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Machado de Assis - Uma Biografia PDF

312 Pages·2015·1.55 MB·Portuguese
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José Martino MACHADO DE ASSIS - Uma Biografia – Excalibur Editora 2015 Í N D I C E A Chácara do Livramento Ana Teresa Angélica da Cunha e Sousa Cônego Felipe Bento Barroso Pereira Maria José de Mendonça Barroso Pereira Os avós paternos Avós maternos Maria Leopoldina Machado da Câmara Francisco José de Assis Maria Inês da Silva Hemetério dos Santos A infância de Machado de Assis A irmã de Machado de Assis Entre os 10 e 15 anos Machado baleiro no Colégio das Meneses O forneiro francês e Madame Gallot Padre Silveira Sarmento O coroinha Joaquim Maria Machado e a Petalógica: os primeiros versos A primeira musa Francisco Gonçalves Braga e novos amigos Primeiros passos na prosa Paula Brito e a Marmota Fluminense Cenáculo São Pedro Na Tipografia Nacional Revisor de provas A Polêmica dos Cegos O Paraíba Charles Ribeyrolles e O Brasil Pitoresco O Espelho Pipelet e as primeiras experiências no teatro No Diário do Rio de Janeiro Quintino e Pedro Luís As crônicas políticas dos “Comentários da Semana” Queda que as mulheres têm para os tolos Desencantos No Conservatório Dramático Brasileiro (1862 - 1864) O Futuro Faustino A Questão Christie O Caminho da Porta e O Protocolo Jornal das Famílias e a Semana Ilustrada Garnier Quase Ministro Machado e os moços paulistas Ele viajou! Festinhas e as crônicas de “Ao Acaso” Viva o México! Um cronista contra A Cruz Candiani e o fervor pelas atrizes Mlle. Aimée e o Alcazar Lírico Corina Os amores de Machado A Guerra do Paraguai vista por Machado Machado candidato? “Semana Literária” e “Cartas Fluminenses” Vieira de Castro, o uxoricida Cavaleiro da Ordem da Rosa Adeus, Diário do Rio de Janeiro! Primeiro crítico brasileiro Um anjo Enfim, casados! Crueldade com escritores inocentes Contos Fluminenses Falenas O fantasma da epilepsia Ressurreição “Instinto de Nacionalidade” Histórias da Meia-Noite O Almada e a Questão Religiosa Alencar, mestre e amigo Primeiro oficial A Mão e a Luva Americanas Chefe de seção Helena Iaiá Garcia Machado contra Eça de Queirós Em Nova Friburgo “A Nova Geração” Oficial de gabinete Tu, Só Tu, Puro Amor Memórias Póstumas de Brás Cubas Temporada em Petrópolis Papéis Avulsos “Balas de Estalo” Uma amante de Machado de Assis? Entre grêmios literários No Clube Beethoven No Cosme Velho Histórias sem Data Entre concursos literários Os amigos da vizinhança O banquete das Crisálidas A “Gazeta de Holanda” De volta ao conservatório Joaquim Maria e a emancipação dos escravos O ano da proclamação da república Quando Machado quase apanhou no ministério Quincas Borba “A Semana” da Gazeta de Notícias O ano da Revolta da Armada Um inimigo da república A namorada de Machado Várias Histórias Jantares da Revista Brasileira Presidente da academia A vingança de Sílvio Romero Adido Secretário do ministro Páginas Recolhidas Dom Casmurro Poesias Completas e a vingança de Múcio Teixeira Diretor-geral de contabilidade Outra vez em Nova Friburgo Esaú e Jacó “Querida, ao pé do leito derradeiro...” O ramo do carvalho de Tasso A eleição de Mário de Alencar Relíquias de Casa Velha Machado às voltas com a academia Memorial de Aires Visita de Iracema Guimarães Vilela Visita do Barão do Rio Branco Casamento in extremis? Visita de Astrogildo Pereira A morte de Machado de Assis A Chácara do Livramento O ano era 1839. Quem caminhasse pela praia da Gamboa e olhasse para o alto do Morro do Livramento veria um antigo palacete, sólido, austero, pesado, como costumavam ser as velhas construções que vinham do tempo do Brasil Colônia. Esta residência que tinha mais de 150 anos era a sede de uma enorme chácara, que se estendia por todo o morro e ia terminar próximo à orla do oceano, junto ao Cemitério dos Ingleses. Naquela época, pouquíssimas construções podiam ser observadas no Morro do Livramento, quase sempre modestos casebres de gente muito pobre. Além da mansão que servia de sede para a chácara, havia também uma pequenina capela particular dedicada a Nossa Senhora do Livramento, erguida ali em 1670 por um certo José Caieiro da Silva, o primeiro proprietário daquelas terras. Por causa dela, não somente a chácara, mas todo o morro ficou conhecido como Livramento. Quando José Caieiro da Silva faleceu, a chácara foi vendida por seus herdeiros ao capitão Manuel Pinto da Cunha; por sua vez, este a legou ao morrer à sua filha, dona Ana Teresa Angélica da Cunha e Sousa. Próximo à chácara, ao pé do Morro do Livramento, ficava o Cemitério dos Ingleses, um dos poucos da cidade, se não o único, em que os corpos eram sepultados em covas abertas diretamente no chão. Naquele tempo, era costume se enterrar os mortos nas igrejas. Defronte ao cemitério, havia uma praia suja, onde o pequeno Machado deveria passar as tardes, após descer correndo o morro. A chácara localizava-se relativamente perto do centro da cidade, num bairro de gente humilde, como os outros das imediações: Saúde, Gamboa, Saco do Alferes, Praia Formosa e São Cristóvão. Tanto que na praia do Valongo, ali perto, era o ponto de desembarque dos navios negreiros. Antes de prosseguir, é necessário apresentar dona Ana Teresa Angélica, bem como algumas outras pessoas que viveram na Chácara do Livramento e, dessa forma, foram nomes importantes ligados à infância de Machado de Assis. Ana Teresa Angélica da Cunha e Sousa Ana Teresa Angélica era uma senhora solteirona, muito rica, pertencente a ilustre família Pinto da Cunha. Dizem que era irmã do célebre Cônego Felipe, com quem morava na Chácara do Livramento. Para bem dirigir as suas terras, que possuíam inúmeros escravos e agregados, sendo que a maioria deles constituía-se de pardos forros (escravos libertos), Ana Teresa Angélica da Cunha e Sousa contratara os serviços de Bento Barroso Pereira, um brigadeiro reformado, que lhe ajudava a administrar sua quinta. Tão bons serviços ele prestou à generosa senhora, que quando esta morreu no dia 19 de setembro de 1827, passou a maior parte das terras para o amigo. Consta que Maria José de Mendonça Barroso Pereira, esposa do Bento e futura madrinha de Machado de Assis, vinha emprestando muito dinheiro à dona Ana Teresa Angélica, que se viu obrigada a saldar suas dívidas com a doação. É provável que a sua situação financeira nessa época já não fosse das mais tranqüilas, como nos tempos em que ela era moça e a chácara opulenta. Porém, o fato inquestionável é que o tabelião Perdigão passou a escritura de grande parte das terras de dona Ana Teresa Angélica para as mãos do Bento Barroso Pereira no dia 10 de fevereiro de 1827, conforme demonstrou Gondin da Fonseca. E após a morte dela, quando inúmeros parentes acorreram de toda parte para acompanhar a abertura do testamento, viram-se praticamente de mãos vazias... Cônego Felipe Há pouquíssimas informações a respeito da vida do Cônego Felipe. Grande parte do que sabemos são conjecturas e hipóteses levantadas por historiadores, nem sempre endossadas por fontes seguras. Sabe-se que ele nascera no século XVIII, na cidade do Rio de Janeiro e chamava-se Felipe Pinto da Cunha e Sousa. Com a chegada de Dom João VI, fora promovido a monsenhor presbítero da Capela Real. Informa Vieira Fazenda que ele era um tanto excêntrico, mas respeitado como sacerdote. Segundo Barreto Filho, ele seria um dos antigos proprietários da Chácara do Livramento. A teoria mais aceita é que Felipe era filho do Capitão Manuel Pinto da Cunha e, portanto, irmão de Ana Teresa Angélica da Cunha e Sousa. Se esta tese for verdadeira, o cônego deve ter recebido a Chácara do Livramento como herança de seu pai e legado as terras à sua irmã quando faleceu. Certo mesmo, é que o Cônego Felipe adquiriu na sociedade do tempo uma triste reputação, tendo virado motivo de chacota entre o povo, em virtude de sua extrema ingenuidade, pobreza de espírito e apoucada inteligência. Sobre ele, corriam anedotas curiosas, como aquela a respeito de uma tela, em que o pintor retratava Suzana banhando-se num riacho. Diziam as más línguas que ela era observada pelo Cônego Felipe, que permanecia escondido atrás de uma árvore... Este quadro de fato existiu, pois Machado se refere a ele em crônica, afirmando que o via diariamente em sua infância. Possivelmente, decorava uma das paredes do casarão de sua madrinha, na Chácara do Livramento. Sobre a simplicidade do Cônego Felipe, eis um trecho de um poema deixado por Álvares de Azevedo: O CÔNEGO FELIPE O Cônego Felipe, Ó nome eterno! Cinzas ilustres que da terra escura Fazes rir nos ciprestes as corujas! Por que tão pobre lira o céu doou-me Que não consinta meu inglório gênio Em vasto e heróico poema decantar-te? No Diário do Rio de Janeiro de 17 de julho de 1864, Machado de Assis escreveu uma crônica, onde ele defende o Cônego Felipe, contestando esta suposta ingenuidade que lhe atribuíam. Diz que o sacerdote deixou um testamento “sério, grave, cheio de lucidez e razão”. O escritor sentia-se ligado à tradição da Chácara do Livramento, de sua gente e de sua história e por isso veio a público defender a honra do sacerdote. Morreu o Cônego Felipe em data anterior ao ano de 1812, portanto muito antes do nascimento de Machado. Foi enterrado na igreja de São Bento. Bento Barroso Pereira Nascido em Minas Gerais, o general Bento Barroso Pereira foi um proeminente político de seu tempo. Em 1824, alguns patriotas de Pernambuco tentaram instaurar a república no país. Destacado por Dom Pedro I para combater esta revolução, desempenhou com tamanha eficiência sua tarefa, que a coroa, agradecida, nomeou-o senador no ano de 1826, representando a província de Pernambuco. Tão influente era no meio político, que Bento chegou a ser presidente do senado por mais de 2 anos. De 20 de novembro de 1827 até 15 de junho de 1829, assumiu o cargo de Ministro da Guerra, o qual também ocupou no período da Regência Trina. Bento Barroso Pereira veio a falecer no dia 8 de fevereiro de 1837. Morava com a família no casarão da Chácara do Livramento, administrada por ele até a morte de Ana Teresa Angélica da Cunha e Sousa. Com o passamento desta, Bento herdou grande parte das terras, como já ficou dito. O que ainda não se disse - e creio que nenhum dos biógrafos de Machado atentou para este ponto - é que Bento Barroso Pereira teria sido escolhido padrinho do escritor, caso ele não tivesse falecido dois anos antes de Machado nascer. Sabe-se que a esposa do Bento, Maria José de Mendonça Barroso Pereira, então viúva em 1839, foi escolhida para ser madrinha do autor de Quincas

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Neste livro, José Martino nos apresenta um Machado de Assis bem mais humano do que aquele legado por muitos de seus biógrafos. O mito do escritor indiferente à dor humana e alheio às questões sociais de seu tempo não serve mais para rotular o autor das Memórias Póstumas de Brás Cubas. Aqui,
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