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Nada pode deter a nossa revolução PDF

22 Pages·1978·15.305 MB·Portuguese
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PUBLICACAO PERIOOICA DE DISCURSOS , DE DIRIGENT~S E DOCUMENTOS D0 PA ·RTID 0 . .~' >•.~ .:'- NADA PODE DETER A NOSSA ....., REVOLU<;AO I ILUANDA I I - Dezembro I I I dO DA AGIUCULTUIlA PreQo linico Kz. ~.00 NADA PODE DETER - A NOSSA REVOlUCAO DISCURSO PROFERIDO PELO C.AMA RADA PRESIDENTE DR. AGOSTINHO NETO, NO COMiCIO DE APOIO AS DECISoES DA 1.a REUNIAO EXTRA ORDINARIA DO OO}llTE CENTRAL DO MPLA-PARTIDO ·DO TRABALlIO REALIZADO NO BAIRRO DO GOLFE EM LUANDA 17/12/1978 "Urn s6 Povo ... Uma s6 Nagao; e A Luta Continua ... A Vttoria Certa; Disciplina, Disciplina, Disciplina; Vigilancia, Vigilancia, VigiHincia; Producao, Producao, Producao; Compatriotas e Camaradas; Todos n6s estamos conscientes da actividade politic a que temos estado a desenvolver, na segunda metade deste ana e sabem, concer teza, todos os que estao aqui presentes, desde as primeiras horas da manha, que fui cumprir mais urn dever, acompanhando 0 Chefe de Estado da Liberia ao Aeroporto. E, por isso, cheguei com urn atraso que os camaradas verificaram. Espero que nao seja acusado por mais esta falta que cometo em relacao a uma parte importante da populacao da cidade de Luanda. Tenho ainda de dizer que, ontem, quando estive no. Huambo, a acompanhar 0.nosso ilustre visitante, os nossos camaradas do Huambo queriam que eu falasse para a populacao. Eu nao falei porque nas e ocasioes em que se acompanham urn Chefe de Estado, nosso habico conceder-Ihe todo 0 tempo necessario para ele se exprimir diante do nosso Povo. Portanto, nao fazia sentido que eu falasse no Huambo. Falarei numa outra ocasiao. 7 a Em relaeao Liberia, tivemos urn hospede, nao somente ilustre, nao somerrte simpatico, mas tambem um hospede amigo, urn hospede que compreendeu a nossa situacao, compreendeu os nossos problemas, compreendeu os sentimentos do nosso Povo e compreendeu, profunda mente, os problemas do nosso corrtinente. Sao problemas do.Iibertacao, o problema da unidade e 0 problema da cooperacao economics, essen cialmente. E eu creio que podemos tel' a esperanca de verificar, na pratica, e no nosso continente africano, uma aplicacao de algumas medidas para consolidar a nossa unidade, consolidar a nossa inde pendencia, consolidar os Morimentos de Libertacao Naeional, para podermos todos ser Iivres e, tambem, podermos cooperar do ponte de vista economico para que a Africa possa ser cada vez mais indepen e e dente, Esta, uma aspiracao comum do. Africa, uma aspiracao de todos os homens. Ninguem se sente feliz quando e dependents do outre. Cada urn quer ter a sua vida. Que...cooperar, sim, cada E.tado, cada Pais quer cooperar com os outros, mas em pe de igualdade. Sermos Itodosiguais para que tenhamos uma cooperacao sincera por que quando nao somos iguais, quando nao somes livres, podemos coo perar, mas nao somos sinceros. o Povo Angclanc, poder-se-a izer hoie, cooperou com Portugal. Cooperou como? Cooperou como escravo, cooperou como alguem que sempre foi constrangido, foi empurrado para uma colaboracao injusta. Isso nao e cooperacao. Isto foi aquilo que nos chamamos, aqui, a escra vizacao, que nos chamamos aqui, 0 colonialismo, e que nos Itermina mos. Ell nao sei porque, que alg.i.m.. as pessoas se assustam quando a gente fala da independencia, No dia 10 de Dezembro talei da independencia. Alguns camaradas assustaram-se. 0 que quer dizer independencia ? Ell, set 0 que quer dizer ind pen encia. Eu _uero ser sincere. Quem ser eu mesmo a tratar dos assur de Angola. 1;0", Isto nao slgnitica, de maneira nenhuma, que queira modificar a politic do no so Pa tide. Alifis, 0 Comite Central nao 0 consentiria. Nos queremos seguir 0 rnesmo caminho, mas COA1_ sinceridade, podendo dizer, pCI' xemplo, aos mericanos, que nos nao aceitamos relacoes diplomatic as com condicoes. 1550 nao pode ser. Nos nao podemos acei tar isso. Vieram aqui algumas delegacoes norte-american as - as cama radas nao estao dentro do Gove:no, tcdos e, portanto, nao sabem bern 0 que se passa - vieram algumas delegacoes norte-americanas. 8 o que nos disseram? - "Born, nos estamos prontos a estabelecer rela ~5es diplomaticas com Angola. No entanto, pomos as seguintes per guntas: Quando e que os camaradas cubanos van sair de Angola? Po mos a seguinte questao : Quando e que 0 Governo de Angola vai recon ciliar-se com a "Unita"? E, depois dizem-nos "parabens estamos muito contentes porque se reconciliaram com 0 Zaire". Bom, 0 que e que querem, estao satisfeitos? Porque ja temos a paz com 0 Zaire, e 0 Zaire pode desenvolver-se economicarnente. Que rem ter aqui dentro a "Unita", para abafar 0 MPLA! Querem que n6s retiremos daqui os nossos amigos inlternacionalistas, para os sul-atri canos nos atacarem ! E isso se 0 Comite Central do nosso Partido aceitasse, porque quer relacoes com os Estados Unidos da America, essas condicoes, deixava de ser urn Comite Central independente. N6s deixavamos de ser inde pendentes. Viveriamos it custa dos subsidios norte-americanos. Nao pode ser : Nos temos de viver da nossa pr6pria torca, da nossa pr6pria econo mia, do nosso genic politico! Temos de viver com 0 nosso Povo e com a rorca que n6s Itemosdentro do nosso Pais. Nao com a torca alheia. E e isso que sempre defendi e, portanto, eu nao compreendo quando ha reaccoes, s6 porque falei de independencia. Ja que comecei a falar de problemas internacionais, YOU terminar esse caprtulo. AS FOR<_;ASDO RACISMO NAO PODEM CONTINUAR A ATACARIMPUNEMENTE OS POVOS AFRICANOS Uma das grandes questoes, que n6s discutimos durante a visita de Sua Excelencia 0 Presidente William Tolbert, da Liberia, loi 0 de como derendermo-nos dos ataques do inimigo. Africa do Sui ataca-nos. Mor reram, em Cassinga, cerca de seiscentas pessoas. Nao houve reaccao. A Rodesia ataca, periodicamente, Mogambique. Morrem dezenas ou centenas de mocambicanos e de cidadaos do Zimbabwe. E nao ha reaccao. A Zambia e bombardeada. A sua populacao e assassinada. Nao sao ha reaccao, 0 Botswana e atacado. Os seus cidadaos assassinados. E nao ha reaccao. Continuaremos n6s a ser objecto constante dos ata ques da Africa do Bule de outros racist as, dos ataques reacciona- 9 rios do nosso continente, sem que nos criemos a capacidade de reaccao necessaria a disciplinar estes racistas-rasctstas, que, por enquanto, ainda existem no nosso corstinente. Qual sera 0 remedto v Como e que nos podemos reagir ? e Este urn problema extremamente serio, que 'tern de ser discuttdo no seio da Organizacao da Unidade Africana. Os paises africanos necessitam de garanttr a sua seguranca, garantir a sua defesa. Como faze-Io? e e Eu creio - e esta a minha opiniao - que so ha urn remedio: e armar cada Povo, formar exercitos populares, como nos temos aqui a Organizacao da Defesa Popular. Se nos 'todos, em Africa, quisermos organizacoes semelhantes, sera muito mais dificil, se estas organiza ~oesestiverem armadas, bern armadas, sera mais dificil ao inimigo vir e altacar impunemente. Espero que esta ideia nao seja somente uma ideia de Angola, mas seja, no futuro, uma ideia da Organizacao da Unidade Africana. E 0 povo quem garante a detesa. Mais ninguem. Nao podemos esperar por rorcas de fora, para assegurar a nossa tranquntdade. Temos de ser nos mesmos, enos temos que nos organizar. E INDISPENSAVELA COOPERA(:!AO REGIONAL E CONTINENTALEM AFRICA e Outro capitulo importante, 0 capitulo da nossa economia, econo mia do nosso continente. e Como que nos poderemos evitar as situacoes de fome, situacoes de miseria, as situacoes de populacoes que adormecem sobre as rique zas que estao no seu subsolo, a situacao de varios paises, com largas possibilidades, e que nao sao capazes de as explorar? Como e que nos vamos desenvolver as nossas economias, no continente, de maneira a dar mais felicidade aos nossos Povos? A unica resposta que encontro, que nos encontramos, aqui em Angola, e a cooperacao. Cooperacao re e e gional e cooperacao contmental. Essa cooperacao indispensavel. E a execucao de programas nacionais, capazes de assegurar essa coopera ~ao e 0 progresso, quer a nivel de continente quer 'ao nivel de regioes, Espero, tarnbem, que esta ideia, que alias ja exprimi diante da Assembleia da OUA,este ano, seja adoptada pela Organizacao da Uni dade Africana. 10 lUC I 0 LARA E PRECISO A CRfTICA E A AUTOCRiTICA Agradeeo aos camaradas que tomaram a palavra, aqui: camarada Pioneiro, a camarada da OMA,e os camaradas da ComissaoPopular de Bairro do Golfe. Agradeco a toda a populacao de Luanda que quis, mais uma vez, apoiar as decisoesitomadas na Ultima reuniao do Comlte Central. Foi.uma das mais importantes reunioes que nos fizemos, e onde discutimos, exaustivamente, alguns problemas, onde tambem, tivemos a oportunidade de avancar num capitulo onde dificilmente se penetra, embora-falemosdisso todos os dias: a critica e a autocritica. Nos dize e mas 'todos os dias: preciso a critica e autocritica. Mas, se eu sou criticado, fico zangado, e nao Iaco autocritica nenhuma. Fico zangado e, as'vezes, chego mesmo a pedir a demissao, porque fui criticado! Mas nesta reuniao do Comite Central nos famos capazes de fazer criticas e de sentir algumas autocriticas. ha Claro, sempre consequencias, Mas, como disse no dia 10 de Dezembro, as consequencias nao devem Iazer-nos parar 0 processo revolucionario. Enos, neste momento, em Angola, temos de estar pre parades para as novas batalhas da Revolucaoque teremos de enfrentar nos meses futuros. Teremos de fazer novas batalhas, em todos os capi tulos. Ternes de rerorcar, por isso, a unidade no seio do Partido e a Unidade Nacional. TEREMOSDE FORJAR A UNIDADEEM TORNO DA DEFESADAS CLASSESTRABALHADORAS Noseiodo Partido, a unidade nao pode ser feita sem respeito pelos principios. Aunidade so se faz em tomo de urn principio fundamental: e que a defesa das classes Itrabalhadoras, a classe operaria e a classe camponesa. :It em torno destas duas classes, principalmente, que nos temos de forjar a unidade! 'VAMOSCOMBATEROS ELEMENTOSDE DIVISAO Tern sido, por vezes, esquecida, a palavra de ordem de combater contra os elementos de divtsao, quer dizer, combater 0 trtbalismo, 11 combater 0preconceito racial, combater 0regionalismo, que nos comba temos, com mutta torca, durante a luta de Iibertacao e que hoje tern sido bastante esquecidos, como palavra de ordem do nosso Partido. Nao nos enganemos, ainda temos tribalistas, ainda temos racistas, ainda temos regionalistas. Temos de combater tudo isso, dentro do Partido e dentro da NaC;ao.Precisamos de extinguir, completamente, essas manitestacoes negativas de comportamento individual ou colec tivo, onde quer que seja. Nao podemosItertribalist as dentro do Partido, e e isso urn erro. Nan podemos ter racistas dentro do Partido, isso errado. Nao podemos Iter regionalistas dentro do Partido. Seria desas troso. Temos de continuar esse combate pela unidade. E a unidade inicia-se no seio do Partido, para depois poder refleotir-se em toda a Nacao, em todas as populacoes, em todas as regioes do nosso pais. Sem isso, nao resolveremos uma grande parte dos problemas, que temos de resolver durante os proximos tempos. NAOE POSStVEL GOVERNAR0 PAtS SEM nrSCIPLINA Angola tern progredido, sim. Mas eu acho que poderia progredir mais, sobretudo no ponto de vista material. No Partido e nas Foreas Armadas, temos ainda de lutar pela dis ciplina. Alguns dos nossos militantes - e mesmo dirigentes - sao con taminados pela indisciplina pequeno-burguesa. Pela sua ideologia, pelas suas ideias pelo seu comportamento, por vezes, manirestam-se como e pequeno-burgueses. E nao possivel viver dentro do Partido sem disci e plina. Nao possivel governar 0 Pais sem disciplina, sem que aqueles que estao a resolver, a executar, as decisoes do Comite Central. nao tenham em conta, precisamente, 0 que e a disciplina na execucao. Evi dentemente que temos muito mais afazeres, e eu estou, simplesmente, a mencionar os pontos essencials. A pequena-burguesia nao gosta da organizacao, Nao gosta de estar organizada. Nao pertence ao Partido. Nao pertence it OMA.Nao per tence it onp. Nao pertence aos Pioneiros, it OPA. Nao pertence it JMPLA. Nao gosta da Organizacao, E uma caracteristica da pequena -burguesia! Estar organizado e urn constrangimento terrivel para urn individuo e, portanto, nao pode s.er disciplinado. Quer, sempre, ser original: usar cabelos compridos, nao ir ao barbeiro, as calcas mal 12

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