UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS MARCIELI CRISTINE DO AMARAL SANTOS ENTRE A VIVÊNCIA COM EDUCADORES E A PROPOSTA COM ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): ESTUDO DE ATIVIDADES DE ARTE COM MATERIAIS PARA EXPLORAÇÃO SENSORIAL CAMPINAS 2015 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Ciências Médicas MARCIELI CRISTINE DO AMARAL SANTOS ENTRE A VIVÊNCIA COM EDUCADORES E A PROPOSTA COM ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): ESTUDO DE ATIVIDADES DE ARTE COM MATERIAIS DE EXPLORAÇÃO SENSORIAL Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP para obtenção de título de Mestra em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação, área de concentração Interdisciplinaridade e Reabilitação ORIENTADOR(A): PROF.ª DR.ª LUCIA HELENA REILY ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA MARCIELI CRISTINE DO AMARAL SANTOS, E ORIENTADA PELA PROF.ª DR.ª LUCIA HELENA REILY _______________________________________ Assinatura do(a) Orientador(a) CAMPINAS 2015 3 4 5 DEDICATÓRIA Ao meu pai Alvaro da Silva Santos (In memoriam). A Roberto José Diniz, pelo apoio e incentivo. 6 AGRADECIMENTOS Primeiramente quero agradecer a Deus por estar sempre ao meu lado, amparando- me e me dando forças. À minha mãe e meu irmão, pelo incentivo e pelo apoio, e, sobretudo, por torcerem e rezarem por mim em todos os momentos difíceis desta caminhada. À minha orientadora Profa. Dra. Lucia Helena Reily, pelo carinho, acolhimento, paciência e disponibilidade, e por participar desta construção com toda a sua competência. Aos coordenadores, professores e colegas da Pós-Graduação em Saúde Interdisciplinaridade e Reabilitação – FCM da Unicamp. À Profa. Dra. Adriana Lia Friszman de Laplane e à Profa. Dra. Ana Angélica Medeiros Albano pelas contribuições na banca de qualificação. À Profa. Dra. Elizabeth dos Santos Braga, do departamento EDF – Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da USP, pela sua contribuição teórica durante suas aulas e orientações sobre a minha temática. À Profa. Ana Alice Francisquetti, por ter me orientado no estágio em Arte- reabilitação – AACD e me ensinado sobre atuação com pessoas com deficiência. À Profa. Regina Santos pela ajuda, incentivo e supervisão nos momentos do início do trabalho de arteterapia com os autistas. À Sra. Maria de Fátima Vasconcellos, pela confiança no trabalho de arteterapia com os autistas na Escola de Educação Especial ABADS – Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (antiga Pestalozzi – SP). À Sra. Dáurea V. Uehara, pela colaboração e disponibilidade de ceder o espaço da Vida – Escola Integrada de Educação Especial para a realização desta pesquisa. A todos os educadores, estagiários, auxiliares, secretária, fonoaudióloga e profissionais de serviços gerais que fizeram parte desta pesquisa. A todos os alunos desta pesquisa e seus familiares por confiarem em meu trabalho. À Profa. Ms. Thais Cristina Casson, pelo carinho, amizade e pela competência e seriedade com que fez a correção desta Dissertação de Mestrado. À minha amiga Sueli Antonusso, pelo carinho, amizade e incentivo. 7 Por fim, agradeço ao meu esposo Roberto e à Floreca, minha gatinha, pela compreensão nos momentos mais difíceis deste processo e por fazerem parte da minha vida. 8 RESUMO Práticas artísticas podem contribuir para o desenvolvimento dos alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em escolas especializadas. Entretanto, o tema de artes com TEA ainda demanda estudos e capacitação de educadores para que seu uso seja ampliado. Este trabalho visa estudar o processo de formação em serviço de um grupo de educadores que atua com alunos com TEA – nível moderado e severo –, com foco em práticas artísticas com materiais que possibilitam a exploração sensorial. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, uma pesquisa-ação, alicerçada na teoria histórico-cultural. Foi desenvolvida em uma instituição de ensino que trabalha com alunos com TEA na cidade de São Paulo, SP. Foram realizados encontros e oficinas de artes com os educadores, utilizando alguns materiais. Em um segundo momento, os educadores realizaram as mesmas atividades com os alunos. Foi investigado o processo de contato, exploração, seleção e apropriação dos educadores, e das novas vivências com os materiais como forma de promover a aproximação e o engajamento na atividade dos alunos com TEA. Os alunos focalizados apresentavam significativas limitações de linguagem, comportamentos restritos e pouco interesse nas propostas pedagógicas, daí a importância de buscar e propiciar experiências sensoriais que fossem estimulantes para eles. Tanto as oficinas dos educadores como as vivências dos alunos foram gravadas, fotografadas, e registradas em diário de campo. Os dados foram analisados de modo a perceber consonâncias e discrepâncias, visando melhor compreender como a ampliação de repertório de educadores repercutiu nas vivências que eles propuseram ao trabalhar com os alunos com TEA. Espera-se com este trabalho contribuir com as pesquisas sobre a educação para TEA, focalizando como os educadores podem trabalhar com materiais que permitem diferentes formas de exploração sensorial de forma lúdica com os alunos com TEA, de nível moderado e severo, tendo em vista a importância de estabelecer contatos significativos com o mundo. Palavras-chave: Oficinas de arte. Formação de professores. Transtorno autístico. 9 ABSTRACT Artistic practices can contribute to the development of students with Autism Spectrum Disorder (ASD) in specialized schools. However, the subject of TEA with arts still demands studies and teacher training in order to spread its use. This work aims to study the process of in-service training of a group of educators who works with students with ASD - moderate and severe level -, focusing on artistic practices with materials that enable sensory exploration. It is a qualitative study, an action research, based on historical and cultural theory. It was developed in an educational institution working with students with ASD in São Paulo, SP. Meetings and art workshops were held with educators, and some materials were used. At a second stage, educators performed the same activities with students. It investigated the process of contact, exploration, selection and acquisition of educators, the new experiences with the materials as a way to promote the approach and engagement in the activity with TEA students. The students focused on the study presented significant language limitations, restricted behaviors and little interest in educational proposals, hence the importance of seeking and providing sensory experiences that were exciting for them. Both workshops of educators and the students' experiences were recorded, photographed, and registered on a field diary. The data were analyzed in order to understand consonance and discrepancies, to better understand how the expansion of educators’ repertoire reflected on the experiences they proposed while working with students with ASD. We hope this work contributes to the research on education for ASD, focusing on how educators can work with materials that allow different forms of sensory exploration in a playful way with students with ASD, moderate and severe level, considering the importance of establishing significant contacts with the world. Keywords: Art workshops. Teacher training. Autistic disorder. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Marlene amassa o papel celofane e escuta o som 84 Figura 2 – Marlene enrola os papéis celofane no braço 85 Figura 3 – Marlene abraça os papéis celofane no seu corpo 85 Figura 4 – Marlene salienta ao Tadeu sobre o som do papel celofane 86 Figura 5 – Tadeu dobra o papel celofane 86 Figura 6 – Marlene encapa o braço de Tadeu com papel celofane 97 Figura 7 – Marlene ajuda Tadeu a passar a mão revestida de papel 87 celofane no rosto Figura 8 – Marlene dá um beijo em Tadeu, que está vestido com os 88 papéis celofane Figura 9 – Gilberto, Marlene e Tadeu se abraçam 88 Figura 10 – Carla cria um balão com os papéis celofane 92 Figura 11 – Carla amarra o papel celofane na cabeça 92 Figura 12 – Júlio forma uma bola com os papéis celofane 94 Figura 13 – Pesquisadora dá dica de como amarrar a bola de papéis 94 celofane Figura 14 – Carla amarra a bola confeccionada de papéis celofane 94 Figura 15 – Júlio chuta a bola de celofane para Carla 94 Figura 16 – Júlio chuta a bola de celofane para o gol 95 Figura 17 – Júlio comemora o chute que deu para Carla 95 Figura 18 – Carla conversa com a pesquisadora 102 Figura 19 – Denise tampa os olhos para não participar da atividade 105 Figura 20 – Carla esfrega a serragem na mão de Denise 105 Figura 21 – Carla balança e mostra a mão de Denise molinha 105 Figura 22 – Flor feita por Eleonora com serragem colorida 109 Figura 23 – Eleonora sente a textura da serragem colorida 110
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