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Modos de Produção na Antiguidade PDF

248 Pages·1982·9.652 MB·Portuguese
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JAIME PINSKY Seleção, organização e introdução MODOS DE FBODUÇAO NA ANTIGUIDADE Ziobaí editorm 1982 1.“ edição — outubro/1982 © Jaime Pinsky ClPrBrasil. Catalogãção-na-Publicação Câmara Brasileira do Livro, SP Modos de produção na antiguidade/seleção, organização e introdu- M698 ção Jaime Pinsky. — São Paulo; Global Ed., 1982. (Textos; 2) 1. Civilização antiga 2. História antiga 3. História econômica - Até 500 4. História social - Até 500 I. Pinsky, Jaime, 1939 - CDD-930 -309.101 82-1517 -330.901 fndicc» para catálogo sistemático: 1. Antiguidade: História 930 2. Antiguidade: História econômica 330.901 3. Antiguidade: História social 309.101 4. Civilização antiga 930 5. História antiga 930 Capa; César Landucci Ilustração de capa: Champs d'lalou, detalhe — Thèbes, .caverna de Sennedjen (n.° l), In: La Pinture Egyptienne, Editions d'art Albert Skira, 1954. Copydesk: Mima Pinsky Revisão: Ana Maria G. Santos Heloisa Vieira Composição: M.M. Editores Lida. Fotolito: Studio Antares (capa) Direitos reservados ÇJobaí editora e distribuidora ítdà. Rua França Pinto, n.‘ 836 • CEP 04016 Telefones: 549-3137 549-9640 544-2917 - Cx. Postal 45329 01000 - Vila Mariana • São Paulo • S.P. n.° de catálogo: 1350 ALGUNS AGRADECIMENTOS. Primeiramente, aos editores que autorizaram, gentilmente, a transcrição ou tradução dos textos que compõem esta coletânea. Os créditos estão no final de cada texto e fica ò leitor, desde já, convidado a procurar os originais, dos quais apresentamos aqui apenas pequenas passagens. ' * , Aos colegas com quem, em diferentes momentos, conversamos sobre este projeto e que deram sugestões para sua organização. Eles hão têm culpa do resultado final, rqas gostaríamos de lembrar o Ulpiano, a Vavi, a Chiquinha e o Euclides. Aos tradutores e adaptadores Marina, Heitor e Mirna. Ao pessoal da produção da Global — Mara e equipe ^—, amigos es­ forçados que, em tempo recorde, colocaram este livro na praça. E aos alunos e ex-alunos de História Antiga que em cursos regulares — em Assis, na USP e na .UNICAMP — ou em cursos especiais — de João Pessoa a Cuiabá'— têm sido cobaias ativas. SUMÁRIO Apresentação ................................................................ 9 í. Formações econômicas pré-capitalistas — Karl Marx 11 2. Civilização e divisão de trabalho — F. Engels ....... 19 3. Á revolução urbana — V. Gordon Childe ......... 25 4. A sociedade contra o Estado — Pierre Çlastres........ 61 5. A organização das obras públicas na antigüidade oriental — Karl Marx ................................................. 81 ^ 6. Natureza e leis do modo de produção asiático — Maurice Godelier........................................................... '83 7. O moda de produção escravista — Perry Anderson .. 99 8. Amos e escravosM. I. Finley................... 113 9. Classes e estrutura de classes na sociedade escravista antiga Sergei Utchenko .................................. ... . 157 10. A Grécia — Perry Anderson ....................................... 169 11. Mercado e democracia na Grécia — George Thomson 187 12. As gens e o Estado em Roma — F. Engels................ 211 13. Os caracteres específicos da luta de classes na anti­ güidade clássica — Charles Parain ........................... 223 APRESENTAÇÃO Esta coletânea pretende colaborar para que a disciplina de História Antiga em nossas universidades se integre, de forma críti­ ca, às outras que compõem o currículo dos cursos. Neste sentido, ela é quase uma proposta de curso. Cotn os textos aqui apresentados pretendemos evitar uma eru­ dição ostentiva e gratuita; nem por isso aceitamos cair em esque­ mas simplistas e grosseiros que apresentam todo o mundo pré- çapitalista de forma mecânica., Nosso objetivo é exatamente mostrar a diversidade de interpretações que alguns problemas liga­ dos aos modos de produção predominantes na andgüidade. têm merecido por parte dos historiadores mais conseqiientes. A coletânea não contémi transcrição de documentos, uma yez que isto já foi objeto de outro livro que organizamos (100 TEXTOS DE HISTÓRIA ANTIGA, 2.“ edição, Global, 1980). Sua preocu­ pação é apresentar textos interpretativos, os assim chamados "teó­ ricos”,-qüe podem ser. analisados concomitantemente aos documem tos de "100 TEXTOS . .. ” Os autores desta coletânea vêm de diferentes formações teó­ ricas, o que resulta em rico debate historiográfico. Desta fonna, hão é possível fazer-se uma leitura acrítica dos textos, como se um apenas acrescehtasse algo aos anteriores. Há também choques de idéias ê concepções que devem ser resgatadas no trabalho em classe. Üma preocupação que mantivemos é a de buscar as genera­ lizações, sem a perda da historicidade. Assim, não procuramos pensar um curso centrado em egípcios ou mesopotâmicos, dentro de uma concepção tradicional dos cursos, mas em modos de pro­ dução que vão desde a comunidade primitiva até a escravidão. Aí as questões concretas como mercado, poder político, artesanato e manufatura, entre outras, são amplamente discutidas. í fundamental, quando se estuda o capitalismo, conhecer os processos históricos que o engendraram. Nesse sentido, parece-nos que, freqüentemente, o problema do conhecimento “alienado” está mais no como se estuda ào que em o que se estuda. Daí o caráter de contemporaneidade dos textos aqui apresentados. \ Cremos que um curso de História Antiga baseado nos inodos de produção na antigüidade é uma forma — embora não a única — de conhecer o passado para compreender o presente. 10 FORMAÇÕES ECONÔMICAS PRÉ-CAPITALISTAS Karle Marx ' O trabalho livre, la troca do trabalho livre Por dinheiro^com propósito de reproduzir _e^ valorizar o dinheiro são os pressupostos do trabalho assalariado e uma das condições históricas do capital. Nesta troca, ^Tdinhëïî^ é_utilizado comot valor de usoíi não para seo»nsumido,-mas para produzir dinheiro.^ Um outro pressuposto do assàlariamento e do capital é afseparaçãò entre-Q_trabalho-livre é as œn^içôes_objetiyas:da sua efetivação! isto_é,.o, meio .e, a. maté­ ria do trabalho,! Temos assim, desde p início, o fato de p trabalhador estar separado d_a.. terra, seu laboratório natural, daí ocorrendo a dissolução da pequena propriedade livre e da propriedade, comum, gue tem o seu fundamento...na comuna oriental. Sob estas duas formas o trabalhador é o proprietário das condições objetivas do seu trabalho — relação que constitui adinidade nátaral) do trabalho com os seus ipressupostos materiai§:t aqui, independentemente do seu trabalho, o trabalhador possui uma existência objetiva. (O indi- jdduo é, em relação a si mesmo, proprietário e dono das condições da sua realid^e^e a mesma relação existe face a terceiros: conforme esse estatuto emane da comuna ou das famílias que constituem o grupo, o Jndivíduo considera os outros como (co-proprietários (ou­ tras tantas personificações da propriedade comum) ou como ípro- priètários indep.endentesL.a_seu lado, (proprietários privadosí Neste último caso,-a propriedade comumj que anteriormente absorvia todas as terras e dominava todas as pessoas, apresenta-se como ager . publicas distinto, ao lado das numerosas propriedades privadas. Em ambos os casos, os indivíduos não têm o estatuto de trabalha- 11 dores, mas de proprietários. E éIsimultaneamente como membros e co;propriejyiriç^ de^iima comunidade, que nela trãbalhaníA Embora os trabalhadores possàff fõrnècér trabalho excedente para, em tro­ ca,. j?l)terein prpltMOlfieiosjlprodu^ excedentes, o seu objetivo não é criar valoresAQ seu trabalho tem por finalidade a conserva­ ção de cada proprietário individual e da jua família, bem como a conservação da comunidade nõjjêü còniunto.. .0 indivíduo copio Tfrafealhado^na sua nudez de trabalhador, é um produto hisfôncpi Podemos verificar que, na primeira forma desta propriecj^de da terra.la comunidade natural é a condição primordial: quer por casamentos recíprocos, quer por associação, a família cresce até às dimensões da tribo. Podemos admitir que/o estado pastoriál e. em geral, a migração constituem o primeiro modo de existêncjaj Não que a.tribo se fixe num certo território: ela vai apascentando nos prados que encontra no seu caminho. Os homens não são se­ dentários por natureza (a menos que se ericontrem num ambiente natural particularmente fértil e que vivam nas árvores como maca­ cos). Oeralmepte, são nômades como os animais selvagens. tPqr consegmnte, a çofnymdade .tribal, a comuna natural, apa^ rece não çpmo 0 resultado, mas pomo a condição da aprppriação (temporária) e da utilização comuns do solo, Uma vez fixada, esta comunidade primitiva sofrerá modificações mais ou menos profun­ das, conforme as diversas condições exteriores climáticas, geo- gráfipas, físicas, etc. — e as suas disposições naturais, o seu óaráter tribal, A comunidade tribal primitiva, ou se se quiser, o estado gregário, é a primeira condição — a comunidade do sangue, da língua, dos costumes, etc. — da apropriação das condições objetivas da vida e da atividade reprodutora e criadora de, produtos (como pastores, caçadores, agricultores, etc.).(A terra é o grande labora­ tório^ Pue simultaneamente fornece os meios e ps mate­ riais do trabalho e a residência, base da comunidade. Em relação a esta base, propribdFde'^da cóinuhã, bem como em relação à comuni­ dade que se produz e se reproduz no trabalho vivo, os homens conduzém-se de modo absolutamehte ingênuo. Cadá indivíduo detém o estatuto de^^proprietârio ou de possuidor apenas enquanto inembrq da comunidade. É nestas condições — que não sãp produ­ to do trabalho, antes aparecem como naturais ou divinas — que se efetua a aprópriação real por intermédio do processo do trabalho. 12 Embora assente num fundamento invariável, esta forma pode realizar-se de diversas maneiras. Por exemplo, não há nada de con­ traditório em, como sucedé na maior parte das formas asiáticas, a unidade centralizadora.„que .se ergue nor sobre as pequenas çpmu- nidades, fazer pápeLde proprietáriQ..supremo pu.,úniçp,_ aparecendo as. comunas réais então co possuidores hereditários. Üma vez que a Unidade é o verdadeiro proprietário e o pressuposto real da propriedàd^ comum, esta pode surgir como um fenômeno dis­ tinto e superior às numerosas comunas particulares, e o indivíduo isolado fica desprovido de propriedade. Em outras palavras, a propriedade — isto é, o comportamento do indivíduo em relação às condições naturais do trabalho e da reprodução que, enquantq natureza não-orgânica fazendo corpo com a sua subjetividade, pa­ recem pertencer-lhe pbjetivamente — é dada ao indivíduo pela boa Yontaàe àá unidade total realizada na pessoa dp déspota, pai das diversas comunas, que a concede ao indivíduo por intermédio de determinada comuna particular. Daí que o produto excedente, de resto legalmente fixado graças à apropriação rear pelo trabalho, reverta automaticamente para essa unidade suprema. Nò seio do despotismo oriental e da não-propriedade, que pa­ rece ter aqui uma base jurídica, a propriedade tribal ou comunal possui uma base efetiva e é, na maior parte das vezes, produto de uma combinação da manufatura com a agricutlura no interior da pequena comuna. Esta torria-se assim inteiramente auto-suficiente, contendo em si mesma todas as condições de reprodução e da produção excedente. Uma parte db seu trabalho excedente pertence à comunidade superior, a qual acaba por tomar corpo numa pessoa, e este trabalho excedente manifesta-se tanto no tributo, etc., como nos trabalhos coletivos destinados a glorificar a unidade encarnada no déspota real ou no ser tribal imaginário que é o deus. Na medi­ da ém que se realiza verdadeiramente ,no trabalho, este tipo de propriedade comunal pode assumir formas variadas: as pequenas comunas têm uma existência vegetativa e independente umas âo lado das outras e cada indivíduo trabalha independentemente coni a sua família no lote dé terra que lhe é atribuído (algum trabalho será destinado a um ftmdo comum, uma espécie de seguro, e tam­ bém para cobrir as despésas da comunidade com guerras, serviços 13

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