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Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos PDF

138 Pages·1959·20.822 MB·Portuguese
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MACHADO DE ASSIS ASTROJILb0 PEREIRA Ensaios e Apontamentos Avulsos LIVRARIA SAO JOSÉ Rua Sao José, 18 Rio DE) JANDIRD utlf titNIA tIERrA LEI.WAS i tVR ti1 F31231 IOTPC' ..............----------- Hs, tri•-•-1 r.r,IR Li1- , ..:.-,1 j I' •( F.i.OF A -F- --e-t-i- I -. ----.-. ---------------. \ 1-.39g ti L COT L: CA 131'3 Dedico ate livro et Sociedade dos Amigos de Machado de Assis a Carlos Ribeiro Classificagtio decimal universal: 869.0 (8) Machado de .Assis 1.06 om• exceção do ensaio inicial, já publicado em livro que se esgotou, e de uns três apontamentos avulsos, , tucks o mais neste volume é de redação recente e em sua maior parte já foi também divulgado em revistas e jor- nais. Compõem-se o livro de trabalhos avulsos, quase iria — de escritos de circunstincia, cuja elaboração Iwnão obedeceu a nenhum plano prévio de conjunto. Com isso, é óbvio, sofre o seu tanto a unidade ou a estrutura do livro como tal. Mas tudo é Machado de Assis — ponto de convergência, base de operações, tema central _ de tôdas as variações. Não se exime o autor de possíveis discrepâncias no tratamento de pontos iguais ou parecidos -- sem falar de certas repetições inevitáveis — sobretudo entre os trabalhos mais antigos e os mais novos. Mas a linha geral de orientação critica permanece a mesma de ponta a ponta; as discrepâncias resultarão prâpriamente de má aplicação da linha. Seja como Mr, deve ficar bem claro que não há aqui nenhuma presunção de formulicr juizos definitivos, ou de descobrir a pólvora. Nem se admite nada de indiscutível, de acabado e conclusivo, com ares de illtima palavra, em questões de natureza varid- vel e controvertida, quais são aquelas abordadas nestas páginas. 0 que porventura escapar a êsse critério deve ser descontado a titulo de mero impulso da escrita, nem sempre obediente aos freios do comedimento e da auto- crítica. Ao cabo do volume, em apêndice, transcrevem-se dois artigos de inequívoca significação: o primeiro é um editorial, datado de junho de 1939, da, Revista Proletária, publicação paupérrima, impressa em mimeógrafo, que só assim podia circular, nos ominosos tempos do Estado Novo; o segundo é um breve ensaio firmado pelo critico Rui Facó e saiu em número recente do .semanário Voz Operária, autorizado porta-voz dos comunistas bra'silei- ros. Tanto o editorial da Revista Proletária quanto o artigo de Rui Facó sustentam opinião idêntica en rela- pão a Machado de Assis, que o povo compreende, ama exalta, justamente porque vê nele um grande escritor nacional, cume da nossa cultura, glória da Pátria comum. Romancista do Segundo Reinado ACHADO DE Assis realizou, na sua obra, e na sua vida também, uma singular conjunção de contrastes, Nascido de pais humildes, órfão desde cedo, menino ' afeito ao trabalho, fêz-se pelas próprias mãos o maior escritor brasileiro. Timid° até ao excesso, pacato e co- medido, êle era, no entanto, um autêntico homem forte, no melhor sentido do têrmo tendo em si essa fórga que faltava a um dos seus personagens — "a fOrga indis- ' pensfivel a todo o homem que põe a mira acima do estado em que nasceu". (1) Solitario, encaramuj ado, pessimis- ta, andava sempre metido em sociedades e cenáculos desde as rodinhas de Caetano Filgueiras e Paula Brito até A, Academia de Letras, da qual foi não só o fundador mais eminente, o chefe incontestado, como am - da um animador perseverante e um dos sócios mais ati- vos. Os seus biógrafos e exegetas são acordes em in- clui-lo na classificação dos individuos de tipo sensual; mas a sua vida privada era notóriamente um modêlo de Ons costumes, em matéria de amores como no resto. Ele era um enfêrmo constitucional; mas a sua existên- cia decorreu Vida ela normalmente, com a sable equili- brada, tendo chegado sem outras complicações até qu,ase 70 anos. O escritor e um desdobramento do homem. 'Ern ,Machado de Assis coexistem e completam-se o analista rigoroso e frio e o criador empolgante O seu método e composição 6 uni misto de calculo e de espontanei- dade : a trama da ficção, o desenvolvimento das situa- (1) Machado de Assis A Mao e a Luva. Rio de Janeiro, Jackson Inc., 1937, p. 29. — Desta mesma edigão, salvo' indi- cação em contrario, são as demais citações de obras de Machado '4.de Assis, feitas neste livro. 14 ASTROJILDO PEREIRA MACHADO DE ASSI o encadeamento dos episódios, o desenho dos carac- Outros escritores:terão•mostrado mais paisagem teres, a reação psicológica dos personagens, o desenlace :tileira; nenhum mostrou mais profundamente o ho- dos conflitos — tudo isso se processa obedecendo a cál- m brasileiro. Na sua obra, melhor do que em qual- culos minudentes e seguindo ao mesmo tempo uma 14111a t1e r outra, encontramos uma imagem de conjunto mais de absoluta espontaneidade na fixação da narrativa no )5pressiva do fenômeno brasileiro normal,, isto 6, da gen- papel., Era o que êle próprio chamava o método de q'e da terra em suas manifestações normais, quotidianas,, palavra-puxa-palavra; mas palavra-puxa-palavra dentro orrentes. O seu regionalismo carioCa não o limita, pelo de limites dispostos com exatidão. Labieno já notava 'contrario: porque a capital do Pais sempre foi o ponto •o feliz efeito que essa conjunção de contrastes produzia de convergência, a súmula, o índice de todo o Pais. na estrutura da sua frase — s vêzes notável pela far- ga da expressão, não tanto pela imagem, como pela aliança insólita ou pelo contraste das palavras". (2) A •m esma coisa se verifica no que concerne ao conteúdo, Existe uma consonância intima e profunda entre o subStancial, ao sentido humano e filosófico da sua obra. labor literário de Machado de Assis e o sentido da evo- A n_e gação e a afirmação aparecem e andam de braço lução política e social do Brasil. (4) A sua atividade de dado em todos os seus livros — ainda quando parece escritor começou pouco antes de 1860 e só terminou as negar demais ou negar sbmente, sabido que a negação vésperas da sua morte, em 1908. Mas o tempo durante de urna negação anterior equivale em regra a uma afir- o .qual se formou e se desenvolveu a sua personalidade mação posterior. coincide quase todo êle com o período histórico do Segun- JA se tem dito e repetido bastante — e com razãd do Reinada. Ao proclamar-se a República, já o escritor evidente -- que Machado de Assis é o mais universal havia atingido a plenitude da sua maturidade. Esta dos nossos escritores; estou que falta acentuar com igual coincidência de tempo possui naturalmente muita impor- insistência que êle é tambéni o mais nacional, o mais tância para a caracterização e compreensão da obra de brasileiro de todos. (3) Eu acrescentaria, sem querer 1/4 Machado de Assis. fazer jogo de palavras, que uma qualidade resulta preci- Bem feitas tôdas as contas, o longo reinado de Pedro samente da outra: que êle é tanto• mais nacional quanta marcou em bloco um período de transição no desen- mais universal e tanto mais universal quanto mais na- •v olvimento da nacionalidade brasileira. A sua aparente estabilidade de superfície não infirma esta caracterís- (2) Labieno — Vindiciae. Rio de Janeiro, Livraria Cruz Cou- tinho, 1899, p. 34. tica fundamental. • A própria existência da Monarquia, (3) Referindo-se a José de Alencar, disse Machado de Assis, Como regime politico, residuo que era da efêmera Monar- em 1897: "Nenhum escritor teve em mais alto grau a alma brasi- quia joanina imprevistamente e apressadamente trans- leira. E né.o só porque houvesse tratado assuntos nossos. Há um modo de ver e de sentir, que dá a nota intima da nacionali- plantada de POrtugal para o Brasil, trazia em si mesma dade, independente da face externa das coisas". (Páginas ; Bede- Ridas, p. 279). Na verdade, estas palavras se ajustam mais, ao próprio Machado de Assis do. que a jog de Alencar. Ainda quando (4), .Com acarto observou Labiend que Machado r de Assis procurava analisar os outros, ele acabava. sempre analisandcilie a Pensa e escreve corno honielii do seu tempo". (Op. bit., si mesmo. 16 ASTROJILDO PEREIRA 17 ,1 4 o signo da transitoriedade histórica inevitável. Mao se- rrl, usina Mauá, lei de 28 de setembro; abolicionismo, ria talvez difícil encontrar nêsse mutuo ajustamento de ueAão Religiosa, Questão Militar, 13 de maio, primeira transitoriedades a melhor explicação da sua relativa du- epública, Encilhamento, Florian°, etc., etc., etc. (o fil- rabilidade em terras americanas... m etc. é dos nossos dias: outubro de 1930). niassa de trabalhadores escravos incivimentando a 'monocultura dos latifúndios, na base; a multidão hete- rogênea de agregados e artesãos, de comerciantes e de Evidentemente, a obra de Machado de Assis nada_ intermediários, no meio; por fim, no alto, a reduzida possui de panorâmico, de cíclico, de épico. Não há' nela camhda de proprietários de terras, que integrava a cha- nenhuma exterioridade de natureza documentária, ne- mada "aristocracia rural" dirigente tal a configura- ,nhum sistema rapsódico ou folclórico, nenhum plano ob- ção da pirâmide que refletia a estrutura social do Pais jetivo elaborado de antemão. Os seus contos e roman- nos primeiros anos do Segundo Reinado. A maioridade de 'Pedro It data de 1840, e assinala de Certo modo o es (6) não abrigam heróis extraordinários, nem fixam ações grandiosas e excepcionais. Eles sac, construidos com fastígio daquela "aristocracia rural". Mas já o ano de O material humano mais comum e ordindrio, corn _as_m 1843, que trouxe no seu bfijo a tarifa Alves Branco, ,dezas e o terra-a-terra da vida vulgar de todos os dias. asSinala, por sua vez o aparecimento da burguesia que- Mas que poderosa vitalidade vibra no interior da gente rendo, senão ainda disputar, pelo menos partilhar com ,cfue povoa os seus livros! .2 a gente bem viVa — barões. •os senhores territoriais da governação da coisa pública. e coronéis, citadinos e provincianos, nhonhõs e sinhés,. Está visto que o aparecimento da burguesia como tal na escravos e mucamas, deputados e magistrados, médicos arena política não significava apenas o "desejo" de par- e 'advogados, rendeiros e comerciantes, padres e sacris- tilhar do poder; significava principalmente o inidio da tães, empregados e funcionários, professõres e estudan- ascensão histórica de uma nova classe dirigente, qUe tes, agregados e parasitas,_ atrizes e costureiras, e as. subia do meio para o ápice da pirfimide, impulsionada donas de casa, e as mõgas namoradeiras, e*as vidvas pela fõrga de novos interêsses acumulados em conseqüên- querendo casar de novo... — gente que se move, que cia do deslocamento subterrâneo que se operava na es- se agita, que trabalha, que se diverte, que se alimenta,l truturação econômica do Pais. (5) Ora, êste fenômeno qtie dorme, que ama, que não faz' nada, que morre...) de deslocamento portanto de transição lastreou "Gente rica, gente remediada, gente pobre, gente feliz, e tôda a evolução social do Brasil a partir de então, e as gente desgraçada tôda a inumerável multidão de gente. suas etapas decisivas podem' Ser assim demarcadas: ex- ,bem brasileira que vai empurrando o Brain para a fren- tinção do tráfico de escravos, protecionismo, estradas de e; avançando em zigue-zague, subindo montanhas e pal- (5) "Iniciava-se uma grande época da história nacional, a par- '(6) A natureza e o, intuito dêste trabalho explicam por que tir , do meado da era dos quarenta".'(João Panclift Calogeras limitei aqui o campo das minhas` pesquisas aos contos e romances, ormagdo Histórica do Brasil. Rio de Janeiro, Pimenta de Melo, OS:, quais de resto formam a parte mais importante da obra de:: , & C., [s.d.], p. 281). lIkchado de Assis. 18 ASTROJILDO FEREIRA MACHADO DE ASSIS 19 milhando vales, ora puxando, ora sendo puxada pelo fa- igo define a qualidade e a finalidade do periódico moso carro da história.. , órgão literário e recreativo das familias fluminenses época. 0 contista havia forçosamente de adaptar a colha e a apresentação dos seus assuntos ao esto dos otóres ou, melhor, das leitoras, môças românticas, lân- coisa mais que sabida que a família, seja qual fOr u.klas viúvas, matronas saudosas de amores irrealiza- a sua forma, constitui sempre o centro e a base da vida ,Engendrou, assim, dezenas de contos que eram va- em sociedade. Ora, quem diz família diz casamento, e agões infinitas em Vim() do mesmo tema; o amor do quem diz casamento diz amor, e quem diz amor diz com- coração contrariado e quase sempre vencido, dolorosa- plicação "complicação do natural com o social", (7) mente vencido pelo amor da conveniência. Mas a pas-, nos conflitos suscitados por esta complicação que sividade do autor ficava só no tema; êle mantinha-se Machado de Assis vai buscar os elementos necessários intransigente no seu ponto de vista moral. Intransigente tessitura de quase tôda a sua obra de ficção. Eterna e vingativo, poder-se-ia acrescentar. Um dos seus complicação, conflitos eternos. Sem dúvida; mas as cria- .,personagens escrevia em carta o seguinte: "Tudo isto é turas envolvidas na 'complicação e nos conflitos, que êle - ,singular; a maior parte dos casamentos fazem-se inde- explorou nos seus livros, são a réplica literária de outras pendentemente do amor. Mas, que quer? Eu, profun- criaturas de carne e &so, que viveram em dado momen- damente cético, a respeito de tudo, tenho a veleidade de to histórico num dado meio social. 'Criaturas humanas, crer no amor, ainda que raro, e quero que o amor seja na realidade e na ficção, de essência igual a tôdas as .única razão do casamento". (8) Evidencia-se ai não criaturas humanas de Was as épocas e•de todos os apenas a opinião de um personagem, porém o próprio quadrantes da terra, mas ao mesmo tempo criaturas bra- !.Pontõ de vista moral do autor. E era dêste ponto de sileiras que viveram durante um determinado período -vista que êle bondenava, com veemência então, as uniões da história brasileira. Dai per que a vida criada pelo -,conjugais de interêsse, quando, por exemplo, se referia ficcionisti espelha, nas páginas dos seus livros, com inn de tais casamentos: "Nem mais nem menos tra- igual intensidade e de modo inseparável, o humano e o "tava,-se de um dêsses mercados a que, por cortesia, se brasileiro, o natural e o social, o permanente e o contin- :Chama casamento de conveniência, -- dois vocábulos gente. Ainda neste ponto encontramos Machado de Assis kinimigos qué a civilização aliou". (9) Ou quando, não realizando, com arte suprema, uma harmoniosa conjun- ção de contrastes. X8) Historias Romdnticas, p. 324. (9) Ibid., p. 260. — Fora das suas normas, obedecidas desde Cabe aqui notar a circunstancia, certamente fortuita, ' primeiros tempos da sua carreira de escritor, Machado de Assis mas em todo caso muito significativa, de ter Machado de chega em certa ocasião a empregar um tom violente de panfle- ao fustigar o sistema do matrimônio sem amor: "0 Casa- Assis escrito a maioria dos contos da sua primeira fase '. Mento é a perfeita união de duas existências; e mais do que a união, literfiriâ, (entre 1864 e 1878) para o Jornal das Famílias. fusão completa e absoluta. Se o casamento não é isto, é um er:LOOntro fortuito de hospedaria; apeam-se à mesma porta; esco- ' 11:±egi. o mesmo aposento, comem à mesma mesa, nem mais, nem (7) Crônicas, v. IV, p. 22. mextos... (Ibick p. 277). 20 ASTROJILDO PEREIRA MACHADO' DE ASSIS 21 mais com a veemência anterior, mas com uma dose de temos urna história bem sentimental, • de inspi- humour já bem no torn da sua maneira definitiva, obser- Aabem por cento romântica, talhada ao sabor do tern- vava, em outro conto, que entre os parentes. da ¡oven], O.,seu conteúdo moral, no entanto, equivale ao mais Mafalda "havia um primo, pálido, esguio e magro, que give' libelo formulado contra o patriarcalismo que re- nutria em relação a Mafalda uma paixão, correspondida lava a constituição da fa,milia e legitimava a interven- e pelo pai". (10) • 0 discricion6ria dos pais no casamento ou nos projetos , Ainda em outro conto dos mais antigos, intitulado s casamento dos filhos. Compreende-se que essa con- "Frei Simão", publicado primeiro no Jornal das Famí- spgão patriarcal correspondesse a determinado estágio lias, em 1864, e depois incluído no volume Contos Plural- evolução social do pais, e por isso a encontramos tão ?tenses, Machado de Assis nos oferece uma imagem, de eqiientemente na trama dos contos e dos romances de corte violento e extremado, de como se resolviam na,quêle Machado de Assis, é claro que perdendo terreno com o porrer dos anos. Note-se que êle desde cedo começou, a tempo as questões de amor e de casamento, isto 6, as investir contra semelhante concepção não na qualidade questões relativas A constituição da família.- Simão 'era .cler reformador social, — qualidade completamente es- filho único de abastado comerciante da Côrte. Pie ama tranha ao seu temperamento e a sua formação intelec- sua prima Helena, órfã, de pai e mãe, menina pobre, que , tual, — mas porque, indivíduo que emergia de uma ca- vive de favor sob o mesmo teto que Simão. Os pais mada social oprimida pelas condições dominantes, êle dêste último "davam' de boa vontade o pão dg subsistên- sxprimia, instintivamente pelo menos, uma nova concep- cia a Helena; mas lá casar o filho com a pobre órfã é pão moral relativa ao triângulo amor, casamento e que não podiam consentir. Tinham posto a mira em em consonância com o novo tipo de civilização que uma herdeira rica, e dispunham de si para si que o rapaz se ia, elaborando, lentamente, nas entranhas da sociedade se casaria com ela". (11) Para o afastarem da presença rasileira. • da prima, remeteram Simão para a província, a traba- 0 Sr. Manuel Bandeira, no prefácio tão bem feito lhar na casa comercial de um amigo. Passam-se meses, .e tão Ricido que escreveu para a Antologia dos Poetas e Jun dia a pai lhe escreve comunicando o falecimento Brasileiros da Fase Parnasiana, observou ,com inteira repentino de Helena. Simão, desesperado, resolve fugir razão como e quanta as transformações sociais da época do mundo, e ingressa num convento. Mais tarde, anos „influiram na superação histórica do romantismo pelo passados, indo pregar numa solenidade religiosa que se parnasianismo, relativamente à expressão poética das realizava em certa cidadezinha do interior, Frei Simão relações amorosas entre, os ,dois sexos: "0 lirismo amo- encontra-se na Igreja -- com quem havia de ser? -- com roso dos parnasianos fol., de resto condicionado pelas Helena em pessoa, viva e casada corn outro. O. frade transformações sociais.. Com a extinção da escravidão, não resistiu a tamanho choque e ficou meio maluco. acabou-se também em breve o tipo da "sinhá", que era musa inspiradora do lirismo romântico, e a mõça bra- , „ , (1s) Contos Fluminenses, v. II, p. 306. Sileira foi perdendo rapidamente as caracteristica,s ad- (11) /bid, v. I, p. 331. i,r i,d as ,ern três séculos e meio de civilização patriar-

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