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Memórias de um Sargento de Milícias PDF

229 Pages·2012·1.11 MB·Portuguese
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Coleção Clássicos Globo Coordenação: Manuel da Costa Pinto TÍTULOS PUBLICADOS: Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida Macário/Noite na taverna, de Álvares de Azevedo A Viagem à Lua, de Cyrano de Bergerac As aventuras do sr. Pickwick, de Charles Dickens O bracelete de granadas, de Aleksandr Ivánovitch Kuprin Ecce Homo, de Eusébio de Matos Pequenas tragédias, de Aleksander Sergheievitch Púchkin A capital!, de Eça de Queirós Infortúnios trágicos da constante Florinda, de Gaspar Pires de Rebelo A cartuxa de Parma, de Stendhal O Silvano, de Anton Tchékhov Contos e novelas, de Voltaire A coleção Clássicos Globo traz obras célebres da literatura universal e da língua portuguesa, retomando e ampliando um dos projetos editoriais mais marcantes da história recente do Brasil: o acervo de traduções constituído nos anos 1930 e 40 pela editora Globo de Porto Alegre, que tinha, entre seus colaboradores, intelectuais como Erico Verissimo e Mario Quintana, e ficou conhecida como “Globo da rua da Praia”. Os títulos da coleção Clássicos Globo foram escolhidos a partir desse catálogo. Além das traduções (revistas e atualizadas) de livros pertencentes ao cânone da literatura ocidental, a coleção compreende também novas obras, em edições críticas e versões feitas por tradutores contemporâneos que dão continuidade a esse legado editorial. Manuel Antônio de Almeida Memórias de um sargento de milícias edição e posfácio: Reginaldo Pinto de Carvalho Copyright desta edição © 2004 by Editora Globo S. A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc. – nem apropriada ou estocada em sistema de bancos de dados, sem a expressa autorização da editora. Indicação editorial: Mamede Mustafa Jarouche Revisão: Reginaldo Pinto de Carvalho e Maria Sylvia Corrêa Cronologia: Reginaldo Pinto de Carvalho Capa: Isabel Carballo, sobre Rua Direita no Rio de Janeiro (detalhe), de Johann Moritz Rugendas (1802-1858), lápis e nanquim sobre papel, 20 cm x 29,9 cm, Pinacoteca Municipal / Centro Cultural São Paulo Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861. Memórias de um sargento de milícias / Manuel Antônio de Almeida ; edição e posfácio Reginaldo Pinto de Carvalho. – São Paulo : Globo, 2013.– (Clássicos Globo) isbn 978-85-250-5552-1 1. Romance Brasileiro I. Carvalho, Reginaldo Pinto de II. Título. III. Série 04-6371 cdd-869.93 Índice para catálogo sistemático: 1. Romances : Literatura brasileira 869.93 Direitos de edição em língua portuguesa para o Brasil adquiridos por Editora Globo S. A. Av. Jaguaré, 1485 – 05346-902 – São Paulo – SP www.globolivros.com.br Sumário Capa Coleção Clássicos Globo A coleção Folha de rosto Créditos Nota introdutória capítulo i capítulo ii capítulo iii capítulo iv capítulo v capítulo vi capítulo vii capítulo viii capítulo ix capítulo x capítulo xi capítulo xii capítulo xiii capítulo xiv capítulo xv capítulo xvi capítulo xvii capítulo xviii capítulo xix capítulo xx capítulo xxi capítulo xxii capítulo xxiii capítulo xxiv capítulo xxv capítulo xxvi capítulo xxvii capítulo xxviii capítulo xxix capítulo xxx capítulo xxxi capítulo xxxii capítulo xxxiii capítulo xxxiv capítulo xxxv capítulo xxxvi capítulo xxxvii capítulo xxxviii capítulo xxxix capítulo xl capítulo xli capítulo xlii capítulo xliii capítulo xliv capítulo xlv capítulo xlvi capítulo xlvii Posfácio Cronologia Notas Nota introdutória Esta edição tem como texto-base os folhetins da “Pacotilha”, suplemento do jornal Correio Mercantil, no qual Manuel Antônio de Almeida publicou a primeira versão de seu romance. Ainda em vida publicou uma edição em livro, que resultou não só da revisão das falhas ocorridas na edição do jornal, mas também de alterações mais substanciais, como supressão e acréscimo de alguns trechos, troca de palavras, mudanças estruturais, desdobramento de parágrafos, inúmeras alterações na pontuação etc. Evidentemente, por representar a vontade expressa do autor, a primeira edição em livro é a que tem servido de base para as dezenas de edições da obra, desde sua publicação em dois volumes, nos anos de 1854 e 1855. A principal justificativa para levar ao público uma versão que foge a toda uma tradição editorial que já tem um século e meio e que, aparentemente, contraria a vontade autoral, é a de resgatar a versão dos folhetins, pelos elementos diferenciadores que ela contém. Tais elementos, a nosso ver, interessam não apenas ao leitor estudioso de nossa literatura, bem como aos leitores em geral. Como procuraremos demonstrar no Posfácio, a revisão que o autor empreendeu no texto dos folhetins para sua publicação em livro foi muito além de uma simples correção de possíveis deslizes e falhas de impressão, ou mesmo de aprimoramento estilístico. Temos motivos para afirmar que Manuel Antônio de Almeida assumiu uma atitude de autocensura, ao preparar seu texto para publicação em livro. Essa autocensura foi uma forma de o autor adaptar-se às conveniências sociais e políticas de seu tempo. Procuramos preservar o texto original, salvo na questão ortográfica, aspecto em que houve a necessária atualização. Também corrigimos a numeração dos capítulos, feita de forma corrida e não em duas partes, como ocorre no livro. Nos folhetins há capítulos com numeração repetida ou pulada. As oscilações de certos usos lingüísticos ou recursos de escrita foram mantidas. As notas de rodapé[1] não pretendem ser exaustivas no registro das variantes, mas apenas destacar as alterações mais relevantes, principalmente aquelas que atestam a tese da autocensura. A revisão feita no texto dos folhetins e a redação adotada no livro refletiram o desejo do autor de preservar um certo decoro, evitando, por exemplo, críticas a el-rei e aos costumes de seu tempo. Para tanto, atenuou as manifestações de lusofobia e mesmo de certas chocarrices mais irreverentes. Também na questão do estilo exerceu um policiamento sobre a linguagem original, liberando o texto de inúmeras marcas de coloquialidade e da espontaneidade própria do folhetim, marcas essas que acentuam o caráter inovador do livro, considerado o contexto em que surgiu. A leitura desta “versão” das Memórias de um sargento de milícias não trará nenhum prejuízo em relação àquela que é considerada “oficial”, uma vez que os acréscimos feitos pelo autor para a edição em livro foram insignificantes, se comparados aos cortes. Informe-se ainda que tais acréscimos foram devidamente registrados em notas de rodapé. Para o estabelecimento do texto desta edição, utilizamos cópia dos folhetins da “Pacotilha” feita a partir de microfilmes obtidos na Fundação Biblioteca Nacional[2]. R. P. de C. capítulo i Origem, nascimento e batizado Era no tempo do Rei. Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo — O canto dos meirinhos —; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o rendez-vous[3] favorito de todos os que formavam essa classe, que gozava então de não pequena consideração. Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; eram um dos extremos dessa formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida; o extremo oposto eram os desembargadores. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e toda essa máquina de trejeitos judiciais que se chama[4] processo. Daí sua influência moral, mas tinham ainda outra influência, que é justamente o que falta aos de hoje: era a influência física. Os meirinhos de hoje são homens como quaisquer outros; nada têm de imponentes, nem no seu semblante nem no seu trajar; confundem-se com qualquer procurador, escrevente de cartório ou contínuo de repartição; os meirinhos desse belo tempo não, não se confundiam com ninguém; eram originais, eram tipos particulares: nos seus semblantes transluzia um certo ar de majestade forense, seus olhares calculados e sagazes significavam chicana; trajavam sisuda casaca preta, calção e meias da mesma cor, sapato afivelado, ao lado esquerdo aristocrático espadim, e na ilharga direita penduravam um círculo encarnado,[5] cuja significação ignoramos, coroando tudo isto por um grave chapéu armado. Colocado sob a importância vantajosa destas condições, o meirinho usava e abusava de sua posição. Era terrível quando ao voltar uma esquina ou ao sair de manhã de sua casa, o cidadão esbarrava com aquela solene figura que desdobrando um papelucho lia-o ao pobre homem, que por mais que se fizesse não tinha remédio por fim de contas senão deixar escapar dos lábios o terrível — Dou-me por citado. — Oh! ninguém sabe que significação fatalíssima e cruel têm estas poucas palavras! são elas uma sentença de peregrinação eterna que se pronuncia contra si mesmo; querem dizer que se começa uma longa e

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A Editora Globo lança este mês os três primeiros volumes de uma coleção que resgata e amplia sua vocação histórica de publicar grandes obras da literatura universal: A Cartuxa de Parma, de Stendhal, As Aventuras Do Sr. Pickwick, de Charles Dickens, e Memórias de um sargento de milícias, de
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