Mestrado em Enfermagem Área de Especialização de Enfermagem Médico-Cirúrgica na área de Intervenção em Enfermagem Oncológica Relatório de Estágio Intervenção de Enfermagem à Pessoa com Doença Oncológica, em fase agónica, no internamento hospitalar de cirurgia Ana Cristina Mano Esteves Luís Lisboa 2016 Mestrado em Enfermagem Área de Especialização de Enfermagem Médico-Cirúrgica na área de Intervenção em Enfermagem Oncológica Relatório de Estágio Intervenção de Enfermagem à Pessoa com Doença Oncológica, em fase agónica, no internamento hospitalar de cirurgia Ana Cristina Mano Esteves Luís Senhora Professora Eunice Sá Lisboa 2016 Não contempla as correções resultantes da discussão pública “Enquanto existir quem cuide, nenhum sofrimento será insuportável”. (Cicely Saunders, 1959) Para Ti Minha Mãe, por seres sempre a minha estrela guia, mesmo nas noites mais escuras, pela força que a lembrança do Teu sorriso me dá, pela forma como permaneces junto a mim, sempre e para sempre… Para ti Minha Avó, pelo carinho e força em cada palavra sábia que me dás, obrigada por seres quem és na minha vida, um exemplo de luta e coragem… Para ti, Meu Marido, Meu Amor, pelo apoio incondicional, carinho, exemplo de luta e perseverança que nunca me deixam desistir, obrigada minha vida… Para ti Minha Tia, pelas palavras de carinho e apoio, sempre a meu lado… Para ti Meu Pai, pela presença constante tão importante para mim… Para vocês Meus “Manos”, Cristina, Paula e Tito, sempre do meu lado com os vossos abraços cheios de força e motivação, obrigada por me acompanharem a cada desafio, a cada caminhada da minha vida… Para a Minha Família, por estarem sempre junto de mim … Para o meu serviço, colegas e amigas incansáveis no apoio para que este projeto fosse possível, e para que esta caminhada chegasse ao fim, muito obrigada… Para a Carla, companheira de tantas lutas e desafios que este Curso trouxe… Para a Professora Eunice pelo apoio incansável, encorajando-me sempre a continuar … Para todos aqueles que se cruzaram comigo durante os estágios, orientadores, colegas e pessoas de quem cuidei, que me relembraram a cada momento o sentido do meu projeto… Para todos cuja presença na minha vida me deu alento para continuar esta caminhada até ao fim… Muito Obrigada! LISTA DE ABREVIATURAS ANCP – Associação Nacional de Cuidados Paliativos APCP – Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos CP – Cuidados Paliativos DGS – Direção Geral da Saúde DL- Decreto de Lei EAPC – European Association for Palliative Care EIHSCP – Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos EONS – European Oncology Nursing Society OE – Ordem dos Enfermeiros OMS – Organização Mundial de Saúde PCECG - Perfil de Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais PI – Projeto de Intervenção PICO – População, Intervenção, Contexto, Resultados PNCP – Programa Nacional de Cuidados Paliativos PNDO – Plano Nacional de Doenças Oncológicas RCCEE - Regulamento das Competências Comuns do Enfermeiro Especialista RCEEEEPSCP – Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crónica e Paliativa REPE – Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros RNCCI – Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados RNCP – Rede Nacional de Cuidados Paliativos SCG – Serviço de Cirurgia Geral UCP – Unidade de Cuidados Paliativos RESUMO A doença oncológica em Portugal tem vindo a revelar-se uma das principais causas de morte no nosso país, apresentando um progressivo aumento da sua incidência, com uma previsão de 50000 novos casos até 2030, (Direção Geral da Saúde, 2014). A existência do paradigma biomédico, incute um espirito curativo e declina a visão paliativa do cuidar da pessoa atrasando na maior parte das vezes os cuidados de conforto previstos para as pessoas com doença oncológica nesta fase. A fase agónica da pessoa com doença oncológica é o tema central deste trabalho, por ser uma fase de intenso sofrimento para a pessoa doente e para os que a rodeiam, que requer um trabalho intenso para a promoção do seu conforto. A intervenção major de enfermagem nesta fase prende-se com a avaliação das necessidades de conforto da pessoa com doença oncológica e sua família, de forma a intervir sobre estas necessidades colmatando-as. Este conforto é defendido pela Teoria de Conforto de Kolcaba (1991; 1994; 2003) e pela filosofia dos cuidados paliativos que assume a importância das intervenções promotoras de conforto, baseando o cuidar em quatro pilares fundamentais, também eles a base de todo este trabalho, o controlo sintomático, a comunicação, a família e o trabalho em equipa. Neste sentido, foi abordado o estertor como principal sintoma da pessoa em fase agónica com o intuito de dar resposta às necessidades da equipa de enfermagem, tendo sido implementadas Linhas Orientadoras do Cuidar da Pessoa em Fase agónica com estertor, de forma a avaliar o impacto da utilização destas na promoção do conforto nas pessoas nesta fase. Como metodologia de projeto, partiu-se da elaboração de uma Revisão Integrativa da Literatura que permitiu a análise e síntese da informação encontrada de forma a aplicá-la na prática. Palavras-Chave: pessoa com doença oncológica; enfermagem; fase agónica; cuidados paliativos; conforto e estertor. ABSTRACT Oncological disease in Portugal is proving to be a major cause of death, gradually increasing its impact with a forecast of 50,000 new cases by 2030 (Direção Geral da Saúde, 2014). The biomedical paradigm encourages a curative spirit and limits the palliative care vision of the person, delaying the necessary comfort care provided in this stage to people with oncological disease. The study of the agonizing phase and death rattle symptom in the oncological ill person is made after a situation diagnosis in the ward where the project was implemented. This is a phase of intense distress to the sick and to those around him, which requires hard work to promote comfort. Death rattle is a symptom of difficult control in that service. The major nursing intervention at this stage is consistent with the assessment of the person's comfort needs with oncological diseases and their families, to intervene on these bridging them needs this comfort is assumed with three levels, relief, tranquility and transcendence (Kolcaba,1991;1994; 2003). In this sense there is the philosophy of the key palliative care for this work and the main promoters of comfort, basing care on four main pillars, they also base all this work, symptomatic control, communication, family and teamwork. As methodology, the Bibliographical Systematic Review Integrative was used to manifest relevant and useful for the analysis and synthesis of knowledge found in the evidence in order to be applied in practice. Keywords: person with oncologic disease; nursing; last hours or days of life; palliative care; comfort and death rattle. ÍNDICE INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 1. DEFINIÇÃO DA PROBLEMÁTICA ...................................................................... 5 1.1. Objetivos do projeto .................................................................................... 7 2. ENQUADRAMENTO CONCETUAL ..................................................................... 8 2.1. A Filosofia dos Cuidados Paliativos e a Doença oncológica ................... 8 2.2. A pessoa com doença oncológica em fase agónica e a sua família ..... 11 2.3. O controlo sintomático e promoção de conforto na fase agónica ........ 15 2.4. Teoria de Conforto de Katharine Kolcaba e sua aplicação à pessoa com doença oncológica em fase agónica ......................................................... 16 3. EXECUÇÃO DAS TAREFAS ............................................................................. 19 3.1. Campos de Estágio e sua pertinência ...................................................... 19 3.2. Objetivo 1: Cuidar de pessoas com doença oncológica em fase agónica com estertor e seus cuidadores ou familiares diminuindo o seu sofrimento e maximizando o seu conforto ........................................................ 24 3.3. Objetivo 2: Gestão do sintoma estertor e intervenções de enfermagem à pessoa com doença oncológica em fase agónica ................... 30 3.4. Objetivo 3: Desenvolver competências comunicacionais no cuidar da pessoa com doença oncológica em fase agónica e sua família ................. 37 3.5. Objetivo 4: Percecionar a forma como agem os diferentes elementos da equipa multidisciplinar ................................................................ 43 3.6. Implementação do Projeto de intervenção no serviço ........................... 47 3.7. Discussão de resultados ........................................................................... 49 4. AVALIAÇÃO ...................................................................................................... 54 4.1. Análise SWOT ............................................................................................. 54 4.2. Contributos do Projeto para a melhoria da qualidade de cuidados ...... 55 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 57 5.1. Perspetiva de trabalho futuro ................................................................... 59 6. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 61 7. ANEXOS Anexo 1 – Descrição da Metodologia de Revisão Integrativa da Literatura Anexo 2 – Certificado de Participação no Workshop Terapia da Dignidade Anexo 3 – Escala de Sedação de Ramsay, Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (ESAS) , Índice de Karnofsky e Palliative Performance Scale (PPS) Anexo 4 – Certificado de Participação no Curso de Cuidados Paliativos (APCP, 2015) Anexo 5 – Níveis de Evidência e Níveis de Recomendação Anexo 6 - Registo da Avaliação do Estágio com Relatório 8. APENDICES Apêndice 1 – Projeto de Intervenção Apêndice 2 – Caraterização estatística da população do Serviço de Cirurgia Geral Apêndice 3 - Análise estatística da Sondagem de Opinião do Serviço de Cirurgia Geral Apêndice 4 – Conferência Familiar Apêndice 5 – Reflexão I - Hidratação e alimentação artificial numa pessoa com doença oncológica em fase agónica Apêndice 6 – Reflexão II - A Relação Terapêutica como pilar na promoção do conforto Apêndice 7 – A gestão de emoções e sentimentos realizada pelos enfermeiros que cuidam da pessoa com doença oncológica em fim de vida Apêndice 8 – Reflexão III – Cuidados Transculturais em fim de vida – Hinduísmo Apêndice 9 – Estudo de Caso II Apêndice 10 – Reflexão IV – Sedação Paliativa numa pessoa com doença oncológica em fim de vida Apêndice 11 – Reflexão V- Dor e receios acerca da utilização de morfina num doente em fim de vida Apêndice 12 – Fluxograma de Referenciação à Equipa Intra Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos Apêndice 13 – Questionário de Sondagem de Opinião Apêndice 14 – Sessão de sensibilização à temática Apêndice 15 – Sessão de Apresentação das Linhas Orientadoras Apêndice 16 - Linhas Orientadoras do Cuidar da Pessoa com Doença Oncológica em fase agónica com estertor Apêndice 17 – Fluxograma de atuação face ao Cuidar da Pessoa com Doença Oncológica em fase agónica com estertor Apêndice 18 – Estudo de Caso III Apêndice 19 – Tabelas de Contributos dos Campos de Estágio 1, 2 e 3 para a implementação do projeto ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1. Distribuição dos campos de estágio e respetiva duração …………..25 Tabela 2. Análise SWOT da Implementação do Projeto ...…….…………….…54
Description: