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Minimanual da arte guerrilha urbana PDF

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MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA COLETIVO APARECIDOS POLÍTICOS MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA COLETIVO APARECIDOS POLÍTICOS MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA FORTALEZA-CE 1a Edição | Março 2015 REALIZAÇÃO APOIO COLETIVO APARECIDOS POLÍTICOS Este projeto foi contemplado com recursos do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 11ª Edição FORMAMOS O COLETIVO APARECIDOS POLÍTICOS EFO ERSMCRAEMVOEMS OOS C EOSLTEET ILVIVOR AOP:ARECIDOS POLÍTICOS AE LEESXCARENVDERMEO DSE E ASLTBEU LQIVUREOR:QUE MOURÃO MALAERXCAONSD VREEN DICEI UASLB LUIMQAU EMRAQRUTEI NMSO (UMRAÃROQUINHOS) SMAABRRCINOAS VKEÉNSIIAC IDUES ALIRMAAÚ JMOA SROTAINRSE S(MARQUINHOS) SSAABRRAI NVAAS KCÉOSNIAS EDLEO AS RCARÚUJZO ( SSAORAAR ENSINA) SSATERLAL AV AMSACROINS SNEOLOGSU ECIRRUAZ P (ASCAHREAC NOINA) STELLA MARIS NOGUEIRA PACHECO PRÓLOGO IPARRÓAL OPGEROE IRA XAVIER IARA PEREIRA XAVIER EDIÇÃO DE ARTE SEÉDRIÇGÃIOO FDUEJ IAWRATERA SÉRGIO FUJIWARA ILUSTRAÇÃO RILAUFSATERLA LÇIÃMOA VERDE RAFAEL LIMAVERDE PRODUÇÃO IPVRNOAD UGÇIRÃÃOO IVNA GIRÃO ASSESSORIA DE IMPRENSA CASASMEISLSAO GRIAAR DCEIA IMPRENSA CAMILA GARCIA REVISÃO ORTOGRÁFICA JRAERVIIZSAà OM OEDRTEOIRGORSÁFICA JARIZA MEDEIROS Catalogação na Fonte Bibliotecária Perpétua Socorro Tavares Guimarães CRB 3 801/98 M 929 m Mourão, Alexandre de Albuquerque Minimanual da arte guerrilha urbana /Alexandre de Albuquerque Mourão, Marcos Venicius Lima Martins, Sabrina Késia de Araújo Soares et al. - Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2015. 56 p. ISBN: 978-85-420-0572-1 1. Guerrilha- prática urbana I. Martins, Marcos Venicius Lima II. Soares, Sabrina Késia de Araújo III. Título CDD: 981.083 Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem obras derivadas sobre a obra original, desde que cEostma fil incesn nçãao p ceormmeitrec iaqiuse e ocuotnrtoasn rteom qiuxee mat, riabduaapmte cmré de itcor ieamo aoubtorars e d liecreivnacdieams saosb nreo vaa so cbrriaa çoõreisg isnoabl, odse msdees mquoes pcoamrâ mfinestr onsã.o O cuotmroesr cpiaoids eem c ofanztaenr too qduoew natloriabdu aomu crreéddisittori bauoi ra ua toorb rea l idcean mcieemsm aas fnoormvaas cqruiaeç õneas lsicoebn çoas manetsemrioors, mas eles também podemp tararâdmuzeitr,r ofas.z eOr urtermosi xpeos dee emla fbaozrearr on odvoaws nhliostaódr iaosu croemdi sbtarisbeu inr aa o obbrara o driag inmael.s Tmoad af onromvaa qoubera nfae itlaic ean pçaa rtairn tdeersiotar, dmeavse reále sse rt alimcebnécmia dpao dcoemm atr amdeuszmir,a f alizceern çream, dixee ms oe deola qbuoera qru naolqvuaes rh oisbtróar idaes rcivoamda b, apsoer nnaa toubreraza o, rnigãion aplo. dToerdáa sneor vuas aodbar ap aferait afi nas pcaormtire rdceiastisa. deverá ser licenciada com a mesma licença, de modo que qualquer obra derivada, por natureza, não poderá ser usada para fins comerciais. MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA é resultado de iniciativa do Edital Programa Rede Nacional Funarte Artes VMisIuNaIisM 1A1ªN EUdAiçãLo .D AAs oApRinTiõEe sG eU dEaRdRosI LcHonAti dUoRs BneAsNtaA p uéb rliecsauçlãtaod soã od ed ein riceisaptiovnas adboi lEiddaitdael Pdreo sgeraums oar gRaendiez aNdaocrieosn ea la Fuutonraerste, eA nrtãeos tVriasduuazise m11 ªo pEidniiçõãeos. Adso oGpoinvieõrenso e F deadderoasl , ceoxncteidtoo s qnueasntad op uebxlpicraeçsãsoo esãmo cdoen rterásprioon |s aDbIiSliTdRaIdBeU dIÇeà sOeu Gs RoArgTaUnIiTzAad, oPrReOs IeB IaDuAto Are sV, EeN nDãAo traduzem opiniões do Governo Federal, exceto quando expresso em contrário | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA, PROIBIDA A VENDA SUMARIO Prólogo 7 Introdução 9 Uma definição de Arte Guerrilha Urbana 14 A ideia: a razão de existir da Arte Guerrilha Urbana 16 Os grupos ou coletivos 18 A técnica da Arte Guerrilha Urbana e suas características 19 Objetivos da Arte Guerrilha Urbana 20 Sobre os tipos e natureza de ação para a Arte Guerrilha Urbana 21 Rebatismo popular 22 Esculacho (ou escracho) 24 Lambe-lambe 27 Ocupação 28 Estêncil 31 Oficinas 32 Rádios e TVs Livres 33 Táticas de rua 35 Muralismo 37 Cartazes e “memes” 38 Arte Guerrilha Urbana para prevenção de violações de direitos e pela não repetição 39 Sobre o Coletivo Aparecidos Políticos 41 Bibliografia 42 Movimentos sociais, organizações e iniciativas recomendadas 43 ANEXO: Lista dos 377 militares, policiais e ex-agentes que atuaram, diretamente ou indiretamente, na repressão política 47 | 5 MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA | APARECIDOS POLÍTICOS INTRODUCAO D edicamos este trabalho a todos os desaparecidos políticos e mortos pela ditadura militar, bem como a todas as pessoas que ainda hoje são assassinadas no campo e na cidade, por buscarem a garantia de seus direitos e a justiça social. Ressignificar essa publicação em outro contexto Este texto é uma histórico, a partir de uma paráfrase com o termo ressignificação do arte, não tem como pretensão uma apropriação livro Minimanual do romântica da palavra que, nos últimos anos, vem Guerrilheiro Urbano, do sendo capturada por empresas de publicidade e poeta e inimigo público marketing, sendo difundida como um conceito no 1 da ditadura, Carlos mercadológico: a guerrilha. Sabemos dos riscos de Marighella. O livro, uso dessa palavra. Ademais, a possibilidade, em si quando publicado em da publicação de um material dentro de um edital 1969, serviu de mote público já é, por si só, uma característica de ação para resistência de guerrilheira. Uma brecha dentro de uma política diversas organizações pública em artes. políticas e tornou-se referência internacional, A ideia de arte guerrilha ou de um artista guerri- sendo ainda hoje pouco lheiro urbano tem fundamentação nas aproxima- conhecido no Brasil. ções sempre presentes entre arte e política, arte ativista, artivismo ou ativismo criativo, e vem sendo produzida e praticada desde a década de 1960. A ponderação e necessidade da desfetichização do termo guerrilha é anun- ciada já nas páginas iniciais do livro de Marighella ao qual referenciamos: “O guerrilheiro urbano não é um homem de negócios em uma empresa comer- cial, nem é um artista numa obra.”1. O que talvez um dos homens mais temi- dos pela ditadura quisesse anunciar, no seu pensamento-ação, é exatamente 1. Carlos Marighella, Minimanual do Guerrilheiro Urbano, 1969, p. 6. [Grifo nosso] | 9 MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA | APARECIDOS POLÍTICOS o que mais os artistas ativistas de hoje almejam: a arte não deve ser represen- tada, enquanto uma cópia da realidade, ela deve ser vivida. Sem nenhuma pretensão de apresentar uma fórmula exata do que cabe ou não ao artista político, paira em nós a opinião de que esse artista deve negar o congela- mento de sua criação. Este livro faz parte de Sabemos, igualmente, das adversidades de se um processo de memória usar a palavra “manual” para tratar de assun- ligado a mulheres e tos pertinentes ao campo artístico. Entretanto, o homens que deram suas termo “manual”, além de ser uma referência ao vidas para que hoje livro citado, relaciona-se a sugestões de práticas e estejamos aqui. Mulheres não a um direcionamento estático e cristalizado. e homens que lutaram A aproximação entre arte e política é uma ini- para que possamos ciativa de artistas que almejaram se apropriar de ler e escrever essas práticas criativas no fazer político e vice-versa. linhas, amparados pela Uma atenção a períodos passados dará conta de liberdade de expressão e uma vasta gama de relações entre esses campos, manifestação conquistadas aparentemente, tão distintos. Essa aproximação à custa de muito sangue, ocorreu de maneira consistente, e até radical, na derrubada da ditadura naquela que foi considerada a primeira revolu- militar de 1964-1985. ção operária: a Comuna de Paris, no século XIX. O pintor realista Gustave Coubert, por exemplo, participou ativamente dos quadros revolucionários, dirigiu uma Federação dos Artistas e chegou a orga- nizar a derrubada de um monumento em homenagem a Napoleão, na Praça Vendôme, sendo condenado e exilado após o fim da Comuna. A dissemina- ção de ideias pela chamada Agitação e Propaganda, em meados de 1920, na União Soviética, foram também algumas iniciativas de aproximação entre arte e política. Porém, o perigo da instrumentalização da arte como uma propaganda ou um mero meio, perdendo assim a autonomia da atividade artística, foi alertado pela escrita do Manifesto por uma arte revolucionária independente, em 1938, de Leon Trótski e do surrealista André Breton. Talvez alguns setores de esquerda façam críticas à apropriação “artística” do método de guerrilha, por ter relação com os conflitos passados entre os perseguidos políticos da época da ditadura militar; de certa forma, aqui e acolá, surgia um confronto entre militantes de organização armada e aqueles 10 | MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA | APARECIDOS POLÍTICOS que preferiam protestar por meio de peças de teatro ou documentários. “O tiro é a razão de existir do guerrilheiro urbano”, frisava Marighella. Muitas vezes, ao campo artístico foi relegado um caráter secundário e “subjetivo”, a criação artística não era tão importante – não que a arte fosse dispensável –, mas a luta de classes era movida pela relação proletariado x burguesia, e não por tintas, versos ou negativos. A participação de artistas em organizações armadas2 ou de resistência comprova que, não necessariamente, os campos citados se excluíam. Sem o intuito de polarizar a discussão, o que importa é que a conjuntura dos anos de 1960 já não é a mesma hoje. A retomada da Por outra perspectiva, a retomada da memória palavra guerrilha tem, do Minimanual3 talvez seja temerosa a militares necessariamente, outra golpistas e conservadores que, à época, temen- significação, outro tempo do o fim da ditadura militar, rotulavam pratica- histórico, como também mente todas as ações da resistência (armadas a necessidade de se ou não) como “ações terroristas”. Do cidadão reapropriar e disputar comum, passando pelo artista, pelo padre, ín- essa palavra que vem dio, camponês, o jornal de oposição chegando sendo cooptada pela ao militante político tradicional, todos eram lógica mercadológica, apontados como “terroristas” e “subversivos”, sendo domesticalizada na tentativa de humilhar e destruir, publica- numa fria “subversão”. mente, quem não concordasse com o regime de exceção. O uso de armas para resistir a uma ditadura, tendo como mote o direito à resistência presente e garantida até em legislações internacionais, fato ocor- rido, por exemplo, com os Partisans, quando resistiram armados à ocupação nazista na França, talvez não seja tão compreendido por nossa geração que não viveu um regime repressor e autoritário. O contexto era outro e o uso das armas foi um último recurso. Depois de várias iniciativas de resistência a desaparecimentos forçados, estupros e torturas que não davam sinais de 2 Na Ação Libertadora Nacional (ALN), havia um grupo de artistas: Sérgio Ferro, Rodrigo Lefèvre, Carlos Heck, Júlio Barone e Sérgio de Souza Lima; na Ala Vermelha, Alípio Freire e Carlos Takaoka; no Movimento de Libertação Popular (Molipo), Antonio Benetazzo; no Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Sérgio Sister; no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), Carlos Zílio e Renato da Silveira. 3 Segundo Mário Magalhães, o general-de-brigada Durval Andrade Nery flagrou um exemplar do best-seller de Marighella na biblioteca da Escola das Américas, no Panamá, centro militar americano de formação de oficiais estrangeiros. (Magalhães, 2012, p. 504) | 11 MINIMANUAL DA ARTE GUERRILHA URBANA | APARECIDOS POLÍTICOS

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