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Notas de cozinha [Codex Romanoff] PDF

36 Pages·2012·12.309 MB·Portuguese
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1/PB 4/5 4/5 6/7 6/7 ÍNDICE/ 1.NOTA INTRODUTÓRIA 6/7 2.SOBRE LEONARDO 8/9 3.UM GÉNIO DA COZINHA 10/11 4.A FIGURA DE LUDOVICO SFORZA 12/13 4.ACERCA DO COMPORTAMENTO IMPRÓPRIO À MESA DO MEU AMO 14/15 6.MÁQUINAS DE LEONARDO PARA POUPAR TEMPO NA COZINHA 16/19 7.AS RECEITAS DE LEONARDO 20/23 a/Sopa de folhas de nabo b/Pudim de mosquito branco c/Pudim de natal d/Pavão assado 8.AS MÁQUINAS QUE AINDA TENHO DE INVENTAR PARA AS MINHAS COZINHAS 24/25 9.O CÓDEX ROMANOFF DE LEONARDO DA VINCI 26/27 8/9 Pelo Doutor Marino Albinesi, promotor de justiça em Roma e presidente do Circolo Enogastronomico d’Italia. Causou sempre uma certa estranheza o facto de alguém tão curioso em relação a tudo (como era o caso de Leonardo da Vinci) ter deixado um espólio tão reduzido em termos de referências relevantes acerca da comida e da culinária. Isto, num homem cuja maior e mais conhecida realização pictórica, essa representação de parcimónia culinária denominada A Última Ceia, em que gastou três anos da sua vida, abordava tanto questões de comida como valores espirituais. Isto num homem que no seu testamento deixou uma parcela considerável dos seus bens a um ser muito particular: a sua cozinheira, Battista de Villanis. Isto num homem que, durante toda a sua vida, se interessou tanto por alimentação e culinária como por projectos de pinturas e fortificações, além de investigar inúmeros outros assuntos que despertavam a sua curiosidade. Realmente, o seu interesse pela culinária foi mais activo do que em outro domínio qualquer. Teve mesmo de o ser. Não apenas quando ainda pouco mais era do que um rapazinho e conseguia algumas dispensas das obrigações que o retinham no estúdio de Verrochio, tra- balhando, para realizar algum dinheiro de bolso, nas cozinhas de um botequim florentino; não apenas na altura em que, de parceria com Sandro Boticelli, 8/9 tentou abrir o seu próprio botequim; mas, muito especialmente, nas suas aptidões como mestre das folias e banquetes na corte dos Sforza – e convém recordar que desempenhou esse cargo durante mais de treze anos – o que implicava um conhecimento vasto, e muito próximo, dos assuntos de alimentação. Todavia, o número de referências à comida e à bebida nos cadernos de apontamentos de Leonardo conhecidos até hoje é por assim dizer, mínimo – meia dúzia de generalizações e alguns aforismos, mas nem uma só menção ou receita, depois de todo o tempo que viveu na corte dos Sforza. Hoje, numa tentativa para preencher esta lacuna, é-nos apresentado finalmente aquilo a que um número cada vez maior de pessoas, incluindo os presentes autores, designam por Codez Romanoff e até a minha velha amiga, Shelagh Marvin Routh, que, juntamente com o marido Jonathan, passou muitos anos em busca desta pista culinária de Leonardo, tem de admitir que não há absolutamente nenhuma forma de de autenticar como texto genuíno de Leonardo da Vinci esta cópia de um manuscrito Italiano, que trata quase exclusivamente de comida, e que parece ter surgido vinda de parte nenhuma.1 Que sentido deveremos atribuir à breve nota que encabeça esse ma- nuscrito, e que diz: “Este é o texto que eu, Pasquale Pisapia, copiei por extenso a partir do manuscrito de Leonardo da Vinci, que agora se encontra no Ermitage, em Leninegrado”? Quem era, ou quem é, Pasquale Pisapia? Como se explica ser ele a única pessoa a ter tido conhecimento do manuscrito? E, tendo os funcionários do Ermitage negado que tal obra de Leonardo existia no seu museu, é tarefa complemente inglória procurar fundamentar a sua autenticidade, para já não falar da sua própria existência. (Ainda que não me custe nada reconhecer que, ainda não há muito tempo, os Russos “negaram” muitas outras coisas). 1. falo aqui em termos metafóricos, mas até ao momento em que aristocrática família do Piemonte (alegadamente avessa a toda a forma de publicidade e em cuja posse, segundo consta, o dactiloscrito se encontra desde a última guerra) vier a público fornecer uma explicação satisfatória, “de parte nenhuma” continua a ser a expressão que prefiro usar. 10/11

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