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Memória, Política e Folclore na obra de Amadeu Amaral entre 1916 e 1928. PDF

163 Pages·2008·2.48 MB·Portuguese
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Preview Memória, Política e Folclore na obra de Amadeu Amaral entre 1916 e 1928.

LEONARDO DA COSTA FERREIRA MEMÓRIA, POLÍTICA E FOLCLORE NA OBRA DE AMADEU AMARAL ENTRE 1916 E 1928. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre na área de concentração de História Social. Orientadora: Professora Doutora MARTHA CAMPOS ABREU Niterói 2007 1 LEONARDO DA COSTA FERREIRA MEMÓRIA, POLÍTICA E FOLCLORE NA OBRA DE AMADEU AMARAL ENTRE 1916 E 1928. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre na área de concentração de História Social. BANCA EXAMINADORA Professora Doutora Martha Campos Abreu – Orientadora Universidade Federal Fluminense Professora Doutora Laura Maciel Universidade Federal Fluminense Professora Doutora Magali Engel Universidade do Estado do Rio de Janeiro Niterói 2007 2 SUMÁRIO • RESUMO ....................................................................................................................P 5 • RÉSUMÉ .....................................................................................................................P 5 • AGRADECIMENTOS .................................................................................................P 6 • CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................P 8 • CAPÍTULO 1: MEMÓRIA E HISTÓRIA SOBRE AMADEU AMARAL...............P 14 1.1 RELEMBRANDO AMADEU AMARAL NOS ANOS 50........................................P 14 1.2 AMADEU AMARAL E A CONSOLIDAÇÃO DA CARREIRA..............................P 18 1.3 A PRIMEIRA CAMPANHA POLÍTICA.................................................................. P 27 1.4 SP – RJ – SP: DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS A SEGUNDA CANDIDATURA POLÍTICA......................................................................................... P 40 1.5 (RE)CONSTRUINDO UMA MEMÓRIA................................................................ P 50 • CAPÍTULO 2: AMADEU AMARAL E OS DEBATES SOBRE O FUTURO DA NAÇÃO BRASILEIRA............................................................................................. P 55 2.1 PENSAR A NAÇÃO................................................................................................. P 55 2.2 EDUCAÇÃO: EIS A SOLUÇÃO!.............................................................................P 57 2.3 ESCOTEIROS: UM EXEMPLO DE CIDADÃO..................................................... P 64 2.4 EUGENIA E ESPORTES: ALIADOS NA CONSTRUÇÃO DO FUTURO DA NAÇÃO........................................................................................................................... P 68 2.5 MARIA ZÉLIA: UM EXEMPLO PARA A (N)AÇÃO.............................................. P 76 3 • CAPÍTULO 3: AMADEU AMARAL E OS DEBATES SOBRE O CAIPIRA.......P 80 3.1 OS CAIPIRAS...........................................................................................................P 80 3.2 LOBATOS VERSUS PIRES: DISCUTINDO O CAIPIRA.....................................P 80 3.3 AMADEU AMARAL E O DEBATE SOBRE OS CAIPIRAS................................P 86 3.4 DA GUINADA DE LOBATO À REFORMULAÇÃO DE AMARAL....................P 89 3.5 O CAIPIRA NO FUTURO........................................................................................P 97 • CAPÍTULO 4: AMADEU AMARAL: FOLCLORE E IDENTIDADE NACIONAL..............................................................................................................P 101 4.1 SOBRE O CAPÍTULO............................................................................................ P 101 4.2 O FOLCLORE COMO “SCIÊNCIA”...................................................................... P 102 4.3 DA SOCIEDADE DE ESTUDOS PAULISTAS A SOCIEDADE DEMOLÓGICA..............................................................................................................P 108 4.4 POESIA DA VIOLA E POESIA DO VIOLÃO...................................................... P 129 • CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... P 145 • CRONOLOGIA........................................................................................................ P 148 • FONTES................................................................................................................... P 152 • BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... P 156 4 RESUMO: Estudo que tem por meta investigar um processo que, ao longo dos anos, acabou por diminuir, desqualificar ou apagar a memória de luta do Amadeu político – defendia a implantação do voto secreto, livre e universal – e, ressaltar, apenas, a memória do Amadeu Amaral pesquisador de folclore. Além de procurar compreender como o poeta, jornalista, acadêmico, folclorista e político acima citado, entre 1916 e 1928, associou os estudos do folclore com a formação de uma dada identidade nacional, onde se destacava a figura do caipira e o peso da poesia popular. PALAVRAS-CHAVES: Amadeu Amaral, São Paulo, Academias de Letras, imprensa paulista, memória, política, folclore, identidade nacional, nação, caipiras, poesia popular, eugenia, esportes e escoteiros. RÉSUMÉ: Étude qu’ il y a pour poteau rechercher un procès que, le long des anèes, fini pour diminuer, déqualifier ou éteindre la mémoire de lutte d’ Amadeu politique – defendú l’ implantation du voix secret, libre et universel – et, rebondir, aussitôt, la meémoire d’ Amadeu Amaral que recherche le folklore. Outre chercher comprendre avec le poéte, jornaliste, académique, folkcloriste et politique Amadeu, entre 1916 et 1928, associ les études du folklore avec la formation d’ une identité national, si evidencie la figure du rustre el la poésie populaire. PAROLES-CLÉS: Amadeu Amaral, São Paulo, Académie de Lettres, imprimerie paulista, mémoire, politique, folklore, identité national, nation, rustre, poésie populaire, eugénie, sports et escuteiros. 5 AGRADECIMENTOS: Essa dissertação é o fruto de uma longa caminhada marcada por momentos de tensão e alegria. Acredito que nunca circulei tanto pela cidade do Rio de Janeiro como nesses últimos anos, pois como trabalho em duas escolas públicas localizadas a mais de sessenta quilômetros do centro do Rio, inúmeras vezes eu tive que sair apressado das bibliotecas para pegar o trem para os trabalhos e em meio a vagões lotados de trabalhadores, vendedores e, infelizmente, assaltantes ia lendo e relendo minhas anotações e construindo meus textos no caderno que havia comprado especialmente para tal função. Dificuldades à parte durante esses últimos dois longos anos pesquisei de maneira intensa e foram muitas as pessoas que me ajudaram direta e indiretamente. Inicialmente não poderia deixar de agradecer aos funcionários do Departamento de Pós-Graduação de História da Universidade Federal Fluminense, da Biblioteca Central do Gragoatá, da Biblioteca Amadeu Amaral, da Biblioteca Nacional e, também, da Biblioteca da Academia Brasileira de Letras. Todos, de diferentes maneiras, mostraram-se profissionais dedicados ao serviço público apesar da constante falta de apoio governamental. Minhas queridas diretoras Nelma e Graça, da Escola Municipal Marechal Pedro Cavalcanti e Lílian e Leni, do CIEP 156 – Doutor Albert Sabin foram compreensivas com alguns atrasados e saídas apressadas para reuniões ou pesquisas do outro lado da cidade. Nesse sentido, também devo agradecer o carinho com o qual fui tratado pelos meus colegas de trabalho da equipe do PEJA1, especialmente Délio – grande exemplo de vida, Jaime – alegre e amigo e Cristina - parceira nas viagens de trem. Além de Odorico e Raquel Reis. Não posso deixar de lembrar da professora Hebe Castro e do professor Jorge Ferreira com seus valiosos cursos de pós-graduação. Além das professoras Ângela de 6 Castro Gomes e Magali Engel que na qualificação direcionaram o presente trabalho para um destino mais correto e prazeroso. Porém, sem dúvida nenhuma, dentre todas as professoras nenhuma foi mais importante que a Martha. Primeiro por que acreditou em meu potencial e, em segundo, por que sabe criticar com admirável suavidade minhas limitações. Honestamente este seu discípulo reconhece que muito lhe deve e por isso lhe digo: Muito Obrigado! Por fim, nada disso seria possível sem o apoio de meus pais, Wilson e Zêila, minhas tias Meri, Vilma, Ayla e Renilda e meus tios José e Almir todos através de suas demonstrações de afeto, carinho, paciência e amizade fizeram-me superar com determinação e sabedoria os momentos mais difíceis. Entretanto são com os olhos marejados e as mãos trêmulas que dedico este trabalho a duas lindas mulheres. São elas: a minha irmã Luciana da Costa Ferreira e minha companheira Raquel França dos Santos (Ferreira?). Sinceramente, Leonardo da Costa Ferreira. 1 Programa de Educação de Jovens e Adultos 7 CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Durante muito tempo, as biografias descreveram ou analisaram uma trajetória de vida como sendo constituída por etapas lineares, seja sob uma perspectiva biológica (nascimento - vida - morte), seja através de uma perspectiva individual que trata o sujeito como pessoa coerente e estruturada. Este tipo de biografia, linear e factual, é filha direta da história positivista do século XIX que, naquele mesmo século, enfatizava o fato histórico ao apresentar o indivíduo como levado por uma força maior que, de alguma forma, o superava e conduzia. Segundo Andréa Marzano, este tipo de biografia celebrava figuras exemplares para a identidade nacional através do estabelecimento de imagens de indivíduos predestinados ao serviço da pátria. Tudo embasado em uma cronologia que reforçava a idéia de uma vida traçada como um destino, para o qual confluíam a infância, a educação e os confrontos com a sociedade.2 Bourdieu critica estas biografias por considerar a presença de dois grandes problemas. O primeiro é procurar dar sentido, tornar razoável, extrair uma lógica ao mesmo tempo retrospectiva e prospectiva, uma consistência e uma constância, ao estabelecer relações inteligíveis entre o objeto de estudo e o contexto social. O segundo problema, diretamente ligado ao primeiro, seria analisar ou descrever uma vida e suas obras como fatos isolados, isto é, deslocados ou fora de seu contexto social.3 Os debates sobre a biografia e a história seriam reelaborados pela escola dos Annales, notadamente, após 1928, quando Lucien Febvre publicou um livro sobre Lutero 2 Marzano, Andréa; Respeitável Público! Universo teatral, trajetória e história social da cultura no Rio de Janeiro (1839-1892); Niterói; Universidade Federal Fluminense; Tese de Doutorado; 2005. P. 20 3 Bourdieu, Pierre; A ilusão biográfica. In. Amado, Janaína & Morais, Marieta; Usos e abusos da história oral; RJ; FGV editora; 5° edição; 2002. P. 184. 8 que combina o método biográfico com a história – problema e aonde reivindicava a biografia para o campo dos historiadores. Nos anos de 1950-1960, Fernand Braudel aprofundou a crítica da biografia em seu livro sobre Felipe II e o Mediterrâneo. Esse trabalho contribuiu para a valorização das massas anônimas em detrimento dos grandes heróis, típicos das biografias do século XIX. A partir de meados da década de 1970, a história social deu uma nova dimensão às biografias ao privilegiar personagens historicamente privados de direito à palavra, tais como artesãos, pastores, operários e moleiros.4 No final da década de 1970 e início da década de 1980, com a crise do marxismo e o fim do predomínio da história quantitativa e serial, a biografia ganharia novos sentidos. Na verdade, a biografia passou a situar-se entre o particular e o coletivo e os cientistas sociais, especialmente os historiadores, reconheceram que estudar trajetórias individuais pode produzir conhecimento desde que aconteça o mapeamento dos seus laços de amizade, seu universo profissional e dos demais espaços sociais onde atuou. Esta perspectiva ajuda a visualizar alguns aspectos do cotidiano de sujeitos, anônimos ou não, mas que protagonizaram suas próprias vidas e ajudaram a construir, à sua maneira, a sociedade em que se moviam.5 Neste aspecto, a reconstituição do contexto permite a compreensão do que, à primeira vista, parece inexplicável e desconcertante. De acordo com Geovanni Levi isto nos afasta de esquemas deterministas que supõem atores perfeitamente informados e consideram, por convenção, que todos os indivíduos tem as mesmas disposições, obedecem 4 Levillain, Philippe; Os protagonistas da biografia. In. Rémond, René (org); Por uma história política; RJ; Editora da URFJ / FGV editora; 1996. 5 Levillain, Philippe; Os protagonistas da história. In. Op. Cit. 1996. 9 aos mesmos mecanismos de decisão e agem em função de um cálculo, socialmente normal e uniforme, de lucros e perdas.6 Atualmente os historiadores têm procurado questionar aqueles modelos lineares, factuais e totalizantes de interpretação de uma trajetória de vida, ao mostrar que não é mais possível entender ou compreender um indivíduo sem que tenhamos reconstruído as múltiplas possibilidades de caminhos que aquele sujeito pudesse ter seguido de uma maneira não – teleológica. Ou seja, devemos procurar demonstrar que a vida não apresenta coerência do início ao fim, que ela não é uma seqüência de acontecimentos, mas, pelo contrário, fruto de decisões vacilantes e tomadas de posições que vão e vêem de maneira descontínua. Concordando com Geovanni Levi, não pretendemos apresentar nosso objeto de estudo como um mero reflexo de seu meio social. Ao contrário, tentaremos situá-lo como um ativo participante dos acalorados debates a respeito do folclore e da política na Primeira República. Seguindo as orientações do mestre Levi, ao estudarmos a relação de um sujeito com a sociedade de seu tempo acabaremos mostrando o estilo próprio deste sujeito e de sua época, no tocante, aos seus projetos e idéias. Em suma, o equilíbrio ou o diálogo entre a especificidade da trajetória individual e do sistema social como um todo.7 Embora também procure entender Amadeu Amaral e suas idéias a partir do contexto social em que viveu, a presente dissertação propõe, acima de tudo, o caminho inverso. A trajetória de Amadeu Amaral será um roteiro a partir do qual se procurará contribuir para a compreensão da cidade e estado de São Paulo das décadas de 1910 e 1920 da Primeira 6 Levi, Geovanni; Usos da biografia. In. Amado, Janaína & Morais, Marieta; Usos e abusos da história oral; RJ; FGv editora; 5° edição; 2002. P. 180 7 Levi, Geovanni; Usos da biografia. In. Amado, Janaína & Morais, Marieta; Usos e abusos da história oral; RJ; FGv editora; 5° edição; 2002. P. 176 10

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Biblioteca Amadeu Amaral, da Biblioteca Nacional e, também, da .. se de mencionar que Amadeu Amaral relacionou, em vida, folclore com política.
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