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Marco Antônio - Tese PDF

321 Pages·2015·2.45 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MARCO ANTÔNIO SILVA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE HISTÓRIA NO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO Tese de doutorado Belo Horizonte 2014 Marco Antônio Silva FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE HISTÓRIA NO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Educação Linha de Pesquisa: Educação Escolar, Instituições, Sujeitos e Currículos Orientadora: Dra. Júnia Sales Pereira Belo Horizonte Faculdade de Educação da UFMG 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FACULDADE DE EDUCAÇÃO Tese intitulada Formação de professores de História no Programa Nacional do Livro Didático, de autoria de Marco Antônio Silva, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores: Prof.ª Drª. Júnia Sales Pereira – Orientadora Faculdade de Educação – UFMG Profª. Drª Araci Rodrigues Coelho Centro Pedagógico – UFMG Prof.ª Drª Lana Mara de Castro Siman Faculdade de Educação – UEMG Prof. Dr. Pablo Luiz de Oliveira Lima Faculdade de Educação – UFMG Prof.ª Drª Sônia Regina de Miranda Faculdade de Educação – UFJF Belo Horizonte, 12 de dezembro de 2014 Agradecimentos À Márcia que, das mais difíceis às mais belas empreitadas da vida, é sempre minha parceira. Aos meus pais, Jésus e Assunção, e meus filhos, João e Luisa, pelo carinho que me dedicaram durante este trabalho sem cobranças pela minha ausência. Que nosso amor seja sempre maior que o tempo que a vida nos rouba. A meu Avô Romão Flausino, que escolheu o caminho certo quando poderia ter optado pelo mais fácil. À Profa. Dra. Junia Sales Pereira, pelas sugestões, críticas, apoio nos momentos difíceis, crença no meu trabalho, coragem em mudar os rumos quando os caminhos não se mostravam promissores e, sobretudo, pela generosidade. À Profa. Dra. Lana Mara de Castro Siman, pelo incentivo, apoio e auxílio em nossa carreira acadêmica. À Profa. Dra. Sônia Regina de Miranda, pela leitura atenta, sugestões preciosas e contribuições generosas que enriqueceram a pesquisa e o registro deste trabalho. Aos membros da banca Araci Coelho, Eucídio Arruda, Lana Mara, Pablo Lima, Sônia Miranda e Virgínia Buarque, que trouxeram sua preciosa colaboração num momento tão especial de nossa trajetória. Aos colegas do LABEPEH Júlio Cesar Costa, Lúcio Braga, Leonardo Palhares, Luciano Roza, Nathália Além, Renata Vieira, Pedro Marques e Rosiane Bechler, obstinados defensores de um ensino de História mais significativo e plural. Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação pela cordialidade e solicitude durante todos esses anos. RESUMO O foco desta pesquisa foi a proposta de formação continuada de professores advinda do Ministério da Educação (MEC) consubstanciada nos Manuais do Professor que acompanham as obras didáticas aprovadas no Programa Nacional dos Livros Didáticos (PNLD). Buscou-se identificar qual o perfil pressuposto de professor de História da Educação Básica e, sobretudo, o que o tipo de professor que se almeja formar nesse programa. Para responder a essa questão, foram analisados os Editais e Guias dos Livros Didáticos do programa. Os Editais apresentam as regulamentações e determinações para inscrição, participação e seleção das obras no programa. Nos Guias dos Livros Didáticos, constam as obras aprovadas com os resultados das avaliações, inclusive as considerações sobre o Manual do professor, promovidas por especialistas, em sua maioria, pesquisadores de universidades e instituições de ensino federais. Para definição do recorte temporal, adotou-se como referência o documento “Recomendações para uma política pública de livros didáticos no Brasil”, publicado em 2001, que estabeleceu um marco divisório nos processos de avaliação de livros didáticos no PNLD. Devido à amplitude do programa, optou-se pela análise das edições voltadas para as séries finais do Ensino Fundamental, ou seja, as versões 2005, 2008, 2011 e 2014. As categorias da Análise do Discurso de Backhtin e do Círculo e os protocolos de Roger Chartier subsidiaram a análise do corpus documental. Dentre outras questões, concluiu-se que, nos primeiros editais, predomina uma perspectiva formativa voltada para professores técnico-reprodutores. Nos dois últimos, no que tange um discurso polissêmico, existem significativos apontamentos para formação de professores reflexivos. Nos Guias dos Livros Didáticos, há uma perspectiva técnico-reprodutora predominante nas edições 2005, 2008 e 2014. A versão 2011, por sua vez, foi a que mais se sintonizou com a perspectiva de Professor Reflexivo. Nesse sentido, foi possível perceber que não existe uma correspondência direta entre os Editais e os Guias dos Livros Didáticos. Palavras-chave: livros didáticos de história; Programa Nacional do Livro Didático (PNLD); Manual do professor; formação continuada de professores. ABSTRACT The aim of this research was the proposal for teachers ongoing educational development that was devised by the Ministry of Education in the Teacher's Guides embodied in the approved textbooks for the National Program of Textbooks (PNLD). We sought to identify which was the profile of the History teacher for Basic Education, and especially what kind of teacher is to be shaped in this program. To answer this question we analyzed the program PSA (Public Service Announcement) and Guide books. The PSAs present regulations and determinations for enrollment, participation and selection of the works in the program. The textbooks guides contained the works approved within the results of the assessments, including considerations on the Teacher's Guide, furthered by specialists, mostly researchers from universities and federal educational institutions. To define the time frame, we decided to adopt the reference document Recommendations for a public policy of textbooks in Brazil, published in 2001, which established a landmark in the process of evaluating/assessing textbooks in PNLD. Despite the breadth of the program, the issues regarding the final years of primary school, in other words, versions 2005, 2008, 2011 and 2014, were chosen. The categories of Backhtin’s discourse analysis and Roger Chartier’s protocols supported the analysis of the document corpus. Among other issues, it was concluded that in the first predominant PSAs a formative perspective aimed at technical teachers focused on reproducing only. In the last two, concerning a polysemic discourse, there are significant contributions towards formation of reflective teachers. In the textbooks guides there is a prevalent reproductive technical perspective on the 2005, 2008 and 2014 issues. The 2011 version, in turn, was the one closer to the prospect of a reflective teacher. In this regard, it is possible to note that there is a direct correspondence between the PSAs and textbooks guides. Keywords: textbook of history; National Program of Textbooks (PNLD); teacher's guides; teachers ongoing educational. Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 Reflexão sobre a ação e problema de pesquisa ................................................................ 9 A estrutura do trabalho ..................................................................................................... 34 Capítulo 1: A INVESTIGAÇÃO E AS BASES TEÓRICO-METODOLÓGICAS . 49 1.1 Objetivos e as fontes de investigação ........................................................................ 49 1.2 Análise do corpus documental ................................................................................... 51 1.3 Recorte Temporal ....................................................................................................... 60 1.4 Referencial teórico ...................................................................................................... 65 1.4.1 O Professor Reflexivo .......................................................................................... 65 1.4.2 Concepções de formação docente ...................................................................... 76 1.4.3 Os conceitos de livros didáticos........................................................................... 81 Capítulo 2: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E LIVROS DIDÁTICOS .......... 88 2.1 Formação de Professores: o Estado da Arte ............................................................. 88 2.2 As pesquisas sobre Livros Didáticos .......................................................................... 98 2.3 Livros Didáticos na formação de professores .......................................................... 106 Capítulo 3: POLÍTICAS PÚBLICAS E LIVROS DIDÁTICOS NO BRASIL ...... 121 3.1 Políticas públicas, políticas de governo, políticas de estado e políticas sociais. .... 121 3.2 Políticas públicas e Livro Didático ............................................................................ 124 3.2.1 Os primeiros livros didáticos nacionais .............................................................. 124 3.2.2 Livros didáticos: das avaliações estaduais à censura da Era Vargas .............. 125 3.2.3 Estado, iniciativa privada e livros didáticos: da convergência ao conflito de interesses .................................................................................................................... 129 3.2.4 Ditadura militar, parceria com o setor privado e a interferência internacional .. 134 3.3 A Era do PNLD ......................................................................................................... 139 3.4 Algumas Considerações ........................................................................................... 153 Capítulo 4: EDITAIS DO PNLD E OS MANUAIS DO PROFESSOR .............. 157 4.1 Formação docente via iniciativa privada .................................................................. 157 4.2 Editoras e formação docente .................................................................................... 164 4.3 Uma política de formação docente universalista e universalizante ......................... 171 4.4 Permanências e transformações .............................................................................. 180 4.5 A prática como decorrência da teoria ....................................................................... 190 4.6 Construção dos critérios de avaliação do PNLD ...................................................... 193 4.7 Os processos de escolhas de livros didáticos ......................................................... 199 4.8 Formação em diversas áreas do currículo ............................................................... 203 4.9 Algumas considerações............................................................................................ 207 Capítulo 5: OS GUIAS DE LIVROS DIDÁTICOS ........................................... 213 5.1 Ausência do professor da Educação Básica nos processos avaliativos do PNLD . 217 5.2 O Manual do Professor nos Guias de Livros Didáticos 2005 e 2008 ...................... 226 5.2.1 Manual do professor no Guia de livros didáticos 2005 ..................................... 226 5.2.2 Guia de livros didáticos 2008: ampliação e refinamento das exigências .......... 230 5.2.3 Prescrição e práticas educativas autônomas .................................................... 236 5.3 Manual do Professor no Guia de Livros Didáticos 2011 .......................................... 244 5.3.1 PNLD 2011 e Educação para Relações Étnico-Raciais .................................... 251 5.4 O Manual do Professor no Guia de Livros Didáticos 2014 ...................................... 257 5.4.1 A formação docente nos Guias 2011 e 2014 .................................................... 261 5.5 Algumas considerações............................................................................................ 267 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 270 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 281 ANEXO ........................................................................................................... 312 APÊNDICES ................................................................................................... 313 9 INTRODUÇÃO Reflexão sobre a ação e problema de pesquisa O ano era 1987, mais precisamente o segundo semestre. Um jovem de dezenove anos cursava o terceiro período do curso de História e se defrontava com o desafio de lecionar para três turmas de 7º e outras três do 8º ano do 1º grau (atual Ensino Fundamental). A instituição era uma escola pública da rede estadual de ensino num bairro da periferia de Belo Horizonte. Antes disso, a única experiência docente que possuía fora um curto estágio de dois meses como professor alfabetizador de adultos numa vila da região norte da capital mineira1. Consciente de seu despreparo para a função, o inexperiente professor, que não havia chegado à metade do curso de Bacharelado e Licenciatura, relutava em assumir a função. Entretanto, a necessidade econômica e a possibilidade de compatibilizar estudo e trabalho que a atividade ofereceria falaram mais alto. Apesar da sua insegurança, aceitou o desafio com entusiasmo e assumiu as funções que lhe cabiam com muito empenho. Logo nas primeiras semanas foi possível perceber que o ambiente era pouco convidativo ao desempenho de um bom trabalho. A escola não possuía reuniões regulares de professores, nem mesmo entre os que pertenciam à mesma área de conhecimento. Não havia projeto pedagógico ou planejamento coletivo. A estrutura física era precária e os materiais de apoio didático e pedagógico praticamente inexistiam. A biblioteca não possuía funcionários e, por isso, era fechada aos estudantes. Os professores podiam acessá-la, mas era muito difícil localizar qualquer material entre o acervo. O espaço transformou-se num grande depósito de livros entulhados desordenadamente e de outros materiais que já não tinham serventia para a escola. Assim não era possível ter uma noção, nem mesmo aproximada, da dimensão do acervo bibliográfico. Além do quadro 1 O projeto de alfabetização, que fazia parte de um convênio entre a Ação Social Arquidiocesana da Igreja Católica e o governo de Minas Gerais, foi extinto abruptamente sem explicações aos estudantes ou ao corpo docente. 10 e giz, a alternativa mais utilizada pelos professores eram textos mimeografados. No entanto, nem sempre havia álcool, estêncil ou folhas de ofício para alimentar o mimeógrafo2. Para o jovem da nossa história, como para grande maioria dos professores, os saberes que alicerçaram os seus primeiros anos no mundo docente vieram principalmente de duas fontes. De um lado, as experiências pessoais anteriores à formação inicial no curso de licenciatura. Como afirma Maurice Tardif, antes mesmo de ensinar, os professores vivem nas salas de aula e nas escolas como estudantes pelo menos 16 anos ou 15.000 horas aproximadamente. Essa imersão é formadora e “leva os futuros professores a adquirirem crenças, representações e certezas sobre a prática do ofício de professor, bem como sobre o que é ser aluno”. (2002, p. 20). De outro, os livros didáticos com suas informações concisas e objetivas sobre conteúdos que o professor nem sempre dominava ou nem mesmo conhecia, suas listas de exercícios e propostas de atividades para serem desenvolvidas pelos estudantes na sala de aula e/ou em casa. Nas conversas pelo cotidiano da escola com outros colegas, não era difícil perceber que o livro didático era um grande orientador de boa parte da equipe docente. Uma professora mais experiente do grupo chegou a lhe aconselhar e lhe disse: “A faculdade pouco ensina sobre o dia a dia da escola. Não se perca em teorias. Vá direto ao que interessa! Os livros didáticos lhe ensinarão mais”. Todavia essa não era uma realidade isolada. A partir da década de 1960, os livros didáticos, como uma das consequências da má formação dispensada a profissionais destinados ao magistério e da ausência de políticas de valorização da profissão e de qualificação da educação, tornaram-se principais instrumentos na formação e, sobretudo, na condução do trabalho docente (BEZERRA; LUCCA, 2006; MUNAKATA, 1997; FERREIRA, 2003; SILVA, 2003)3. Laura Franco (1982), por exemplo, constatou, em uma pesquisa 2 O mimeógrafo era um aparelho para reprodução de textos muito comum nas escolas brasileiras até a década de 1990. Nele um estêncil, ou seja, uma folha de papel recoberta por substância gelatinosa era gravado de forma manuscrita ou datilograficamente e se tornava uma matriz. Introduzida no aparelho era embebida em álcool, prensada entre um rolo e uma folha branca na qual a cópia era reproduzida. 3 Processo reconhecido mais tarde pelo próprio MEC (BRASIL, 1998). Essa temática será melhor analisada no capítulo 2.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS . Palavras-chave: livros didáticos de história; Programa Nacional do Livro. Didático prevalent reproductive technical perspective on the 2005, 2008 and 2014 .. originar-se da tentativa da aplicação de teorias explicativas, tomadas Porto Alegre, v.
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