ebook img

Mozipédia: a Enciplopédia de Morrissey e dos Smiths PDF

925 Pages·2013·4.56 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Mozipédia: a Enciplopédia de Morrissey e dos Smiths

Ficha Técnica Copyright © Simon Goddard 2009 Publicado originalmente como Mozipedia pela Ebury Press, um selo editorial da Ebury Publishing. Uma empresa da Random House Group. Todos os direitos reservados. Tradução para a língua portuguesa © Texto Editores Ltda., 2013 Título original: Mozipedia: The encyclopedia of Morrissey and The Smiths Diretor editorial: Pascoal Soto Editora executiva: Tainã Bispo Produção editorial: Fernanda Ohosaku, Maitê Zickuhr e Renata Alves Diretor de produção gráfica: Marcos Rocha Gerente de produção gráfica: Fábio Menezes Tradução: Carolina Caires Coelho Preparação de texto: Edmundo Barreiros Revisão: Ana Mendes e Rodrigo Botelho Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Goddard, Simon Mozipédia : a Enciplopédia de Morrissey e dos Smiths / Simon Goddard; tradução de Carolina Caires Coelho. – São Paulo : LeYa, 2013. Bibliografia ISBN 9788580447569 Título original: Mozipedia - The Encyclopaedia of Morrissey and The Smiths 1. Música 2. Morrissey – enciclopédia 3. The Smiths (conjunto musical) - enciclopédia I. Título II. Coelho, Carolina Caires 13-0923 CDD 782.42166092 Índices para catálogo sistemático: 1. The Smiths - conjunto musical 2013 Todos os direitos reservados a Texto Editores Ltda. [Uma editora do grupo LeYa] Rua Desembargador Paulo Passaláqua, 86 01248-010 – Pacaembu – São Paulo - SP www.leya.com.br Para Misery Guts, de Bonnyrigg: Você continua aí ou já se mudou? Prefácio “Há um homem... um certo homem...” “Não me importo em como serei lembrado, desde que sejam lembranças valiosas. Não quero ser lembrado por ser um cara idiota, exibido e sem noção. Mas quero, sim, ser lembrado. Quero um pouco de imortalidade. Acho que seria merecido. Tenho feito por onde.” M orrissey disse isso em 1985, quando os Smiths tinham apenas dois anos de carreira. Se ele ainda não tinha conseguido garantir sua imortalidade naquela época, hoje já conseguiu. Amado ou odiado, Morrissey deixou uma marca grande demais – no pop, na arte, na vida das pessoas – para ser apagado da história. Ele é um desses raros artistas cujo impacto em nossa cultura é absolutamente dramático, como o asteroide que atingiu a superfície da Terra há cerca de 65 milhões de anos e acabou com a existência de todos os dinossauros em um piscar de olhos. A história da arte é moldada por fenômenos como esses – os Beethovens e Picassos que revolucionaram as convenções antigas de seu campo de atuação, determinando, assim, seu futuro. A sinfonia não foi mais a mesma depois de Beethoven, assim como a pintura não mais foi igual após Picasso, nem a música pop depois de Morrissey, que às vezes, em questão de dois minutos, transmite esperança, perda, tragédia, comédia, compaixão, ousadia, alegria e desespero como encontramos nas páginas da mais rica literatura vitoriana. Há David Copperfield, de Dickens, e há “Girlfriend in a Coma”, dos Smiths. Duas grandes obras de arte, e arte grandiosa, como Dickens, Beethoven, Picasso e Morrissey serão para sempre. Ainda assim, Morrissey, o artista e o homem, continua sendo um enigma. Sabe-se que: ele é um cantor pop; é vegetariano; era celibatário nos anos 1980 (e, por isso, muitas pessoas ainda pensam que é); usa um topete e tem o queixo proeminente; ele gosta de Oscar Wilde, James Dean e do New York Dolls; não gosta da monarquia, de juízes e dos criadores de galinhas de Norfolk; suas palavras costumam ser extremamente tristes, histericamente engraçadas, ou uma mistura dos dois; ele é de Manchester e seu nome de batismo é Steven Patrick. Mas o mistério de Morrissey é que quanto mais sua superfície é arranhada, mais contraditório ele se torna, para confundir. Ele gosta de Jacqueline du Pré, mas também gosta de Cockney Rejects. Seu filme preferido é Um Gosto de Mel, mas também Skinheads: A Força Branca. Gosta de boxe, mas, ao mesmo tempo, condena todos os esportes violentos. Ele canta dizendo ser “delicado e gentil”, mas também gosta dos Irmãos Kray, famosos gângsteres. Diz não ser gay, mas escreveu uma música como “Dear God Please Help Me”, que claramente descreve um encontro homossexual. Ele diz que o reggae é repugnante, mas ressuscitou a gravadora de reggae Attack Records, dos anos 1970. Canta que a Inglaterra pertence a ele, mas foi morar em Los Angeles. E por aí vai. Ao tentar avaliar todas essas informações simultaneamente – um esforço mental gigantesco elevado à décima potência –, o enigma de Morrissey nasceu. Mas a resposta do enigma pode estar no processo de preparar a equação. Se Morrissey pudesse ser desmontado em muitos componentes separados que pudessem ser facilmente definidos, e se essas partes, então, fossem espalhadas sobre uma grande lona que as acomodasse como se fossem as estrelas no firmamento, como elas seriam? Qual seria a forma da constelação de Morrissey? Quais seriam suas estrelas mais brilhantes e quais seriam invisíveis a olho nu, sem a ajuda de um telescópio? Será que assim teríamos uma compreensão mais clara de Morrissey? Foi essa a ideia quando criei a Mozipédia. Pulverizar Morrissey, contar os pontos e permitir que esses pontos sejam unidos em combinações infinitas. De modo que entre um filme B inglês favorito dos anos 1950, encartes dos discos dos Smiths com astros, as lembranças do ex-baixista, um poeta favorito, um lado B esquecido, as gravadoras que escolhia e a aversão doentia a alho e cebola, o leitor possa formar uma ideia própria e única a respeito de Morrissey, mais lúcida do que aquela descrita em uma narrativa biográfica padrão. Escrever a Mozipédia foi muito parecido com viver a minha própria versão de Cidadão Kane, de Orson Welles, na qual eu fui Thompson, o repórter, e Steven Patrick Morrissey foi o meu Charles Foster Kane, o tema da investigação. Thompson não se propôs a descobrir “o que um homem fazia”, mas “quem ele era”, conversando com aqueles que o conheciam e examinando todas as pistas disponíveis. A única diferença é que Thompson estava tentando formar um retrato de um homem recém-falecido. Meu investigado está muito vivo, mas não menos impenetrável ou, de fato, inacessível; houve um momento na pesquisa no qual as pessoas contatadas que ainda trabalhavam para Morrissey ou se recusaram a falar logo de cara ou, algo igualmente revelador, concordaram no início, mas logo depois, com nervosismo, se retraíram, aparentemente não por vontade própria. Por mais frustrante que isso seja para qualquer escritor, tamanha desconfiança e tamanho poder de persuasão são mais um átomo, um ponto essencial a ser incluído no contorno da psique de Morrissey. O objetivo de Thompson é revelar a identidade de “Rosebud”, as últimas palavras que Kane balbuciou antes de morrer. Ele fracassa, mas mantém-se filosófico na derrota: “Acredito que nenhuma palavra pode explicar a vida de um homem”. É o que acontece com Morrissey. Individualmente, a canção “Maladjusted”, seu amor pela música de Phil Ochs, ou do Roxy Music, ou os filmes de Margaret Rutherford não são suficientes para explicar quem ele é. Mas, coletivamente, a história é outra. Ao analisar a enorme quantidade de bens de Kane, um dos colegas de Thompson pensa alto: “Se colocássemos todas essas coisas juntas, palácios, quadros, brinquedos e todo o resto, o que conseguiríamos escrever?”. Se reunirmos “Maladjusted”, Ochs, Roxy e Rutherford, já estaremos a meio caminho de começar a entender Morrissey. Assim como Thompson, não desvendei o meu “Rosebud” – talvez, assim como o trenó que Kane teve na infância, ele esteja escondido em meio a toda essa miscelânea, esperando ser descoberto. Mas, melhor do que isso, aprendi a amar Morrissey pelo grande artista que ele é. Minha esperança ao finalizar a Mozipédia é que o leitor aprenda algo parecido. Esses são os elementos, agora é sua vez de organizá-los. Simon Goddard Mozingredientes O s verbetes da Mozipédia podem ser basicamente divididos nas seguintes categorias: 1. A música de Morrissey e dos Smiths Cada canção conhecida gravada, ou tentativa de gravação, de Morrissey e dos Smiths tem um verbete próprio. A mesma coisa acontece com todos os álbuns de estúdio e coletâneas importantes. As canções são identificadas por compositor e relacionadas pelo primeiro formato de lançamento, com exceção de todos os singles, assim apresentados independentemente de a canção ter feito primeiro parte de um álbum de estúdio. A expressão “lado B” costuma ser dada de modo geral a qualquer faixa que acompanha um single sem especificar o formato exato; mais detalhes específicos podem ser encontrados no apêndice da Mozografia. Os verbetes de músicas e de álbuns foram escritos sob meu ponto de vista crítico. Mesmo correndo o risco de enfurecer ou confundir o leitor com uma opinião conflitante, isso se fez necessário para diferenciar os pontos altos e baixos da carreira de Morrissey. Se as opiniões do leitor forem diferentes das minhas, esse fato por si só será um ponto de partida para discussões saudáveis e reavaliações do trabalho de Morrissey diante de conhecimento recebido e clichês críticos envelhecidos. Uma arte grandiosa como a dele desafia a indiferença e não deve sofrer o destino de análise objetiva antiquada. Ao discutir o sentido das canções, na maioria dos casos eu ofereço uma visão interpretativa. Tal análise deve ser tomada como orientação e nunca como uma leitura definitiva. O próprio Morrissey se recusa a oferecer explicações “simples” de suas canções, e o mistério e a beleza de suas canções estão na miríade de interpretações pessoais. Minhas teorias são uma sugestão com base nas informações disponíveis, e não devem ser tidas como verdade absoluta.

Description:
Pare se você acha que já ouviu essa antes. Morrissey gosta mais de gatos ou de cachorros? Torce para algum time de futebol? É verdade que ele adora nadar? Mozipédia responde a essas e outras curiosidades a partir de um dos estudos mais detalhados e completos já feitos sobre o artista. Divididos
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.