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Modelo para Submisso de Resumos PDF

189 Pages·2008·6.39 MB·Portuguese
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Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE Surgimento e institucionalização da História da Ciência: de Augusto Comte a Pierre Laffitte Gustavo Biscaia de Lacerda (PG)* ([email protected]; [email protected]) Rua Coronel Alfredo Ferreira da Costa, 347/5 – Jardim das Américas – Curitiba, Paraná – 81540-090 Palavras Chave: História da Ciência, Augusto Comte, Pierre Laffitte, Positivismo, institucionalização. Introdução Assim, o prestígio político e intelectual de Laffitte permitiu-lhe que lhe fosse criada a cátedra de A História da Ciência foi inicialmente proposta na História Geral das Ciências no Collège de France, década de 1830 por Augusto Comte, como um em 1892, seguindo estritamente a orientação elemento fundamental e também uma conseqüência comtiana5,6. de sua filosofia positivista. Entretanto, ela apenas foi institucionalizada nos anos 1890, na III República Conclusões francesa, quando se criou uma cátedra no Collège de France para Pierre Laffitte, discípulo direto de A principal conclusão a que podemos chegar é Comte. que Laffitte logrou êxito na institucionalização da Nosso objetivo é caracterizar os projetos de História da Ciência porque intelectualmente a História da Ciência de cada um desses dois filosofia positivista já se difundira na sociedade pensadores, bem como as relações sociopolíticas francesa e, politicamente, o republicanismo que permitiram a institucionalização da disciplina no positivista constituía parte da legitimação da III segundo caso, mas não no primeiro. República. Além disso, Laffitte gozava de prestígio junto aos líderes do regime. Resultados e Discussão Não se verificava nenhuma dessas condições intelectuais e políticas no momento em Comte Na filosofia positivista de Augusto Comte, o formulou sua proposta inicial; além disso, sua estudo da história revela a marcha do espírito filosofia não era benquista por Guizot, ministro humano; nesse sentido, a História da Ciência é onipotente na França dos 1830. exemplar, revelando à perfeição a “lei dos três estados” comtiana1,3,4. Ainda no início da carreira, Agradecimentos conhecido por apenas alguns cientistas eminentes7, Comte propôs em 1832 ao Ministro da Instrução Agradeço ao Profº Ricardo Silva, ao meu irmão Pública francesa François Guizot a criação da Leonardo Biscaia e aos correligionários Ângelo cadeira de História da Ciência, a fim de instruir os Torres e Hernani G. Costa, por seu apoio e suas vários grupos e camadas sociais e lançar as bases preciosas sugestões. Por fim, ao CNPq, pela de um regime sociopolítico positivo2,4,5,7. Todavia, fundamental bolsa de doutorado. Comte não obteve sucesso, pois Guizot, ministro de ____________________ uma monarquia, não reconhecia importância nem à 1Comte, A. Système de politique positive ou traité de Sociologie instituant la Religion de l’Humanité. 3ème ed. 4 v. Paris: Larousse. obra nem à pessoa de Comte, que era republicano 1890. e fôra secretário do socialista Saint-Simon5,7. 2Comte, A. Correspondance générale et confessions. T. I : 1814-1840. O amadurecimento da obra e da propaganda Paris : Mouton. 1973. positivista nas décadas seguintes, todavia, aos 3Comte, A. The Positive Philosophy. Freely translated and condensed by poucos frutificou, graças à adesão de alguns nomes Miss Harriet Martineau. Kitchener: Batoche. 2000. ilustres – Emile Littré, John Stuart Mill – e à difusão dos valores da ciência, da laicidade e do 4Laffitte, P. Cours sur l’Histoire Générale des Sciences. Discours d’ouverture prononcé par M. Pierre Laffitte le samedi 26 Mars 1892. republicanismo. No curto período da II República Paris: Collège de France. 1892. (1848-1852) o positivismo foi atuante, mas durante 5Laffitte, P. De la fondation de la chaire d’Histoire Générale des o II Império (1852-1870) ele difundiu-se, Sciences au Collége de France. Revue Occidentale, Paris, XV année, particularmente devido ao republicanismo. tome V, n. 5, p. 157-226, sept.1892. Quando a III República foi proclamada, após os 6Nicolet, C. Jules Ferry et la tradition positiviste. In: Furet, F. (org.). primeiros anos de indecisão política o regime Jules Ferry, fondateur de la République. Paris: École des Hautes consolidou-se, a par da propaganda teórica e Études en Sciences Sociales. 1985. política dos discípulos de Comte. Em particular, o 7Pickering, M. Auguste Comte – An Intellectual Biography. Cambridge: Presidente Jules Ferry era declaradamente Cambridge University. 1993. positivista, tendo passado da influência de Littré – um positivista dissidente – para a de Pierre Laffitte, que fôra discípulo direto de Comte4,5,6. 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE A GOVERMENTALIDADE COMO NOVA CIÊNCIA: FOUCAULT E OS “GOVERNMENTALITY STUDIES” Felipe Dutra Asensi (PQ, FM, PG) Rua Assis Moura, 54 – Jacarepaguá – Rio de Janeiro – RJ – Cep.: 22770-280. E-mail: [email protected] Palavras Chave: governamentalidade, ciência do governo, razão de Estado, regimes de governo. saberes e práticas em seus próprios termos de Introdução forma genealógica e crítica); linguagem (enfoque especial não somente ao caráter contemplativo ou Em 1º de fevereiro de 1978, Foucault sistematizou justificativo do uso da linguagem, mas também o sua concepção sobre governamentalidade num seu caráter performático; e conhecimento (não curso no Collège de France que reuniu dezenas de somente idéias, mas pessoas, teorias, projetos, estudiosos, servindo sua palestra como elemento experimentos e técnicas componentes do governo). seminal de todo o debate que veio posteriormente. Porém, não foi na França que o conceito ganhou Conclusões maior atenção, recebendo forte atenção dos autores de tradição inglesa, tais como Miller, Rose, Gordon Uma pluralidade de regimes de práticas, uma e Dean. Quando se fala em governamentalidade, se pluralidade de saberes, uma pluralidade de busca estabelecer uma perspectiva não-estatizante tecnologias e estratégias de ação - o espaço do e não-ideologizante dos regimes de práticas de governo se caracteriza por uma heterogeneidade de governo, visando pensar como tais práticas se personagens e estruturas que consolidam a sua desenvolvem e as formas, tecnologias, saberes, necessidade de gerir os homens e as coisas em poderes, estratégias, etc, que são correspondentes relação, bem como as suas próprias políticas, ao seu desenvolvimento no mundo da práxis sob inclusive políticas de efetivação de direitos. Num uma orientação crítica contexto deste tipo - fortemente heterogêneo, assimétrico e plural - Foucault sustenta que o ato de Resultados e Discussão governar não se traduz num mero ato político qualquer, mas como uma própria arte. Diante de A governamentalidade se configura como uma desafios, limites e problemas no momento de perspectiva materialista, pois situa os regimes de governar, a prática de governo passa a exigir uma práticas como centro da análise e busca desvendar efetiva capacidade dos governos de gerirem e a lógica de tais práticas. Por essa razão, toda lidarem com toda esta pluralidade, o que reforça a análise de governo nos termos propostos por idéia de que todo ato de governar é uma arte, uma Foucault possui uma dupla-dimensão: é vez que enseja a necessidade de racionalização a diagnóstica, porque se refere a fatos empíricos que respeito das tecnologias, estratégias e saberes a já aconteceram ou que estão acontecendo sob uma serem mobilizados no cotidiano de suas práticas. A perspectiva crítica; e é genealógica, porque busca arte de governar, então, possibilita traduzir a reconstituir as condições de possibilidade de complexidade social nos próprios termos da emergência de um conhecimento acerca do mundo governamentalidade. E estabelecer os próprios que enseja, necessariamente, um poder de termos traz a necessidade de que o governo intervenção e/ou influência em seus saberes e constitua determinados regimes de verdade por práticas. Portanto, toda análise de governo é não- meio dos quais se possam apoiar critérios de reducionista, pois não parte de modelos ideais validade das decisões. tampouco de teorias substancializadas, mas dos Mais precisamente, o governo se próprios contextos de ação em que os diversos transforma num governo econômico. Para atores que compõem o exercício do governo assegurar a prosperidade para a população, é (incluindo seus destinatários) encontram-se necessário governar por meio de um registro inseridos. A governamentalidade rompe com a particular, que é o da economia. A arte de governar forma de tratar e pensar alguns assuntos típicos de é uma arte que enseja uma série de regimes de Estado, tais como os problemas de legitimidade, a práticas de governo, com base na perspectiva da noção de ideologia e as questões sobre a posse e a economia política, que visa estabelecer, por meio fonte do poder, evidenciando uma complexidade de estratégias, tecnologias, saberes e poderes uma das experiências de governo que deriva dos série de relações entre governo e população. Uma próprios arranjos tecnológicos, políticos, vez que o enfoque é nas práticas de governo, não estratégicos e de conhecimento que singularizam importa tanto na análise o estudo da estatização da cada experiência e faz com que não se possa sociedade, mas sim, nos temos de Foucault, da estabelecer uma teoria geral dos governos. Por governamentalização do Estado. isso, alguns autores apontam que esta perspectiva engloba três características: realismo (pensar os 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE O Teorema de Gödel e a re-humanização do racional Luciane de Paiva Moura1 (PG)*, Ricardo Silva Kubrusly2 (PQ) 1 [email protected] , 2 [email protected] ser explicitadas por outras informações apenas por Introdução si mesmo, dizendo de si: “Eu sou indemonstrável”. A partir daí verdades tornam-se para além da Matemática é muito mais que uma arma capacidade demonstrativa do sistema. Assim, as poderosa de instrumentalização e linguagem para crenças matemáticas de que sua estrutura fosse as ciências naturais. É possível muitas vezes finita cai por terras. Os axiomas, tornam-se enxergá-la como linguagem, filosofia e potencialmente infinitos e podem ser arbitrariamente principalmente como arte. O pensar matemático escolhidos por meio dos indecidíveis. Todas as permite trazer para a categoria dos sentidos, a afirmativas que não contradizem os postulados pré- razão. O que pode ser extremamente produtivo para existentes podem obter valor de verdade. Mas esse o próprio fazer matemático, uma vez que, a intuição, valor não é dado por meio de uma demonstração, a criatividade e a espontaneidade são mas sim por assumir a condição de axioma. potencializadores da racionalidade. Condição essa dada por um meta-sistema, O teorema de Gödel, então, é simplesmente Resultados e Discussão constrangedor, pois foge do contexto, recupera o Teoremas são construções intelectuais de efeito espantoso, desbanaliza a estrutura gerando eternidade, a invenção do infinito se dá através do uma fruição artística em torno da aridez do jogo de pensamento. Esse mesmo pensamento abstrato regras da linguagem. Permite ao homem que que capaz de inventar infinitos, não se vê capaz de recupere a condição humana da matemática, uma apreendê-lo na sua própria linguagem. vez que ela será limitada nos desvendamentos de A lógica é, então, o método, uma verdades. Explicita que a matemática contém dentro linguagem, uma façon de parler como diria Russell, de si a prova de que ela é uma fantasia do rigor uma maneira de falar acerca das coisas que traduz objetivo. Pois para determinadas afirmativas, a a capacidade humana de articular pensamentos, subjetividade, pelo menos, algo fora da estrutura usar inferências e concatenações, criar cálculos e objetiva considerada, terá que decidir o que melhor sintaxes. É uma forma de organização que permite lhe convém, e o resultado disso é a perpétua transcender nossa inexorabilidade, pois “sustenta” invenção de verdades. infinitos, demonstrando teoremas. Conclusões Esse “artefato”, a lógica, nos possibilita reduzir e modelar a “realidade” utilizando técnicas Sendo a matemática o método puramente de resolução apropriadas para determinados racional de explicitação de “nomes”: verdadeiro e problemas. falso. A constatação de existirem informações O mais interessante e surpreendente é ver impossíveis de serem nomeadas dentro daquele a transcendência de uma técnica, uma vez que o sistema pelo cálculo matemático de verdades, mesmo reducionismo que simplifica para resolver, revela que dentro de um determinado sistema acaba re-significado como generalização, devido a formal existe um conjunto de afirmativas preocupação estrita com a forma, e não mais com inomináveis fruto da impossibilidade da linguagem particularidades. de apreender o mundo e da impossibilidade da Construir verdades sempre se mostrou matemática apreender completamente o infinito como uma necessidade e uma pretensão do atual com seus números não computáveis e com homem. O formalismo matemático permite explicitar seus indecidíveis. e gerar verdades, mesmo que verdades válidas Como previu Wittgenstein, sempre haverá a apenas localmente, dentro de um determinado necessidade do silêncio. Mesmo que alarguemos a sistema formal – uma vez que o fazer matemático fronteira entre o que pode e o que não pode ser constrói universais a partir de uma particularização dito, mesmo que descubramos a próxima casa inicial, fruto da escolha do seu corpo de axiomas. decimal desconhecida, Pi só se deixará conhecer Esta construção de conhecimento permite ao por suas partes, mas como todo, será sempre um homem não apenas ter esperança, mas ter a eterno desconhecido. possibilidade de prever e gerar novidades. _________________ Uma demonstração matemática tem como objetivo transformar afirmativas, onde as verdades 1 Gödel, Kurt. Kurt Gödel Collected Works: Publications 1929- não são evidentes por si, em afirmativas mais 1936 Volume I. New York: Oxford University Press, 1986. simples onde a verdade passa a ser evidente. Ou seja, o cálculo matemático de verdades transforma 2 RUSSELL, Bertrand. Introdução à Filosofia Matemática. Rio de modo racional informações implícitas em de Janeiro: Zahar Editores, 1981. explícitas. O teorema da Incompletude de Gödel traz a tona o fato de existirem informações que não podem 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE Linguagens formais baseadas em lógicas não clássicas Diego Munk london2 (PG), Ricardo Silva Kubrusly1 (PQ)* [email protected] Linguagens formais, lógica, linguagens de programação, história das linguagens, paraconsistencia Que conjunto de características linguagens Introdução fundadas em lógicas não clássicas devem possuir para que possam sanar, ao menos em parte, estas deficiências? O principal objetivo desta investigação Que características devem possuir os referentes consiste em analisar a relação entre linguagens extra lingüísticos de linguagens fundadas em formais e seus respectivos sistemas lógicos lógicas não clássicas e como os identificar, subjacentes e testar a hipótese de que os princípios permitindo a escolha da melhor linguagem para fundamentais da lógica clássica possam tornar uma representá-los? determinada linguagem apta ou inapta para a representação de determinados conjuntos de Conclusões aspectos da realidade, caso estes possuam uma escala ou nível de complexidade nos quais A principal conclusão desta investigação adquiram características que exijam das linguagens ainda em andamento é a constatação de que a que pretendam representa-los capacidades mudança operada nos sistemas lógicos subjacentes incompatíveis com os princípios fundamentais de a linguagem alteram sua capacidade de descrever seus sistemas lógicos subjacentes. diferentes aspectos da realidade. As linguagens formais, e mais Resultados e Discussão especificamente as linguagens de programação compartilham esta característica, permitindo que Tradicionalmente, a esmagadora maioria através de mecanismos que admitam determinadas das linguagens utilizadas na representação do formas de inconsistências possamos aumentar conhecimento repousam sobre os princípios da nossa capacidade de representar o conhecimento, lógica clássica e de suas principais extensões, ou pelo menos fazê-lo sob outra perspectiva, que propomos a idéia de que através da compreensão unida à perspectiva atual nos aproxima de uma das limitações das linguagens fundadas na lógica visão mais global sobre a realidade. Note-se, no clássica possamos conceber novas formas de entanto, que em última análise, estas linguagens representação do conhecimento aplicáveis a varias formais são sempre estruturadas referindo-se a áreas nas quais as formas tradicionais apresentam linguagens afetas às máquinas, linguagem estas severas deficiências, como por exemplo, a obrigatoriamente clássicas. engenharia de software, a inteligência artificial, a física quântica, e a computação biológica. ____________________ Estas áreas do conhecimento possuem em comum o fato de possuírem características incompatíveis com pelo menos um dos três princípios fundamentais da lógica clássica. 1 Que tipos de deficiências podem surgir da tentativa de engessar um conjunto de aspectos não clássico através de uma linguagem fundada na lógica clássica? Essa pergunta remete à uma investigação sobre a possível densidade da lógica clássica sobre lógicas estruturalmente mais fracas. Visamos também compreender a verdadeira extensão da lógica clássica e de seus completamentos. Muitas das lógicas, ditas, não clássicas, não passam de simulações clássicas de ambientes lógicos não clássicos. 1 Principio de Identidade (A=A), Principio de Não Contradição (~(A e Ã)), Principio do Terceiro Excluído (A ou Ã). ARISTÓTELES, “The complete Works of Aristotle”, Edited by Jonathan Barnes, 1985, Vol I, Princeton Series. 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE Ciência e Nação no Centenário da Independência *Araci Alves Santos(PG)1,2; Nadja Paraense dos Santos(PQ)1 *[email protected] 1HCTE/IQ - UFRJ; 2Colégio Estadual Marechal Rondon Palavras Chave: exposição; ciências; Rio de Janeiro. Introdução O centenário da independência foi um marco na história da ciência no Brasil, pois além das festividades, foi um momento de intensas reflexões sobre o Brasil. A Exposição realizada em 1922 na cidade do Rio de Janeiro, procurou mostrar ao mundo um Brasil moderno e desenvolvido. Para isso foram realizados inúmeros congressos científicos, de onde surgiram os germes para sociedades científicas. Desta maneira a República brasileira procura afirmar-se moderna e portadora de algo novo, utilizando essa exposição, para divulgação e consolidação do progresso científico brasileiro. Neste trabalho será feita uma análise da exposição, procurando evidenciar os principais traços da consolidação da República e afirmação da Nação através da Ciência e Tecnologia. Resultados e Discussão As exposições universais surgiram na Europa, no século XIX, como uma vitrine da Modernidade. Cartaz comemorativo do centenário da Tinham como objetivo evidenciar o progresso Independência do Brasil. Exposição científico e industrial. Era uma forma também de Nacional de 1922, Rio de Janeiro -Acervo Museu exaltarem a Nação. Assim cada país tentava Paulista superar o outro em suas exposições. Realizavam congressos das mais variadas áreas como uma Conclusões tentativa de abarcar todo o conhecimento das diversas áreas. A realização de diversos congressos e A Exposição Internacional do Centenário da conferências sobre temas variados: química, Independência foi aberta em 7 de setembro de engenharia, história, educação, indicava a 1922, pelo presidente da República Epitácio necessidade do país de discutir idéias novas e Pessoa, e durou até julho de 1923. Por isso a expor o país a comunidade científica internacional. exemplo de outras exposições, foram construídos Realizar uma “exposição universal” significava pavilhões e palácios nacionais e estrangeiros para provar ao mundo o grau de “desenvolvimento e abrigar todos os estados e países participantes. civilização” que o Brasil e sua capital haviam atingido. Para isso novamente reformaram a cidade, derrubaram o Morro do Castelo e alagaram partes do mar. Festejada por uns, criticada por outros, eis que a Exposição suscitou muitos debates em torno de que tipo de Nação o Brasil deveria ser. ____________________ 1 Motta, Marly. 1922: em busca de um Brasil Moderno. Rio de Janeiro: 1994 2 Pesavento, S.J.. As Exposições Universais. São Paulo: Hucitec 1997. Figura 1. Quiosque da Ladeira de Santa Teresa. Foto de Augusto Malta 1922 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE HEGEL E SUA INFLUÊNCIA NA HISTORIOGRAFIA OITOCENTISTA Adílio Jorge Marques1 (PG, FM) 1HCTE/ UFRJ Rua Capitão Resende, 403/206 - Rio de Janeiro – RJ [email protected] Palavras Chave: Formação historiográfica, Hegel, idealismo lógico, dialética. através da vida dos heróis, que representam a Introdução encarnação em um homem importante dentro de uma cultura do “espírito da História” hegeliano3. As O objetivo deste trabalho é mostrar a importância de massas e o herói seguem cumprindo uma missão G. W. F. Hegel (1770-1831) na formação até um Absoluto, onde mais uma vez as doutrinas historiográfica do século 19 e, consequentemente, de Hegel e Carlyle são coincidentes. Karl Heinrich na estruturação oitocentista da história das ciências. Marx (1818-1883) & Friedrich Engels (1820-1895): Analiso sua grande importância e influência em Seguidores da corrente chamada “hegelianos de Leopold von Ranke, T. Carlyle, K. Marx e Engels, J. esquerda”, no posfácio à segunda edição (de 1873) G. Droysen. De suas biografias e sistemas socio- de “O Capital”, Marx precisou: “Meu método históricos pode-se recuperar a contribuição do dialético não só é fundamentalmente distinto do sistema filosófico hegeliano, destacando o idealismo método de Hegel, mas é, em tudo e por tudo, a lógico e a dialética, seja aceitando, condenando ou antítese dele” 4. Marx se serve de três correntes do propondo adaptações ao pensamento hegeliano. pensamento que se desenvolviam na Europa, colocando-as em relação umas com as outras em Resultados e Discussão suas obras: a dialética hegeliana, a economia Filósofo da totalidade, do saber absoluto, do fim da política inglesa e o socialismo. Para Marx e Engels, história, de um processo de formação da o movimento dialético de Hegel deveria ser real, não consciência, Hegel propõe uma Filosofia da possuindo por base algo espiritual, mas sim um identidade, que não concebe espaço para o propósito material3, onde o materialismo dialético contigente, para a diferença. Hegel introduziu um surge como conceito central da filosofia marxista. sistema para compreender a História da filosofia e Porém, Marx não se contenta em introduzir esta do mundo, chamado geralmente de dialética1. Em importante modificação apenas no terreno da Hegel, a História progride aprendendo com seus Filosofia5. Adentrou no terreno da História e ali erros: somente depois das experiências de um desenvolveu marcante teoria científica: o povo, e precisamente por causa delas, pode-se materialismo histórico. Johann Gustav Droysen postular a existência de um Estado Constitucional (1808-1886): Foi aluno de Hegel, estudando a de livres cidadãos e que consagra tanto o poder História na dialética sujeito/objeto, onde essa organizador benévolo (supostamente) do governo História deveria fornecer sentido aos fatos coligidos racional e os ideais revolucionários da liberdade e ao longo das eras. Ao contrário de Marx e Engels, da igualdade. É preciso abandonar a idéia de que a seus escritos mostram certo conservadorismo contradição produz um objeto vazio de conteúdo. implícito hegeliano: a existência de uma ética de Hegel dá dignidade para a contradição, bem como Estado (citando Hegel e seu sistema em sua obra para o negativo2. É a Filosofia que observa a sobre a Prússia medieval). dimensão temporal da existência humana como existência sócio-política e cultural; teorias do Conclusões progresso, da evolução e teorias da Verificamos a importância da História no descontinuidade histórica, seguindo a lógica do entendimento dos povos, que fica marcada, no devir. século XIX, pela noção de progresso dada pelos Historiadores estudados: historiadores citados, onde Hegel esteve presente Leopold Von Ranke (1795-1886): Frequentemente como referência em maior ou menor medida. A considerado como o pai da "História cientifica", busca pelo homem e pelo Estado perfeitos definiu o tom de boa parte dos escritos históricos chegarão até nossos dias, comprovando sua posteriores com a introdução do método científico importância no pensamento humano. na pesquisa histórica, propondo o uso prioritário de fontes primárias. Na Universidade de Leipzig apoiou Agradecimentos o professor Fridrich Savigny, que enfatizava as Ao Filósofo André Senra pelo apoio a este trabalho. variedades dos diferentes períodos da História, contra os seguidores de Hegel (defensores do desdobramento de uma História universal). Ranke 1 Hegel, G. W. F.. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Ed. criticou duramente a visão hegeliana, afirmando que Vozes, 2001. 2 Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996. a mesma era uma abordagem de uma única medida 3 Carlyle, T.. Sartor Resartus, and On Heroes, Hero-Worship, para diversos valores. Thomas Carlyle (1795- and the Heroic in History. www.gutemberg.org. Acesso em 1881): Propõe que a História pode ser interpretada junho/2007. 4Marx, Karl. El capital, critica de la economia política. T. 1. P. 177. México, DF: Fundo de Cultura. 5CHAUÍ, M.. Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2002. 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DA HISTÓRIA DA FÍSICA Adílio Jorge Marques1, * (PG, FM) Sandra Helena Alves de Almeida2 (FM) 1HCTE/UFRJ & Colégio Santo Inácio Rua Capitão Resende, 403/206 - Rio de Janeiro – RJ - [email protected] 2Colégio Santo Inácio Rua São Clemente, 226 - Botafogo - Rio de Janeiro – RJ Palavras Chave: História das Ciências, Ensino de Física, FMC, Ética. 6 - FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA Introdução (FMC)/ATUALIDADE: Utilizando um ou no máximo dois temas, entre outros: Nuclear; Astronomia; Laser O presente trabalho mostra projeto desenvolvido e suas aplicações; tecnologias das comunicações; com aproximadamente 280 alunos do 1º ano do Física Médica; nanotecnologias. Ensino Médio durante o ano de 2007, sendo Parte II – Os aspectos humanistas e um vídeo- proposta pedagógica aplicada repetidamente desde debate: Composto de três partes sobre as várias 2003. Consistiu em discutir com os alunos o mudanças climáticas atuais, o filme possui fortes conhecimento histórico-científico da humanidade cenas (terremotos, guerras, desastres naturais, em seis diferentes enfoques ou épocas, da poluição, fome, etc.) que buscavam chamar a Antiguidade aos dias atuais, buscando ultrapassar atenção dos alunos para a utilização da ciência ao os aspectos físicos e históricos. Para tal, foram longo das Idades. Seguiu-se com debate e reflexão, colocados em sala de aula outros importantes com questões tais como: “A Ciência é ou não conceitos tomados da Filosofia: o homem e sua neutra?”; “Ela é verdade absoluta?”; “Qual a relação relação com o saber; as derivações filosóficas, entre Ciência e Tecnologia para você ao longo do sociais, morais de personagens da história tempo?”; “A troca com o meio ambiente: qual o seu científica; a política; a ética para o cientista e o papel ontem e hoje?”; “Ética e ciência ao longo das cidadão; aspectos da religiosidade ao longo da Idades”. história; arte e Física; a relação com o aspecto Resultados ambiental. Discussão Percebemos maior facilidade no entendimento e discussão das leis físicas após este projeto, com o Parte I – O Trabalho escrito e apresentação oral: Os fato dos alunos terem compreendido o contexto estudantes deveriam apresentar em grupo a sua social e histórico de cada personagem, como no pesquisa, mostrando como evoluíram as idéias caso de Newton e suas Leis. Novas questões e científicas desde a Idade Antiga até a atualidade. Os interesses pela História das Ciências e das temas foram: Técnicas surgiram ao se perceber a diferença, por 1 – IDADE ANTIGA: Contribuições: Grécia, ou: exemplo, entre a Física Clássica (estudada por Pérsia, Egito, Babilônia. Arquimedes e suas idéias. eles) e a FMC. O índice médio de participação ao Os atomistas gregos. Sócrates e a divisão na longo dos anos é da ordem de 98%. Filosofia; os sofistas; a política ateniense. Platão: o Conclusões idealismo; a Academia. Aristóteles: o Liceu; a lógica; a Física aristotélica. Para os autores, este projeto é mais um indício de 2 – IDADE MÉDIA/RENASCIMENTO: Árabes e os que é possível tornar a Física e as demais ciências textos trazidos; a evolução das práticas alquímicas escolares mais próximas da realidade discente, para a farmácia, a medicina e a química; a além de melhor contextualizada, utilizando-se a matemática; Santo Agostinho e o platonismo; Tomás História. Também destacamos que se abre uma de Aquino e o aristotelismo; as construções das nova maneira de ensinar FMC no ensino médio. catedrais medievais e as técnicas. A Teoria do Referências Utilizadas no Projeto Ímpeto. Alquimia e a Química que nascerá: Lavoisier. Medicina e Farmácia. Invenções das viagens no mar. Guimarães, L. A. & Fonte Boa, M.. Física - Ensino Médio, 3 – GALILEU GALILEI: As questões científicas com a Mecânica. Cap. 9. Rio de Janeiro: Ed. Futura, 2005. Braga, M., Guerra, A., & Reis, J. C.. Breve História da Ciência Igreja; o atomismo galileano; do geocentrismo ao Moderna. 4 vols. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar Editor, 2003. heliocentrismo copernicano; as experimentações: Chauí, M.. Convite à Filosofia. Unidade 7. Rio de Janeiro: Ed. foram feitas ou não? Sua importância no pensamento Ática, 2007. humano e a Revolução Científica. Valverde, A.; Oliveira, F.; Vianna, I. S.; Pessini, L.; Moreira, R.; Branco, S. M.; Capozoli, U.. Ciência e Tecnologia em Debate. p. 4 – ISAAC NEWTON: O resgate de aspectos da 21 a 71. Rio de Janeiro: Ed. Moderna, 2001. Renascença; as revoluções com a Mecânica, Óptica, Pedagogia Inaciana – uma proposta prática. 5ª edição. São Astronomia. O determinismo newtoniano. A relação Paulo: Edições Loyola, 1999. com a Revolução Francesa; o Iluminismo. Sovone, O. A.. Física Moderna para o Ensino Médio, Rio de Janeiro: Nova Didática, 2002. 5 - ALBERT EINSTEIN: Seus trabalhos Júnior, D. B.. Tópicos de Física Moderna, Paraná: Companhia da revolucionários de 1905 e 1915; que mudanças Escola, 2002. causaram no pensamento humano? Suas posições Azevedo, F.. As Ciências no Brasil. 2 vols. EDUFRJ, 1964. como pacifista, político, religioso. A fuga do Filgueiras, C.A.L.. Lavoisier – O estabelecimento da Química Moderna. São Paulo: Odysseus, 2007. nazismo. A participação na questão atômica na 2ª Guerra Mundial. 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE Alexandre Antonio Vandelli e as ciências naturais Adílio Jorge Marques1 (PG, FM) HCTE/ UFRJ Rua Capitão Resende, 403/206 - Rio de Janeiro – RJ [email protected] Palavras Chave: Ciências Naturais, Ilustração. gratuitamente pela Junta do Comércio, da qual fazia Introdução parte com ajudante; “Zoologia Portuguesa” (1817) em dois volumes; “Apontamentos para a História Conhecer a obra de Alexandre Antonio Vandelli das Minas de Portugal, colligidos pelo ajudante, (1784-1862), doravante AAV, pode ser uma forma servindo de Intendente geral das Minas e metais do de esclarecermos ainda mais o pensamento Reino” (1824). E “Collecção de Instruções sobre a científico que fluía de Portugal para o Brasil nos agricultura, artes e Industria”, Lisboa (1831-1832). oitocentos. Naturalista luso brasileiro que torna-se Dirigiu uma fábrica de azulejos de 1818 a 1834, herdeiro de duas grandes mentes da Ilustração, situada na região conhecida como Rato (Lisboa), mesmo que sem o mesmo brilhantismo: de seu pai, quando veio para o Brasil com a família. Deixou Domingos Agostino Vandelli (1735-1816), outros trabalhos em Química, Física, Mineralogia. naturalista paduano da reforma pombalina em Atividades científicas no Brasil: Em 1838 foi Coimbra e Lente jubilado da mesma Universidade; e Diretor (SP) da Fazenda Normal, destinada ao do sogro José Bonifácio de Andrada e Silva (1763- aprendizado e ao desenvolvimento das técnicas na 1838), que teve em Alexandre seu orientado e agricultura. Em 1839 trabalhou para o Colégio ajudante desde 1813, quando ambos trabalhavam Pedro II. No mesmo ano passou a Professor de em Portugal no Laboratório químico da Casa da Botânica e Ciências Naturais da família imperial3. Moeda. Atuou em diversas áreas, tanto em Portugal Um dos fundadores (1850) da Sociedade Vellosiana quanto no Brasil. de Ciências Naturais do RJ4, criada com a finalidade de incentivar a pesquisa de temas científicos Resultados e Discussão nacionais. Atuou no RJ como fiscal do Imperial Nasceu em Coimbra em 27 de junho de 1784 Núcleo Hortículo Brasiliense (entre 1856 e 1859). quando seu pai lá trabalhava para o governo Escreveu outros trabalhos sobre: criação de português, sendo o filho mais moço da já renomada estabelecimentos agrícolas, história, zoologia e família. Formou-se em Ciências Naturais em meteorologia do RJ. Coimbra. Desde 1813 torna-se ajudante de José Bonifácio. Em Lisboa, no bairro de Arroios, casa-se Conclusões em 18/02/1819 com Carlota Emília de Andrada, Alexandre A. Vandelli atuou nas mais diversas nascida a 20/12/1790, filha de José Bonifácio, com áreas do saber ilustrado no séc. XIX: Química, quatro filhos. Acusado de simpatizar com os Mineralogia, Agricultura, Paleontologia, Educação, invasores franceses, AAV e o pai foram desterrados Zoologia, Botânica, Meteorologia, Fabricação de para os Açores em 1810. Alexandre logo voltou a Louças, Administração. Sua atuação em Portugal é Lisboa, porém o pai só conseguiu retornar em 1815 marcada por importantes feitos, como o Museu da do exílio. AAV tornou-se Procurador do pai1. Academia Real de Ciências e o início da Atividades científicas em Portugal: Em 1812 foi Paleontologia. A mineração lusa deve-lhe as membro da Comissão de Reforma de Pesos e inúmeras tentativas de continuar o projeto de Medidas, cujas resoluções foram adotadas por D. Bonifácio de um Portugal independente nesse setor João VI. De José Bonifácio foi Assistente no econômico. No Brasil, foi um dos que ajudaram a Laboratório Químico da Casa da Moeda de Lisboa despertar no Imperador Pedro II o gosto pelas desde 1913. Na mesma função, atuou na ciências, além da tentativa de estabelecer uma Intendência Geral de Minas e Metais do Reino até Sociedade Científica. Trás consigo a tentativa de 1819. Com a vinda do sogro para o Brasil, passa a sobrevivência de uma concepção ilustrada e ocupar interinamente a direção da mesma fisiocrata de nação e de cidadania. Intendência, especialmente da Real Ferraria da Foz de Alge e das Minas de carvão de Buarcos. Em Agradecimentos 1824 é substituído pelo Barão de Eschwege na Direção da Intendência, após muitas intrigas Ao Prof. Dr. Carlos Alberto L. Filgueiras da IQ/UFRJ pessoais e políticas entre ambos. Torna-se Guarda- pelo apoio em todos os momentos desta pesquisa. Mor dos Estabelecimentos da Academia Real das ____________________ Ciências de Lisboa, de onde foi Sócio mesmo 1 Cartas depositadas na Biblioteca Nacional/RJ: C-0722, 011 quando estava no Brasil. O Museu da mesma números 001 e 002, setor de Manuscritos. Academia é criado em 19/12/18312 por sua 2 Memórias da Academia Real de Ciências de Lisboa. Tomo XI, p. V. Lisboa: 1831. sugestão. Publicou 4 livros: “Resumo da Arte de 3 FILGUEIRAS, C. A. L.. A Química na educação da Princesa Distillação” (1813), impresso e distribuído Isabel. São Paulo: Química Nova, vol. 27, nº 2, p. 349-355, 2004. 4 PAIVA, M. P. Associativismo Científico no Brasil Imperial: a Sociedade Vellosiana do Rio de Janeiro: Brasília: Thesaurus 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE Editora, 2005. Originais na Biblioteca Nacional/RJ, setor Obras Raras: microfilme PR-SOR 19 (1-3). 25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ 2 Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE RETROSPECTIVA HISTÓRICA DOS MODELOS TECNOASSISTENCIAIS NO CAMPO DA SAÚDE PÚBLICA Flávia Cristina Morone Pinto* (PQ),Vagner Pereira de Souza (PQ), Teresa Cristina C Piva (PQ) 1 2 3 Mestre em Saúde Pública – Profª do Curso de Graduação em Enfermagem e Coordenadora do Curso de Pós- 1 Graduação em Saúde Pública, do Centro Universitário Celso Lisboa. Bacharel e Licenciado em História - Prof. de História da Saúde Pública do Curso de Pós-Graduação em Saúde 2 Pública, do Centro Universitário Celso Lisboa. Doutora em Ciências – Profª do Curso de Pós-Graduação de Enfermagem - Terapia Intensiva e Enfermagem do 3 Trabalho, do Centro Universitário Celso Lisboa. Centro Universitário Celso Lisboa Rua 24 de Maio 797 - Sampaio - Rio de Janeiro/RJ - Cep: 20950-091 Tel: 21 3289-4722 Email: [email protected] DESCRITORES: Saúde pública, Saúde coletiva, Modelos Tecnoassistenciais, Políticas de saúde. planos estratégicos e mais tarde, na década de 90, Introdução a criação do SUS. Alicerçado no conceito ampliado de saúde, que define a produção de saúde a partir de determinantes sociais, econômicos e culturais, os modelos tecnoassistenciais mostram-se como importantes estratégias neste campo, uma vez que se traduz como “modos de oferecer a saúde a uma determinada comunidade, combinando assistência, tecnologia e técnicas, dentro de uma racionalidade que possa ao mesmo tempo respeitar a política de saúde vigente, a contemporaneidade e ter impacto na qualidade de vida e saúde”.1. A vivência no campo da saúde proporcionou algumas situações que chamaram a atenção, em especial, a dificuldade em se obter um modelo tecnoassitencial que atenda as necessidades Conclusões atuais. O objetivo principal deste trabalho foi Observa-se a necessidade de ampliar a fomentar o debate acerca dos modelos discussão neste campo, uma vez que a solução tecnoassistenciais como estratégia lógica e racional para a crise no sistema de saúde hoje, pode estar na produção de saúde, em adição apresentaram-se ligada aos antecedentes históricos que os antecedentes históricos referentes à construção impulsionaram a criação de modelos de saúde destes modelos na área da saúde, assim como se incertos e ainda incipientes, como o de Saúde da discutiu sua trajetória até a atualidade. A Família. Visto que a ampliação deste programa, metodologia utilizada foi do tipo bibliográfica de enquanto estratégia tática e operacional do SUS, caráter descritivo e as fontes usadas foram: banco poderá produzir melhores indicadores de saúde e de dados do Scielo e da Biblioteca Virtual em Saúde aumentar a qualidade de vida. – Bireme/BVS (Lilacs e Medline) em especial. Agradecimentos Resultados e Discussão À professora Dra. Teresa Piva pelos preciosos Os modos de produção da saúde foram ensinamentos. diferentes ao longo dos anos. O período da ____________________ colonização foi marcado pela atuação dos boticários em virtude da ausência de profissionais médicos. 1 Santos, A. da S. Os Modelos Tecnoassistenciais e o Sistema Único de Mais tarde deu-se início as campanhas higienitas, Saúde. Revista Nursing, V. 96, n. 9, Maio 2006. lideradas por guardas sanitários, período marcado 2 Hochman, G.; Bandeira de Mello, M. T.; Santos, P.R.E.. A malária em pela intervenção campanhista, como pode ser foto: imagens de campanhas e ações no Brasil da primeira metade do visualizado na figura abaixo2. O nascimento da século XX. História, ciências e saúde. vol. 9 (suplemento):233-73, previdência social mudou o rumo da saúde pública. 2002. A crise no sistema previdenciário levou a criação de 1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008

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