Meninos de Altamira Conselho Editorial Bertha K. Becker (in memoriam) Candido Mendes Cristovam Buarque Ignacy Sachs Jurandir Freire Costa Ladislau Dowbor Pierre Salama Paula Mendes Lacerda Meninos de Altamira violência, “luta” política e administração pública Copyright © Paula Mendes Lacerda Direitos cedidos para esta edição à Editora Garamond Ltda. Rua Candido de Oliveira, 43/Sala 101 - Rio Comprido Rio de Janeiro - Brasil - 20.261-115 Tel: (21) 2504-9211 [email protected] Revisão Albert Almeida Editoração Eletrônica Editora Garamond Capa Estúdio Garamond Sobre foto MosaicDreams, diponível em https://pixabay.com/pt/blue-padr%C3%A3o- -azul-padr%C3%A3o-design-678472/, sob licença Creative Commons. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ L137m Lacerda, Paula Mendes Meninos de Altamira : violência, ‘luta’ política e administração pú- blica / Paula Mendes Lacerda. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Garamond, 2015. 328 p. : il. ; 21 cm. Inclui bibliografia ISBN 9788576174042 1. Altamira (PA) - História. 2. Violência - Altamira (PA). I. Título. 15-19658 CDD: 981.15 CDU: 94(811.5) Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98. Este livro é dedicado à memória de Jaenes da Silva Pessoa, Klebson Ferreira, Maurício Farias de Souza, Tito Mendes Vieira, Rosinaldo Farias, Judirley da Cunha Chipaia, José Carlos Bezerra Gomes e aos demais meninos vitimados em Altamira. Este livro é também dedicado aos familiares destes meninos que, por sua coragem e persistência, escreveram a história do amor por seus filhos e irmãos. E u dizia o nome do Hilmar e, de alguma impossível forma, protegia na boca o meu filho. O meu filho inteiro no vocábulo do seu nome, que eu parara de pronunciar e, subitamente, (...) recuperava como uma presença ainda. Ainda estava presente. Se eu dissesse o seu nome, ele era ainda. (...) O nome do meu filho como almofada onde eu pousava a língua, a linguagem, o pensamento, o sonho todo. Nunca haveria de o engolir. Como nunca acabaria o meu remorso. O Einar comovia-se. Dizia que inventávamos aventuras vocabulares. Dizíamos as coisas e elas eram já o bastante para nos pertencerem ou assistirem. Dizíamos filho e ríamos como uma euforia esqui- sita de quem nunca poderia ter perdido por inteiro um filho. Compreendi-o bem. Nunca se perde por inteiro um filho. Ele resta sempre como algo que temos a infinita possibilidade de evocar. Evocamo-lo e ele é. (...) Dizemos filho e ele é sempre algo. Nunca regressa ao tempo em que não existia. Valter Hugo Mãe (A Desumanização, São Paulo, Cosac Naify, 2014. p. 104-105). Agradecimentos Como se verá, a pesquisa que embasa o presente livro foi iniciada em 2008 e formalmente encerrada em 2012, ano da defesa da tese que lhe dá origem. Contudo, permanecem as amizades, as relações, os bons encon- tros e o aprendizado intelectual junto a pessoas queridas com as quais tenho a sorte de compartilhar a vida. Elas são parte de todo esse livro e muito mais do que este livro. É a todas elas que eu gostaria de agradecer. Inicialmente, agradeço aos familiares das vítimas que comigo dividiram suas piores lembranças, mas também suas histórias de vida e de luta. Dona Zuilda, Dona Leonília, Dona Maria da Luz, Dona Angelita, Seu Raimundo, Seu Marialves, Dona Carolina, Esther e Dona Rosa Pessoa, minha gratidão não cabe em palavras. Dona Rosa é ainda parceira da pesquisa, pois muito do que foi feito contou com sua disposição incan- sável em contribuir, colaborar, construir. É um privilégio poder dividir a “caminhada da vida” junto dela e dos queridos Seu Juarez, Jeanny, Raimunda, Jennys, Joseane, Lucas Taylor e todas as outras crianças. Agradeço também aos(às) entrevistados(as) que concederam parte pre- ciosa de seu tempo para contribuir com a pesquisa, em suas diferentes fases: Dr. Patrick Berriel, Dr. Clodomir Araújo, Dr. Ronaldo Valle, Dra. Celina Hamoy, Ricardo Rezende, Raul Navegantes, Antonia Melo, Renata Lira, delegado Francisco, Jane Maranhão, Antonia Martins (Toinha), Senhorinha, Paulinha, Dra. Rosana Cordovil, Padre Bruno, Desembargador João Maroja, Dr. José de Paula Arrifano, Dra. Vera Araújo, delegado Brivaldo, Padre Sávio, Dr. Claudio Dalledone e Dr. Arnaldo Busato. Além destes, figura Dom Erwin Krautler, a quem dedico não só meu profundo agradecimento, mas também minha admiração por toda uma vida dedicada à luta por direitos dos povos do Xingu. Agradeço a autorização para a consulta ao processo judicial concedida pelo Dr. Raimundo João, das Câmaras Criminais Reunidas, e pelo Dr. Marcus Alan, da 3a Vara do Tribunal do Júri da Capital. E também aos funcionários imprescindíveis nessa fase da pesquisa: Celinha, Kleyton, Claudia, Paulo e Flaviana. Agradeço às parcerias e às instituições de fomento que tornaram possível a realização da pesquisa - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o projeto “Políticas para a Diversidade e os Novos Sujeitos de Direito”, coordenado por Antonio Carlos de Souza Lima e o projeto “Às portas dos direitos: as dinâmicas entre relações de gênero, redes sociais, instituições de Justiça e ação política”, coordenado por Adriana Vianna - e a publicação desta obra - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Agradeço a todos os professores que contribuíram para a minha for- mação – pessoal, acadêmica e profissional. Agradeço especialmente aos professores Sérgio Carrara, Antonio Carlos de Souza Lima e Jane Felipe Beltrão. Obrigada pela confiança, pela parceria, por todo o suporte e pela amizade. À Adriana Vianna, com quem aprendi a pesquisar, agradeço por tudo isso e ainda mais pela orientação da pesquisa. Agradeço aos colegas de UERJ, pela troca, pela amizade, pelo ambiente estimulante de ensino e aprendizagem. Aos amigos de dentro e de fora da academia, que tornam a vida mais leve e alegre: Silvia Aguião, Paulo Victor Leite Lopes, Andrea Lacombe, Laura Moutinho, Horácio Sívori, Rita Santos, Isis Martins, André Rodrigues, Letícia Carvalho, Fabiene Gama, Katiane Silva, Jaína Alcântara, Vanessa Leite, Guilherme Silva, Negra Lugones, Martinho Tota, Manuela Cordeiro, Raphael Bispo, Isabel Penoni, Silvia Romeiro, Assis Oliveira, Estela Libardi, Ingrid Demuner, Walkyria Santos, Tati Altberg, Raquel Tamaio e tantos outros queridos. À minha família e em especial meus pais Nadia e Jovino, parceiros de todas as horas, meus maiores fãs. Ao amor, Thiago Oliveira, que nunca é demais dizer: enche a minha vida de alegria, música e poesia.