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no anfiteatro da anatomia PDF

178 Pages·2013·0.8 MB·Portuguese
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NO ANFITEATRO DA ANATOMIA O CADÁVER E A MORTE ANA CAROLINA BISCALQUINI TALAMONI N O ANFITEATRO DA ANATOMIA CONSELHO EDITORAL ACADÊMICO Responsável pela publicação desta obra Washington Luiz Pacheco de Carvalho João José Caluzi Ana Maria de Andrade Caldeira Antonio Vicente Marafi oti Garnica Luciana Maria Lunardi Campos Roberto Nardi Nelson Antonio Pirola Osmar Cavassan Maria de Fátima Neves Sandrin Renata Cristina Cabrera ANA CAROLINA BISCALQUINI TALAMONI N O ANFITEATRO DA ANATOMIA O CADÁVER E A MORTE © 2012 Editora UNESP Cultura Acadêmica Praça da Sé, 108 01001-900 – São Paulo – SP Tel.: (0xx11) 3242-7171 Fax: (0xx11) 3242-7172 www.culturaacademica.com.br [email protected] CIP – BRASIL. Catalogação na Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ __________________________________________________________________________ T144a Talamoni, Ana Carolina Biscalquini No anfi teatro da anatomia: o cadáver e a morte / Ana Carolina Biscalquini Talamoni. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. Inclui bibliografi a ISBN 978-85-7983-350-2 1. Anatomia humana. I. Título. 12-9263. CDD: 611 CDU: 611 __________________________________________________________________________ Este livro é publicado pelo Programa de Publicações Digitais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) Editora afi liada: S UMÁRIO Apresentação 7 1 O cadáver, signo da morte 13 2 Os tratamentos dirigidos ao cadáver 43 3 Um esboço da trajetória anatômica 53 4 As dissecações anatômicas e o problema do material cada- vérico 113 5 A Anatomia e o ensino de Anatomia no Brasil 139 Considerações fi nais 165 Referências bibliográfi cas 167 A PRESENTAÇÃO Este livro constitui-se em uma das etapas de uma pesquisa mais ampla que teve como objetivo realizar uma análise interpretativa dos processos de ensino e de aprendizagem engendrados no âmbito das aulas da disciplina Anatomia Geral e Humana ministrada para uma turma de estudantes de um curso de licenciatura em Ciências Bioló- gicas.1 Na tarefa de observação e interpretação das aulas, buscou-se focar o processo de familiarização dos estudantes com o laboratório de Anatomia e, consequentemente, com o acervo anatômico ali existen- te, isto é, com as peças cadavéricas. Para cumprir esta proposta, utili- zou-se como abordagem teórico-metodológica os preceitos das Pes- quisas Qualitativas em Educação e, sobretudo, os apoios oferecidos pela Antropologia Interpretativa representada por Clifford Geertz. A opção pelo recorte centrado no processo de familiarização dos estudantes junto ao acervo anatômico deveu-se ao fato de conceber- -se a aula, e mais especifi camente a aula de Anatomia, não apenas em seus aspectos didático-pedagógicos, mas também enquanto um fato social, um entrecruzamento de momentos históricos para o qual fl uem aspectos sociais, científi cos, psicológicos e culturais pertinen- tes não só à própria Anatomia, mas também noções polifônicas de 1 Talamoni. Pesquisa realizada com apoio da Capes, 2012. 8 ANA CAROLINA BISCALQUINI TALAMONI vida, de morte e de ciência que, a seu tempo, permitiram a forma- tação e também a consagração do saber anatômico e do seu ensino acadêmico. As perspectivas adotadas de pesquisa e de aula cobraram da autora a peregrinação por diversas áreas do conhecimento, marca- damente da Educação, Ensino de Ciências, História, Antropologia, Pedagogia, Psicologia e da Biologia. Cumpriu-se assim a proposta de uma iniciativa voltada para uma pesquisa interdisciplinar que aborda a aula de Anatomia a partir de suas interfaces com a cultura científi ca, com o Ensino de Ciência e, em linhas gerais, com o terri- tório abrangente da cultura. Tanto a disciplina anatômica quanto o processo de familiari- zação dos indivíduos com o laboratório de Anatomia e com o acer- vo anatômico espelham nos seus meandros uma prática científi ca plurissecular cuja trajetória mostra-se precariamente sistematizada nos estudos acadêmicos, quer os gerados pelos biólogos, quer pelos historiadores e fi lósofos das ciências. Entendendo-se a Ciência – e, portanto, a própria Anatomia – como produto sui generis da cul- tura, seu desenvolvimento se dá conjuntamente com o movimento de (re) defi nições das sensibilidades sociais próprias da civilização ocidental. Em consequência, postula-se que, no cenário que culminou na consagração da Anatomia como um campo inquestionavelmente científi co, exista uma série de ocorrências, conhecimentos e sensibi- lidades que, se em um primeiro momento podem ser considerados externos ao saber especializado, na verdade afl oram como funda- mentais para a compreensão dos fenômenos focados neste livro. Em resultado desta postura, admite-se que a produção do co- nhecimento e sua transmissão mediante o ensino formal podem ser defi nidas como exercícios intelectuais de longa duração, o que im- põe a necessidade e a urgência da realização de um estudo pautado pela perspectiva histórico-cultural. Com isto, ganha signifi cado es- tratégico para o ensino e a aprendizagem da Anatomia a análise das imagens arquitetadas no decorrer do tempo sobre a morte, os mortos e os cadáveres, desafi os que ditam o objetivo deste livro. NO ANFITEATRO DA ANATOMIA: O CADÁVER E A MORTE 9 Em continuidade, cabe salientar que o conjunto multifacetado de imagens que conferem contornos nem sempre claros às represen- tações da vida, da morte e dos corpos destituídos de vida se consti- tui em uma tortuosa trama que tem permitido a manipulação dos cadáveres em prol da produção dos conhecimentos anatômicos. O entendimento dessa complexa rede de signifi cados é um objetivo grandioso e que, portanto, sabe-se de antemão, não será esgotado neste texto. O que se oferece ao leitor é uma revisão minuciosa da bibliografi a disponível acerca da temática, motivo pelo qual multi- plicaram-se as referências bibliográfi cas e as transcrições do que foi escrito por vários autores, visando com isto reiterar a importância das fontes primárias utilizadas e o percurso assumido pela própria análise no decorrer desta pesquisa. Ressalta-se ainda que a proposta deste livro é realizar um estudo histórico que busca contribuir para a melhor elucidação de algumas questões datadas no tempo presente, sendo que algumas delas não se restringem apenas à aula e ao laboratório de Anatomia. Como exem- plo, cita-se o fato noticiado pelo jornal Folha de S.Paulo on- line, no dia 31 de maio de 2012, sob o título “Polícia encontra crânios e fetos em terreno de universidade em SP”.2 De acordo com a reporta- gem, os dirigentes de uma conhecida instituição de ensino superior sediada na capital paulista, ao ter seu curso de Enfermagem descre- denciado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), viram-se diante da contingência de desativar o laboratório de Anatomia da instituição e, para tanto, teriam solicitado a um zelador que enter- rasse as peças anatômicas no jardim situado no terreno da própria universidade. Este acontecimento, ao ganhar conhecimento públi- co, gerou por alguns dias um acalorado debate, demonstrando de forma bastante evidente a atualidade da temática assumida por este livro. Acima de tudo, o que foi registrado pelo jornal pontua a faceta mais cruel do processo de desumanização e desvalorização dos mor- 2 Disponível em: <htp://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1098674-policia-en- contra-cranios-e-fetos-em-terreno-de-universidade-em-sp.shtml>. Acesso em: 31 maio 2012.

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Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Anatomia e, consequentemente, com o acervo anatômico ali existen- te, isto é, com as peças
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