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Método para aprender e estudar a Medicina PDF

42 Pages·2003·0.23 MB·Portuguese
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António Ribeiro Sanches Método para aprender e estudar a Medicina Universidade da Beira Interior Covilhã – Portugal 2003 ii Conteúdo IntroduçãoaoMétododeestudareaprenderaMedicina . . . . . . . . . . . . . 1 QualidadesnecessáriasparaaprenderaMedicina . . . . . . . . . . . . . . . . 2 DoColégiodaFilosofia;umdostrêsdequeconstariaaUniversidadeReal . . . 3 DaHistória,daGeografiaedaCronologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 DosEstudosFilosóficosquedevemprecederaMedicinaeaJurisprudência . . 6 DoEstudodasMatemáticasElementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 DaFilosofiaRacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 DoEstudodaDialécticaedaLógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 DaFilosofiaMoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 SeaFilosofiaMoraldeveprecederaJurisprudênciaeaMedicina? . . . . . . . 11 DoEstudodaFísicageraledaexperimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 DoEstudodasHumanidades,daAntiguidadeGregaeRomana . . . . . . . . . 12 DoEstudodaMedicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 II–DosLentesdoColégiodeMedicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 SeosEstudantesdeMedicinadeveriamfrequentaroHospitaldesdequeentras- semaaprenderestaCiência? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 DoEstudodaCirurgiaPráticanesteHospitaldaUniversidade. . . . . . . . . . 19 DoEstudodaAnatomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 DoEstudodaCirurgianoHospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 DoEstudodaQuímica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 DoEstudodaHistóriadaMedicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 ContinuaamesmaMatéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 DoEstudodosAforismosdeBoerhaave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 DoartifíciocomqueestãocompostososAforismosdeBoerhaave: Edarazão quetêmtodososMédicosdepreferiremestelivroatodosdaArteMédica 26 ContinuaamesmaMatéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 ConhecimentosindubitáveisqueensinaaQuímicaMédicadeBoerhaave . . . . 30 Aplicaçãodestadoutrinaaocorpoenfermo . . . . . . . . . . . . . . . . 31 ObjecçõescontraosdefeitosdosAforismosdeBoerhaave . . . . . . . . . . . 35 DoEstudodaBotânica,MatériaMédicaeFarmácia . . . . . . . . . . . . . . . 36 ContinuaamesmaMatéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 DoEstudodasInstituiçõesdeMedicinadeBoerhaave . . . . . . . . . . . . . . 37 iii Introdução ao Método de estu- lificadoresparaexaminaremasconclusões,ouobras Filosóficas, que se ensinariam no Colégio que pro- dar e aprender a Medicina ponho. QueseaTeologia, eoDireitoCanónicose ensinar separadamente, por exemplo em Évora, ou emBraga,àcustadosPrelados,quefaltarãoosTeó- Aindaqueestejaautorizadoparaescreveromelhor logosFrades,eporconsequênciaPregadoreseMis- métododeaprendereensinaraMedicina,receiocom sionários, no lugar onde se estabelecer a Universi- razão, que o meu trabalho será avaliado, como or- dade Real: E que sobretudo quero introduzir nela, dinariamentesãoosprojectos, ouimpraticáveis, ou aquelemétododepensar,fundadonoconhecimento quiméricos: porqueconsiderando,queosquejulga- interiorprovadopelaexperiência;equetemporúl- rãodoqueescrevo,forameducadosmuitodiferente- timofimeobjectoacharosprincípioseascausasde mentedoqueproponho,meacuzarão,queignoroos todososnossosconhecimentos: Quequerointrodu- requisitosnecessáriosquedevementrarnoquepre- zirnamelhorporçãodaNaçãoPortuguesaométodo tendoverexecutado. decompararosefeitosparavirnoconhecimentodas Proponho a Medicina fundada na verdadeira Fí- suas causas; e de comparar e combinar estas, para sicaeGeometria: Proponhoométododesaberpen- prevereconhecerosefeitosquedelassepoderãose- sar,edeenunciar-secomclareza,ordemeelegância, guir:QueestefoiométododeBacon,deVerulâmio, ornando o juízo com a História e com a Geografia, Locke, & de Descartes, autores hereges, e não sem eumReinoondeatéagoranãoseensinarampubli- notadeAteísmo. camenteestesconhecimentos: pelocontrárioflores- EquedouaentenderqueométododosEstudos ceramnelesomenteaquelaFilosofiaescolástica,que existentesatéagoranaUniversidadedeCoimbrafoi serviadeintroduçãoparaestudarestaciência. erróneo,eprecário: Quequerodesterrardosnossos Também receio que me oponham, que proponho estudos aquela regra universal para convencermo- umaEscolaRealdeMedicinacomtantodispêndio; nos,aautoridadedosDoutores,aindanasmatériasda devendo considerarque somentenos Reinos flores- puraNatureza:Quequerodestruirocostumedecon- centesnasartesenocomércioseachamsúbditosri- vencer,edepersuadirnasconsultasdosMédicos,e cos,quepossamassistiremanter-senasUniversida- nosTribunaisdeJudicatura,desedecidiremasmaté- des,porseisouseteanos,efazerosgastosnecessá- riasmaisimportantespelaautoridadedosDoutores; riosparacomprarlivros,fazerexperiências,epagar porqueraríssimasvezessedecidempelaintimarazão Mestres:QueointeriordoReinoestádestituídodes- provadacomexperiênciasobservadassemerro. tasvantagens;equeporestacausaamaiorpartedos Estudantes, que se matriculam anualmente na Uni- QueseumavezsedesterrardasEscolasdaMe- versidade de Coimbra, ou são obrigados da neces- dicina e da Jurisprudência, a veneração devida aos sidade, ou levados da aversão aos estudos, ficarem Doutoresdestasciências,queperderemostodaasu- quasetodootempoemsuascasas,epeloscaminhos, jeiçãoerespeito,queintroduziramoscostumes,ea tantoquesematricularam: Indíciocertoquepoucos longa experiência, sem a qual nem as Leis pátrias, serãoosestudantes,queficarãonaUniversidadepelo nemaconstituiçãodoEstadopoderãosubsistircom tempoqueproponho,principalmentedebaixodeuma harmonia. regulardisciplina. Estaseoutrasmuitasobjecçõesencontraráomé- Quepareceimpraticável,nãoobstanteoexemplo todo dos estudos que proponho, por todos aqueles doReinodeNápoles, quehajaMédicoseLetrados queestimameseguemométododeensinareapren- emPortugalsemograuPontifício,equefiquemde- der da Universidade de Coimbra, e dos Conventos. coradossuficientementecomapatentedaEscola,ou Temoqueprevalecerão,apesardaevidênciacomque Universidade Real, firmada pelo Secretário de Es- apresentoaospésdoTronodeS.Majestade, donde tadodoReino. saíu a Real ordem para, escreve-lo: Sem embargo Queeximindo-setudooqueseimprimedarevi- quetenhaameufavor,quasetodasasUniversidades sãoeaprovaçãodoSantoOficio;seestaincumbên- Católicas Romanas, como são a de Bolonha, Paris, cia se restituir ao Chanceler Mor do Reino, ou aos Turim,eadeVienadeÁustria.Comoosmeusadver- seus Delegados, (como é constante prática na Uni- sários, podeser, asnãoconhecem, nemosescritos, versidade de Turim, não obstante existir na mesma quedelassaíram,persistirãoaimpugnar-me,pornão cidadeoTribunaldaInquisição)ficariaaportaaberta ficaremconfundidosnavelhice,doquenecessitavam aoCisma,àheresia,eàirreligião: Eprincipalmente aprendernamocidade. quandoproponhoqueaFaculdadedeTeologia,edo Domodoquesãohojeeducadasegovernadasas DireitoCanónicodeviaexcluir-sedestesestudosse- Cortes de Europa, do modo que os Ministros exer- culares: FaltandoporestesmeiososTeólogosQua- citamosseuscargos, équaseimpossível lhesfique 2 AntónioRibeiroSanches tempo para considerar o útil, ou pernicioso de um e aprender a Medicina. Parece, que a tudo satisfaz projeto: Embaraçados noite e dia com o despacho o tratado de Herman Boerhaave com as adições de ordináriodosnegócios,distraídospelaimportunação AlbertoHaller, seudiscípulo: Masestaexcelentee dos suplicantes e dos pretendentes, é desejar mila- doutíssimaobra,dequenosvaleremosbemamiúdo, gresquetenhamlugarparacombinartodaautilidade supõemqueoestudante,queentraraestudaraMe- deumaproposta: sepeloamordoserviçodapátria, dicina,estarájáinstruídonaslínguasdoutas,naGe- que os anima, entrevem alguma aparência de bon- ografia,naHistória,naFilosofiaRacional,eMoral; dadenoqueselhesapresentou,tomamoparecerdos equeentraráaouvirosLentesdeMedicina,comes- Mestresdaquelaarteouciênciaqueselhespropôs, tesprincípios, basedoquelheensinarem. Poressa eparecequesatisfazemàsuaobrigação,seguindoo razãomeresolviasupriroquesupõeestaexcelente parecer e as decisões de uns homens, ainda que às obracomumColégiodeFilosofia,talquesejaoSe- vezesinteressados,queconsumiramavidanaqueles mináriodoentendimentoilustrado,edocoraçãovir- exerciciosemqueforamconsultados. tuoso, qualidades tão necessárias no Médico, como SeosnossosMédicosestivessemnaquelelouvá- asrequeriaCatãonoseuOrador.2 vel costume, que têm alguns Italianos, quase todos os Alemães, Ingleses, Dinamarqueses, e sobretudo Qualidades necessárias para osSuecos,desenãoestabeleceremantesdeviajarem pelorestodaEuropa,aprendendodosmaiscélebres aprender a Medicina Mestres tanto nas Universidades, como nos Hospi- tais,omaisrelevadodaciênciaqueaprenderam,eu Ainda que todos os homens sejam compostos de osconheceriaporjuízescompetentesdoquepropo- corpo e alma racional, com tudo, pela experiência nhonestepapel.Mastodossabemaoquesereduzem detantosséculossesabehavernelestantavariedade osestudosdosnossosMédicosformadosnaUniver- noperceber,julgarediscorrer,comoobservamosnas sidadedeCoimbra,oudeSalamanca. caras: Todascontêmasfeiçõesqueformamorosto, Ninguém se admirará que o que proponho agora masnenhumaésemelhante. Igualéavariedadedos vá destituído daquela elegância que requeria o as- géniosedasinclinaçõesqueobservamosnosmeni- sunto, esobretudoparacumpriraordemdeS.Ma- nos,nãosendotodoscapazesdeobraremasmesma- jestade que Deus guarde: previa escrevendo as ob- sacçõescomamesmafacilidade,prontidão,eener- jecçõesacima,eabrandavamacadamomentoaquele gia. Serão logo obrigados os Legisladores, os Ma- estímuloquebrotadaesperança:Eassimfoi,parece, gistrados, e os Pais fazerem escolha daqueles que necessário,paraqueomerecimentodaminhaobedi- destinaremaseguirasciências, paraqueumdiaas ência compensasse o rasteiro da composição: E se cultivemcomglória,eutilidadesua,edapátria. venturosamente, se achar nela algum merecimento, Não só Quintiliano determinou as qualidades re- foi efeito do amor de obedecer, sem ter nele parte quisitasnosquehaviamdeaprenderaEloquência3, algumaaesperançadeseefectuar. masaindacommaiorcuidadoHipócrates4eGaleno5 Todos,meparece,aprovaramquepropusesseum Colégio de Filosofia, que compensasse aquele das 2Quintil.ib.lib.12.cap.I.SitergonobisOratorquem instituimus,is,quiàM.Catonefinitur,virbonus. dicendi Artes que existia em Coimbra; por ser base neces- peritus. sária para estudar a Medicina e a Jurisprudência : 3Nihil præcepta atque artes valere, nisi adjuvante na- como semelhante estabelecimento é totalmente no- tura. Quaproptereicuideeritingenium, nonmagishæc vidadeemPortugal,foi-meprecisopropôrtudocom scriptasunt,quamdeagrorumcultusterilibusterris. Sunt talclareza,queaindaaquelesquenãoforaminstruí- &alia... &hæcipsasinedoctoreperito,studiopertinaci, dosnasescolas,fiquemdealgummodopersuadidos scribendi,legendi,dicendimulta,&continuaexercitatione, dautilidadedosestudosqueproponho. per se nihil prosunt. Institut. Orat. ad Proemii calcem, editoGesneri,Gottingæ1738. FormareiumMédicocapazdeexercitarasuaarte 4QuisquisenimMedicinæScientiamsibiverecompa- comutilidadepública: AcheiqueseguindoaQuin- rarevolet,eumhisducibusvotisuicomporemfierioportet. tiliano1 dando os preceitos para formar o seu Ora- NaturaDoctrina,LocoStudiisApto,InstitutioneAPuero, dor, cumpriria o que sou obrigado a executar. Não Industria,etTemporeLex.2,edit.vanderLinden. somenteindicareiosestudosdaarteMédica,masto- 5Primum quidem acuta Natura, ut quæcumque disci- dosaquelesnecessáriosparaentendê-la,epraticá-la. plinarationalisedoceatur,eafacileassequatur. Secundum àpueriliætate,&institutio,&exercitatio,utin-primisver- Parecerá a alguns Médicos supérfluo este trabalho, seturindisciplinis,maximeveroinArithmetica. &Geo- quandomuitosAutorestrataramdomododeensinar metriaseseexercuisseoportet,quemadmodumPlatocon- suluit. Tertium. Adhæcomniaoptimissuatempestateha- 1Institut.Orator.lib.5.cap.I. bitispræceptoribusauresadhibuise. Quartumpostea. ip- MétodoparaaprendereestudaraMedicina 3 Do Colégio da Filosofia; um nos que se destinavam a estudar a Medicina. São os engenhos como os campos, diz o primeiro; e se dostrêsdequeconstariaaUni- todosospreceitosdaagriculturaserãoinsuficientes paraseremférteis;domesmomodosucederánosna- versidade Real turaisestúpidos, oupreguiçosos: porqueaindacom aboapercepção,memóriatenaz,efacilidadedodis- EstátãomalavaliadohojeonomedeFilósofo, en- curso,serequermuitaaplicação,lendoeescrevendo, tre os homens do mundo civilizado, que é preciso eumcontinuadoexercícionaquiloemqueseocupou. explicar o que entendo por este nome, e pela Filo- Galeno, tão douto nas Matemáticas & na Astro- sofia. TêmmuitosporFilósofoaquelehomemme- nomia,nãosórecomendaoreferido,masacrescenta lancólico,retirado,entregueàespeculaçãodemuitas queaprendamaAritméticaeaGeometria.. quete- coisasinúteis: absortoempensamentosforadoca- nhamapeitoindagaraverdade,epossuiraquelemé- minhodavidahumana;quefalaumalínguaininteli- todo, que serve de medida ao que é verdadeiro ou gível,quecontradizatudooqueselhepropõem;que falso, e que pelo exercício destas operações adqui- convence,àforçadeSilogismos,ecomautoridades, ramtalhábito,quesenãoapercebamquandousarem que nunca vem o seu discurso a propósito: enfim, dele. Não fatigarei o leitor com a tradução literal queéumhomeminútilàsociedadecivil,eincapaz do que diz Hipócrates, e Galeno; todo este tratado detodootratohumano. omostrará;enãomeacusarãodeinovador,selerem Mas enganam-se: Este homem não é Filósofo; oquecitoàmargem. é um atrabiliário, é um fantástico, nutrido na so- berba, e formado na vaidade. Os homens que de- Jacob Sylvius, Lente de Medicina na Universi- coraram a antiguidade com este título foram utilís- dadedeParis,nãosóaconselhaomesmoqueosAu- simosàSociedade. Zoroastro,Confúcio,Pitágoras, toresreferidos,masaindarequerqueoMédicotenha Zaleuco, e Charondas, legisladores, foram os Filó- suficientepatrimónioparaaprenderviajando,eexer- citando a Medicina6, o que Hipócrates ordenou tão sofos que sempre foram admirados na posteridade. distintaeinviolavelmente.7 Alexandre Magno, Marco Aurélio, e Juliano Após- tata,ReiseImperadores;Agesilau,Fócion,Péricles, Doreferidosevêclaramente,queseosquesedes- e Xenofonte, Generais de exércitos, pelo seu saber, tinarem a seguir a Medicina, ficarem incapazes de pelas suas obras, e façanhas foram decorados com aprendê-la,pelopoucoqueaproveitaramnasprimei- omesmotítuloigualmentecomooforamSócrates, ras escolas, que se devia usar com eles do mesmo Platão, e Aristóteles. É verdade que muitos abu- modo, que S. Majestade ordenou, pelo seu piedo- saram deste honorífico nome, retirando-se da soci- síssimo Alvará do 7 de Julho de 1759, se use com edade,formandoescolas,fundandoseitas,ouconsu- aquelesdiscípulosdasLinguasLatinaeGrega, que mindotempo,quedeviamempregarnautilidadedo perderamoseuensinonasescolasReais: Istoéque génerohumano,emcontrovérsias,einúteisdisputas; sejamexpulsosdelas,comnotadeincapacidadepara comosabemosdeHistóriaFilosóficafizerammuitos entrarememoutraqualquerdoReino. Estóicos,Peripatéticos,Epicúreos,ePirrónicos. Maschegandoparaosnossostempos,nuncaaver- dadeiraFilosofiaseviumaisdegenerada,quedepois sumesselaborispatientissimum,utnihilquidquaminter- do século VIII, quando os Eclesiásticos tomaram à diu,nihilquenoctu,præterdisciplinasmeditetur. Quintum suaincumbênciaoensinodamocidade. PelosCapi- prætereaquodpaucissimiscontigitveritatemexpetere;ei- quesoliintotavitastudioincumbere,spretisqueceterisom- tulários de Carlos Magno se estabeleceram Escolas nibus,quæàplerisqueexpetuntur.Sextum.Seriemethodum nosConventos,enosCabidosdasSés,ondetodoo quamdamdidicissequætumverum, tumfalsumdijudici- ensinodaFilosofiaestavareduzidoaoTrivium,istoé, tur... Adhæcomniaseptimum. Methodumexércuissede- aGramática,aDialéctica,eaRétorica;comotam- cetutnonsolumcognoscere,sedutiqueatItaquesiquod bémaoQuadrivium,queeraaMúsica,aAritmética, unumhorumquædictasunt,adveritatemviaminstituenti aGeometria,eaAstronomia.Nestesestudossecon- desit. æquum est, ipsum haud admo dum sperare eorum quæ expetit quicquam esse consecuturum. De Constitut. sumiamseteanos,comotítulodeArtesLiberais;de- ArtisMedic.cap.V,pag.177,edit.Charter.tom.I. poisosreduziramacinco;porúltimoatrêsemeio; 6Ordo&ordinisfatiainlegendislibrisHippoc. &Ga- eemFrança,hoje,eemmuitaspartesdeItália,estão leni. Argentor. 1707. FacultatesAmplissimas,autsaltem reduzidosadoisanos. mediocres.pag.104. OsAutoresqueserviamdeensinonestasescolas 7Lex. §3. HisveroadartemMedicamallatis,&vera eram Marcianus Capella, Boethius, Cassiodorus, e ipsiuscognitionecom. parata,tandemperurbesobambu- lando,nonsermonetantumsooopereMedicoshabericon- lsidoroHispalensis: Maspelodecursodotempoto- venit. dos estes leves conhecimentos se reduziram ao es- 4 AntónioRibeiroSanches tudodaDialéctica,eaquelesexercíciosdeargumen- nhecimentosservememqualquerestado,queafor- tardiaenoite,semaprenderemcoisadereparo.Não tunaouasleisestabeleceramacadaqual:Elessãoa havendoMestresinstruídosnaFísica,nemnasMa- origemdavirtude,daOrdem,daEconomia,daPolí- temáticas,emuitomenosnasLínguasdoutas,estava tica,edaquelagrandezaerectidãodoânimo,queno perdidaaRetórica, etodososconhecimentosnatu- casoquenãohouvesseleisquenosdirigissemenos rais. Como somente a Teologia e o Direito Canó- governassem,seriambastantesparavivermosrectae nicoerampremiadoscomdignidadesericosbenefí- virtuosamente: EestafoiaexcelênciaqueAristipo cios: como nos Estados Cristãos não havia empre- achounaFilosofia.9 gos, nem emolumentos destinados aos Historiado- DestemodooColégiodaFilosofia,queproponho, res,aosAstrónomos,aosArquitectoseEngenheiros, nãoémaisqueumaEscoladavirtude,ejuntamente sucediaforçosamentequesóaDialéticaeaMetafí- dosconhecimentosparaserviroestadonotempoda sicaocupavamoânimodosqueestudavam. pazedaguerra. Sesatisfizerestesdoisobjetoscon- Mas no século XII é que a verdadeira Filosofia formeodesejoquemeanima,estoubempersuadido, ficou sepultada debaixo do túmulo da Dialéctica, quetodoslouvarãoestetrabalho. queensinavamnaUniversidadedePariseemItália, Pedro Abelardo, Pedro Lombardo, Roberto Pullo, Gilberto Poretano, Pedro Comestor, e João Saris- Da História, da Geografia e da beriense: Ficou decorado com o nome de Filoso- Cronologia fiaomaiorinimigodoentendimento: preverteu-seo ânimo,brotaramdestamádisposiçãotodososvícios. Sealguémnãoestiverpersuadidodafidelidadedeste Supomos que todos os estudantes que entrarem na retrato, queleiam, lhespeço, aLuisVives,8 noslu- UniversidadeestarãoinstruídosnasLínguasdoutas, garescitados,eentãoverão,sevoluntariamentenão enasHumanidades,nasEscolasReaisestabelecidas queremficarcegos,seestesestudosEscolásticossão noanode1759. EcomonosApontamentosquete- paraabrireaguçaroentendimento(comodizemos nho escrito para formar-se uma Universidade Real, seusfautores),ouparadepravá-lo,eficarfechadoa tratei largamente de que modo se devia estabelecer todaarazãoeconhecimento? e governar o Colégio de Filosofia, tratarei só neste OColégiodaFilosofiaqueproponhoéparaapren- lugardaquelasciênciaseconhecimentosquedeviam deraquelaartequebuscaosprincípioseaconexão ensinar-senele. dos nossos conhecimentos; combinando os efeitos AlgunsAutoresescreveramacercadoMétodode para descobrir as causas; e ponderando estas para estudar,advertiramqueseriamaisapropósitoqueo preveredeterminarosefeitospossíveis,ouquene- EstudodaHistóriaedaFilosofiaprecedesseaquele cessariamentesedevemseguirdelas. Masestacla- daEloquência:poderáserquealgunsestudantesque rezadoentendimentonãoseaprendeàforçadegri- tiverem estudado nas Escolas Reais cheguem ins- tos, nem por disputas: A Geografia, a Cronologia, truídos nestes conhecimentos, e que se julgue su- asMatemáticasElementares,FilosofiaRacional,ea pérfluo que neste Colégio da Universidade venham Moralsãoabasedestecomplementodaalmaracio- aprendê-los. Estasconsideraçõesnãomedetiveram nal.Oseuobjectoéodeadquiriroqueémaisneces- parapropôrqueaHistória,aGeografia,eaCrono- sário,emaispreciosonavidacivil:EcomoaVirtude logia deviam ensinar-se neste Colégio, como intro- ésuperioràciência,poressarazãoaverdadeiraFi- duçãoatodasasmaispartesdaLiteraturaedasCi- losofiaseconcentranaMoral, queétrabalharcada ências. qualnautilidadedesimesmo,eaomesmotempode Duvidaram alguns Mestres das Humanidades se todosaquelescomquemestamosligadosemsocie- nãoseriamaisútilcomeçaroestudodaHistóriaPro- dade,oucomquempoderemosviratratar.Estesco- fana, ou Sagrada, desde os nossos tempos subindo porépocasatéàantiguidademaisanterior? Éfácil 8Pueradscolamdeductus,primoconfestimdiejubetur deconceberadificuldadequetemamocidadedere- disputare: & docetur jam rixari, qui fari nondum potest. terosnomesdosPatriarcas,dosReisdaAssíriaedo IdeminGrammatica,inPoetis,inHistoricis,inDialéctica, Egipto:amesmadificuldadeencontraráparafixarna inRhetorica,inomniprorsusdisciplina...... Quantanasci- memóriaaGeografiaantigadaÁsia: temtãopouca turhinccorruptela,&inmoribus,&disciplinis,inflamma- conexãoesteestudocomasnossasLeiseCostumes, tisanimis,adpertinaciamobfirmatis?Clamoresprimumad ravim:hincimprobitas,sannæ,minæ,convitia,dumluctan- que ainda aqueles engenhos cobiçosos de aprender, tur,&uterquealterumtentatprostemere: consumptisviri- busvenituradpugnos......Decausiscorruptoartium,lib.I. 9Rogatusaliquando,quidhabeanteximiumPhilosophi? pag.68,70,edit.Lugd.Batav.1636.8o.EttotumLibrum Siomnes,inquit,legesintereant,æqualibitervivemus. Di- 3,deDialecticacorruptainscriptum.lbidem. ogoLært,inAristippo,lib.II,cap.VIII. MétodoparaaprendereestudaraMedicina 5 desmaiam neste estudo, que por último, ou despre- seguem algumas Universidades de Alemanha, com zam,ouesquecem. grandeproveitodamocidade. Para saborear esta tenra idade parece, seria mais Paraexplicarestastábuas,tirariamosMestresos a propósito ensinar a História começando pela maisúteiseacertadossocorrosnolivronomeadoà dos Reinos da Europa desde os nossos tempos, margem10paraaHistóriaModerna:nestaobraverão dividindo-a em épocas ou marcos, subindo sempre umaadmirávelclarezaeonecessárioparacompre- atéoprincípiodonossoReino:daliatéoano800do enderaHistóriadaEuropa. N.deCristo,quandoCarlosMagnoeraImperadordo Ocidente,edestemodosubindoatéàmaisestendida Porexemplo;depoisdetermostradonoGloboter- antiguidade. Do mesmo modo se ensinaria a Geo- restre a Geografia da Europa, e especialmente a de grafia, eaCronologia; deixandoparaofimaGeo- PortugaledeCastela,nasTábuasCronológicasno- grafiaantiga,eaCronologiaanterioraoNascimento taria o ano 1640, no qual sucedeu a gloriosa acla- deCristo. DeveprecederoestudodaGeografiaao mação del Rei Dom João o IV, notaria o Impera- daHistória, ensinando-asobreoGloboTerrestre, e dorquereinavaemAlemanha, quesumoPontífice, não por cartas, como erradamente costuma ensinar e que Reis reinavam naquele tempo nos Reinos da ocomumdosMestres. NeleaprenderiamosPrinci- Europa: Continuaria a História de Portugal, junta- piantesospólosÁrcticoeAntártico,oHorizonte,o mentecomasdosmaisReinosnomeados,aténossos Meridiano,oEquador,osTrópicos,aEclíptica,eas tempos; edestemodosubiriaàquelaÉpocaquando Zonas;oquesãoosAnfíscios,eosAntípodas;oque VascodaGamapassouocabodaBoaesperançano seentendeporLongitude,eLatitude; comosecon- anode1497,quandoreinavaD.Manuel. Domesmo tamosgraus, eonúmerodosquecontémcadacir- modoindicariaosReiseImperadores,esumosPon- culo,aplicandoestasliçõesàsCartasGeográficasdas tíficesqueviveramatéoanode1640; eassimcon- quatropartesdoMundo;àsexpediçõesdeCiro,ede tinuandoatéàorigemdoReino, edosImperadores AlexandreMagno. Bastariaestaparticularinstrução do Ocidente e do Oriente. Não necessito recomen- paraformarumaideiadaGeografia,eparaimprimir- daraosMestresquedeviamexplicartudonaLíngua senamemóriaofundamentodaHistóriadosReinos Latina,1ínguaúnicaempúbliconaUniversidade: a da Europa, e dos quatro impérios, que conhecemos segundaqueensinandoaHistórianãosecontivessem poruniversais. nasúnicasdatasdossucessos,oscostumesdaqueles, No mesmo tempo aprenderiam a Cronologia até plantandonoânimoosprincípiosdasvirtudescivis ao Nascimento de Cristo, começando na do nosso eCristãseafiandoovícioeaociosidade: Edeviam século, até chegar aos dos Patriarcas, e das Dinas- imitaralgumasvezesaM.RollinnasuaHistóriaan- tiasdoEgiptoedaChina. Porquenãosomenteque- tiga. remos saber em que lugar sucederam as revoluções dos Reinos e Impérios que lemos na História, mas Atendendoaosnecessáriosconhecimentosquese tambémemquetempo: Estaslembrançasfixamna alcançamnoestudodaGeografiaantiga,seriamuito memóriaossucessos,asacçõesilustresevirtuosas, convenientequenesteColégioseexplicassemasTá- eigualmenteasbárbaras,ein-humanas. buasGeográficasdePtolomeo,impressasemAmes- Na mesma Aula estariam penduradas as Tábuas terdão 1728, foI. ou Cellarii Notitia Orbis antiqui: CronológicasoudePetaviusoudel’AbbéLenglet, Lipsiiæ1731. 2, vol. 4.o. Alémdequeestesestu- estas impressas em Paris, e aqueles em Leyde, por dospelavariedadeeinstruçãode1eitam,edaõoca- TheodoroHaack1733: aquelasdeSchraderuscon- siãoaamaraHistóriacomomestradavida,ecomo tinuadasatéoanode1757,porseremmaisbemor- companhiainseparáveldoânimovirtuoso,servemdo denadasecompletas,poderãoservirparaousodos melhorcomentoatodaaantiguidade. Mestres. OseutítuloéChristophor. SchraderiTa- bulæ Chronologicæ, cura Theodori Meieri e Gas- parisCorberi,Brunswigæadannum1757. foI.Não meatrevoadeterminarcompêndioalgumdaHistória paraexplicar-sepublicamenteaosdiscípulos. Deixo a eleição dos Mestres usarem do método que acha- 10L’ArtdevérifierlesDattesdesFaitsHistoriques,de- puislaNaissancedeNotreSeigneur,avecl’HistoireAbre- remmaisapropósito.SeoconselhodaUniversidade gée des Concilés, des Papes, des Empereurs Romains, aprovar mandar reimprimir em Portugal as Tábuas Grecs,François,Allemands&Turcs: desRoisdeFrance, CronológicasdeSchraderus,eporelasensinaremos d’Espagne,d’Angleterre,Portugal.PardesReligieuxBé- MestresaHistória,parecequeseguirãoométodoque nédictins,Paris,1750. 6 AntónioRibeiroSanches DosEstudosFilosóficosquede- cob. Brukerus,11 dela se poderão valer os Mestres paraensinardevivavoz,explicandooseuCompên- vem preceder a Medicina e a dioaosseusdiscípulos, compostopelomesmoAu- Jurisprudência tor, intitulado, Institutiones Philosophicæ ad usum juventutisAcademicæadornatæ. Lipsiiæ,1756. 8.o. Este modo de ensinar, explicando e orando de viva ÉcostumehojedasmelhoresUniversidadesdaEu- voz, fica mais impresso na memória, do que o que ropa ensinar a História da Arte ou da Ciência que seaprendepelaleitura,principalmenteseosouvin- começamosestudantesaaprender.Paraconseguiro tesbemdoutrinados,amaremevenerarem,comode- ensinoperfeitodaFilosofia, necessariamenteseen- vem, o seu Mestre; e não se poderá facilmente ex- sinaria neste Colégio uma hora por dia a sua His- primir quão poderoso é aquele desejo de imitar as tória. O seu objecto é o juízo humano: é a Histó- acçõesdosquerespeitamos.12 riadosLegisladores, dosFilósofos, dasCiências, e NãonecessitocopiaraquioCatálogodosAutores das Principais Leis da antiguidade. Seria supérfluo queescreveramdaHistoriaFilosófica.OcitadoBru- consumirotempoparaprovaranecessidadequetem keroilustrouestamatériademodo,quenenhummais todoohomemempregadonoserviçodasuapátria, poderáigualá-lo.Enãoéoutroomeuintentodoque serinstruídonaHistóriaUniversal,eespecialmente indicar os Autores dos Elementos das Ciências, ou do Estado onde nasceu. O fim desta é instruir pe- conhecimentos que proponho para se estudarem, e los sucessos e pelas acções dos antepassados: o da quenãosãocomunsemPortugal, naintençãotam- História Filosófica é relatar o que os Homens Ilus- bémquedareimotivoparaquesemandemimprimir trespensaramdebom,oudemau,deútil,ouperni- àcustadaUniversidadeReal. cioso, sobreascoisasqueconceberam, ouqueme- ditaram. Pela simples narração de tantos discursos eespeculações,encostadaàHistóriaUniversal,virá Do Estudo das Matemáticas oEstudantefacilmentenoconhecimento,quesenão poderiaadquirirsenãodepoisdemuitosanos,ecom Elementares muitaaplicação,egrandetrabalho. Além da grande utilidade que retirarão aqueles PoucossãoosqueignoramhojequeasMatemáticas que se aplicarem à Medicina, à Jurisprudência, ou Elementareseramaportaparaentrarnosantuárioda àArteMilitar,desteestudo,temaindaoutra,poderá Filosofia. Pitágoras não admitia ninguém a ouvi-lo sersuperior,queéaprenderaomesmoaHistóriaLi- semsabê-la;eXenócratesnegouoseuensinoaum terária, tão necessária hoje ainda mesmo a todo o ignorantenasMatemáticas,quechamouAsasdaFi- homemdecapaeespada.Estamosinundadosdemi- losofia.13 OestudodaAritméticaedaGeometriaé lhares de livros de Filosofia Moral, de Política, de tão necessário a todos aqueles que hão-de servir a Anedotas,edeMemórias,comodizem,Filosóficas, Pátria nos empregos de Médico e de Jurisconsulto, enãoéamenorciênciafazerescolhadoslivrosexce- comonoscargosPolíticoseMilitares. Nãoéoseu lentes,nosquepoderemosaproveitar,paranãoper- intentoensinarsomenteostermosemqueestãoes- derotempo,eocupá-loemreteroserrosquepode- critas muitas Ciências, e servirem como de lingua- ríamosconcebersemesteensino. gemparaseentenderem;masporsimesmasservem, Aprendendo os Estudantes esta História ao porassimdizer,paraaguçarosengenhos,acostumá- mesmotempoqueaprendessemaProfana, ficariam losàreflexãoeàmeditação, efazerdeteravolubi- informados, que a douta Antiguidade repartiu a Fi- lidadedospensamentossemordemesemconexão: losofiaemtrêsramos,dosquais, oprimeirocontou adquire-seporesteestudoumhábitodereflectirede pela Filosofia Racional que compreende a Psicolo- gia,aOntologia,eaMetafísica;eusadaDialéctica 11HistoriaCriticaPhilosophiæ, tom. 5. Lipsiæ. 1742. e da Lógica, como de instrumentos para alcançar a 4.o. verdade. OsegundoaFilosofiaMoral,quecompre- 12Licetenimsatisexemplorumadimitandumsuppeditet, ende o Direito Natural; as Obrigações públicas, e tamenvivailla,utdiciturvoxalitpleniuspræcipuequeejus particulares; oDecoroea Economia. O Terceiroa præceptoris,quemdiscipuli,simodorectesintinstituti,& Físicageral, queincluiaAstronomia, anatureza, e amant&venerentur. Vixautemdicipotest,.quantoluben- osefeitosdosquatroElementos;aFísicaparticular, tiusimitemureosquibusfavemus.Quintil.lib.2.cap2o 13Adeum, quinequeMusica, nequeGeometria, neque ouaspropriedadesdoscorposanimadosouinsensí- Astronomiainstructus, ludumsuumfrequentarecupiebat: veis. Abi, inquit, ansisenim&adminiculisPhilosophiæcares. ComotemoshojeadoutaeeleganteobradeJa- Diog.Lært.inXenocrate.

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António Ribeiro Sanches. Método para aprender e estudar a. Medicina. Universidade da Beira Interior. Covilhã – Portugal. 2003
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