DADOS DE COPYRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.link ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível." ©2011 by David Brooks Publicado mediante acordo com Random House, um selo da The Random House Publishing Group, uma divisão da Random House, Inc. Todos os direitos reservados. Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA OBJETIVA LTDA. Rua Cosme Velho, 103 Rio de Janeiro – RJ – CEP: 22241-090 Tel.: (21) 2199-7824 – Fax: (21) 2199-7825 www.objetiva.com.br Título original The Social Animal Capa Adaptação de Marcos Davi sobre design original de Lucy Stephens Ilustrações de capa Felix Sockwell Revisão Raquel Correa Ana Kronemberger Eduardo Rosal Coordenação de e-book Marcelo Xavier Conversão para e-book Filigrana CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B888a Brooks, David O animal social [recurso eletrônico] : a história de como o sucesso acontece / David Brooks ; tradução Camila Mello. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Objetiva, 2014. recurso digital Tradução de: The social animal Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-85-390-0568-0 (recurso eletrônico) 1. Sucesso. 2. Psicologia. 3. Livros eletrônicos. I. Título. 14-09472 CDD: 158.1 CDU: 159.947 SUMÁRIO CAPA FOLHA DE ROSTO CRÉDITOS INTRODUÇÃO capítulo 1 – TOMADA DE DECISÃO capítulo 2 – O AMÁLGAMA DE MAPA capítulo 3 – VISÃO DA MENTE capítulo 4 – FABRICAÇÃO DE MAPA capítulo 5 – APEGO capítulo 6 – APRENDENDO capítulo 7 – NORMAS capítulo 8 – AUTOCONTROLE capítulo 9 – CULTURA capítulo 10 – INTELIGÊNCIA capítulo 11 – ARQUITETURA DA ESCOLHA capítulo 12 – LIBERDADE E COMPROMETIMENTO capítulo 13 – LIMERÂNCIA capítulo 14 – A GRANDE NARRATIVA capítulo 15 – MÉTIS capítulo 16 – A INSURGÊNCIA capítulo 17 – ENVELHECENDO capítulo 18 – MORALIDADE capítulo 19 – O LÍDER capítulo 20 – O LADO MALEÁVEL capítulo 21 – A OUTRA EDUCAÇÃO capítulo 22 – SIGNIFICADO POSFÁCIO AGRADECIMENTOS NOTAS INTRODUÇÃO E sta é a história mais feliz que você já leu. Fala sobre duas pessoas cujas vidas foram incrivelmente gratificantes. Tiveram carreiras maravilhosas, ganharam o respeito dos amigos e fizeram contribuições importantes para o bairro onde moravam, o país e o mundo. 1 E o curioso é que não nasceram gênios. Tiveram bons resultados no SAT, em testes de QI e esse tipo de coisa, mas não apresentavam um dom físico ou mental extraordinário. Não eram feios, mas também não eram bonitos. Jogavam tênis e faziam caminhadas, mas nem mesmo na escola se destacaram como atletas, e ninguém os teria escolhido quando jovens e dito que estavam destinados ao brilhantismo em alguma esfera. No entanto, alcançaram o sucesso e todos que os conheciam achavam que tinham vidas abençoadas. Como fizeram isso? Possuíam o que os economistas chamam de habilidades não cognitivas, categoria geral de qualidades ocultas que não podem ser facilmente contadas ou medidas, mas que na vida real levam à felicidade e à satisfação. Em primeiro lugar, tinham bom caráter. Eram enérgicos, honestos e confiáveis. Mantinham-se persistentes após contratempos e reconheciam seus erros. Possuíam confiança suficiente para correr riscos e integridade suficiente para respeitar compromissos. Tentavam reconhecer suas fraquezas, arrepender-se de seus pecados e controlar seus impulsos negativos. Igualmente importante era o fato de serem perspicazes. Sabiam decifrar pessoas, situações e ideias. Podia-se colocá-los diante de uma multidão ou enterrá-los no meio de um bando de relatórios, e eles seriam capazes de desenvolver uma percepção intuitiva do cenário em questão — o que poderia ser agrupado ou o contrário, quais caminhos seriam frutíferos e quais nunca seriam. As habilidades que um marinheiro possui para navegar pelos oceanos eles tinham para navegar pelo mundo. Ao longo dos séculos, zilhões de livros foram escritos sobre como obter sucesso. Todavia, essas histórias geralmente são contadas no nível superficial da vida. Descrevem para qual universidade as pessoas passam, as habilidades profissionais que adquirem, as decisões conscientes que tomam e as dicas e técnicas que adotam para fazer conexões e seguir em frente. Esses livros frequentemente se concentram em definições externas de sucesso, relacionadas a QI, riqueza, prestígio e conquistas mundanas. Esta história é contada em um nível mais profundo. Para falar sobre sucesso, enfatiza o papel da mente interior — o reino inconsciente das emoções, intuições, propensões, desejos, predisposições genéticas, traços de personalidade e normas sociais. É nesse reino que o caráter se forma e a sagacidade se desenvolve. Estamos vivendo no meio de uma revolução da consciência. Nos últimos anos, geneticistas, neurocientistas, psicólogos, sociólogos, economistas, antropólogos e outros deram grandes passos para o entendimento dos componentes do florescimento humano. E uma descoberta central de seu trabalho é que não somos primordialmente os produtos do nosso pensamento consciente. Somos fundamentalmente os produtos do pensamento que acontece abaixo do nível da consciência. As partes inconscientes da mente não são vestígios primitivos que precisam ser conquistados para realizar decisões sábias, nem cavernas obscuras de ímpetos sexuais reprimidos. Em vez disso, são a maior parte da mente — onde a maioria das decisões e muitos dos atos de pensamento mais impressionantes acontecem. Esses processos submersos são as sementeiras da realização. Em Strangers to Ourselves (Estranhos a nós mesmos), o professor Timothy D. Wilson, da Universidade da Virgínia, diz que a mente humana é capaz de receber 11 milhões de informações em um dado instante. A estimativa mais generosa é a de que 1 as pessoas podem ter consciência de apenas quarenta dessas informações. “Alguns pesquisadores”, nota Wilson, “chegaram a sugerir que a mente inconsciente faz 2 quase todo o trabalho e que a vontade consciente pode ser uma ilusão”. A mente consciente apenas confabula histórias que tentam dar sentido ao que o inconsciente faz por conta própria. Wilson e a maioria dos pesquisadores sobre os quais vou falar neste livro não vão tão longe. No entanto, acreditam que processos mentais inacessíveis à consciência organizam nosso pensamento, moldam nossos julgamentos, formam nosso caráter e nos fornecem as habilidades que necessitamos para sobreviver. John Bargh da Yale argumenta que assim como Galileu “removeu a Terra de seu lugar privilegiado no 3 centro do universo”, essa revolução intelectual remove a mente consciente de seu lugar privilegiado no centro do comportamento humano. Esta história a retira do centro da vida cotidiana. Aponta para uma forma mais profunda de florescimento e para uma definição diferente de sucesso. O império da emoção Esse reino interior é iluminado pela ciência, porém não é um lugar árido e mecanicista, e sim emocional e encantado. Se o estudo da mente consciente destaca a importância da razão e da análise, o da mente inconsciente destaca a das paixões e da percepção. Se a mente exterior ressalta o poder do indivíduo, a mente interior o faz com o poder das relações e os laços interpessoais invisíveis. Se a mente exterior cobiça status, dinheiro e aplauso, a interior tem fome de harmonia e conexão — aqueles momentos nos quais a autoconsciência desaparece e o indivíduo fica perdido em um desafio, em uma causa, no amor pelo outro ou por Deus. Se a mente consciente é como um general sobre uma plataforma, que vê o mundo a distância e analisa as coisas de forma linear e linguística, a inconsciente é como milhões de pequenas sentinelas, que transitam pelo cenário enviando um fluxo constante de sinais e gerando respostas instantâneas. Não se distanciam do ambiente ao seu redor; estão imersas nele. Correm por todos os lados e interpenetram outras mentes, cenários e ideias. Essas sentinelas revestem as coisas de significado emocional. Deparam-se com um velho amigo e emitem uma onda de afeição. Descem em uma caverna escura e liberam uma onda de medo. O contato com uma bela paisagem produz um sentimento de elevação sublime. Já com uma percepção brilhante, satisfação, ao passo que com a injustiça produz ira. Cada percepção tem seu próprio sabor, textura e força, e reações giram dentro da mente em um fluxo de sensações, impulsos, julgamentos e desejos. Esses sinais não controlam nossas vidas, mas moldam nossa interpretação do mundo e nos guiam, como um GPS espiritual, conforme traçamos nossos caminhos. Se o general pensa em termos de informação e fala em prosa, as sentinelas se cristalizam com emoção e seu trabalho se expressa melhor em histórias, poesia, música, imagem, oração e mito. Não sou uma pessoa sensível — minha esposa é conhecida por comentar sobre isso. Existe uma história incrível, apesar de apócrifa, sobre um experimento no qual homens de meia-idade foram conectados a um aparelho de neuroimagem e levados a assistir a um filme de terror. Depois, foram conectados e instruídos a descrever seus sentimentos em relação a suas esposas. As imagens do cérebro foram as mesmas — puro terror em ambas as atividades. Compreendo essa reação. Porém, se você ignora os momentos de amor e medo, de lealdade e repulsa que nos tomam a todo segundo diariamente, está ignorando o reino mais essencial. Está ignorando os processos que determinam o que queremos, como percebemos o mundo, o que nos impulsiona e o que nos detém. Sendo assim, vou contar a história de duas pessoas felizes do ponto de vista dessa vida interior encantada.
Description: