0 Rodriguésia 61(1): 109-114.201 http!//rodriguesia.jbrj.gov.br Notas nomenclaturais em Aspleniaceae (Polypodiopsida) ocorrentes no Brasil TaxonomicnotesinAspleniaceae(Polypodiopsida)fromBrazil Lana da Silva Sylvestre1 Resumo Como parte do estudo taxonômico das Aspleniaceae da flora brasileira, são designados nove lectótipos e propostossetesinônimosnovos.Éapresentadaumacombinaçãonova,Aspleniumbalansae(Baker)Sylvestre eduasmudançasdestatus,Aspleniumgeraense(C.Chr.)SylvestreeAspleniumtríndadense(Brade)Sylvestre. São fornecidoscomentáriossobreadistribuiçãodealguns táxons. Palavras-chave:Asplenium,Neotrópico, samambaias, taxonomia, tipificação. Abstract AsaresultoftaxonomicstudiesonAspleniaceaefromBrazil,ninelectotypesaredesignatedandsevennew synonyms are proposed. A new combination, Asplenium balansae (Baker) Sylvestre is presented. The taxonomicstatusofAspleniumgeraense(C.Chr.)SylvestreandAspleniumtrindadense(Brade)Sylvestrewas changed. Comments on distribution and occurrence ofsometaxaarepresented. Keyvvords:Asplenium, fems,Neotropics, taxonomy, typification. Introdução Material e Métodos Aspleniaceaeconstituiumafamíliabemdefinida O levantamentodosdados dasespéciesfoi e facilmente reconhecível pela combinação dos feito através de literatura e consulta aos seguintes caracteresmorfológicos: soros alongados, herbáriosB,BM,HB,K,NY,P,R,RB,RBR,SP, fixadoslateralmenteàsnervuras,eescamasclatradas. SPF e US (siglas de acordo com Thiers 2009), Éamplamentedistribuídanostrópicosesubtrópicos, além do estudo de populações no campo. O sendorepresentadaporcercade700espécies(Smith conceito aqui adotado reflete os resultados etal. 2006),comaproximadamente150delasocorrentes obtidos por meio de estudos filogenéticos nocontinenteamericano(Tryon&Tryon 1982).No recentementepublicados (Schneider et. al. 2004; cBroasmilm,asiãoorredgiivsetrrsadiadsad7e7eesmpéácrieeass(Sdyelvdesotmríen2i0o10d)a, Smithetal. 2006; Schuettpelz& Pryer2008), os quais sugerem o reconhecimento de apenas um FlorestaAtlântica(Sylvestre2003). A partirdo estudo taxonômico e daanálise de gênero(Asplenium)emAspleniaceae. diversosmateriaisoriginais(Sylvestre2001),algumas novidades taxonômicas são aqui apresentadas, tais Resultados e Discussão como a re-interpretação de algumas espécies (novas 1.Aspleniumaustrobrasiliense(Christ)Maxon, sinonimizações),lectotipificaçõeseoreconhecimento de novos status e/ou novas combinações para Contr.U.S.Natl.Herb.l0(7):480. 1908,stat.nov. alguns táxons. O presente trabalho tem por Asplenium salicifolium var. austrobrasiliense objetivo validar estas proposições, necessárias ChristinWetts,Denkschr. Kaiserl.Akad. Wiss., para estabelecer os nomes corretos de espécies Math.-Naturwiss. Kl. 79(1): 29, tab. 5, fig. 1, 2; ocorrentes no Brasil, os quais deverão ser tab. 8, fig. 3, 4. 1907. Tipo: BRASIL. RIO DE utilizados na publicação da lista de espécies da JANEIRO: 1886,E.A. Goeldis.n. (lectótipoaqui florabrasileira,atualmenteemdesenvolvimento. designado, P!). 1UniversidadeFederalRuraldoRiodeJaneiro,InstitutodeBiologia,Depto.Botânica,BR465,km7,Seropédica,RJ,[email protected] ProdutividadeCNPq(Pq2),processon°309415/2008-0. ISciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. : 110 Sylvestre, L.S. Materialexaminado:BRASIL.SÃOPAULO:Santos, 5.AspleniumcastaneumSchltdl.etChain,Linnaea SerradoCayazique, RioMambu, Ortens.n.(P!,síntipo 5:611.1830. Tipo: MÉXICO. VERACRUZ: Mt. deA.sEalsipcéicfoileiuemnvdarê.maiucstarodborasBirlaiseinls,é)o.correndo em OHrAiLza;bai,sóCt.iJp.oW.BS!c,lifireadgemeteFn.toDeNpYp!e).76A8s(phloleóntiiupmo florestas litorâneasdoEspírito SantoaSão Paulo, m trichomanesvar.brasiliensisFée,Cryp.Vasc.Brésil de 100a800 dealtitude. 2:45.1873.Tipo:BRASIL.RIODEJANEIRO:Pico deItatiaia,6.VI.1871,A.F.M.Glaziou5308(holótipo 2.Asplenium balansae (Baker) Sylvestre, comb. P!;isótipoUS!),syn. nov. nov. ScolopendriumbalansaeBakerinHook.,Icon. Material examinado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Pl.p. 17,tab. 1653. 1886.Phyllilisbalansae(Baker) Itatiaia,PedradoEcho,UI.1937,A.C. Brade 15500 (RB); C.Chr.,Ind.Fil.,p.492. 1905.Antigrammabalansae Itatiaia, 6.VI.1871, A.F.M. Glaziou 5309 (P); Parque (Baker)Sylvestre&Windisch,Bradea8(49):331- NacionaldeItatiaia.VII.1956,H.Monteiros.n(RBR4178). 335.2002.Tipo:PARAGUAI.PARAGUARI:Serra Asplenium castaneum é uma espécie de de San Tomas, B. Balansa 2885 (holótipo K!; ampla distribuição nas regiões elevadas do isótiposB!,BM!,LE,MO!,NY!,P!p.p.). continente americano, do México à Argentina, O isótipo depositado em Paris apresenta ocorrendonos Andes nafaixade 2.400 a4.700m inúmerasduplicatase,emumadelas,estáincluídauma dealtitude. Osespécimesbrasileirossãorestritos frondede AspleniumbrasilienseSw. (=Antigramma a Serra da Mantiqueira, na região do Planalto de brasiliensis(Sw.)T.Moore),espécietambémocorrente Itatiaia, a 2.400m. Estes materiais foram no Paraguai e com muitas coleções desta mesma identificados por Brade comoA. trichomanes L. localidadefeitasporBalansa. (Brade 1956) e, em alguns espécimes, este autor adotouoepíteto“mantiqueirense”(Brade 15500, 3. Asplenium bradeiRosenst., Fedde Repert. 21 RB),masobinômionãofoipublicado. Omaterial 347. 1925. Tipo: BRASIL. SÃO PAULO: Iguape, tipodeA.trichomanesvar.brasiliensis,bemcomo Caiuva,VIII.1817,A.C. Brade7682(lectótipo,aqui o material complementaranalisado, enquadra-se designado,RB!;isolectótiposHB!,NY!,US ). nacircunscriçãodeA. castaneum, especialmente ! Materialexaminado: BRASIL:SÃOPAULO. Iguape, pela raque de coloração castanha, margens das Boa Vista, VIII.1918, A.C. Brade 7683 (S, fotos US!, pinas crenadas e pela ocorrência de 1-3 pares de NY!, síntipodeA. bradei);Tietê,9.X.1906, Cerdes19 soros em ambos os lados das pinas. (NY!,síntipodeA. bradei). EndêmicaparaoBrasil,ocorrendonosestados 6.AspleniumcruegeriHieron.,Hedwigia60:254. deMinasGerais,EspíritoSanto,RiodeJaneiro,São 1918.Tipo:TRINIDAD-TOBAGO: 18.1.1852,H. ePamulfeonedaRsidoeGrroacnhadenadmoatSau,l.deCr2e0scae85s0obmredoeaslotliotuodeu. MCartueergiealre4x4am(liencatdóoti:poG,UaIqAuNiAd.esCioglentaodro,deBs!c)o.nhecido (sammlerunbekannt) 74 (B!, síntipodeA. cruegeri). 4. Asplenium campos-portoi Brade, Ann. I Originalmente, Hieronymus indicou três ReuniãoSul.Amer.deBot.2:5. 1938.Tipo:BRASIL. síntipos para A. cruegeri. O terceiro material RIODEJANEIRO:Itatiaia,Maromba,30.V1.1930, (Fendler35)trata-sedeumespécimemuitomenor A.C. Brade 10262 (lectótipo, aqui designado, R!; quandocomparadoaosdemais,alémdediferirem isolectótiposRB!,SP!). outros caracteres, tais como na forma das pinas Material examinado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: basais e, especialmente, no ápice da lâmina, A Itatiaia,Taquaral,900m,epífita,19.V.1935, C.Braile14524 tornando-omuitosemelhanteaexemplaresjovens (RB!,síntipodeA.campos-portoi);Itatiaia,P.CamposPorto de A. otites Link. Por esse motivo, o espécime s.n.(RB30673!,síntipodeA.campos-portoi)',Itatiaia,Três Crueger44foieleitocomolectótipo,poismelhor Picos, 19.V111.1933,A.C. Brade 12602(RB!,síntipodeA. campos-portoi). SÃOPAULO: Bananal doSeitãodo Rio representa o táxon e tem coletor claramente A definido. Vermelho,1000m,2l.V.1936, C.Brade15201(RB!,síntipo deA.campos-portoi). EspécimesdoBrasiledaGuianaanalisados Endêmica para o Brasil, ocorrendo nos duranteestetrabalhoconferemexatamentecomo estadosde Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de lectótipo aqui estabelecido. Smith (1995) cita a Janeiro, São Paulo e Paraná. Cresce no solo ou ocorrência deAsplenium claussenii Hieron. para raramente como epífita na mata úmida, em aregiãodaGuianaVenezuelana. Entretanto,com regiõesde florestasombrófilasdensasmontanas base na ilustração apresentada, o material e alto-montanas. provavelmente pertenceaA. cruegeri. Rodriguésia 61(1): 109-114.2010 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 .. 0 : Notas taxonômicas em Aspleniaceae 1 11 Crescenosoloousobrerochasjuntoafontes Esta espécie caracteriza-se por apresentar úmidas,geralmenteassociadaàscampinaranas,ou raízes tomentoso-ferrugíneas, frondes pendentes, emambientesflorestaisabertos,de 100ma250m lanceoladas,membranáceas,dimorfas,pinaslongo dealtitude.Osregistrosnoterritóriobrasileirosão atenuadas e pínulas nitidamente pecioluladas até restritos ao estado do Pará. quaseoápicedapina,inclusivenaporçãodistaida lâmina. Muitos espécimes oriundos do Brasil e 1.AspleniumJlabeüulalum Kunze,Linnaea9:71. 1834, Paraguai têm sido identificados comoAsplenium nonKlotzsch, 1847necMettenius, 1859.Tipo:PERU. cuspidatum Lam., mas esta espécie difere por PAMPAYACO:VH.1829,E.F. Poeppig1145(holótipo apresentaralâminacoriácea,pinaspinatífidas,com LE;isótiposB,fotoemUS!;W,fotoemBM!). algumaspínulaslivres,pecioluladas,apenasnapina AspleniumflabellulatumKunzevar.partitum basal(holótipo:Jussieus.n.,P-Heb.Lamark!). Klotzsch,Linnaea20:357. 1847.Aspleniumradicans Asplenium auritum, outra espécie var.partitum (Klotzsch) Hieron., Bot. Jahrb. Syst. semelhante,diferedeA. gastonispelohábitoereto, 34;464. 1904.Aspleniumpartitum(Klotzsch)C.Chr., pelalâminacoriácea,pelasnervuras imersasepor Ind.Fil.p. 125. 1905.syn.nov. Tipo:VENEZUELA. apresentar lâmina pinada a pinado-pinatífida. CARACAS: C.F. Otto651(lectótipoB,designado Ocasionalmente,aspinasbasaisapresentampínulas porMorton&Lellinger 1966,fotoUS!). nitidamente pecioluladas, mas esta segmentação AspleniumparaguarienseHieron.,Hedw.60: não se estende além das pinas medianas, que se 261. 1919. Tipo: PARAGUAI. PARAGUARÍ: apresentam,nomáximo,pinatífidas. CordilheiradeMobastobi,V.1881, B.Balansa2891 Todososexemplaresexaminados,identificados (holótipoP!; isótipoB!).syn. nov. previamente como Asplenium auritum var. Espécie pertencente ao grupo deAsplenium diversifolia Rosenst., são representados por radicans L., caracterizado por apresentar raque indivíduosdefrondesjovensquemostramsegmentos esclerificada e prolífera.Aspleniumflabellulatum filiformes.MuitosexemplaresjovensdeA.gastonis e refere-seàsformasbipinadas,cujaspínulasbasais A. auritum bem como de outras espécies desse , possuem dois a três segmentos flabeliformes no gênero, podem, frequente ou mais raramente, lado acroscópico, caracteres compartilhados com apresentarfrondescomsegmentosestreitosnoinício osmateriaistipodeA.flabellulatumvar.partitum do seu desenvolvimento. eA.paraguariense.OcorredoMéxicoaoParaguai. Asplenium gasto?ús tem como seu limite No Brasil, distribui-se preferencialmente nas setentrional o Paraguai, sendo especialmente florestas estacionais dos estados de Mato Grosso, abundante nas matas da baciada Prata. Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. 9.Aspleniumgeraeme(C.Chr.)Sylvestre,stat.nov. & AspleniumserraLangsd. Fisch. var.geraense C. 8.Aspleniumgastonis Fée, Crypt. Vasc. Brésil 1 Chr.,Bot.Tidsskr.25(1): 80. 1902.Tipo: BRASIL. 70, tab. 19, fig. 2. 1869. Tipo: BRASIL. RIO DE MINASGERAIS:Caldas, 1000m,infissulisrupium, JANEIRO: SerradosÓrgãos,S.Luis,28.IV.1868, 30.X.1875,C.Mosen2119(lectótipo,aquidesignado, A.F.M. Glaziou 1773 (P!, lectótipodesignadopor P!;isolectótiposK!,R!,US!). & Cremers Viane2008). O lectótipo foi escolhido por possuir os AspleniumdivergemMett. ex Bakerin Mart., caracteres diagnósticos da espécie citados no Fl. bras. 1(2): 445. 1870. Tipo: BRASIL. RIO DE protólogo e pelo fato dos demais remanescentes JANEIRO: Serra dos Órgãos, W.J. Burchell 2374 do síntipo originalnãoterem sido localizados nos (lectótipo,aquidesignado,B!;isolectótipoK!),syn.nov. herbários consultados. E uma espécie endêmica Aspleniumauritumvar.diversifoliaRosenst., do Brasil, ocorrendo nos estados da Bahia e Hedwigia46: 104. 1906.Tipo: BRASIL. SANTA MinasGerais. Aespéciehabitaáreasprotegidas CATARINA: Lages, 1906, C. Spannagel 361 na base de rochedos, crescendo em sedimentos (holótipoB!;isótiposLE,NY!,P!,US!),syn. nov. acumulados entre rochas, geralmente associada a Materialexaminado: BRASIL.SANTACATARINA: espécies de Velloziaceae, em regiões de campos Sem localidade específica, Mors 40 (P!, síntipo de A. gastonis).SÃOPAULO:PraiaD’Alegre,Burchell4671 rupestres.Podeserencontradatambémemrochedos (B!, K!, síntipodeA. divergem). ou no solodasmatasciliares. Rodriguésia 61(1): 109-114.201 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. I 12 Sylvestre, LS. 10.AspleniumpseudonitidumRaddi,Pl.Bras.Nov. Materialexaminado:URUGUAI.IV.1876,J.Arechavaleta Gen. 1: 39, tab. 55. 1825.Tipo: BRASIL. RIODE 403 (BI, síntipo de A. lunulatwn var. sellowianum). JANEIRO:Inveniturindeclivitatemontisnuncupati ARGENTINA.ENTRERIOS:ConcepcióndeiUruguai, oFrade, G. Raddis.n. (holótipoPI). 2.V.1880,G.Nierderlein239(B!,síntipodeA.lunulatwn AspleniumovalescensFée,Crypt.Vasc. Brés. var. sellowianum). 1:72,tab. 18,fig.2. 1869.Tipo: BRASIL. RIODE Caracteriza-se por apresentar pinas JANEIRO: Serra dos Órgãos, 8.IX.1868, A.F.M. retangulares, obtusas, margens crenadas, pinas Glaziou2814(lectótipoP!,designadoporCremer basais reduzidas, auriculiformes, e lâmina com & Viane2008;isolectótiposB!,K!),syn.nov. ápice prolífero, com a gema localizada no ponto Asplenium tamandarei Rosenst., Hedwigia de inserção das pinas terminais. Espécies 56:363. 1915.Tipo: BRASIL. RIODEJANEIRO: semelhantes são Asplenium ulbrichtii e A. SerradeItatiaia,inrupibumfissuris,4-10.VI.1913, claussenii Hieron. Da primeira, difere por F. Tamandaré Toledo Jr. et A.C. Brade 6453 apresentar tamanho maior, lâmina menos (holótipoS,fotoBM!;isótiposSP!,SPF!),syn. nov. membranácea e pinas com bordos crcnados. Dc Asplenium pseudonitidum caracteriza-se A. clausseniidiferepeloápicedalâminaprolífero pelalâminabipinada,raqueepecíoloscastanhos, e pelaspinasbasais auriculiformes. esclcrificados, e segmentos das pínulas arredondados, obtusos. O tipo de A. ovalescens 12.Aspleniumtrindadense(Brade)Sylvestre,stat. apresenta as mesmas características de A. nov.AspleniumpraemorsumSw. var. trindadense pseudonitidum, mas a forma geral das pínulas Brade, Arch. Inst. Biol. Veg. 3(1): 3. 1936. Tipo: variadedeltóideaovado.OtipodeA. tamandarei, BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Ilha de Trindade, ao contrário, evidencia pínulas bem menores 14.1.1917,P. CamposPorto584(holótipoRB!). quando comparadas a A. pseudonitidum. Asplenium praemorsum Sw. var. Entretanto, após observação dos espécimes no artemisiaefoliumBrade,Bradea 1(1):5,tab.2. 1969. campo(ParqueNacionaldeItatiaia),evidenciou- Tipo:BRASIL.ESPÍRITOSANTO:IlhadeTrindade, se que tais formas eram encontradas em Pico Desejado, 600 m, 13.XI.1965, J. Becker806 exemplaresjovens e férteis deA. pseudonitidum (holótipoHB!;isótiposR!,US!),syn. nov. que, após a formação destas frondes, emitia as Brasil, endêmicaparaaIlhadeTrindade,a frondes típicas daespécie. cercade 1 .000kmdolitoraldoestadodoEspírito Espécie endêmica do território brasileiro, Santo. Os exemplares destaespécie apresentam ocorrendocontinuamente de MinasGeraisao Rio tamanhos variados e caracteres xerofíticos Grande do Sul. É semelhante àAsplenium lindeni acentuados.Alâminafoliarécoriáceaospecíolos Hook.,daColômbia,daqual difereporapresentar são negros, com diâmetros que podem alcançar mm lâmina mais membranácea, pinas com margem até4 deespessura,diferindosubstancialmente serreada e ápice agudo, soros curtos e pouco dos espécimes de Asplenium praemorsum numerososeausênciaderaqueprolífera.Ganem et ocorrentes no continente americano. Alves al. (2007) consideram A. lindenisinônimo de A. (1998), através da análise no campo das pseudonitidum, o que não concordamos pelos populações ocorrentes na Ilha de Trindade, caracteres expostos acima e pela distribuição afirmou que a variação na morfologia destas geográficadisjunta.Pichi-Sermolli&Bizzarri(2005) plantas é muito grande e que isto se deve, consideramqueA.pseudonitidumtenhaocorrência provavelmente, a uma variação do conteúdo de restritaaoterritóriobrasileiro. nutrientesdisponíveis no solo. O material-tipo de A. praemorsum var. artemisiaefolium representa 11. Asplenium sellowianum (Hieron.) Hieron., um espécime que se enquadra na variação Hedwigia60:222. 1918,stat.nov.Aspleniumlunulatwn morfológica encontrada na população de A. var.sellowianum Hieron.,Engl. Bot.Jahrb. 22: 377. trindadense, sendo essa variedade considerada, 1896. Asplenium ulbrichtii var. sellowianum portanto, sinônimo destaespécie.A. trindadense (Hieron.)OstenetHerter,Pl.Uruguayenses,Pter.p. ésemelhantea A.aethiopicum(Burm.f.)Bechrer, 25. 1924.Tipo: URUGUAI: Montevideo,F.Sellow espécie do Velho Mundo, queé diferenciadapor 483(lectótipo,aqui designado,B!). apresentar caule reptante. A ocorrência de A. AspleniumsellowianumC.Presl,Tent.Pterid. aethiopicum naÁfrica,deA. trindadensenailha p. 107. 1836,nom.nud. oceânica no Atlântico Sul e de A. praemorsum Rodriguésia 61(1): 109-114.2010 SciELO/ JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. ; . Notas taxonômicas em Aspleniaceae 113 no Neotrópico, pode configurar um exemplo de naobraoriginal,caracterizandoalâminafoliarcomo espécies irmãs que sofreram especiação através “deltóideo-lanceolada”. O material escolhido é o de dispersão a longa distância, conforme já que representa melhor este aspecto, presente na discutido para outras espécies por Moran & grande maioria dos espécimes estudados. Smith(2001). Agradecimentos 2123.0.As19p0l4e.nTiiupmo:ulBbRrAicShItLii.RSosÃeOnstP.A,UHLeOd:wiTgoilaed4o3,: Aos curadores dos herbários citados o empréstimodomaterialouahospitalidadequandoem entre musgos nas pedras do arroio, Ulbricht 8 visita às suas coleções. À Coordenação de (holótipoS;isótipoNY!). AperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior(CAPES) Asplenium ulbrichtii var. major (“maius”) Rosenst., Hedwigia46: 99. 1906.Tipo: BRASIL: oauxíliofinanceiroconcedidonaocasiãodavisitaàs RIOGRANDEDOSUL:PassoMangueira,C.Jürgens coleções no exterior. Ao Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientíficoeTecnológico-CNPqa et A. Stier 66 (lectótipo, aqui designado, S! BolsadeProdutividadeemPesquisaconcedida. isolectótipoNY!), syn.nov. Asplenium ulbrichtii var. serrato-dentatum Referências Rosenst.,Hedwigia46:99. 1906.Tipo:BRASIL.RIO GRANDEDOSUL:SantaCruz,Fazenda(Hortícola) Alves, R.J.V. 1998. IlhadeTrindade e Arquipélagode Mangueira,JürgensetStier661 (holótipoS;isótipo Martim Vaz-um ensaio geobotânico. Serviço de possivelmente-emP),syn. nov. DocumentaçãodaMarinha,Niterói. 143p. Materialexaminado BRASIL.SANTACATARINA: Cremers,G. &Viane, R.L.L. 2008.Lectotypicationsof Lages, C. Spannagel:147(NY!, US!, isosíntipos de A. some American Asplenium taxa (Aspleniaceae) Pteridophyta. SystematicandGeographyofPlants ulbrichtiivar.major). 78:217-229. EspéciesimilaraAspleniumsellowianum da qnuãaoludlitfrearpeapseslaomtaam13anchmodmeencoormpdraismfernotnode(s,emq,uAe. Ganelma.,2M0.0A7..;ReGviiusdiiócne,deGi.Eg.r;upLoun“aA,spMl.eLn.i&umSsoqtua,amE.oRs.udme” sellowianumpodematingiraté30cm),pelaspinas Mora(nA,spRl.eCn.iac&eaSem)ietnh,AmAé.rRic.a.20C0a1n.doPlhlyetao6g2e:o1g4r9a-p1h5i6c. maiscurtas(0,5-1 cmcompr.emA.ulbrichtiie ,3- 1 relationships between Neotropical and African- 1,7 cm compr. emA. sellowianum), desiguais por Madagascanpteridophytes. Brittonia53: 304-351. cercada metade de seu comprimento, pelas pinas Morton,C.V.&Lellinger,D.B. 1966.ThePolypodiaceae finamente membranáceas epelos bordos serrados subfamilyAsplenioideaeinVenezuela.Memoirsof a denteados. As variedades descritas baseavam- lheNewYorkBotanicalGarden 15:1-49. se na forma das margens das pinas, um caráter Pichi-Sermolli,R.E.G.&Bizzarri,M.P.2005.Arevisión extremamente variável nesta espécie, não of Raddfs pteridological collection from Brazil justificando a manutenção destas categorias. (1817-1818).Webbia60: 1-393. & Schneider,H.;Russell,S.J.;Cox,C.J.;Bakker,F.;Henderson, 14. Asplenium wacketii Rosenst., Hedwigia 46: S.; Rumsey,F; Barrett,J.; Gibby,M. & Vogei,J.C. 102.1907.Tipo:BRASIL.SÃOPAULO:RioGrande, 2004. Chloroplast phylogeny of Asplenioid Fems based on rbcL and trnL-F spacer sequences ad terram in silvis primaevis, M. Wacket 108 (Polypodiidae, Aspleniaceae) and its implications (lectótipo,aquidesignado, P!;isolectótipoNY!). forBiogeography.SystematicBotany29:260-274. Asplenium scandicinum var. gardnerianum Schuettpelz, E. & Pryer, K.M. 2008. Fem phylogeny. Baker in Mart., Fl. bras. 1(2): 447. 1870. Tipo: In: Ranker,T.A. &Haulfler,C.H.Thebiologyand BRASIL.RIODEJANEIRO:SerradosÓrgãos,Serra evolution of Ferns and Lycophytes. Cambridge da Onça, 27.IV.1868, A.F.M. Glaziou 2338 University Press, London. Pp. 395-416. (lectótipo,aquidesignado, P!). Smith, A.R.; Pryer, K.M.; Schuettpeltz, E.; Korall, P.; Material examinado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Schneider,H. & Wolf, P.G. 2006. Aclassification SerradosÓrgãos,8.IX.1868,A.F.M. Glaziou2813(P!, forextantfems.Taxon55: 705-731 síntipodeA.scandicinumvai.gardnerianum);G.Gardner Smith,A.R. 1995.Aspleniaceae.In: Berry,P.E.;Holst, 177b(B!,síntipodeA.scandicinumvar.gardnerianum; B.K. & Yatskievych, K. Flora ofthe Venezuelan K!,isosíntipo).SÃOPAULO:RioGrande, Wacket 150 Guayana. Vol. 2. Pp. 12-22. (P!, sínAtipeosdceoAl.hawacdkoetili;ecUtSó!tiipsoosíndteipoA).. wacketii Sylvefstarmeí,liLa.SA.s2pl0e0n1i.aRceevaiesãoocotrarxeonntôesmincoaBdraassiels.péTceiseesddea (Wacket108)foibaseadanainformaçãoconstante Doutorado.UniversidadedeSãoPaulo,SãoPaulo.575p. Rodrlguésia 61(1): 109-114.2010 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. 114 Sylvestre, L.S. Sylvestre,L.S.2010.Aspleniaceae. In:ListadeEspécies Thiers,B. [continuouslyupdated], IndexHerboriorum: daFloradoBrasil.JardimBotânicodoRiodeJaneiro. A global directory of public herbaria and Disponívelem<http://floradobrasil.jbij.gov.br/2010/ associated staff. New York Botanical Garden's FB090671>. Virtual Herbarium. 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