ebook img

NELI MARIA TELEGINSKI PDF

355 Pages·2016·8.19 MB·Portuguese
by  
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview NELI MARIA TELEGINSKI

NELI MARIA TELEGINSKI SENSIBILIDADES NA COZINHA: A TRANSMISSÃO DAS TRADIÇÕES ALIMENTARES ENTRE DESCENDENTES DE IMIGRANTES POLONESES NO CENTRO-SUL DO PARANÁ, SÉCULO XX CURITIBA 2016 2 NELI MARIA TELEGINSKI SENSIBILIDADES NA COZINHA: A TRANSMISSÃO DAS TRADIÇÕES ALIMENTARES ENTRE DESCENDENTES DE IMIGRANTES POLONESES NO CENTRO-SUL DO PARANÁ, SÉCULO XX Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em História. Orientadores: Prof. Dr. Carlos Roberto Antunes dos Santos (in memorian) Prof.ª Dr. Karina Kosicki Bellotti CURITIBA 2016 3 4 5 AGRADECIMENTO Aos familiares, amigos e amigas que incentivaram minha formação e estiveram ao meu lado nesta fase importante da minha vida. Agradecimento especial à vovó Verônica, à “Baba Zeza” (vovó Elizabeth) e minha mãe Luzia, pelas experiências em plantar alimentos, cozinhar e comer também com a alma. Foi a convivência com estas mulheres que me levou também a refletir sobre a alimentação para além das panelas e do fogão. Ao Professor Dr. Carlos Roberto Antunes dos Santos que se foi em 2013, sem conseguir concluir a orientação deste trabalho, cuja memória não será apagada, nem seu legado como professor e historiador. Sua paixão pela história e cultura da alimentação foi exemplo e inspiração para uma nova geração de pesquisadores. Á Professora Karina Kosicki Bellotti por ter aceitado à orientação contribuindo, de maneira sensível, na finalização da pesquisa. Em suas aulas de Seminário de Pesquisa pude refletir sobre uma escrita da história atenta aos sentimentos humanos, às identidades culturais e à identidade de um historiador da cultura que procurei inscrever nas páginas desta tese. Nos seminários de pesquisa tive o prazer de conviver com maravilhosos colegas de curso que ingressaram na seleção de 2012. Agradeço pela amizade e companheirismo que se mantém pelas redes sociais. Agradeço também aos colegas pesquisadores em História da Alimentação pelas contribuições teóricas. Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em História que participaram de forma mais próxima da minha formação ministrando disciplinas. Agradeço em especial, as professoras que realizaram o Exame de Qualificação: Prof.ª Dr.ª Roseli Boschilia (UFPR/História) e Samara Mendes Araújo Silva (UFPR/Educação). Agradeço ao Prof.º Dr. Sergio Odilon Nadalin, ao Prof.º Dr. Euclides Marchi, à Profª Dr.ª Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla e Profª Dr.ª Samara Mendes Araújo Silva por terem aceitado o convite para participar da banca. Aos entrevistados e entrevistadas nesta pesquisa e à todos que contribuíram abrindo suas memórias sobre os antepassados, sobre alimentos e práticas dos poloneses e descendentes no Brasil. Agradeço também as lideranças dos Núcleos da Braspol (Representação Central da Comunidade Brasileiro Polonesa no Brasil) em Irati, Mallet e Prudentópolis por me inserirem em suas discussões, ações e em suas comunidades, mediando contatos. À Capes, pelo auxílio financeiro. 6 Enquanto uma de nós conservar os saberes nutricionais de vocês, enquanto de mão em mão e de geração em geração se transmitirem as receitas da terna paciência de vocês, subsistirá uma memória fragmentária e obstinada da própria vida de vocês. Luce Giard 7 RESUMO Este estudo visa discutir um conjunto de saberes culinários, práticas alimentares e receitas da tradição culinária polonesa na região centro-sul do Paraná e os significados destes alimentos e práticas para um grupo de pesquisados, em sua maior parte constituído por descendentes de poloneses. As fontes históricas da pesquisa são as fontes orais, construídas através da metodologia da história oral. O lócus deste trabalho envolve os municípios de Irati, Mallet e Prudentópolis. Trata-se de uma região marcada pela imigração de poloneses, participantes do complexo processo imigratório ocorrido no final do século XIX e início do século XX. Neste contexto, pratos e práticas culinárias do centro-leste europeu foram introduzidos no Brasil pelos imigrantes e transmitidos às gerações descendentes, passando a fazer parte dos hábitos alimentares na região em questão. Dessa forma, integram o patrimônio cultural paranaense e brasileiro e dialogaram com o sistema alimentar local envolvendo intercâmbios com outros grupos étnicos, preferências e rejeições. Práticas que estabelecem um espaço social alimentar amplo e complexo, e que podem ou não atuar na dimensão da diferenciação social. Engendramos uma discussão a partir de referenciais teóricos e epistemológicos da história cultural e da história e cultura da alimentação, dialogando com a antropologia e sociologia da alimentação. A pesquisa visa contribuir com as demandas e discussões contemporâneas sobre a alimentação em diversas esferas – acadêmicas, sociais, políticas, econômicas, culturais e religiosas – refletindo sobre suas funções na sociedade atual e suas conexões com o passado, através da memória. PALAVRAS-CHAVE: Identidades culturais; Imigrantes poloneses; Culinária imigrante; Sensibilidades culinárias; Religião e Alimentação 8 ABSTRACT This study aims to discuss a range of culinary know-how, eating habits and recipes of traditional Polish cuisine in the south-central region of Paraná and what these foods and practices mean to a group of respondents, the majority of which consisting of Polish descendants. The sources of historical research have been verbally transmitted, built on the basis of a word-of-mouth history methodology. The location of this work involves the municipalities of Irati, Mallet and Prudentopolis. This is a region essentially marked by Polish immigration, partakers in the complex immigration process that occurred in the late nineteenth century and early twentieth century. In this context, dishes and culinary practices from East-Central Europe were introduced in Brazil by immigrants and transmitted from one generation to another, becoming part of the eating habits of the region concerned. These practices have as such, integrated the cultural heritage of Brazil and the Parana region and have established a dialogue with the local food system, which involves interchange with other ethnic groups, preferences and rejections. Practices that have established a large and complex social food area, which may or may not have an impact on the scope of social differentiation. We have conducted a survey from theoretical and epistemological frameworks of cultural history and of the history and culture of food, maintaining a dialogue with the anthropology and sociology of food. The research aims to contribute towards the contemporary demands and discussions surrounding food on several levels - academic, social, political, economic, cultural and religious - reflecting on its role in today's society and its connections to the past, through memory. KEY WORDS: Cultural Identities ; Polish Immigrants ; Immigrant Cuisine; Culinary Sensibilities ; Food and Religion. 9 LISTA DE IMAGENS FIGURA 1 – MAPA DO PARANÁ ................................................................................ 26 FIGURA 2 – NALESNIK .................................................................................................. 132 FIGURA 3 – PIEROGI CONGELADO ........................................................................... 135 FIGURA 4 – “PRATOS TÍPICOS” POLONESES EM IRATI ....................................... 139 FIGURA 5 – PIEROGI DE VARSÓVIA, POLÔNIA ..................................................... 150 FIGURA 6 – PIEROGI DE VARSÓVIA RECHEADO COM CARNE ........................ 150 FIGURA 7 – PIEROGI DE VARSÓVIA RECHEADO COM ESPINAFRE ................. 151 FIGURA 8 – MASSA E RECHEIO DE PIEROGI, KIELCE, PL .................................. 151 FIGURA 9 – RECHEIO DE COGUMELOS, KIELCE, PL ............................................ 151 FIGURA 10 – RECHEIO DE COGUMELO E REPOLHO, KIELCE, PL ..................... 152 FIGURA 11 – PIEROGI COZIDO, KIELCE, PL ........................................................... 152 FIGURA 12 – PIEROGI “RUSKIE” PRODUZIDO EM MALLET, PR, BR ................. 154 FIGURA 13 – PIEROGI “RUSKIE” RODUZIDO EM IRATI, PR, BR ........................ 154 FIGURA 14 – PIEROGI COMERCIALIZADO EM IRATI, PR, BR ............................. 154 FIGURA 15 – PIEROGI SERVIDO EM IRATI, PR, BR ............................................... 154 FIGURA16 – PIEROGI SERVIDO EM MALLET, PR, BR ........................................... 154 FIGURA 17 – PREPARO DA MASSA DE PIEROGI NA RESIDÊNCIA DE R.D., EM MALLET, PR, BR ............................................................................................................ 155 FIGURA 18 – ABERTURA DA MASSA DO PIEROGI EM MALLET, PR................. 155 FIGURA 19 – ABERTURA DA MASSA DO PIEROGI EM MALLET, PR................. 155 FIGURA 20 – ABERTURA DA MASSA DO PIEROGI EM IRATI, PR ...................... 156 FIGURA 21 – ABERTURA DA MASSA DO PIEROGI EM IRATI, PR ...................... 156 FIGURA 22 – EXEMPLAR DE UM CORTADOR DE MASSA DE PIEROGI ............ 156 FIGURA 23 – FORMA DE FECHAR A MASSA DE PIEROGI ................................... 157 FIGURA 24 – FORMA DE FECHAR A MASSA DE PIEROGI ................................... 157 FIGURA 25 – PREPARO DO RECHEIO DO PIEROGI/CHEIRO VERDE ................. 157 FIGURA 26 – PREPARO DO RECHEIO DO PIEROGI/REPOLHO ............................ 157 FIGURA 27 – PREPARO DO RECHEIO DO PIEROGI/BATATA .............................. 157 FIGURA 28 – MISTURA DE INGREDIENTES DO RECHEIO BATATA, REPOLHO, REQUEIJÃO E CHEIRO VERDE .................................................................................. 158 FIGURA 29 – RECHEIO FINALIZADO ........................................................................ 158 FIGURA 30 – PIEROGIS FINALIZADOS ..................................................................... 158 10 FIGURA 31 – RECHEIO DE PIEROGI .......................................................................... 158 FIGURA 32 – EMBALAGENS DE PIEROGI CONGELADO ...................................... 159 FIGURA 33 – TŁUCZEK ................................................................................................. 162 FIGURA 34 – TŁUCZEK ................................................................................................. 162 FIGURA 35– PREPARO DA MASSA DE PIEROGI DE MANDIOCA ....................... 164 FIGURA 36 – MASSA DE MANDIOCA ....................................................................... 164 FIGURA 37 – MOLDAGEM DOS PIEROGI DE MANDIOCA .................................... 164 FIGURA 38 – RECHEIO DO PIEROGI DE MANDIOCA ............................................ 164 FIGURA 39 – MOLDAGEM DA MASSA DE PIEROGI DE MANDIOCA ................. 164 FIGURA 40 – FORMATO DO PIEROGI DE MANDIOCA .......................................... 164 FIGURA 41– FRITURA DO PIEROGI DE MANDIOCA ............................................. 164 FIGURA 42 – FRITURA DO PIEROGI DE MANDIOCA ............................................ 164 FIGURA 43 – PIEROGI DE MANDIOCA FINALIZADO ............................................ 164 FIGURA 44 E 45 – CARRETILHA E ROLO DE ESTICAR MASSA UTILIZADO PELAS COZINHEIRAS ............................................................................................................... 171 FIGURA 46 – PREPARO DO REQUEIJÃO .................................................................. 181 FIGURA 47 – PREPARO DO REQUEIJÃO .................................................................. 181 FIGURA 48 – PREPARO DO REQUEIJÃO .................................................................. 181 FIGURA 49 – FOGÃO À LENHA EM JACIABA, PRUDENTÓPOLIS, PR ................ 184 FIGURA 50 – FOGÃO À LENHA EM IRATI, PR ........................................................ 184 FIGURA 51 – FOGÃO À LENHA EM MALLET, PR ................................................... 184 FIGURA 52 – FOGÃO À LENHA EM MALLET, PR ................................................... 184 FIGURA 53 – PIEROGI FRITO ...................................................................................... 190 FIGURA 54 – FEIRA DO PRODUTOR IRATIENSE .................................................... 192 FIGURA 55 – CONSERVAS NA FEIRA ....................................................................... 192 FIGURA 56 – PIEROGI CONGELADO, CHARUTO, “REPOLHO FERMENTADO” E PANQUECAS .................................................................................................................. 192 FIGURA 57 – BANCA DE FEIRA DO PRODUTOR IRATIENSE .............................. 192 FIGURA 58 – PLACA DE ANÚNCIO DE COMÉRCIO DE ALIMENTOS................. 193 FIGURA 59 – COZINHA ADAPTADA PARA PRODUÇÃO DE MASSAS, DOCES E SALGADOS ..................................................................................................................... 193 FIGURA 60 – FORNO PROFISSIONAL ....................................................................... 193 FIGURA 61 – PIEROGI EMBALADOS, ROTULADOS E CONGELADOS PARA COMÉRCIO ..................................................................................................................... 193

Description:
aims to discuss a range of culinary know-how, eating habits and recipes of A fome é silenciosa e já foi tabu, como apontou Josué de Castro. Foi.
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.