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Manejo e conservação do solo e da água PDF

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VII JS B 978-85-86504-25-9 MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA FEVEREIRO, 2019 CONTEÚDO PREFÁCIO............................................................................................................................................... V I -TERMINOLOGIA BÁSICA UTILIZADA EM MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA........................................................................................................................................ 1 Luciano da Silva Souza, lldegardis Bertol, lsabella Clerici De Maria, José Fernandes de Melo Filho, Igo Fernando Lepsch & Antônio Ramalho Filho li - A DESERTIFICAÇÃO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO.............................................................. 19 Iêdo Bezerra Sá & Arlicélio de Queiroz Paiva ill - INTER-RELAÇÃO ENTRE A AGRICULTURA CONSERV AC1ONISTA E A ITTIGAÇÃO DA EMISSÃO DOS GASES DE EFEITO ESTUFA...................................................................... 51 Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, Thalita Fernanda Abbruzzini, Carolina Braga Brandani, Mariana Regina Durigan, Rita de Cássia Alves de Freitas, Diana Signor Deon & Carlos Clemente Cerri IV -ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DO MANEJO E DA CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA................................................................................. 3 Tiago Santos Telles, Sonia Carmela Falei Dechen & Maria de Fátima Guimarães V - MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA COM VISTAS À AGRICULTURA CONSERVA CIONISTA: UMA VISÃO HOLÍSTICA .................................................................. 109 Afonso Peche Filho, Pedro Maranha Peche & Marcos Roberto da Silva VI -CLASSES DE SOLOS COMO DETERMlNANTES DO USO, DO MANEJO E DA CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA: PRINCÍPIOS E FATORES.................................. 121 Mateus Rosas Ribeiro, Izabel Cristina de Luna Galindo, Paulo Klinger Tito Jacomine & Mateus Rosas Ribeiro Filho VII - MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA: COMPONENTE ESSENCIAL DO MANEJO E DA CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA ......................................................................... -...... 163 Renato Levien & Osmar Conte ----.. VIII Vlll -INTER-REL ÇÀO E TRE MANEJO E AT RJBUTOS FÍSICOS DO SOLO......................... 193 Luciano da Silva uza, Álvaro Luiz Mafra, Laércio Duarte Souza, Ivandro de França da ilva & Vilson ntonio Klein IX -rNTER-RELAÇÃO ENTRE MANEJO E ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO...................... 251 lbanor Anghinoni, Amanda Posselt Martins & Felipe de Campos Cam1ona ' - fNTER-RELAÇÃO ENTRE MANEJO E ATRIBUTOS BIOLóGICOS DO SOLO................... 281 Brigitte Josefine Feigl, Bruna Gonçalves de Oliveira, André Luiz Custódio Franco & Leidivan Almeida Frazão XI -SISTEMAS DE MANEJO CONSERV ACIONISTA E QUALIDADE DE SOLOS, COM t: JFASE A MATÉRJA ORGÂNICA.......................................................................................... 315 Cimélio Bayer, Jeferson Dieckow, Paulo César Conceição & Júlio Cézar Franchini dos Santos Xll -HIDROLOGIA DE SUPERFÍCIE RELACfONADA AO MANEJO E À CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA ................................. .,.............................................................................. 345 Gustavo H. Merten & Jean Paolo Gomes Minella Xlll -MODELOS HIDROLóGICOS .................................................................................................... 393 Eloy Lemos de Mello & Ildegardis Berto! XI\T - EROSÃO DO SOLO...................................................................................................................... 423 Ildegardis Berto!, Elemar Antonino Casso! & Fabrício Tondello Barbosa XV -MODELAGEM E MODELOS UTILIZADOS PARA ESTIMAR A EROSÃO DO SOLO..... 461 Ildegardis Bertol, Elemar Antonino Casso! & Gustavo Henrique Merten XVI -PESQUISA EM EROSÃO HÍDRICA DO SOLO NO BRASIL................................................ 499 Ildegardis Berto!, Elemar Antonino Cassol & lsabella Clerici De Maria XVII -PRÁTICAS CONSERVAOONISTA S DO SOLO E DA ÁGUA............................................ 527 Isabella Clerici De Maria, Ildegardis Bertol & Mario Ivo Drugowich XVIlI -MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS SOB O ENFOQUE DA MJCROBACIA HIDROGRÁFICA........................................................................................... 589 ilvania Aparecida de Mello, Oromar João Bertol & Nerilde Favaretto XIX - PLANEJAMENTO DE USO DAS TERRAS PARA FINS AGRíCOLAS ............................... 621 Antonio Ramalho Filho XX_ PLANEJAMENTO CONSERV ACIONISTA DO USO DO SOLO EM PROPRIEDADES AGRfC OLAS................................................................................................................................... 633 Igo Fernando Lepsch XXI _ CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA EM AMBIENTES URBANOS.......................... 645 Fabrício de Araújo Pedron, Ricardo Bergamo Schenato & Magnos Baroni XXII_ O MANEJO DO SOLO NAS VÁRZEAS DA AMAZÔNIA .................................................. 701 Wenceslau Geraldes Teixeira, Hedinaldo Narciso Lima, Willer Hermeto Almeida Pinto, Kleberson Worsley de Souza, Edgar Shinzato & Gotz Schroth - IX XXIII - MANEJO DO SOLO EM AMBIENTE DE TERRAS BAIXAS: A EXPERJÊ CIA DA REGIÃO SUL...................................................................................................................... 729 Enio Marchesan, Leandro Souza da Silva, Rogério Oliveira de Sousa & Eloy Antonio Pauletto xxrv -MANEJO CONSERVAClONISTA DE SOLOS EM ENCOSTAS NO SUL DO BRASIL.. 769 Milton da Veiga, Leandro do Prado Wildner, Carla Maria Pandolfo & fvan Luiz Zilli Bacic XXV - MANEJO DO SOLO EM CULTJVOS ORGÂNICOS OU EM TRANSIÇÃO AGROECOLÓCICA.................................................................................................................... 799 Marco Antonio de Almeida Leal, José Antonio Azevedo Espindola, Ednaldo da Silva Araújo, José Guilherme Marinho Guerra, Antonio Carlos de Souza Abboud, Raul de Lucena Duarte Ribeiro & Dejair Lopes de Almeida XXVI -MANEJO DO SOLO EM SISTEMA DE CULT fVO ANUAL PARA A REGIÃO CENTRO-OESTE ... ........... .... .. .. . .... ............... .............. ........................................... .. ...... ............ 3 Júlio Cesar Salton, Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, Ana Luiza Dias Coelho Borin & Michely Tomazi XXVll - MANEJO DO SOLO EM CULTIVO DE ABACAXI, BANANA E MAMÃO................... 869 Laércio Duarte Souza, Luciano da Silva Souza & Joelito de Oliveira Rezende xxvm -MANEJO DO SOLO EM CULTIVO DE CITROS ............................................................... 907 José Eduardo Corá, Dirceu Mattos-Jr, Rodrigo Marcelli Boaretto, Fernando Alves de Azevedo, Fernando Cesar Bachiega Zambrosi, José Antônio Quaggio & Priscila Robe:rta Volante XXIX-MANEJO DE SOLOS COESOS EM CULTIVO DE CITROS NA BAHIA E EM SERGIPE............................................................................................................................... 935 Luciano da Silva Souza, Joelito de Oliveira Rezende & Laércio Duarte Souza XXX-MANEJO DO SOLO EM FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO............................. 961 Luciano Gebler, Gilberto Nava, Adilson Luís Bamberg, Flávio Luiz Carpena Carvalho, Clenio Nailto Pillon, Andrea De Rossi Rufato & José Francisco Martins Pereira XXXI -MANEJO DE SOLOS PARA O CULTfVO DO CACAUEIRO............................................. 983 Quintino Reis Araujo, George Andrade Sodré, Arlicélio de Queiroz Paiva, Rafael Edgardo Chepote, Guilherme Amorim Abreu Loureiro, Edson Lopes Reis, Robério Gama Pacheco, Sandoval Oliveira Santana, Paulo César Lima Marrocos & Raúl René Valle XXXII -MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA NO CULT fVO DO CAFEEIRO.......................................................................................................................... 1009 Marx Leandro Naves Silva, Bernardo Moreira Cândido, Danielle Vieira Guimarães & Nilton Curi XXXIII -MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO EM CANA-DE-AÇÚCAR............................. 1029 Denizart Bolonhezi, Oswaldo Julio Vischi Filho, Walane M. P. de Mello Ivo, André Cesar Vitti, Antonio Cesar Bolonhezi & Sandro Roberto Brancalião XXXIV -MANEJO DO SOLO EM SISTEMAS DE CULTIVO DE EUCALIPTO E PÍNUS........... 1081 José Leonardo de Moraes Gonçalves, José Henrique Tertulino Rocha & Clayton Alcarde Alvares XXXV -MANEJO CONSERVACIONISTA DO SOLO NO CULTIVO DE OLERÍCOLAS.......... 1119 Roberto Botelho Ferraz Branco, Andréia Cristina Silva Hirata, Luis Felipe Villani Purquerio, Thiago Leandro Factor, Sebastião de Lima Junior, Jane Maria de Carvalho Silveira & Sebastião Wilson Tivelli , , ' (Vl - 1A 1EJO DO SOL EM PASTAGENS............................................................................... 1163 MoaqT Bernardino Dias-Filho & Monyck Jenne dos Santos Lopes ' ' 'li -MA EJO DE SOLOS EM SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA E LA\ OURA-PECUÁRIA-FLORESTA.............................................................................. 1183 Luiz Carlos Balbino, Luiz Adriano Maia Cordeiro, Robélio Leandro Marchão, Júlio Cezar Franchini dos Santos, Glen.ia Guimarães Santos, Diogo Néia Eberhardt, Thierry Becquer, Fernando Antônio Ma.cena da Silva & Lourival Vilela ~'lll - ,t.A 1EJO DO SOLO SOB O ENFOQUE DA AGRJCULTURA DE PRECISÃO.......... 1219 .Álrnro Vilela de Resende. Ziany Neiva Brandão, Célia Regina Grego, Emerson Borghi & Lua.na Rafaela Maciel \A, ilda XXXIX -QUALIDADE DO SOLO COM VISTAS À AGRICULTURA CONSERV ACIONlSTA 1271 Magarete icolodi XL -A EXTE ISÃO RURAL E O MANEJO E A CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA TO BRASIL...................................................................................................................................... 1311 Oromar João Berto!, Leandro do Prado Wildner & Edemar Streck XLI - MANEJO E CONSERVAÇÃO NO CONTEXTO DA GOVERNANÇA DO SOLO............ 1333 TiJvania Aparecida de Mello & Tiago Modesto Carneiro da Costa XLII -O PAPEL DA CIENCIA DO SOLO NO MANEJO E NA CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA....................................................................................................................... 1347 Luciano da Silva Souza, Ildegardis Berto!, José Fernandes de Melo Filho & Isabella Clerici De Maria 1-TERMINOLOGIA BÁSICA UTILIZADA EM MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA Luciano da Silva Souza11, Ildegardis BertolZI, Isabella Clerici De Maria:V, José Fernandes de Melo Filho1/, lgo Fernando Lepsch41 & Antônio Ramalho Filho51 11 Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Cruz das Almas, BA. E-mail: [email protected]; [email protected] 21 Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina. Lages, SC. E-mail: [email protected] 3/ Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais, Instituto Agronômico de Campinas. Campinas, SP. E-mail: [email protected] 4/ Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz". Piracicaba, SP. E-mail: igo. [email protected]. br 5/ Embrapa Solos. Rio de Janeiro, RJ. Consultor independente.E-mail:[email protected] INTRODUÇÃO Solo - meio essencial para a vida na terra O solo, juntamente com a água, o ar, a energia solar (luz e calor) e as plantas, é um recurso natural essencial à vida na Terra. Ele é o meio que faz com que a água, o ar, o nutrientes, a luz e o calor trabalhem juntos para permitir o crescimento das plantas terrestres. Além de fornecer vários outros produtos, as plantas desenvolvidas no solo suprem a maior parte das necessidades alimentares do homem e dos animais. Assim, o solo representa - e por certo por muito tempo ainda representará -, a principal fonte para a produção de alimentos na Terra. Embora não haja diferença em importância entre os recursos naturais essenciais à vida na Terra, há uma diferença definida em relação à destrutibilidade de tais recursos, especialmente em relação ao solo, em razão do acelerado processo erosi o que esse poderá sofrer quando mal utilizado pelo homem, resultando em elevadas perdas dele. E, do momento em que o solo é removido de uma dada gleba de terra pela erosão - a mais comprometedora de todas as formas de degradação do solo-, necessita-se de muito mais tempo do que dispõe um ser humano para que um novo solo possa ser desenvol ido. Isso se deve ao fato de que as taxas de desgaste/ erosão do solo podem superar em muito as taxas de formação/renovação. Por essa razão, e para todos os propósito práticos, o solo deve ser considerado como "um recurso natural não renovável". Seu cuidado, pois, é um pré-requisito à vida na Terra. Berto! I, De Maria IC, Souza LS, editores. Manejo e conse.rvac;ão do solo e da água. iço·a, MG: ·iedade Brasileira de Ciência do Solo; 2018. 2 LUCIANO DA SILVA SOUZA ET AL. Este capítulo reúne conceitos, definições e significados de termos utilizados em manejo e conservação do solo e da água, com o objetivo de uniforrnizar a terminologia em uso no Brasil na área da Ciência do Solo, sem pretender esgotar o assunto. Para tanto, utilizaram se, como material básico, os demais capítulos deste livro e, em especial, glossários sobre esse assunto publicados por Houghton e Charman (1986), Choudhw-y e Jansen (1998) e SSSA (2008). Foram ainda consultados vários ouh·os autores (Almeida, s.d.; Fao, 1976; Beek, 1978; Wischmeier e Smith, 1978; Ruthenberg et al., 1980; Cogo, 1988; Ramalho Filho, 1992; Curi et ai., 1993; Ramalho Filho e Beek, 1995; Brady e Weil, 2013; Santos et al., 2013; Bertoni e Lombardi Neto, 2014; Lepsch et ai., 2015; Santos et ai., 2015; Usda, 2016). Com isso, se espera contribuir para auxiliar no entendimento dos textos dos capítulos deste livro, de forma a permitir, com maior clareza, a adoção de ações que minimizem a degradação do solo no Brasil. A Adensamento. Processo natural ou pedogenético em que ocorre redução do espaço poroso do solo por ação de urnedecimento/secarnento, iluviação, precipitação química etc. A redução do espaço poroso que advém da ação mecânica antrópica é denominada de compactação (Ver). Adubação orgânica. Prática conservacionista edáfica em que são utilizados adubos de origem animal e, ou, vegetal. Adubação mineral. Prática conservacionista edáfica que consiste no uso de adubos de origem mineral (fertilizantes). Adubação verde. Prática conservacionista edáfica que consiste na utilização de plantas cultivadas especificamente para incorporar ao solo com objetivo de melhorar seus atributos físicos e químicos. Originalmente, o termo referia-se apenas ao uso de leguminosas, que fixam N do ar e fertilizam o solo com este elemento. Entretanto, podem-se utilizar 2 plantas não leguminosas visando a ciclagem de nutrientes de camadas mais profundas para a camada arável ou plantas de diferentes espécies semeadas conjuntamente, o que é denominado de "coquetel". Agregação. Processo em que ocorre a união de partículas de areia, silte e argila, ocasionada por forças naturais e em razão da ação de agentes minerais como argila, especialmente óxidos de ferro e alumínio, e de agentes orgânicos como o material orgânico do solo e exsudatos de raízes e de atividade biológica. Agregado. Unidade estrutural do solo resultante da associação de partículas de areia, silte, argila e de compostos orgânicos e químicos, mantidas coerentes entre si de maneira mais forte do que as partículas localizadas na circunvizinhança. Pode ser natural ou resultante do manejo do solo, da atividade microbiana ou outra. Agricultura. Termo usado em sentido amplo que inclui todas as formas de uso da terra e de manejo do solo, das plantas e dos animais, para fins de produção agrícola, conservação ou recreação. Agricultura de precisão. Manejo espacialmente variável de um campo ou uma propriedade, com base em informações específicas sobre_ atributos do solo ou da cultura em subunidades com áreas muito pequenas. Essa técruca comurnente utiliza sistemas MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA I - TERMINOLOGIA BÁSICA UTILIZADA EM MANEJO E CONSERVAÇÃO DO . . . 3 ele posicionamento de geotecnologia, controles por computador e equipamentos de taxa variável para aplicação ele insumos. Agricultura orgânica. Sistema ou filosofia de agricultura gue não permite o uso de produtos químicos sintéticos para a produção vegetal ou animal, dando ênfase ao manejo da matéria orgânica do solo. Alternância de capinas. Prática vegetativa que consiste em alternar a época de capina em entrelinhas adjacentes, ou seja, fazer o controle das espécies vegetais consideradas iniestantes a cada duas entrelinhas, deixando uma sem controle. Passado algum tempo, é realizado o controle apenas nas entrelinhas anteriormente deixadas com as invasoras. Todas as ruas terão o mesmo número de capinas usual, alternando apenas a época. Com isso, o solo permanece sempre com alguma cobertura para haver a proteção contra o impacto da chuva, assim como para a redução do escoamento superficial. Alqueive. Ação de manter urna área ou um terreno preparado e livre de vegetação por um período mínimo de dois anos, ou até que a fitomassa residual da cultura anterior esteja totalmente decomposta. Condição exigida para estudos de erosão com base na parcela-padrão. Aração. Operação de preparo primário do solo realizada com arado de discos ou de aivecas que inverte parcial ou completamente a camada do solo na profundidade aproximada de O a 20 cm. Aptidão agrícola das terras. Potencial das terras para usos específicos, com lavouras anuais, bianuais e perenes ou pastagens naturais e plantadas, em níveis de manejo preestabelecidos, com base em dados relevantes do ponto de vista físico, ambiental, social e econômico. Aptidão agrícola das terras, sistema de. Classificação técnica que envolve o grupamento qualitativo das terras com base em dados relevantes do ponto de vista físico, ambiental, social e econômico, visando à avaliação integral das terras para usos específicos, com lavouras anuais, bianuais e perenes ou pastagens naturais e plantadas, em níveis de manejo preestabelecidos. Assoreamento. Deposição de sedimentos carregados pela água em cursos d' água, lagos, açudes ou em planícies aluviais, geralmente resultante do carreamento de solo erodido e da diminuição da velocidade do curso d' água. B Bacia hidrográfica. Unidade fundamental para a gestão ambiental. É definida corno uma área fisiográfica naturalmente delimitada por uma linha imaginária denominada de divisor de águas, drenada por um ou mais cursos de água, com um único tributário na saída ou exutório. Os cursos de água podem ser de 111 ordem, que se constituem de canais que não têm afluentes, o que significa que são ligados diretamente às nascentes; de 2,1 ordem, ou seja, originam-se a partir da união dos de 111 ordem, recebendo, pois, somente afluentes de 1ª ordem; de 3ª ordem, que se originam da confluência de dois ou mais canais de 2,1 ordem, podendo receber afluentes de 1ª e 2ª ordem, e assim sucessivamente. A bacia hidrográfica integra áreas da paisagem que apresentam diferentes fatores bióticos, MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA --, 4 LUCIANO DA SILVA SOUZA ET AL. a bióticos e s ciais, podendo ser dividida em unidades menores ou ub-bacias, que também podem ser denominadas de microbacias hidrográficas (Ver). Biomassa residual. Material de origem vegetal ou animal que permanece no solo após a colheita e retirada do principal produto da atividade agrícola. Quando de origem vegetal é especificamente denominada de fitomassa residual (Ver). e Calagem. Prática conservacionista edáfica que consiste na aplicação de calcário para corrigir a acidez, neutralizar a acidez h·ocável do solo e suprir esse com Ca e Mg, com o objetivo de obter maior produção de parte aérea e de raízes das plantas cultivadas e, assim, resultar em maior cobertura vegetal para proteger o solo contra a erosão. Camada arável. Espessura de solo sujeita às alterações causadas por operações de preparo primário e secundário do solo, com aproximadamente 20 cm de espessura. Canal escoadouro. Canal raso e largo cultivado com grama, projetado para conduzir a água do escoamento superficial encosta abaixo sem causar a erosão do solo. Capacidade de uso do solo, sistema de. Classificação técnica que envolve o grupamento qualitativo de áreas de solos de condições ligadas aos atributos das terras sem priorizar localização e características econômicas. Agrupamento de terras em classes, subclasses e unidades de uso, de acordo com a sua capacidade máxima de uso sem risco de degradação do solo, especialmente quanto à erosão. Esse sistema técnico foi originalmente elaborado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As classes de capacidade de uso são em número de oito, representadas por algarismos romanos (I a VIII) e são distinguidas de acordo com o risco inerente de degradação pela erosão e, ou, dificuldades de manejo agrícola. Cobertura morta (mulch). Prática conservacionista que utiliza materiais, como restolhos, caules, folhas, serragem, filme plástico, pedras ou fragmentos de rocha e outros, espalhados na superfície do solo para protegê-lo dos agentes erosivos, evitar as flutuações de temperatura e conservar por mais tempo a umidade no solo. Compactação. Processo em que partículas do solo são comprimidas e rearranjadas por ações antrópicas, envolvendo atividades de manejo agrícola, principalmente a mecanização, com consequente aumento da densidade do solo e redução do espaço poroso, diferindo O de adensamento (Ver) que é processo natural. Condutividade hidráulica do solo. Fator de proporcionalidade da equação de Darcy aplicada ao fluxo de água no solo, que representa a habilidade dele em conduzir água, e é equivalente ao fluxo de água por unidade de gradiente de potencial lúdráulico. É considerada correspondente à permeabilidade do solo (Ver). Ver Equação de Darcy. Conservação do solo. (i) Prevenção, mitigação ou controle da erosão e das outras formas de degradação do solo, ou seja, da perda excessiva de fertilidade por causas naturais ou antrópicas. (ii) Combinação das formas de uso da terra com os sistemas de manejo do solo e com as práticas ~ons~rvaci~nistas, para salvaguardar o solo de depleção ou degradação por fatores naturais ou mduz1dos pelo homem. MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA l - TERMINOLOGIA BÁSICA UTILIZADA EM MANEJO E CONSERVAÇÃO DO . . . 5 Consorciação. Sistema ele cultivo que proporciona maior cobertura do olo p lo cultivo simultâneo de duas ou mais espécies vegetais na mesma área, por um período de tempo significativo, semeadas ou não rn1 mesma época e com as colheitas podendo ocorrer em épocas distintas. Exemplo: plantio de mandioca e milho em fileiras paralelas. Controle do fogo. Prática conservacionista edáfica que consiste em reduzir ou eliminar o uso do fogo na limpeza da área para posterior plantio, evitando assim a eliminação da cobertura protetora do solo, queima da matéria orgânica, perdas de N e de outros gases por volatilização e redução e destruição da biota do solo. Cordão de vegetação permanente. Prática conservacionísta vegetativa que utiliza plantas perenes ou semi perenes e de crescimento denso cultivadas em fileiras estreita com 1,5 a 2,5 m de espaço, em contorno, espaçadas em distância de acordo com a declividade da área, permitindo o cultivo nas faixas entre os cordões. É empregado como barreira para reduzir a velocidade do escoamento superficial e reter sedimentos. Crosta. Camada transiente superficial do solo, resultante da deposição de material argiloso, com espessura variando de poucos mm a poucos cm, mais densa ou mais cimentada do que o material imediatamente abaixo, resultando em elevada resistência superficial do solo quando seco e em redução da infiltração de água no solo. Culturas em faixas. Prática conservacionista vegetativa onde as culturas são dispostas em faixas de largura variável, seguindo as linhas de nível, alternando diferentes espécies ou escalonando épocas de plantio de uma mesma espécie. Nesse caso, objetiva-se manter uma parte da área coberta enquanto outra parte está sendo preparada ou tem baixa cobertura. As faixas podem ser de cultivo contínuo, onde a mesma cultura permanece de um ano para outro no mesmo local, ou faixas de rotação, onde a cultura de uma faixa é substituída por outra, promovendo-se a rotação. Curva de nível. Também conhecida como linha em contorno, caracteriza-se como wna linha que une pontos de igual altitude (cota) no terreno. É chamada de "curva", pois, na grande maioria dos casos, a linha que une os pontos de igual cota é representada por uma curva. D Declividade. Inclinação da superficie do terreno em relação a wn plano horizontal imaginário, geralmente expressa em graus ou em porcentagem (cm m·1), neste caso representando a razão entre a diferença de altitude e a distância horizontal entre dois pontos. Degradação do solo. Declínio da qualidade do solo, incluindo deterioração física, quínúca e biológica, por interferências antrópicas, tomando o solo incapaz de sustentar adequadamente sua função ecológica natural ou uma função econômica. Desagregação. Separação de materiais transportáveis da massa do solo pela ação de agentes erosivos, usualmente gota da chuva, enxurrada ou vento. Descompactação. Diminuição da densidade do solo e aumento da porosidade em razão da aplicação de forças mecânicas ao solo (subsolagem, escarificação e outras) por meio do preparo. MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA

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