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Manual de sociolinguística PDF

97 Pages·2014·29.199 MB·Portuguese
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$ E # Manual de Sociolinguística Existe ullla única forma de Edar "certo"? Nesse caso, qual seria? Costu- mamos achar que "o outro" fala errado, com sotaque, cantando, esquisito. { É bom quc todos saibam que existe uma área do saber que estuda essas variações da língua com rigor científico. Trata-se da Sociolinguística. Neste livro, a professora Stella Maris Bortoni-Ricardo, uma das gran- des sociolinguistas do país, apresenta ao leitor brasileiro um guia intro- dutório sobre essa ciência, abrangendo todas as vertentes da Sociolin- guística contemporânea, com ênfase nos seus estágios formativos e nas relações entre eles. Com excnlplos e exercícios ao fim dos capítulos, a obra foi escrita para todos, Rias sobretudo para professores e alunos dos cursos de Letras, en] suas diversas habilitações, seja em língua portuguesa ou em línguas estrangeiras. Uma obra que Faltava. Um livro indispensável. Q ; © Z a ISBN 978-85-7244-86Q-4 0 ::liiai'. '~.. g '-. editoracontexto Promovendo a Circulação do Saber Manual de Sociolinguustica Manual de Sociolínguístíca A Sociolinguística, macroárea interdisciplinar que tomou corpo em meados do século xx, embora seja bem jovem, expandiu-se muito em nosso país. Apesar dessa expan- são, faltava ainda na bibliograha de referência da área um manual de introdução voltado especialmente para o ]eitor brasileiro. Este livro preenche esse espaço, oferecendo um panorama histórico e teórico dessa ciência. Ao longo dos capítulos, a a11- tora descreve os estágios formati- vos e o estado da arte das vertentes mais conhecidas da disciplina: os estudos variacion estas, etnográficos e interacionais, dedicando ainda um capítulo à área multifacetada da Sociolinguística Educacional. '''''\. i ã g g R H Stella Marés Bortoni-Ricardo Atdiba 'peixeira de Castiiho Cardos Eduardo Lias da Sil-.,a rosé Luiz Fiorin N4agda Soarem Pedra Paulo Funari Rosângela Doía de .Aln)lida Tanta Resina de Laca Manual de Sociolinguística Proibida a reprodução total ou parcial en] qualquer mídia selll a autorização escrita da editora. Os infratores estão sujeitos às penas da lei A Editora não é responsáx'el pelo conteúdo da Obra, com o qual não necessariamente concorda. Adutora conhece os fatos narrados, pelos quais é responsável, assim como se responsabiliza f)elos juí70s emitidos. Consulte nosso catálogo «)n)pleno e UltIMaS lançamentos ein ww.editoracontexto.com.br. editor;contexto '~.. CZIXl},rÜ&/ © 20] 4 da Autora Todos os direitos desta edição reservados à Editora Contexto (Editora Pinsky Lida) llKsnação ck capa Sumário WHdomiro Sana'Anula, Fkfinlu#fn.z(óleo sobre madeira) Mono:agem & capa e aiagramação Gustavo S. Vilas Boas PTQaração & textos Lilian Aquillo Revisão Fernanda Guerriero Antunes Dados internacionais de Catalogação na Publicação (cn') (Câmara Bnuileira do Livro, sp, Brasil) Bortoni-Ricardo, Slella Maxis Manual de sociolinguística / Stella N4aris Borloni-Ricardo. São Paulo : Contexto, 2014 - - - - "-' -' " Y'\--'- 7 Bibliografia. ISBN 978-85-7244-860-4 1. Antropologia cu]tura] 2. Linguagem e línguas 3 Sociolinguística 4. Sociolinguísrica na educação 1. Título. A SOCIOLINGUÍSTI(:A: UMA NO\a MANEIRA DE LER O NÍUNDO 11 14-04275 r"'nn..íoi á AS LÍNGUAS NO MUNDO 23 Índice para catálogo sistemático: 1. Sociolinguística 401.4 A MICRO E A MACROSSOCIOLINGUÍSTICA 37 A HF.RANÇA DA LINGUÍSTICA ESTRUTURALISTA: 2014 A HETEROGENEIDADE INERENTE E SISTEÀIÁT]CA 49 A I{ERANÇA DA LINGUÍSTICA ESTRUTURALISTA O TRATAMENTO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 67 EDITORA CONTEXTO Diretor editorial: Ja fmf Piníb TRADIÇÃO DA ANI'ROPOLOGIA CULTURAL: Rua nr Josó Ellas, 520 Alta da Lapa DELL HYMES E A ETNOGRAFIA DA COMUNICAÇÃO 85 05083-030 -- São Paulo -- s p PAnx: (1 1) 3832 5838 co n texto@editoracon texto. co m . br A HERANÇA DA ANTROPOLOGIA CULTURAL ] u,ww. edi toracon t ex to.co m . b r A ETNOGI{AFIA DA COMUNICAÇÃO. 103 A HERANÇA DA ANTROPOLOGIA CULTURAL 2: REDES SOCIAIS E IDENTIDADE........ 129 A SOCIOLINGIJISTICA ]NTERACIONAI.. 145 O IMPACTO DA SOCIOLINGUÍSTICA NA EDUCAÇÃO. 157 169 Introdução NOTAS. INOiCZ REMISSIVO. 173 SUGESTÕES DE LEITURA SOBRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 181 BIBLIOGRAFIA 183 A AUTORA 191 Escrever um manual de Sociolinguística pensado especifica- mente para o público brasileiro Goi um desafio proposto pela Editora Contexto, que verificou a Ea]ta de ta] obra no mercado editorial. A Sociolinguística, macroárea interdisciplinar que tomou corpo em meados do século passado, apesar de ser bem jovem, expandiu-se muito em nosso país. Sua vertente variacionista aportou no Rio de Janeiro na década de 1 970, mas encontrou, ein vários estados, o cam i- nho já amaciado pelos estudos dc Dialetologia e pelo grande interesse nacional por gramática, não só a gramática dos gabinetes de vetustos estudiosos, mas principalmente a gramática que se constituiu, desde o Brasil Colónia, em festejado passaporte e reverenciado salvo-conduto para a mobilidade social. Este é um guia introdutório que cobre rodas as vertentes produtivas da Sociolinguística contemporânea, com ênfase nos seus estágios formativos e nas relações entre elas. Tive a preocupação de descrever os estágios formativos e o estado da arte das vertentes mais conhecidas da disciplina: os estudos variacionistas, etnográficos 8 Manual de Sociolinguístico Introdução 9 e interacionais, dedicando ainda um capítulo à área multifacetada Quero deixar aqui meus agradecimentos aos ex-alunos e da Sociolinguística educacional . colegas Mana da Guia Taveiro Salva, Thaís de Oliveira, Linair de Dessa forma, este livro atende à proposta curricular da disci- Moura, Eliane Sarreta Alves, que me ajudaram com a digitação e plina Sociolinguística dos bons cursos de Letras, nas suas diversas sugestões, e lveuta Lopes, Mana Avelina de Carvalho, Arthur da habilitações (língua materna e línguas estrangeiras). E, ainda, é um Crosta Lins e Mana Cecília Mollica, que me forneceram exemplos livro direcionado especialmente para professores e alunos, para quem iliictr')tiBrnr pm arn\.\r.;v\\o,J F vvxi rnlçriuadrDla r J:/Raaiara LiIaraLtanimiia n4i-iAL v jli\-,aLtuA\"iluAivI Ê31/' -;\nJDAed- a Sociolinguística é uma disciplina semanal. Ao escrever, visualizei ico este livro a todos os meus orientandos mais de cem --, meus alunos de Sociolinguística, suas necessidades, dúvidas, carên- com quem, ao longo de todos estes anos de trabalho, discuti muita cias, compromissos profissionais e a contribuição que têm de dar Sociolinguística . ao desenvolvimento de nosso país. Minha tarefa estará cumprida sc a leitura dos capítulos que seguem incentivar os leitores a buscar mais informações teóricas e mais subsídios metodológicos que lhes l sirvam de ferramentas para empreender pesquisa nessa intrincada e fascinante área que dá nome ao livro. Hoje em dia, é rn oito grande a produção de trabalhos acadêmicos em Sociolinguística no Brasil. Cobrir toda essa produção seria careca muito além das forças vitais deste maitual. Por isso, não coloquei en] meu horizonte essa possibilidade. Os programas de pós-graduação com área de concentração en] Sociolinguística têm deito esse trabalho de divulgação. Também o GI de Sociolinguística da Associação Nacional de P(5s-Graduação e I'esquisa em Letras e Linguística (ANPOLL) temi sido assíduo em divulgar a produção de seus membros. Para os interessados, há uma lista dc produções recentes disponíveis na página eletrânica da Editora Contexto(http://www.editoracontexto.com.br/material-extra). A Sociolínguístíca: uma nova maneira de ler o mundo Neste primeiro capítulo, vou descrever as circunstâncias que presidiram à emergência da Sociolinguística, no século passado, e re- meter a autores que contribuíram para a gênese e o desenvolvimento dessa disciplina. A Sociolinguística como uma ciência autónoma e interdiscipli- nar teve início em meados do século xx, embora haja vários linguistas que, muito antes dos anos 1960, já desenvolviam em seus trabalhos teorias de naturezí] cjararllenle socioliilguística, como é o caso de Mei[[et j1866-1936],: Bakhtin [1895-1975] c membros do Círculo Linguístico de Praga. Esses são pensadores que levavam em conta o contexto sociocu]tura] e a comunidade de fala em suas pesquisas linguísticas, ou seja, não dissociavam o material da fala do produtor dessa Eda, o Falante pelo contrário, consideravam relevante examinar as condições em que a fala era produzida. Duas premissas básicas da Linguística Estruturalista do século xx aplainaram o caminho para a emergência da Sociolinguística como um campo interdisciplinar. Tais premissas são o relativismo cultural ] 2 Manual de Sociollnguística A Sociolinguística , ] 3 e a heterogeneidade linguística, inerente e sistemática(cf. Bortoni- a variedade do inglês que era a língua materna dos alunos em ques- Ricardo, 1 997). Nos próximos capítulos, discutirem com detalhes tão e o chamado inglês padrão, falado e ensinado na escola (Labov, essas premissas. 1969; 1972). Nesses tempos em que se firmavam as raízes da Socio- O relativismo cultural é uma postura adorada nas ciências linguística, essa ciência voltou-se prioritariamente para a descrição da sociais, inclusive na Linguística, segundo a qual uma manifestação variação e dos Henâmenos em processo de mudança, inerentes à língua, de cultura prestigiada na sociedade não é intrinsecamente superior expandindo-se depois para outras dimensões da linguagem humana. a outras (cf. Bortoni-Ricardo, 2008). É uma herança da antropolo- É o que nos mostrou, em 1996, John Gumperz [1922-2013]. gia cu]tura], que se originou da pesquisa de Franz Boas ] 1 858-1 942] Desde meados dos anos 1960, quando o termo sociolinguística (] 974/19il) sobre as línguas ameríndias. Para case autor teuto-ame- apenas começava a ser aceito, essa disciplina vem ampliando ricano, nenhum padrão de uma cultura ou de uma língua deveria ser seus objetivos iniciais de investigação, muito além da explicação considerado inferior, ainda que seja apropriado postular distinções dos processos de mudança e difusão liílguísticos. Na atualida- funcionais entre ele e seus congêneres. Inicialmente, essa premissa de, especialmente durante a última década, converteu-se enl relativista aplicou-sc a comparações entre línguas, mas, com o adven- uma disciplina centra], preocupada com todos os aspectos da to da crença na heterogeneidade ordenada e do reconhecimento da comunicação verbal nas sociedades humanas. Em particular, existência de muitas variedades no âmbito de qualquer língua natu- com as formas como a comunicação influi e reflete as relações ral, linguistas nos Estados Unidos e na Europa ampliaram o escopo de poder e dominação, com o papel que a linguagem joga na da premissa relativista para a comparação entre variedades de uma formação e perpetuação de instituições sociais, assim como, língua, ou, até mesmo, entre os estilos no repertório de um falante. com a transmissão da cultura. Vcr, a propósito, o capítulo "A herança da Linguística Estruturalista: o tratamento da variação linguística' Nessas múltiplas incursões da disciplina, há que se distinguir, Na sua infância, a pesquisa sociolinguística foi motivada peia ainda conforme John Gumperz, aspectos analíticos micros e macros constatação de que crianças oriundas de grupos linguísticos minoritá- (ver capítulo "A Micro e a Macrossociolinguística"). A Macrossocio- os apresentavam desempenho escolar muito inferior ao das crianças linguística equivale, groií0 7 0do, ao que Fishman (1 972a; 1 972b) dc provenientes de classe média e classe alta. Hoje podemos explicar nonlinou Sociologia da linguagem. FasoJd (1984; 1 990) publicou dois essas diferenças com base no grau de letramento com que as crianças volumes para tratar desses dois níveis: Zbe Spf/o#ngzzjj//cs ofSoc/eq e convivem em seu ambiente familiar. Na década de 1960, quando fBr Safio//ngwisf/cs (fZ z/zgz/age (respectivamen te: A Sociolinguística os primeiros sociolinguistas buscavam no repertório linguístico das da sociedade eA Sociolinguística da língua, em tradução livre). No crianças as explicações para o seu melhor ou pior ajustamento à cultura primeiro, acolheu temas como multilinguismo, bilinguismo, diglossia, escolar, ainda pouco se discutia o impacto da cultura letrada sobre atitudes linguísticas, manutenção e mudança linguística, bem como grupos sociais ou nacionais. planejamento e estandardização da língua vernácula. No segundo, Liderados por William Labov, os sociolinguistas pioneiros, nos incluiu a Ernograf]a da comunicação, o discurso, a ]inguagen} e o Estados Unidos, desenvolveram intensivas análises conrrasrivas entre sexisnlo, a pragmática linguística, as implicaturas conversacionais, as } 4 Manual de Soclolinguística A Sociolinguística : 1 5 línguas .p/óikíni e crioulas, a variação linguística e as múltiplas aplica- grandes centros urbanos, motivados principalmente pelo fraco de- ções da disciplina. Todos esses temas serão discutidos nos próximos sempenho escolar de crianças de grupos étnicos e sociais minoritários, capítulos. particularmente, os Edantes do vernáculo abro-americano.z Entre eles A Sociolinguística, como uma disciplina independente, é cauda- estavam William Labor Vale Wolfram, Ralph Fasold e Charles-games tária do conceito de competência comunicativa do linguista norte-ame- Bailey, cujos trabalhos pioneiros podem ser recuperados na coletânea ricano De[[ Hymes [1927-2009], que se seguiu à introdução da teoria organizada por Wo[fram e Faso]d ( ] 972): ZÉe S d7 a/'Sor/a/ /)iaZecn linguística hegemónica de Noam Chomsky, iniciada no livro SWm/.zífíf in American Englisb. S)mc/ rri (1 957), no qual ele retoma a dicotomia saussureana, língua e eda, reanalisados como competência e desempenho, e consolidadas em Os esforços dos sociolinguistas variacionistas em relação ao sua obra seguinte Apeczs afiar ZBraT afSW/z/ (1 965) (cf Bortoni- vernáculo abro-americano àquela aJttira seguiam duas tendên- cias inter-re]acionadas: ]) rejeitar veementemente o modelo Ricardo, 2004, capítulo 6; e Bortoni-Ricardo, 2005, capítulo 6). A língua para o suíço Ferdinand de Saussure ]i8S7-19i3] é um de déficit linguístico que se atribliía aos estudantes com fraco desempenho escolar e a política educacional compensatória que sistema abstrato partilhado pelos falantes que Ihe dão concretude no âmbito da fala. emergira desse modelo; e 2) explorar a relação entre língua c feitura, propondo novas abordagens para o ensino da ]eitura [.-] Para Chomsky, o conhecimento que os falantes têm da língua é . O pressuposto que partilhavam era o de que os problemas de a competência, que se materializa no que ele denominou desempenho leitura tinham origem nas diferenças entre o sistema linguístico ou performance. Hymes (1 966) reinterpretou o conceito chomskyano do vernáculo abro-americano e do inglês padrão e no desencon- de competência, acrescentando-lhe a noção de adequação na produção tro entre a orientação cultural das crianças abro-americanas e linguística, isto é, o conhecimento que permite ao Falante produzir H expectativas da escola. Labov (] 969) estabelecia uma clara infinitas sentenças, de acordo com o sistema da língua, inclui também distinção entre conflitos estruturais, originários das diferenças a capacidade que o falante tem de adequar seu discurso ao interlocutor entre estruturas linguísticas, e conflitos fiincionais, que crain e às circunstâncias que presidem à sua enunciação. Essa reinterpretação, um fenómeno transcultural. Para ele, os problemas de leitura quc valorizava as condições de produção da fala, é afim aos princípios das crlançn do gueto estavam enraizados iiuíi].l situação de ig- sociolinguísticos, já que estes trouxeram as dimensões sociais para o norância recíproca: professores e alunos ignorando mutuamente âmbito dos estudos da linguagem. os sistemas linguísticos uns dos outros. Ele reconlentava for- Segundo narrativa de Camacho (2013), em maio de 1964, tcmente que os professores aprendessem a fazer unia distinção encontraram-se 25 pesquisadores na Universidade da California em entre diferenças [dialetais] de pronúncia e gramática e erros de Los Angeles (ucm) para uma conferência sobre Sociolinguística, pro- [eitura. (Bortoni-Ricardo, ] 997: 6 1; tradução da autora) movida por William Bright. Por esse ten)po, vários linguistas reunidos no Center For Applied Linguistics e na Universidade de Georgetown, O conceito de relativismo cultural, avançado por Franz Boas, em Washington D.C., buscavam construir metodologias, de caráter 6oi introduzido neste primciro capítulo porque não se pode ler sobre variacionista, que dessem conta da heterogeneidade linguística nos Sociolinguística nem entender as premissas em que essa disciplina se + 6 ] Manual de Sociolínguística A SociolinguÍstica : ; 1 7 assenta sem que se perceba o alcance epistemológico da noção de relativis- pensamento sobre o tema em outros países. O foco dos estudos de mo cu]tura]. Da mesma forma, há que se ter claro o conceito de letramento letramento eram as mudanças sociopolíticas e denlográGlcas que se antes de avançarmos na reflexão mais específica sobre Sociolinguística. seguiram ao uso extensivo da escrita. Daí o interesse progrediu para a Letramento é uma tradução feliz do inglês que se propôs no análise do desenvolvimento da tecnologia da escrita em grupos nacio- Brasi[ para a palavra "/írexag", que ainda náo aparece no Nrm ]#w/xafe# nais ou sociais, em sociedades não industrializadas. É oportuno lembrar WêZlífn} Z)/a/o ZT na edição de 1 992. O mesmo dicionário, contudo, que 6oi depois da invenção da imprensa por Gutenberg 1] 398-1468] à página 571 , define msim a palavra "#/rnu/e". adj.l . /zZ'& /a reúd,znZ que os países europeus passaram a íàzer uso disseminado da leitura e frite. 2. Haping a knowledge o.FLetters or !iterature: educated n. \. da escrita, antes circunscritas aos mosteiros. '4n7ome .zóZr fo reízz/ /znz/ mr//e [. . .] [<]itteratus <]ittera -- ]etter] . Ainda segundo Kleiman (i995: 22), a lógica subjacente ao O dicionário l)ilíngue inglês-português prós/rr}, editado primeiro modelo dos estudos de letramento previa correlação entre por Antânio Houaiss, em t983, traz a seguinte definição para aquisição da escrita e desenvolvimento cognitivo; a dicotornização ://ferzr7": "s capacidade de ler c escrever; alfabetização, instrução entre oralidade e escrita e o reconhecimento de poderes intrínsecos à (esp. de ]' grau): escrita e aos que a detinham (cf. Olson, 1983; Ong, 1982).3 Em inglês, a palavra "#í?xug" é mais usada no sentido de alfa- Essas posturas foram sendo revistas, contudo. Na década de betização. Vejamos o que dizem Robert Fisher e Mary Williams na 1980, particularmente importante 6oi a constatação de que muitos introdução de um guia para professores. dos processos cognitivos considerados como consequência da escrita decorrem de fato de práticas escolares. É o treinamento escolar, e não Um dos propósitos cennais da educação é ajudar os aluitos a a escrita.per ie, que molda certos modos de processar o pensamento [er e escrever. Para muitas crianças [...] aprender a se tornar lógico. Uma relevante reanálise que veio influenciar os novos estudos letrado é uma luta, à medida que elas c' seus professores bus- de letramento foi avançada por Brian Street ( 1 984), que identificou cam a chave que vai desbravar os mistérios de aprender a ler duas maneiras de se conceber o letramento: atribuindo-lhe um caráter e .l cscrevcr. Neste livro exploramos modos de como ajlidar autónomo ou analisando-o de uma perspectiva ideológica. a$ crianms a desenvolverem suas habilidades de alfabetização No chamado modelo autân( mo de letramento, segundo a dico- l/írenaQ'l, pensando e aprendendo. Tentamos rílostrar como n tomia proposta por Street, atribui-se imaneiltemente à escrita, e por ensino da a]fabelização ]/ií/rxz/W], incluindo a hora diária de consequência também à leitura, o apanágio de habilitar o indivíduo a a[fabetização ]Z//rxaq], realizada todas as manhãs nas escolas realizar operações cognitivas complexas, independentemente de seus inglesas, pode ser usada criativa c imaginativanlente a flm de antecedentes ou de seu contexto. Um corolário desse entendimento desenvolx er habilidades de leitura, escrita, fala e compreensão oral com crianç;ts de todas as idades e habilidades. (Fisher e é uma perversa distinção entre indivíduos que sabem ler e escrever, e, Williams, 2000: vii; tradução da aurora) portanto, estão aptos a desenvolver raciocínios complexos, e indiví- duos incapazes de tais raciocínios, dotados de uma mente pré-lógica. Segundo lqeiman (1995), o conceito de letramento começou Percebe-se aí a replicaçáo de noções preconceituosas e discriminatórias, a ser usado no Brasil nos anos 1980, acompanhando os avanços do que porltuam a história do pensamento humano.

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