui Revisão Andréa Filatro Ângela Maria Stanchi Sinézio Editoração, fotolito, impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Champlin, Russell Norman, 1933- O Antigo Testamento interpretado : versículo por versículo : Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, volume 5 / por Russell Norman Champlin. — 2. ed. — São Paulo : Hagnos, 2001. Bibliografia. 1. Bíblia. A.T. - Crítica e interpretação I. Título. 00-2013 CDD-221.6 índices para catálogo sistemático: 1. Antigo Testamento : Interpretação e crítica 221.6 ISBN 85-88234-19-X 19 Edição: Abril 2000 - 5000 exemplares 1§ Edição Editora Hagnos: Junho 2001 - 3000 exemplares Edição Especial CPAD - 2000 exemplares Reimpressão: Janeiro 2003 - 5000 exemplares Todos os direitos desta edição reservados à: Editora Hagnos Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108 São Paulo - SP - 04809-270 Tel/Fax: (0xx11) 5666-1969 e-mail: [email protected] www.hagnos.com.br - v -. - O Livro de Profecias Messiânicas Isaías 66 Capítulos 1.292 Versículos ISAÍAS 2779 INTRODUÇÃO desabar sobre a nação. b. O segundo período de seu ofício profético começou no início do reinado de Acaz (735—719 A.C), até o reinado Esboço: de Ezequias. o O terceiro período começou com a ascensão de I. Isaías, o Profeta Ezequias ao trono (719—705 A.C.) até o décimo quinto ano do seu II. Pano de Fundo Histórico reinado. Depois disso Isaías não mais participou da vida pública, III. Unidade do Livro: Isaías e os Críticos embora tivesse continuado a viver até o começo do reinado de IV. Autoria e Data Manasses. As tradições antigas dizem que ele foi martirizado sendo V. Cânon e Texto serrado ao meio, e é possível que o trecho de Heb. 11.37 faça alusão VI. Isaías e seu Conceito de Deus a isso. VII. Idéias Teológicas 5. Escritores. Além do livro que tem seu nome (ou, pelo menos, VIII. Citações de Isaías no Novo Testamento uma porção maior do livro), Isaías escreveu uma biografia do rei IX. Problemas Especiais do Livro Uzias (II Crô. 26.22) e outra de Ezequias (II Crô. 32.32). Contudo, X. Esboço do Conteúdo essas biografias, com o tempo, se perderam. A obra chamada Ascen XI. Bibliografia são de Isaías (ver a respeito no Dicionário), naturalmente, nada tem que ver, historicamente falando, com o profeta Isaías. I. Isaías, o Profeta 1. Cenário. O versículo de introdução do livro de Isaías situa o Estilo e Poder. O sexto capítulo nos deixa em um terreno eminen profeta durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis temente místico. Isaías era homem dotado de visões e experiências de Judá. O trecho de Isa. 6.1 refere-se, especificamente, à morte do místicas (ver no Dicionário o artigo sobre o Misticismo). O que ele via rei Uzias, o que pode ser datado em cerca de 735 A.C. Sem importar e experimentava servia para dar grande poder ao que ele escrevia. o que pensemos sobre os problemas que envolvem a unidade do Naquele sexto capítulo, ele registrou a visão que teve de Yahweh; e, livro (ver a terceira seção), não há razão alguma para duvidarmos de apesar de todo o nosso conhecimento de Deus ser necessariamente que o profeta Isaías viveu nessa época. Isaías, o filho de Amos, parabólico, nessa visão a glória de Deus resplandece mediante a proclamou sua mensagem à nação de Judá e em sua capital, Jeru inspiração dada ao profeta. Alguns de seus oráculos mais candentes salém, entre 742 e 687 A.C, o que foi um período crítico para o foram aqueles que descreveram a queda então iminente de Samaria reino do norte, por causa da invasão assíria, que resultou no cativei diante dos assírios (ver Isa. 9.9-10.4; 5.25-30; 28.1-4). Notáveis orá ro assírio (ver a respeito no Dicionário). Partes do livro parecem culos messiânicos encontram-se nos trechos de Isa. 9.1-7; 11.1-9; refletir um tempo posterior ao cativeiro babilônico (capítulos 40—66) 32.1-8. Os capítulos 40—48 encerram, virtualmente, uma teologia conforme alguns supõem, o que já teria acontecido após a época de sobre os atributos de Deus. Apresentamos no Dicionário um artigo Isaías. Discutimos sobre essa questão na terceira seção. separado que considera a questão com detalhes, intitulado Isaías, Seu Conceito de Deus. Isaías escrevia com vigor e eloqüência sem 2. O Nome. No hebraico, Yeshayahu ou Yeshaya, uma combina iguais, entre todos os demais profetas do Antigo Testamento. Com ção de duas palavras hebraicas cuja tradução seria "salvação de toda a justiça, pois, ele é considerado o principal dos profetas escrito Yahweh". Historicamente, Isaías acompanhou Amos e Oséias, que res. Seus escritos antecipavam os ensinamentos bíblicos sobre a ministraram na nação do norte, Israel. Miquéias foi contemporâneo graça divina. Sua linguagem é rica e repleta de ilustrações. Seu estilo de Isaías e também trabalhou no reino do sul, Judá. é severo, apesar de imponente. Suas aliterações e bem calculadas 3. Sua Vida. Sabemos que o nome do pai de Isaías era Amos repetições ilustram grande habilidade literária, colocando seus escri (Isa. 1.1), e que sua esposa era profetisa, embora não saibamos tos numa classe toda à parte. Ele jamais se precipitava em suas dizer em qual capacidade (Isa. 8.3). Coisa alguma se sabe sobre palavras, as quais fluíam graciosamente. A parábola da vinha (Isa. seus primeiros anos de vida. Com base em Isa. 6.1-8, alguns 5.1-7) serve de excelente exemplo do uso poderoso que ele fazia das conjecturam que ele era um sacerdote. Np entanto, outros pensam palavras. Suas doutrinas normativas eram o reinado e a santidade de que ele pertencia à família real. Isso se alicerça sobre tradições Yahweh. Com base nisso, segue-se, necessariamente, o julgamento judaicas, as quais, naturalmente, não nos podem dar certeza do que divino contra os desobedientes. A Assíria estava aterrorizando Israel, dizem. O certo é que, aos seus dois filhos, foram dados nomes que mas como um terror enviado por Deus contra um povo desobediente. simbolizavam a iminência do juízo divino. O primeiro deles, "Um Todavia, Deus permanecia no controle das coisas. Coisa alguma acon Resto Volverá" (no hebraico, Shear-yashub; Isa. 7.3), parece que já tece de surpresa para Ele. O propósito de Deus terá de prevalecer, era homem feito nos dias de Acaz. O outro filho, chamado "Rápido- finalmente (Isa. 14.24-27; 28.23 ss.). Apesar de suas profecias me Despojo-Presa-Segura" (no hebraico, Maher-shalal-hashbaz; Isa. 8.3), lancólicas, Isaías previu o dia do triunfo do Bem. Chegará, afinal, o tal como seu irmão, recebeu um nome simbólico. É possível que, tempo em que a terra encher-se-á do conhecimento de Yahweh, nesses dois nomes, estejam em pauta tanto o cativeiro assírio quan assim como as águas cobrem o mar (ver Isa. 11.9). to o cativeiro babilônico. Quando a nação do norte foi levada em cativeiro, a nação do sul só conseguiu permanecer precariamente, pagando tributo (II Crô. 28.21). II. Pano de Fundo Histórico Calcula-se que, durante quarenta anos, Isaías atuou ativamente O próprio livro de Isaías (ver 1.1) informa-nos de que esse profeta como profeta do Senhor em Judá. Se, afinal de contas, Isaías não viveu durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de pertencia à aristocracia, pelo menos sua habilidade literária confirma Judá. O trecho de Isa. 6.1 menciona a morte do rei Uzias (cerca de sua excelente educação. Sabemos que o seu grande centro de ativi 735 A.C). Miquéias, outro profeta, foi seu contemporâneo que traba dades foi Jerusalém, embora não saibamos a que tribo ele pertencia. lhou em Judá. O período da vida de Isaías foi crítico. No tocante a Mas ele levava a sério o seu ofício, usando roupas de linho cru e israel, é um dos períodos mais abundantemente confirmados pelo uma capa de pêlos de cor escura, vestes próprias de quem lamenta testemunho histórico e por evidências arqueológicas. Foi o tempo em va, porquanto o que ele previa para o povo de Israel era extrema que os grandes monarcas assírios, Tiglate-Pileser III, Salmaneser IV, mente desastroso. Sargão e Senaqueríbe, lançaram-se a tarefa de universalizar o impé rio assírio.^ Parte desse'esforço foram as campanhas militares contra 4. Período do Ministério de Isaías. a. Nos tempos de Uzias (783— o norte da'Palestina, que incluía as nações de Israel e Judá. Parece 738 A.C.) e de Jotão (750—738 A.C, como regente, e 738—735 A. que Isaías iniciou seu ministério público em cerca de 735 A.C. e C, como governante único). Nesse primeiro período, Isaías pregava continuava ativo até o décimo quinto ano do reinado de Ezequias o arrependimento, mas não conseguiu convencer a quem quer que (cerca de 713 A.C). Talvez ele tenha vivido até bem dentro do reina- fosse. Então proferiu um terrível julgamento que estava prestes a 2780 ISAIAS do de Manasses. As tradições judaicas afiançam que no período atribuem esses capítulos finais de Isaías a outro autor, que não desse rei é que Isaías foi serrado pelo meio (ver Martírio de Isaías, aquele profeta). cap. 5), ao que possivelmente alude o trecho de Heb. 11.37, embora Conforme se pode ver, Isaías (ou o deutero-lsaías?) viveu na referências e tradições dessa ordem não possam ser comprovadas, época em que impérios caíram e se levantaram. Em sua confiança sendo talvez meras conjecturas. Seja como for, o trecho de Isaías de que nada de mal poderia acontecer a um obediente povo de 1.1 não menciona Manasses, e isso é uma omissão significativa, se Israel, ele partia da idéia de que as tribulações do povo de Deus se Isaías viveu todo esse tempo. Seja como for, seu ministério público deviam a causas morais e espirituais, e não apenas políticas e milita poderia ter-se ampliado por quarenta anos; e certamente não envol res. Ele pressupunha que Deus controla todas as coisas, e que todo veu menos do que vinte e cinco anos. o_desastre que recaiu sobre Israel poderia ter sido impedido, se o Se os capítulos 40 a 66 não foram originalmente escritos por Isaías, povo de Deus se tivesse mostrado fiel ao Senhor. Porém, o que conforme pensam alguns, então poderíamos dizer que as profecias de sucedeu foi precisamente o contrário. As nações de Israel e Judá Isaías abordavam, essencialmente, a ameaça assíria, bem como a haviam caído em adiantado estado de decadência moral e espiritual. razão dessa ameaça, ou seja, a teimosa desobediência de Israel, a par Na primeira metade do século VIII A.C, tanto Israel (sob Jeroboão II, da indiferença religiosa e da corrupção moral. Se esses capítulos, po cerca de 782—753 A.C.) quanto Judá (sob Uzias) haviam desfrutado rém, pertencem genuinamente a Isaías, então devemos considerá-los de um período de grande prosperidade material. Foi uma espécie de profecias, e não história. Em outras palavras, dificilmente Isaías teria segunda época áurea, perdendo em resplendor somente diante da sobrevivido até o tempo do exílio babilônico, que é o pano de fundo glória da época de Salomão. Os capítulos dois a quatro de Isaías nos desses capítulos. Porém, ele pode ter visto profeticamente aquele pe fornecem indicações sobre isso. Mas, ao mesmo tempo em que pre ríodo histórico. Os estudiosos conservadores preferem tomar o ponto valecia a riqueza material, prevalecia a pobreza espiritual, incluindo a de vista profético. Mas os eruditos liberais consideram que esses capí mais desabrida idolatria, que encheu a terra (Isa. 2.8). De tão próspe tulos são um reflexo histórico, e não declarações preditivas. Nesse ra e elevada situação, Israel e Judá em breve cairiam. A Assíria deu caso, teriam sido escritos por outro autor. Se isso é mesmo verdade, t início à derrubada, e a Babilônia a terminou. então o livro unificado de Isaías aborda tanto o cativeiro assírio quanto Isaías, em seu ministério, enfatizava os fatores espirituais e soci o cativeiro babilônico. Verjio Dicionário artigos separados sobre am ais. Ele feriu as dificuldades da nação em suas raízes—sua apostasia bos. E ver a terceira seção, que aborda a questão da unidade do livro e idolatria—e procurou salvar Judá da corrupção moral, política e de Isaías. social. Porém, não conseguiu fazer com que seus compatriotas se _Acabe_e seus aliados.detiveram temporariamente o avanço assírio, voltassem para Deus. Sua comissão divina envolvia a advertência de por ocasião da batalha de Qarqar, em 854 A.C.; mas isso não fez que sobreviria o castigo fatal (Isa. 6.9-12). Dali por diante, ele decla com que os assírios desistissem de seus ideais de conquista territorial. rou, ousadamente, a inevitável queda de Judá e a preservação de Jiglate-Pileser III (745—727 A.C) invadiu o oeste, conquistou a costa um pequeno remanescente fiel a Deus (Isa. 6.13). Todavia, alguns da Fenícia e forçou certos reis, como Rezim, de Damasco, e Menaém, raios de esperança alegram as suas predições: Através desse pe de Samaria (além de vários outros), a pagarem tributo. O trecho de II queno remanescente, ocorreria uma redenção de âmbito mundial, Reis 15.19-29 revela-nos isso. Ali esse rei é chamado Pul, que era o quando viesse o Messias, em seu primeiro advento (Isa. 9.2,6; seu nome nativo, conforme se sabe mediante fontes informativas 53.1-12). E, por ocasião do segundo advento do Messias, haveria a babilônicas. Em cerca de 722 A.C. ele conquistou grande fatia da salvação e a restauração da nação (Isa. 2.1-5; 9.7; 11.1-16; 35.1-10; Galiléia e deportou daquela região as duas tribos e meia de Israel 54.11-17). O tema de que Israel, um dia, será a grande nação que ocupavam a área. E fez com que aquelas populações se mistu messiânica no mundo, um meio de bênção para todos os povos (o rassem a outras, conforme era seu costume (II Reis 17.6-24). que terá cumprimento somente no futuro), que fez parte tão constan te das predições de Isaías, tem atraído para ele o título de profeta Salmaneser V (726—722 A.C.) seguiu na esteira de seu pai, messiânico" (Unger, em seu artigo sobre Isaías). quanto às conquistas militares. Peca, rei de Israel, foi assassinado. Seu sucessor, Oséias, tornou-se vassalo da Assíria. Seguiu-se um cerco de três anos da capital, Samaria, até que o reino do norte, III. Unidade do Livro: Isaías e os Críticos Israel, foi destruído, em 722-721 A.C. Amos e Oséias foram os profe 1. Ponto de Vista Tradicional. No século XVIII, a unidade do livro tas do Senhor que predisseram isso. Alguns pensam que Sargão de Isaías começou a ser questionada. Até então, o livro inteiro era teria sido o monarca assírio que, finalmente, conquistou Samaria e aceito como produção literária do profeta Isaías, e de mais ninguém. completou a derrota do reino do norte. Seja como for, o trabalho de Pode-se notar que seu nome figura nos capítulos um, dois, sete, treze, destruição se completou. Sargão continuou reinando até 705 A.C, vinte, trinta e sete a trinta e nove. Em apoio a essa contenção, deve-se tendo ainda feito muitas guerras contra a Ásia Menor, contra a região observar que todos os manuscritos do livro de Isaías o apresentam de Ararate e contra a Babilônia. como uma unidade. Não há menção histórica de que algum outro autor Senaqueribe, filho de Sargão (705—681 A.C), invadiu Judá, nação esteve envolvido no preparo de qualquer porção dessa produção. Um que já se sujeitara a pagar tributo à Assíria. Acaz pagou tributo a dos mais bem preservados manuscritos dentre os manuscritos do mar Tiglate-Pileser III, e Ezequias foi forçado a fazer o mesmo a Senaqueribe. Morto é um completo rolo de Isaías, com data de cerca de 150 A.C Foram capturadas quarenta e seis cidades de Judá, e Ezequias, em Não há nenhuma evidência de interrupção no começo do capítulo Jerusalém, ficou engaiolado como se fosse um pássaro, embora a quarenta, conforme alguns eruditos liberais querem dar a entender. própria cidade não tenha sido sucumbido. Então Senaqueribe foi as 2. Um Autor Distinto para os Capítulos 40—66. O primeiro a sassinado, e seu filho, Esar-Hadom (ver Isa. 37.38), continuou a opres sugerir um autor distinto de Isaías foi o erudito alemão Doderlein. são contra Judá. Alguns pensam que foi por esse poder que Manasses Esses capítulos finais do livro de Isaías foram chamados de ficou detido por algum tempo na Babilônia (II Crô. 33.11). Judá não deutero-lsaías. Presumivelmente, um autor desconhecido, que teria . caiu totalmente diante da Assíria, mas ficou extremamente debilitada, escrito durante o exílio babilônico, teria produzido essa adição aos tornando-se uma sombra do que havia sido antes disso. primeiros trinta e nove capítulos. A Babilônia veio então a substituir a Assíria como potência mun 3. Outra Divisão: o trino-lsaias. Eruditos posteriores pensaram ter dial dominante e foram os babilônios que, finalmente, derrubaram os encontrado ainda um terceiro autor, no capítulo cinqüenta e cinco do habitantes de Judá e os levaram em cativeiro. Os capítulos quarenta livro de Isaías, pelo que uma terceira divisão do livro foi proposta, em diante do livro de Isaías cobrem esse período, profeticamente envolvendo os capítulos 56 a 66. (conforme dizem os estudiosos conservadores) ou historicamente 4. Explicações das Divisões. Os capítulos 40 a 55 consistem em (conforme dizem os estudiosos liberais, que, por isso mesmo, uma coletânea de poemas em um novo estilo rapsódico, que alguns ISAÍAS 2781 • atribuem ao período do exílio babilônico de Judá. A crítica da forma fôssemos mestres do hebraico. É quase impossível julgar questões (ver no Dicionário o artigo intitulado Crítica da Bíblia) procura separar que envolvam estilo. Julgo que poucos dos críticos e poucos dos os elementos dessa seção. Ali encontramos alusões a Ciro, como defensores da unidade do livro de Isaías dominam o hebraico o uma figura que começava a levantar-se. Seria isso uma predição, ou bastante para fazerem as afirmações que fazem com grande grau seria história? E também há menção à iminente queda da Babilônia de seriedade. E mesmo que tivessem tal conhecimento, ainda as dos caldeus. Se essa seção teve origem imediatamente após a que sim é difícil julgar questões de estilo. da da Babilônia, o que ocorreu a 29 de outubro de 539 A.Ò., então a 3. A critica que afirma que os capitulos 40—66 são históricos, e composição dessa segunda suposta seção do livro de Isaías deve ter não proféticos, repousa sobre a suposição de que não há capacidade sido feita durante esse tempo, ou alguns anos mais tarde. Ciro é verdadeiramente profética. O fato de o nome de Ciro ser mencionado especificamente mencionado em Isa. 44.28 e 45.1. A menos que é, para os críticos, uma clara indicação de que esta porção de Isaías tenhamos aí uma afirmação profética, podemos pensar seriamente foi escrita depois do cativeiro babilônico. Sabemos, todavia, que o na possibilidade da existência de um deutero-lsaías, porquanto não homem possui o poder de precognição, fato esse abundantemente haveria como Isaías tivesse sobrevivido desde o cativeiro assírio até ilustrado através dos estudos da parapsicologia. É raro, obviamente, o cativeiro babilônico. Pois ele teria de viver por mais de duzentos que um místico moderno preveja nomes muito antes dos acontecimen anos! Diferenças de estilo, de terminologia e de expressões, quanto tos, mas até isto acontece. Também não devemos esquecer o poder a certas idéias, são adicionadas ao argumento histórico. Muitos eru de Deus que dá aos profetas uma capacidade extraordinária. Supo ditos modernos, por isso mesmo, crêem que essa porção do livro de mos que Isaías fosse um verdadeiro profeta capaz de prever o futu Isaías deve ser considerada história, e não profecia. ro. Os estudos mostram que todas as pessoas, nos seus sonhos, têm uma previsão do futuro. De fato, a experiência psíquica mais Os capítulos 56 a 66 são uma coletânea de poemas simila comum é o sonho precognitivo. (Ver no Dicionário o artigo sobre res aos dos capítulos 40 a 45. Muitos eruditos crêem que fo Sonhos). Sendo este o caso, não é um grande pulo de fé acreditar ram escritos pelo mesmo autor daquela seção. E, nesse caso, que o profeta de Deus, com capacidades além das dos homens então houve somente um deutero-lsaías e não um trino-lsaías. comuns, poderia ter verdadeiras visões do futuro remoto. Portanto, a Outros eruditos opinarn_que essa seção reflete uma escatologia menção de Ciro, por nome, embora incomum em profecias, não é mais avançada, típica de tempos posteriores. Daí supõem que impossível. esses capítulos tenham sido, realmente, produzidos mais tar de que a época de Isaías. Além disso, esses estudiosos acham 4. O argumento derivado de diferenças de idéias e ênfase é o que há um interesse maior pelo culto, nessa seção, que seria mais fraco de todos. Nos capítulos 1—39, temos a ênfase sobre a distinto das outras duas porções do livro. Segundo eles, o majestade de Deus. A segunda parte do livro é, de fato, mais interes conteúdo sugere uma data entre 530 e 510 A.C., talvez da sada no culto religioso, seus ritos, leis etc, mas isto dificilmente época dos contemporâneos de Ageu e Zacarias. E alguns es comprova um autor distinto. Qualquer livro pode ter estes tipos de tudiosos, pensam que os capítulos 60 a 62 devem ser atribuí variações sem indicar que outro escritor esteja envolvido. Diferenças dos a uma época ainda posterior. Outros crêem que o próprio de temas e de ênfase ocorrem em todas as peças de literatura reco trino-lsaías consiste apenas na coletânea de poemas escritos nhecidas como dos mesmos escritores. Autores até incorporam con por vários autores. Uma data tão tardia quanto 400 A.C. tem tradições de idéias e acontecimentos, e erros crassos. Mas tais coi sido atribuída a essa alegada terceira seção. Dizem esses es sas não indicam, necessariamente, uma mudança de escritor. tudiosos que os vários autores envolvidos faziam todos parte da escola de Isaías, pelo que o livro de Isaías teria sido uma IV. Autoria e Data compilação de material recolhido no processo de muitos anos. A maior parte dos eruditos acredita que o mesmo escritor pro A continuar nesse pé, vai ver que cada capítulo do livro de duziu os capítulos 1-39. Alguns acham que esta porção sofreu Isaías teve um autor diferente! Já há quem pense que essa algumas interpolações. O nome de Isaías aparece em 1.1; 7.3; escola de seguidores de Isaías usava seu livro original como 13.1; 20.2,3; 37.2,5,6,21; 38.1,4,21; 39.3,5,8. É curioso que não um livro de texto, ao qual, periodicamente, foram adicionados apareça depois do capítulo 39, o que é, sem dúvida, um peso em novos capítulos! favor da suposição de que os capítulos 40-66 tenham sido escritos por outro autor. De qualquer maneira, o que cremos sobre a auto Respostas dos Defensores da Unidade do Livro de Isaías: ria, naturalmente, tem efeito sobre a(s) data(s) que atribuímos ao 1. O ponto de vista tradicional merece consideração. Todos os livro ou a suas partes distintas. manuscritos antigos favorecem a idéia da unidade do livro de Isaías. Na seção III, pontos um e quatro, oferecemos várias conjecturas As evidências históricas também. Não há nenhum relato sobre algu acerca da data da composição do livro de Isaías. As idéias diferem ma escola de Isaías que tenha compilado gradualmente algum ma desde cerca de 750 A.C. até cerca de 400 A.C, dependendo de nual profético. Não há evidência histórica em favor de um segundo quantos autores aceitarmos estar envolvidos nessa obra. Se um úni ou um terceiro Isaías. co autor escreveu o livro inteiro, então é possível que parte tenha 2. O argumento acerca do estilo poderia ter algum peso, pois sido escrita tão cedo quanto 750 A.C, embora outras porções só sabe-se que todo autor tem sua maneira distinta de exprimir-se, um tenham sido escritas no tempo do reinado de Ezequias, o que seria vocabulário próprio, e idéias específicas que ele gosta de enfatizar. nada menos que uma geração mais tarde. Ezequias é mencionado Todavia, as diferenças não são maiores do que aquelas encontra várias vezes nesse livro, incluindo em 1.1 (o último nome da lista de das, por exemplo, nas obras de Shakespeare ou nas obras mais reis). Ver também Isa. 36.1,2,4,7,14-16,22; 37.1,3,5,9; 38.1,2,35,39; volumosas de outro autor qualquer. Além disso, ao escrever sobre 39.1-5,8. Isaías profetizou durante os dias do reinado de Uzias (791- diferentes assuntos, qualquer pessoa se utiliza de uma maneira -740 A.C), sendo possível que uma parte do livro tenha vindo dessa toda própria para expressar-se. Um autor que escreva prosa tam época, com outras porções acrescentadas no ano 700 A.C, embora bém pode escrever poemas; e seu estilo então varia, e bastante. A Isaías tenha sido o autor de todas essas porções. história nos dá muitos exemplos disso. Um só autor que escreva poesias fica diferente quando escreve em prosa. Além disso, um V. Cânon e Texto Isaías mais idoso, que tivesse escrito certas porções de seu livro Isaías é o mais longo e, em vários sentidos, o mais rico dos mais tarde na vida, poderia ter adquirido certas idéias e certos livros proféticos do Antigo Testamento. E a canonicidade deste livro maneirismos de estilo diferentes da época em que ainda era jovem. é tão antiga quanto aquela atribuída a qualquer outro livro profético Para julgarmos a questão, tornar-se-ia mister, antes de tudo, que do Antigo Testamento. A experiência demonstra que os escritos e 2782 ISAIAS as predições de um profeta garantem sua aceitação e reconhecimen ra desastrosa para os desobedientes. A Assíria aparece como to, quase imediatos, se o seu autor foi uma figura notável. Podemos instrumento nas mãos de Deus, em Isa. 10.5. A vara da ira de supor que a preservação dos escritos de Isaías, e sua contínua acei Deus, a Assíria, foi enviada para punir a hipócrita nação de Israel tação durante todo o tempo, desde que ele escreveu, confirmem sua (vs. 6). Contudo, a providência divina também tem o seu lado posição no cânon desde o século VIII A.C. Todavia, não dispomos de positivo. Pode abençoar e destina-se a abençoar àqueles que se evidências literárias comprobatórias acerca do livro de Isaías. O tre arrependem e vivem em consonância com os verdadeiros princí cho de Eclesiástico 48.22-25 (de cerca de 180 A.C.) refere-se às pios espirituais. Deus exerce controle sobre a cena internacional, visões do profeta Isaías, sendo esse o primeiro informe histórico a conforme é ilustrado em certas porções dos capítulos 10 e 37 do respeito de que dispomos. A passagem de II Crônicas 32.32 menci livro de Isaías. ona as visões do profeta Isaías, correspondentes à época da morte 3. O Pecado do Homem. Quanto a esta questão, há vividas des do rei Ezequias, ou seja, cerca de 700 A.C. Este livro vem de depois crições no livro de Isaías. Esse pecado é escarlate (Isa. 1.18); por do cativeiro babilônico, pelo que foi escrito bastante tempo depois do causa do pecado o coração dos homens se afasta para longe de próprio Isaías. As tradições judaicas atribuem o livro de II Crônicas a Deus (Isa. 29.13), seus pés correm para praticar o mal, e eles se Esdras (cerca de\538 A.C), embora alguns estudiosos liberais pen apressam por derramar sangue inocente (Isa. 59.7). Aqueles que sem que ele só foi escrito no século III A.C. Seja como for, a referên rejeitam o pecado podem esperar pelo favor divino (Isa. 56.2-5). cia é nossa mais antiga informação sobre Isaías, dentro da Bíblia, Deus ouve a causa dos oprimidos (Isa. 1.23). Os orgulhosos são mas fora do próprio livro de Isaías. Serve de confirmação do grande repreendidos, mas os humildes são exaltados (Isa. 22.15-25). poder espiritual de Isaías, como profeta. E podemos supor que reflita 4. Redenção. Esse é um dos principais temas do livro de Isaías. Por a posição canônica de seu livro, que, desde o começo, recebeu con isso mesmo, este profeta tem sido chamado de "o evangelista do Antigo dição quase canônica, tornando-se plenamente canônico não muito Testamento". Suas declarações proféticas têm um caráter nitidamente depois de sua morte. messiânico. Ele via quão inadequados eram os sacrifícios de animais e os ritos religiosos (Isa. 1.11-17; 40.16). Apesar disso, aconselhava a Texto. Antes da descoberta dos Manuscritos (Rolos) do Mar devida observância das obrigações religiosas (Isa. 56.2; 53.10). O capítu Morto (ver a respeito no dicionário), não havia rolos de Isaías de lo 53 encerra a famosa passagem do Servo sofredor (o Messias), com antes da época de Cristo. Os estudiosos tinham de confiar na tanta freqüência citada pelos cristãos como texto de prova acerca de exatidão geral do chamado texto massorético (ver também no Jesus e de Seu caráter messiânico, como o grande sacrifício expiatório. Dicionário). A LXX não difere em grande coisa daquele texto. E a O capítulo 55 salienta a salvação eterna posta à nossa disposição. Isa. cópia completa do livro de Isaías, descoberta nas cavernas que 55.5 prediz a salvação das nações gentílicas. margeiam o mar Morto, é bastante parecida com o texto tradicio 5. Os Poemas do Servo. Esses poemas talvez se refiram a Israel nal, exceto quanto à vocalização, à soletração de palavras e a ou Jacó, indicando mais especificamente a nação de Judá. Porém, outros pequenos pontos, como um uso diferente de artigos, de há ocasiões em que esses poemas que se referem claramente ao certas preposições e de certas conjunções. As variações são mais Messias, o Filho de Judá. Alguns eruditos, que não dão o devido numerosas do-que os tradicionalistas poderiam esperar, mas não valor à profecia e objetam à prática de alguns de torcer o texto a fim tão grandes a ponto de alterar qualquer idéia ou a substância da de encontrar ali menções ao Messias, afirmam que essas passagens mensagem do livro. Há evidências de que os escribas dos sécu são referências estritamente contemporâneas à nação de Israel. O los anteriores a Cristo se mostraram muito cuidadosos na cópia, exame de todas essas passagens, porém, demonstra o inegável tom embora não tão cuidadosos quanto os escribas judeus da época messiânico de algumas delas. Ver Isa. 41.8-53; 42.1-9; 49.1-6; 50.4-10; medieval. Seja como for, o texto massorético (ver no Dicionário o 44.1,2,21,26; 45.4 e 48.20. Ezequiel mostrou-nos a dualidade de uso artigo intitulado Massora) pode ser atualmente acompanhado, em que se encontra no livro de Isaías. O trecho de Isaías 37.25 chama todos os seus pontos essenciais, de volta até cerca de 150 A.C, de servos de Deus tanto a nação de Israel quanto o Rei messiânico. data em que foi escrito o rolo de Isaías encontrado nas cavernas Notemos como, em Isaías 42.1-6, o servo é ungido pelo Espírito de de Qufnran, perto do mar Morto. Deus para uma grandiosa obra de testemunho e de julgamento. Es ses versículos descrevem o Messias e o trecho de Mat. 12.18-21 cita a passagem de Isaías. VI. Isaías e Seu Conceito de Deus Os capítulos 40 a 48 apresentam um notabilíssimo estudo 6. Escatologia. Acima de tudo, Isaías é um livro profético, e des acerca de Deus e Seus atributos. Textos de prova extraídos des tacar todas as profecias seria apresentar, virtualmente, uma tabela ses capítulos têm sido tradicionalmente usados pelos teólogos do conteúdo do livro. A natureza constante desse elemento, pois, como bases de várias asserções. Apresentamos no Dicionário um encontra-se na décima seção, intitulada Esboço do Conteúdo. Há artigo separado sobre esse assunto, com o título de Isaías, Seu predições sobre o reino de Deus em Isa. 2.1-5; 11.1-16; 25.6-26.21; Conceito de Deus. 34 e 35, 52.7-12; 54; 60; 65.17-25; 66.10-24. A ressurreição de Cris to e a sua volta aparecem em Isa. 25.6—26.21. Isaías 34 apresenta VII. Idéias Teológicas Edom como o inimigo escatológico do povo de Deus, em um sentido Quanto à doutrina de Deus no livro de Isaías, oferecemos um simbólico. O quarto versículo desse capítulo foi citado por Jesus artigo separado. Ver sob a seção sexta. Outros notáveis ensinos e acerca de Sua própria vinda (Mat. 24.29), como também é feito em ênfases do livro de Isaías são os seguintes: Apocalipse 6.14. O retorno de Israel à sua terra e o reino milenar de Cristo são descritos em Isaías 35. Certas profecias a curto prazo 1. Contra a Idolatria. O lapso de Israel nesse pecado e em outros dizem respeito, essencialmente, à invasão e ao cativeiro assírio (Isa. levou Isaías a escrever seu livro, porquanto viu que o desastre espe 10.5 ss.; 36). O trecho de Isaías 39, porém, olha para mais adiante rava o desobediente povo de Israel. O trecho de Isa. 40.12-31 é uma no tempo, o cativeiro babilônico de Judá. Isaías 53 é a passagem ótima peça literária contra os ídolos mudos, que pessoas insensatas messiânica mais notável de Isaías, onde são descritos os sofrimen fabricam em substituição a Deus. Outras condenações da idolatria tos de Cristo. acham-se em Isa. 2.7,8,18,21,22; 57.5-8. Ver também no Dicionário o artigo sobre a Idolatria. 2. A Providência e a Soberania de Deus. Deus governa os VIII. Citações de Isaías no Novo Testamento indivíduos e as nações. Esta é uma verdade que empresta gran Os escritores do Novo Testamento muito se utilizaram dos escri de peso à profecia, porquanto Deus age a fim de corrigir os peca tos de Isaías. Há pelo menos sessenta e sete citações claras desse dores em seus erros; e essa correção, às vezes, é feita de manei livro, no Novo Testamento, a saber: ISAÍAS 2783 ISAIAS NOVO TESTAMENTO 1.9 Rom. 9.29 6.9 Luc.8.10 6.9-10 Mat. 13.14-25, Mar. 4.12; Atos 28.26,27 6.10 João 12.40 7.14 Mat. 1.23 8.8,10 (LXX) Mat. 1.23 8.12-13 IPed. 3.14-15 8.14 Rom. 9.33; I Ped. 2.8 8.17 (LXX) Heb. 2.13 8.18 ^ Heb. 2.13 9.1-2 \ Mat. 4.15-16 10.22 J Rom. 9.27,28 11.10 Rom. 15.12 22.13 I Cor. 15.32 25.8 I Cor. 15.54 26.20 Heb. 10.37 28.11-12 I Cor. 14.21 28.16 Rom. 9.33; 10.11; I Ped. 2.6 29.10 Rom. 11.8 29.13 (LXX) Mat. 15.8-9; Mar. 7.6-7 29.14 I Cor. 1.19 40.3 — Mat. 3.3, Mar. 1.3, João 1.23 40.6-8 IPed. 1.24-25 40.13 Rom. 11.34; I Cor. 2.16 42.1-44 Mat. 12.18-21 43.20 I Ped. 2.9 43.21 I Ped. 2.9 44.28 Atos 13.22 45.21 Mar. 12.32 45.23 Rom. 14.11 49.6 Atos 13.47 49.8 II Cor. 6.2 49.18 Rom. 14.11 52.5 Rom. 2.24 52.7 Rom. 10.15 52.11 II Cor. 6.17 52.15 Rom. 15.21 53.1 João 12.38; 10.16 53.4 Mat. 8.17 53.7-8 (LXX) Atos 8.32-33 53.9 I Ped. 2.22 53.12 Luc. 22.37 54.1 Gál. 4.27 54.13 João 6.45 55.3 (LXX) Atos 13.34 56.7 Mat. 21.13; Mar. 11.17; Luc. 19.46 59.7-8 Rom. 3.15-17 59.20-21 Rom. 11.26-27 61.1-2 Luc. 4.18-19 61.6 I Ped. 2.9 62.11 Mat. 21.5 64.4 I Cor. 2.9 65.1 Rom. 10.20 65.2 Rom. 10.21 66.1-2 Atos 7.49-50
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