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Marx, o Intempestivo PDF

258 Pages·27.525 MB·Portuguese
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ianieIBensald IH! ! EBiM o pensamentoa indav ive. Com a ajuda do fim do comunismo de estado, Daniel Bensaidn os oferece um Marx complexo, arrebatador.U m Marx livre." LeM onded esL ivres ll@ lãHiEll;M, Marx é um pioneiro das revoluções científicas futuras e seu pensamento está em sintonia com as controvérsias contemporâneas." Marx. Intent festivo FSEN 85-20S-0481-4 335.401 B474trt "Elra#s20! o04814 .bCIVILIZAÇÃO 13RASILE.IRA O colapso das ditaduras do Leste Europeun ão é apenasu ma boa nova política. É também uma boa nova parao pensamentos, obretudop araa tradição crítica que, há séculos, se es- força para esclareceor s fundamentos do reino da mercadoria.D urante mui- to tempo, Marx foi consideradoo analista mais perspicazd esse poder. E então o dogmatismo se apoderou de sua lenda, construiu para ele um mau- soléu e se apropriou de suao bra. Não esperemos no entanto deste livro a revelação de um pensamento puro, enfim livre de suasm arcasp olíticas. Pois, olhando de perto, percebemos claramente que Marx teria passadoa vida brigando com sua sombra, lutan- do com seus próprios fantasmas. E aqui trata-seb em menosd e opor um Marx original a suas falsificações do que de sacudir o sono prolongado das ortodoxias para libertar a coerência teórica de uma empreitada crítica cuja atualidade é inquestionável: pois não é verdade que o fetichismo mer- cantil conquistou os mais remotos cantos do planeta? O autor mostra, em primeiro lugar. o que com certeza o pensamento de Marx não é: nem uma filosofia do fim da história, nem uma sociologia em- pírica de classesa nunciando a vitória Inevitável do proletariado, nem uma ciência capaz de conduzir os povos do mundo pelo caminho do progresso inexorável. Essast rês críticas -- da razão histórica, da razão económica, do positivismo científico -- respon- dem e completam umas às outras. Elas estão no centro da empreitada crítica de Marx, formando portanto, de ma- neira lógica, a estrutura deste livro. Explica em seguida, ao mesmo tempo, para que pode servir hoje em dia a releitura das grandes textos (principal- mente O Capita/), em quê estes con- tribuem para responder às interro- gações contemporâneas sobre o senti- do da história e a representação do tempo, sobre as relaçõese ntre as con- tradições sociais e as outras formas de conflito (de gênero, nacionalidade, re- ligião), sobre a validade do modelo científico dominante, abalado pelas próprias práticas científicas. Deste Marx intempestivo- - que não hesitou, durante sua vida, em destruir os cânonesc ientíficose políticosm ais difundidos, e que foi ressuscitado quando se pensavaq ue suasc inzas haviam sido dispersadas- - era preciso traçar o retrato. É o que Daniel Bensaid < faz aqui, com maestria,e spírito lógi- co e veia crkica. Daniel Bensaid é professar de filosofia na Universidade de ParasV lll (Saint- Pontifícia Univl BIBLIOTEC. Denis). Publicou diversos livros, den- tre os quais Eü, a Neva/uçâo/,e mbran- ças de um bicentenário indigno (1 989), Wa/ter Berl/am/n, senfíne/a messiânica (1 99Q). jeanne, cansada de guerra (1991) e .4 d/scordánc/a dos rampas( 199S). capa EwÇn.Gwmach bto Popperloto intercontinental P Marx, o intempestivo Dance! BensaTd Marx, o intempestivo Grandezas e misérias de uma aventura crítica (séculos XIX e XX) TRADUÇÃO DE Lula Cavaicanti de M. Guerra BIBLIOTECA NGK-PUC/SP 11 100223394 e Rio de Janeiro 1999 Sumário COPYRIG©H LTi brairie Plon, 1997 HTULO ORIGINAL FRANCÊS Marx I'intempestif: grandeurse t misêresd 'une aventurec ritique CAPA Et,eiyn Gmmacb PROJaOG RÁFICO Evelyn Gmmaçb e Joga de Sal,lzaL eite O trovão inaudíve], :Z] PREPARAÇÃOD E ORIGINAIS Hemtínia Mana ToHI de Castra PRIMEIRA PARTE: DO SAGRADO AO PROFANO MARX CRÍTICOD A RAZÃO HISTÓRICA EDITORAÇÃO ELnRÓNICA 1. Uma nova escrita da história, 2:Z Minion Tipogra$a Edita?ia! MISÉRIASD O POPPERISMO2.5 CIP-BRASIL. CAIALOGAÇÁO-NA-FONTE OALFABETOD A NOVAESCRITA.34 SINDICATON ACIONAL DOS EDHORES DE LIVROS, N MACACOS, CONDES E HOMENS. 46 BensaTdD, aniel B41 8m Marx, o intempestivo : grandezas e misérias DESCONSTRUAIR HISTÓRIAU NIVERSAL5 6 de uma aventura crítia(séculos XIX e XX)/ Daniel Bensald tradução de Luiz Cavalcanti de MenezesG uerra. - Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1999. 2. Os tempos em discordância (A propósito do marxismo analí. 512p. taco), 63 Tradução de: Marx I'intempestif : grandeurs et misêres d'une aventurec ritique MARX tEÓRico DA NORMA HISTÓRICA?6. 7 Inclui bibliografia ISBN 85-200-04844. CORRESPONOÊNCIEA S0 TiMAUOAOE. 7.f INTERMITÊNCIAES CONTRATEMPOS8,0 1. Marx, Kart, 18 1 8-1883 - Crítica e interpretação. 2. Marxismo- 3. Filosofia marxista. 4. Ciência política. NECESSIDADEH iStÓRiCA E POSSIBILIDADESE FETivAS. 84 1.T ítulo.CaIrIa PROGRESSsOo B BENEFÍCIOD e INVENTÁRIO,9 3 CDD - 335.4 98-1649 CDU- 330.85 3. Uma nova escuta do tempo, í03 Todos os direitos reservados.P roibida a reprodução, armazenamento ou SONHOS E PESADELOSD A HISTÓRIA. Í 05 transmissão de partes destel ivro, através de quaisquer meios, semp révia o roMPOC OMOR EI.AÇÃSOO CIALl . ll autorização por escrito. TEMPO MENSURADO E MENSURAN'rE. ] Í8 lk)dos os direitos desta edição adquiridos pela BCD União de Editoras S.A. Av Rio Branco, 99/ 20' andai 20040-004, Rio de Janeiro, RJ, Brasil CRÍTICA ONTOLÓGICA E CRÍTICA MESSIÂNICA. 123 Telefone (021) 263-2082. Fax / Venda (021) 2634604 A POLínCA PASSA DORAVANTE À FRENTE OA HISTÓRIA. :13Í PEDIDOSP ELO REEMBOUO POSTAL: Caixa Postal 23052, Rio de Janeiro, RJ, 20922-970 SEGUNDA PARTE:'A LUTA E A NECESSIDADE MARXCR[TICOD ARAZÃOSOCIOLÓGICA Impresso no Brasil 1999 MARX. O INTEMPESTIVO SUMÁRIO 41IAs c]asseso u o sujeito perdido, ]4] 9. A angústia da lógica histórica, 363 À SOCIOLOGIA QUE NÃO SE POOL ACHAR. ]44 CAUSAUOADE HISTÓRICA E POSSIBIUDADE 0BJETiVA. 366 CAUISNAT nANSEiTu ivVnAcN ECESS3ID 7A] DE. PRODUÇÃOE REL.AÇÃOD E EXPLORAÇÃOÍ. 53 CIRCULAÇÃO E TRABALHO PRODUTIVO. Í55 NECESSIDADWE EcANiCA E NECESSIDADEP ERMISSIVA3. 7.S ]S8 393 A REPRODUÇÃOG LOBAL E O ENIGMA DO CAPÍTULO INACABADO. NECESSIDADES iNCUNANTeS E LEIS TENDENCIAIS. CLASSESS OCIAISE REPRESENTAÇÃPOO LITICA,Í 64 10. Coreografias caóticas, 399 5. Lutar não é jogar (Marx em face das teorias dos jogos e da OST RAÇOSO OC AOS4, 02 justiça), :Z7 5 A CRISE DAS CIÊNCIAS CUROPÉIAS. 406 4Í3 UMA CONCEPÇÃON ÃO JURÍDICA 0A JUSTIÇA, iZ 79 LÓGICAS TUnBILHONANTES. JOGO FINITO. JOGO INFINITO. Í 87 o BAILE OE MÁSCARAS DAS MERCADORIAS. 420 AQUÉU E ALÉM DA JUSTIÇA.1 9Í ADEUS. VALOR, TRABALHO ABSTRAT0-« 20Í ll. Os tormentos da matéria (Contribuição à crítica da ecolo OS EQUÍVOCOS DA EQÜiDAOE. 2Í3 gia política), 43=Z o DETERMINISMOS ER EVOLTA.2 23 UM SER NATURAL HUMANO. 434 EM BUSCA DA ENERGIA DISSIPADA. 453 6. Mas onde estão as classesd e outrora?, 229 TRABALHO FÍSICOT. RABALHOS OCiAl. 464 UMA TEORIA GERAL DA EXPLORAÇÃO,2 32 0ESRAZÓESE COLÓGICASD A RAZÃO ECONÓMICA. 474 O PORRETED AS CLASSESM ÉDIAS.2 44 A MISERÁVELM EDIDA OE TODA RIQUEZA.4 82 QUEM EXPLORAQ UEM?. 25Í o PnoLerÁRio NÁO É MAIS VERMELHO?2. 59 BIBUOGRAnA.497 TERCEIRAP ARTE:A ORDEM DA DESORDEM MARX CKITiCO DA POSITIVIDADEC IENTÍFICA 7. Fazer ciência de outra maneira, 281 A CIÊNCIA NO SENTIDO ALEMÃO. 284 29Í AS FONTES DA CIÊNCIA ALEMÃ. PERMANÊNCIADSA CRÍTICA3. Í 2 8. Uma nova iminência, 331 335 TOTAUDADE ABERTA E coNTRADiçÃO. A DETERMINAÇÃOC OMO Arnv,4çHO, 342 UMA CIÊNCIAD O CONCRETOP ARTICULAR3. 49 353 ORDEM LÓGICA. ORDEM HISTÓRICA. 6 Pata Hippolyte l OTROVÃOINAUDIVEL Qua do O Capital í#rerromPeo corsoe dí/acenao !ácidod e todo essem ovimento histórico, é como Hma ttouoada inaudí- t,el, um silêmclo,# lnzam argem.[Gérard Granel, Prefácio a Crise iüs ciê cüs eKropéias, de Husserl.] O Capital é uma obra essencla/me fe s#buersiua.E medosp or- que cona diria, Feios caminhos da objetiuidade científim, à consequência necessária da revolt+ção do qKe por incluir, sem qlmsef 07mKtá-ta, Hma maneira de pensar teórica qHe SHbuer- te a própria idéfa de ciêlzcia.[Maurice Blanchot, "Les Trois Parolos de Marx", em l,'Amifié.] "Todo pensamento", escreves utilmente lsabelle Stengers," trai pelas traições que suscita e indica por isso mesmo os terrenos onde manter- se fiel a ele é aprender a resistir-lhe." Fincados nessar esistência para com Marx e ao que ele aceitou em sua época, temos buscada "o atual ainda ativo" na pluralidade de suasp alavras. Essaa tualidade é antes de tudo a da universalização e da vitalidade mórbida do próprio capital. Tornando-se ehtivamente planetário, ele é mais do que nunca o espírito de nossa época sem espírito e o poder impessoal do reino da mercadoria. Nosso nublado horizonte e nosso triste quinhão. Enquanto o capital continuar dominando as relações sociais,a teoria de Marx permaneceráa tual, e sua novidade sempre 1 1 MARX. O INTEMPESTIVO O TROVÃOINAUDíVEL recomeçadac onstituirá o reversoe a negaçãod e um fetichismo mercan- incoerente ou inconsistente. O núcleo do seu programa de pesquisa til universal. ainda permite que interroguemos nosso universo dentro da perspecti- "Escrevendo em preto-e-branco algo vermelho", O Cáfila/ pâs va de mudar o mundo. Ele não se contenta quase com colagense clé- em crise "a humanidade européia".i Longe de abafar esse" trovão inau- ticas e bricolagens mediáticas. Nenhuma doutrina, portanto, mas a dível", as conturbaçõesa celeradasd o mundo permitem enfim que ele teoria de uma prática suscetíveld e várias leituras. Não de qualquer seja ouvido. leitura. Nem tudo é permitido em nome da livre interpretação,n em tudo tem valor. O texto e o contexto definem restrições, delimitam um campo de variantes compatíveis com suasp róprias aporias e con- seqüentemente invalidam o que indique contra-senso. AS TRÊSC RÍTICASD E MARX A teoria de Marx é, assim, ora definida como uma filosofia da his- tória, uma filosofia do sentido e do remate da história; ora como uma Não se trata de opor um Marx original e autêntico às suas contratações, sociologia das classese um método de classificação;o ra, enfim, como nem de restabeleceru ma verdade há muito confiscada, mas de sacudir o um ensaio de economia científica. Nenhuma dessast esesr esistea uma pesado sono das ortodoxias. Uma obra tão múltipla vive da diversidade leitura rigorosa. Sen ão é fácil dizer em que consiste a teoria de Marx, e dos contrastes de suas interpretações. A pluralidade contraditória dos podemos pelo menos lançar algumas luzes sobre aquilo que ela não é. "marxismos" instituídos inscreve-sen a dificuldade relativa de tomar Ela não é, por exemplo, uma filosofia especulativad a história. decisõesq uanto a um texto que liga de modo indissolúvel a decifração Desconstrução declarada da História universal, a teoria de Marx dá crítica dos hieróglifos sociais e a subversão prática da ordem estabeleci- passagema uma história que não promete qualquer salvação, não re- da. Salientando uma fala crítica direta, uma fala política "sempre exces- para absolutamente a injustiça, não mordisca sequern ossa nuca. Essa siva, já que o excessoé sua única medida", e uma fala indireta do discur- "história profana" apresenta-sea partir de então como um devir in- so científico, Maurice Blanchot~,observaq ue "a discrepânciam antém certo, determinado tanto pela luta quanto pela necessidadeN. ão se trata assim de fundar uma nova filosofia da história em seu sentido unidos" essesd iscursos: eles não se acham justapostos, mas enredados, misturados. A diversidade dos registros não sec onfunde com o ecletismo único, mas de explorar "uma nova escrita da história" cujo alfabeto r vulgar e "Marx não vive comodamentec om essap luralidade de lingua- vem proposto nos Grundrfsse. O Capffa/, portanto, põe em ação uma gens que estão sempre se chocando e dissociando nele". nova representação da história e uma organização conceptual do tem- Dividido entre seu fascínio pelo modelo físico da ciência positiva po como relação social: ciclos e rotações, ritmos e crises, momentos e e sua fidelidade à "ciência alemã", entre o canto sedutor das sereias contratempose stratégicosA. antiga filosofia da história extingue-se, do progresso e a recusa dos seus paraísos artificiais, Marx desenten- por um lado,.na crítica do fetichismo mercantil e, por outro, na sub- de-se por um nada com sua própria sombra e esperneia nas mãos dos versão)olítica da ordem estabelecida. próprios espectros.A travessado por contradições não resolvidas, seu A teoria de Marx não é tampouco uma sociologia empírica das pensamento não se mostra inteiramente homogêneo. Nem por isso é classes. Contra a racionalidade positiva, que ordena e classifica, organi- za inventário e repertório, apazigua e pacifica, ela retira a dinâmica do conflito social e torna inteligível a fantasmagoria mercantil. Não que os l Gérard Granel, prefácio a l,a Crise des sciefzcese topéen#es, de Edmund Hus. serl, Paria, Gallimard, 1989. diversosa ntagonismos(sexuais, hierárquicos, nacionais) sejam redutí- 12 13

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