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Módulo 1- Conceitos básicos sobre arma de fogo PDF

27 Pages·2012·1.88 MB·Portuguese
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Identificação de Armas de Fogo Carga horária- 60h Crédito – Celso Nenevê Apresentação do curso Prezado(a) aluno(a), Você está começando o curso de identificação de armas de fogo. Este curso, destinado aos profissionais de segurança pública em geral, contempla os principais aspectos da balística técnica, principalmente, aqueles ligados à identificação direta das armas de fogo. Nesse intuito, você estudará algumas das definições propostas pela legislação específica; as principais partes ou conjunto de peças e os princípios de funcionamento das armas de fogo; o calibre; as munições; o significado do número de série... Enfim, todas as características que possibilitam, de forma inequívoca, identificá-las, classificá-las e, sempre que necessário rastreá-las. Esperamos que o curso atenda a sua expectativa e possa lhe ser útil em sua vida profissional. Bom estudo! Objetivos do curso Ao final do estudo desse curso, você será capaz de: Compreender os principais aspectos conceituais, históricos e legais relacionados à balística e arma de fogo; Identificar armas de porte, armas portáteis, cartuchos, calibres e munições; Classificar armas de fogo considerando a alma do cano, carregamento, inflamação, funcionamento, uso e mobilidade; Contribuir com a identificação e o rastreamento das armas de fogo; Reconhecer a importância da identificação da arma de fogo na investigação criminal. Atualizar-se sobre arma de fogo, reforçando a importância do conhecimento teórico antes do emprego prático e manuseio. Estrutura do curso Módulo 1- Conceitos básicos sobre arma de fogo Módulo 2 – Armas de porte Módulo 3 – Armas portáteis Módulo 4 - Cartuchos Módulo 5 – Calibre das armas Módulo 6 – Rastreamento de armas Nota As armas retratadas em algumas imagens deste curso fazem parte do acervo do Museu de Armas da Academia de Polícia Civil do Distrito Federal. Essas imagens foram registradas pelo próprio conteudista e pertencem, portanto, ao arquivo pessoal do mesmo. Módulo 1 – Conceitos básicos sobre arma de fogo Apresentação do módulo Muitos séculos já se passaram desde a aparição e emprego das armas de fogo e, de lá até hoje, elas sofreram significativas modificações, surgiram novos modelos e novos sistemas de operações. Evoluíram de uma máquina térmica simples para artefatos bem mais complexos e precisos. A grande variação de espécies, modelos, dimensões, sistemas operacionais, “poder lesivo”, existentes hoje, são variáveis que impactam diretamente na tarefa de classificação. Há ainda que se considerar as armas atípicas - frutos de combinações de espécies de armas diferentes, de sistemas operacionais distintos - que acabam por tornar essa tarefa de classificá-las e descrevê-las mais árdua (FIG. 1). Figura 1 – Revólver de sistema Lefaucheaux. A arma é um revolver de armação fixa, tambor fixo e municiamento por meio de janela lateral, cujo cano raiado forma uma peça única com uma faca. Fonte: arquivo do conteudista As tarefas de classificação e descrição tornam-se mais fáceis com adoção de alguns critérios que você estudará nesse curso. Mas, para compreendê-los, faz-se necessário que você estude nesse primeiro módulo os conceitos básicos relacionados a armas de fogo, à balística1 e aos aspectos legais descritos no Decreto nº 3665, de 20 de novembro de 2000. 1 Ramo da ciência que estuda essas armas. Objetivos do módulo Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de: Definir balística e arma de fogo; Analisar os aspectos históricos relacionados à balística e a armas de fogo; Classificar as armas de acordo com as características que imprimem nas lesões; Inverter a ordem desses dois objetivos. Classificar armas de fogo considerando os seguintes critérios: alma do cano, carregamento, inflamação, funcionamento, uso e mobilidade, com base no Decreto nº 3665 de 20 de novembro de 2000 (R-105); Estrutura do módulo Aula 1 – Balística Aula 2 – Armas Aula 3 – Armas de fogo Aula 1 – Balística A pólvora2 , elemento principal sem o qual não existiria arma de fogo, é uma invenção atribuída aos chineses. No entanto, o seu emprego como agente para impulsionar um projétil através de um cilindro oco, surgiu muito tempo depois. Atribui-se aos árabes, que foram os grandes comerciantes da idade média, a utilização e difusão deste invento. 2 http://www.brasilescola.com/quimica/polvora.htm Para alguns autores as primeiras armas de fogo, ainda que de forma precária, apareceram nas cruzadas e na expansão do Império Otomano utilizada por algum dos povos mulçumanos. No estudo da arma de fogo, torna-se fundamental o estudo da balística, em especial da balística forense, pois são elas que estabelecem parâmetros e procedimentos para a identificação e classificação das armas de fogo. 1.1. O que é balística e como se divide Balística, por definição, é parte da física que estuda o impulso, o movimento e impacto dos projéteis, entendendo-se por projétil qualquer sólido que se move no espaço, após haver recebido um impulso. A balística estuda o movimento de corpos lançados ao ar livre, como uma pedra lançada no ar, mas geralmente está relacionada ao estudo dos disparos de projéteis de armas de fogo. Ao se estudar um projétil disparado por uma arma de fogo, divide-se o seu movimento em três partes distintas: a balística interior, balística exterior e a balística terminal. Logo, a balística é subdividida em: (aumentar a fonte dos textos no quadrante. Não colocar número, pois não há uma ordem. Substitua o número por marcadores) Balística interior - A balística interior estuda o que ocorre desde o momento do disparo até o instante em que o projétil abandona a arma. É a parte da balística relativa a estrutura, mecanismo, funcionamento das armas, da carga de projeção e dos fenômenos que ocorrem no processo da propulsão dos projéteis. Compreende, portanto, o estudo das armas e munições até o momento em que o projétil é expelido através do cano. Balística exterior - Estuda o movimento dos projéteis no ar, desde o momento em que este abandona a boca do cano da arma até o primeiro impacto. Por conseguinte, estuda a influência do ângulo e da velocidade de saída, da resistência do ar, da força de gravidade, da velocidade e sentido do vento, entre outros fatores. Balística terminal - Estuda o movimento do projétil desde o primeiro impacto até a dissipação total de sua energia cinética, ou seja, até o seu repouso final. Estuda, por conseguinte, os efeitos dos impactos dos projéteis com o alvo (ricochetes, as lesões e as características deixadas nos suportes pelos impactos dos projéteis). A balística das lesões é um ramo da balística terminal que estuda os efeitos dos projéteis em tecidos vivos. 1.2. Balística forense Nas investigações vinculadas a armas de fogo sempre surgem perguntas cujas respostas têm como fundamento os princípios da balística. Estes princípios permitem responder questões como qual o tipo de arma utilizada, qual a distância do atirador, dentre outras dúvidas de interesse da justiça. Essa é a área de atuação da Balística forense 3. Balística forense é a parte da balística de interesse da justiça. O professor e Perito Criminal Eraldo Rabello, no livro "Balística Forense", a define como: "É aquela parte do conhecimento criminalístico e médico legal que tem por objeto, especial, o estudo das armas de fogo, das munições e dos fenômenos e efeitos próprios dos tiros destas armas, no interesse da justiça, tanto penal como civil". (RABELLO, Eraldo. 1995) 3 A palavra forense advém do adjetivo latino forenses, que significa “relativo ao fórum” 1.3. Aspectos históricos A balística forense é uma das áreas precursoras da criminalística. Em 1835, na Inglaterra, Henry Goddard notou um defeito num projétil retirado do cadáver de uma vítima. Nesta época, as armas eram de antecarga (carregadas pela boca) e os projéteis eram produzidos artesanalmente em moldes (coquilhas) próprios. Na casa de um dos suspeitos ele encontrou um molde para projéteis que produzia defeito semelhante em projétil padrão nele moldado. Esta prova fez com que este suspeito fosse condenado por homicídio. O professor Lacassagne (Lyon - França, 1889), o químico forense Paul Jeserich (Alemanha 1898), entre outros, foram experts que conseguiram identificar armas pelos exames de projéteis incriminados, por técnicas diferentes. Balthazard, em 1912, publicou dois artigos que demonstravam as bases científicas do tema, intitulados “Identificação de projéteis de armas de fogo” e “Identificação de estojos de pistolas automáticas”. Outros cientistas forenses no mundo inteiro também apresentaram inovações na balística forense até a invenção do microscópio comparador balístico, por Gravelle, em 1925. Gravelle, juntamente com Waite, Fisher e Goddard, fazia parte do “Bureau of Forensic Ballistics” e desenvolveram inúmeros trabalhos e inventos para a balística forense. Em 1929, Goddard fundou o “Scientific Crime Detection Laboratory”, que em quatro anos investigou 1400 casos envolvendo armas de fogo. As armas de fogo e suas munições continuaram a ser aprimoradas e, com elas, a área de balística, principalmente, a balística técnica, responsável pelo desenvolvimento dessas armas e munições, bem como a balística forense. Aula 2 – Armas Desde os primórdios, ainda na pré-história, o homem utilizou-se de instrumentos que marcaram a evolução das civilizações e das culturas. As armas, desde a sua aparição, têm sido um desses instrumentos, que exerceu e continua exercendo um papel de destaque na história da evolução humana. 2.1. O que são armas De forma geral, é possível entender armas como: “todo instrumento, máquina ou meio utilizado pelo homem para ofender ou defender-se”. (BARBERA & TUREGANT, 1998) Na legislação brasileira, o Decreto Lei N.º 3665, de 20 de novembro de 2000 - (R105)4, apresenta, em seu Anexo, no inciso IX, do art. 3º, a definição de armas como sendo: “artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou não, a seres vivos e coisas”. (BRASIL. 2000.) É importante explicar a diferença entre armas próprias e armas impróprias. Armas próprias são entendidas como aqueles instrumentos criados com a função específica de ataque e defesa. 4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3665.htm As armas impróprias são aqueles instrumentos que não foram criados com intenção lesiva, mas que, de forma imprópria podem ser empregados para esse fim, a exemplo dos tacos de beisebol etc. 2.2. Classificação das armas de acordo com as características que imprimem nas lesões. Inúmeros métodos para a classificação de armas têm sido utilizados. Dentre eles, aquele que apresenta maior interesse para a justiça e a criminalística é a classificação por força motriz (energias), principalmente, as ocasionadas pelos meios mecânicos de acordo com as características que imprimem nas lesões. Esse método classifica as armas, em: Perfurantes - a exemplo dos pregos, agulhas, floretes, furadores de gelo. Cortantes - como os bisturis, navalhas ou mesmo as facas quando agem pela pressão ou deslizamento do gume. Contundentes - como as mãos e pés quando desferrem socos e chutes, paus, pedras, bengalas. Perfuro-cortantes - quando exercem, ao mesmo tempo, a ação de perfurar e cortar, como, por exemplo, as facas, quando são utilizadas com as ações de perfurar e cortar. Perfuro-contundentes - como os dentes dos ancinhos, os projéteis de armas de fogo. Corto-contundentes - a exemplo dos machados facões. No campo da balística forense, os que apresentam interesse são os instrumentos perfuro-contundentes, ou seja, aqueles instrumentos que apresentam simultaneamente a ação de perfurar e contundir que é a ação exercida pelos projéteis das armas de fogo. Importante! As ações de perfurar e contundir não são exclusivas dos projéteis de armas de fogo, a exemplo de chaves de fenda, projéteis de carabinas de pressão, entre outros. No entanto, os projéteis de armas de fogo são os principais instrumentos perfurocontundentes. Aula 3 - Armas de fogo 3.1. O que são armas de fogo e quando surgiram Conforme o inciso XIII, do art. 3º do Anexo do Decreto Lei N.º 3665, de 20 de novembro de 2000 – (R105), armas de fogo são: “armas que arremessam projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil.” (BRASIL, 2000) Embora a definição acima possa parecer complicada, não é. Acompanhe! As armas de fogo são aquelas que utilizam a força dos gases, gerada pela queima da pólvora, para lançar um projétil. As armas de fogo são máquinas térmicas, como os motores dos carros e as caldeiras, ou seja, utilizam a transformação em gás da pólvora, do combustível, ou ainda, da água para realizarem as suas funções. Elas receberam esse nome pelas labaredas que saiam da boca do cano no momento do disparo.

Description:
A arma é um revolver de armação fixa, tambor . existem relatos do emprego de armas de fogo, pelos mouros, na defesa de. Zaragoza, em 1118.
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