Fruto de uma parceria entre o Conselho Editorial do Senado Federal e o Memorial JK, este é o primeiro de uma série de cinco volumes contendo os discursos proferidos por Juscelino Kubitschek (1902-1976) enquanto ocupou a Presidência da República, entre 1956 e 1960. Segundo Anna Christina Kubitschek Pereira, presidente do Memorial JK, nesta coletânea o leitor encontra “a visão do presidente que, em seu primeiro ano de governo, pensou e buscou soluções estratégicas para a Amazônia e o Nordeste, dialogou com o Congresso, as Forças Armadas, o STF e a Igreja, homenageou as cidades de Norte a Sul e soube entender, como poucos, os problemas nacionais, sempre com uma visão otimista, em busca do entendimento, da conciliação e da razão”. De acordo com o senador Randolfe Rodrigues, presidente do Conselho Editorial do Senado Federal, este primeiro volume da série, “com os discursos do primeiro ano de mandato, é precioso por revelar como amadureceram as ideias e as primeiras ações do Presidente em direção ao projeto de emancipação econômica que ele sonhava como conclusão à independência política do país e como promessa de bem-estar futuro das novas gerações brasileiras”. Esta compilação dos discursos de Juscelino Kubitschek é, sem dúvida, vivo registro de um dos mais férteis e efervescentes períodos da história da República.
Apresentação
Diz a sabedoria popular que a palavra tem poder. De fato, a força das palavras é transformadora, especialmente quando proferidas por um líder que saber o que diz e sabe o que faz. Foi pensando nisso que o Memorial JK começou a compilar os discursos do presidente no exercício do seu mandato. Um projeto que começa agora com o lançamento deste livro contendo os pronunciamentos de 1956. A série foi planejada em cinco volumes, a serem lançados ano a ano, cada um deles contendo os discursos proferidos nos anos de 1956, 1957 1958, 1959 e 1960. Um documento que registra um período fértil da história do Brasil e retrata a caráter eminentemente democrático, justo e realizador de um grande estadista da his´tória nacional. Um homem afeito ao diálogo, um político disposto ao entendimento e um empreendedor capaz de mover montanhas para colocar em p´rática seu plano de metas, que visava o desenvolvimento do país através da industrialização e do crescimento econômico. Nas páginas que seguem, vamos encontrar a visão do presidente que, no seu primeiro ano de governo, pensou e buscou soluções estratégicas para a Amazônia e o Nordeste, dialogou com o Congresso, as Forças Armadas, o STF e a Igreja, homenageou as cidades de Norte a Sul e soube entender, como poucos, os problemas nacionais, sempre com um visão otimista, em busca do entendimento, da conciliação e da razão. JK é um sopro de luz na história do Brasil. Trouxe otimismo para a sociedade, inovação para a economia, modernidade para a indústria e alta estima para a cultura nacional. Da arquitetura à Bossa Nova, do Cinema Novo à Arte Moderna o Brasil de JK foi um país feliz, reconhecido mundialmente e próspero economicamente. Sejam bem-vindos ao mundo de Juscelino Kubitschek. O presidente que transformou as palavras em belas soluções para o Brasil.Anna Christina Kubitschek Pereira
Presidente do Memorial JK
Prefácio
É imenso prazer que o Conselho Editorial do Senado se une ao Memorial JK para lançar a coletânea de discursos do presidente Juscelino Kubitschek proferidos entre 1956 e 1960. Este volume, com os discursos do primeiro ano de mandato, é precioso por revelar como amadureceram as ideias e as primeiras ações do Presidente em direção ao projeto de emancipação econômica que ele sonhava como conclusão à independência política do país e como promessa de bem - estar futuro das novas gerações de brasileiros. Mandato que lhe foi outorgado pelo povo em momento de grande crise econômica e política, que ele soube enfrentar com coragem e apelo permanente à paz e em favor do bem comum, fortalecendo as regras do jogo democrático. O Plano de Metas representou uma saída inovadora para a crise, uma tentativa de vencer a inflação sem abdicar do projeto de desenvolvimento, da industrialização do Brasil, combinando, em uma visão heterodoxa da economia, os dois objetivos que foram centrais ao longo do seu governo. Po´rém, a dinâmica do crescimento virtuoso era desafiada pela mudança estrutural brusca de um Brasil agrário para um país industrial, de uma população campesina para uma população urbana ávida por inclusão e cidadania. O crescimento acelerado gerou empregos e estabilidade, apesar dos problemas fiscais que acompanharam o seu governo. O apoio à indústria de base representava para Juscelino a oportunidade de alavancar um novo destino para o país que não o de mero exportador de matérias-primas, a possibilidade de construir no horizonte próximo uma potência industrial. O trinômio energia, transporte e indústria e a "meta-síntese" - a construção de Brasília - extrapolaram a racionalidade política converter-se em subjetividade, em construção de identidade nacional, propulsora de confiança na capacidade de realização do povo brasileiro e na filosofia desenvolvimentista. Juscelino venceu com notável audácia o objetivo de integração nacional por meio do transporte rodoviário, traçado nas suas andanças pelo interior do país que o levaram da Amazônia ao Rio Grande do Sul, já no primeiro ano de governo. Foi com essa motivação inspiradora que definiu a abertura da Belém-Bra´sília, estrada que os céticos teimavam em condenar, mas que tanto representa para a minha Região. A tradição diplomática da concórdia sob a qual moldou as relações externas do libertador, sejam ultrapassados e vencidos", como alertava Bolívar. Atento a esses valores, o Presidente empenhou-se nas relações com os americanos e europeus, mas também no fortalecimento da amizade com os países latino-americanos. JK foi um presidente que valorizou a palavra, a inteligência e a cultura do povo brasileiro. Um homem do diálogo, sensível aos problemas dos trabalhadores, dos estudantes e aos problemas regionais. Um democrata e um autêntico defensor da soberania nacional, um otimista incorrigível quando se tratava do futuro do Brasil, um crítico ácido dos que duvidavam ou especulavam contra a Nação. Registramos essa homenagem em livro, afirmando como Juscelino, "a palavra escrita, que se transfigura ame arte, é que atenua e corrige a ação corrosiva do tempo e da eternidade sobre o efêmero".
Senador Randolfe Rodrigues.
Quero agradecer a todos os que me ajudaram neste ano. Ao Congresso, que colaborou com eficiência, dando-me Leis indispensáveis; aos meus Ministros, que me ajudaram, desempenhando, com probidade e exação, os seus encargos. Aos meus colaboradores diretos e indiretos, a todos, enfim, que contribuíram para que o Governo Vencesse a crise. Aos que me ajudaram, dos mais graduados aos mais humildes.
"Tenho sempre comigo dois objetivos: A utilização das nossas riquezas para a emancipação econômica do Brasil; A dignidade de tratamento e de condições de vida para os trabalhadores brasileiros."
Juscelino Kubitschek