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lucia helena de oliveira cunha PDF

217 Pages·2013·2.28 MB·Portuguese
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LUCIA HELENA DE OLIVEIRA CUNHA ORDENS E DESORDENS SOCIOAMBIENTAIS SABERES TRADICIONAIS EM DINÂMICAS PESQUEIRAS DA COSTA PARANAENSE Tese apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor, ao Curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvol- vimento da Universidade Federal do Paraná (Université Paris 7 – Université Bordeaux 2). Comitê Orientador: Prof. Dr. José Milton Andriguetto Filho Prof. Dr. Paulo da Cunha Lana Prof. Dr. Antônio Carlos Sant'ana Diegues CURITIBA 2007 LUCIA HELENA DE OLIVEIRA CUNHA ORDENS E DESORDENS SOCIOAMBIENTAIS SABERES TRADICIONAIS EM DINÂMICAS PESQUEIRAS DA COSTA PARANAENSE Comitê Orientador: Prof. Dr. José Milton Andriguetto Filho Prof. Dr. Paulo da Cunha Lana Prof. Dr. Antônio Carlos Sant'ana Diegues Banca Examinadora: Prof.a Dr.a Ângela Duarte Damasceno Ferreira Prof. Dr. Antônio Carlos Sant'ana Diegues; Prof.a Dr.a Carmen Sylvia de Alvarenga Junqueira Prof. Dr. Luiz Geraldo Silva Prof. Dr. José Milton Andriguetto Filho Curitiba, 17 de setembro de 2007 ii Dedico esta tese especialmente, Ao meu gêmeo Manoel Lúcio, que já virou uma estrela e lá do céu emana luzes que cintilam em minha vida. À minha irmã e amiga Neide que soube sempre dar um toque suave em minha alma – uma amizade que atravessa a eternidade. ii AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, quero expressar minha profunda gratidão a todos os pescadores de Shangri-Lá e Pontal do Sul, que, de modo espontâneo, se dispuseram a conceder as entrevistas, pacientemente, fornecendo ricos ensinamentos sobre o significado da vida no mar e a arte da pesca; agradeço especialmente aos velhos pescadores de tais comunidades, cuja sabedoria se integra à fecundidade de suas vidas. Manifesto também agradecimentos aos meus orientadores, José Milton Andriguetto, Paulo Lana e Antônio Carlos Diegues, pelo apoio e estímulo constante, acompanhando incansavelmente o percurso desta pesquisa e contribuindo significativamente para o seu término; igualmente, manifesto a eles gratidão a acolhida que sempre recebi em seus lares da praia para a realização da pesquisa de campo, assim como a Rodolfo Angulo e à Naína Pierri, que prontamente, também, me hospedaram em suas moradias nas localidades investigadas. Agradeço à Karina Brotto Rebulli e a Nílton Cunha, que, com dedicação e paciência, deram-me importantes lições sobre as dinâmicas marítimas do ponto de vista oceanográfico. E a Rodolfo Angulo que, com presteza e atenção, auxiliou-me na elaboração de uma parte deste estudo. Também à geóloga Maria Cristina Souza, que me esclareceu aspectos socioambientais importantes para a compreensão dos processos de erosão praial. Às antropólogas Carmen Sylvia Junqueira, Maria Lygia Pires, Mary Helena Allegretti e às sociólogas Sylvia Maria Araújo, Ângela Duarte Damasceno Ferreira, Maria do Carmo Brandão e Verônica Toledo, que atenciosamente realizaram leituras acuradas das versões preliminares oferecendo material bibliográfico e relevantes sugestões, dando-me apoio sistemático e amoroso nos momentos críticos. Aos meus queridos amigos, colegas de curso, Cynthia Roncaglio, Celso Gomes Carneiro, Manyu Chang e Karen Karam, por discutirem dimensões da pesquisa com instigantes pitacos e sugestões – amizades raras e peculiares que se perpetuam no tempo. Sou muito grata também à bióloga Rosana Barroso Miranda, por sua paciente disposição em ler as primeiras versões, sugerindo caminhos. i Não posso deixar de mencionar, aqui, as trocas profícuas que tive com Ana Thereza Reis, amiga querida, e colega de curso, na discussão do pensamento de Edgar Morin; e também à amiga Iria Zanoni Gomes, por ter ampliado meus horizontes com sua profunda compreensão do paradigma da complexidade. Maria Tarcisa Bega, amiga desde os tempos de graduação em Ciências Sociais, não deixou de me escutar em momentos difíceis e torceu bastante para que eu conseguisse chegar ao término; ao Zé Guilherme, que se dispôs a discutir uma questão de relevância oferecendo-me sugestões em sua abordagem. Ao Alfio Brandenburg, que forneceu importantes bibliografias, dando-me contribuições para o entendimento do conceito de "sociedade de risco", que procurei incorporar na feitura deste trabalho; ao Dimas Floriani, que me apontou questões e pontos críticos durante a condução do processo de pesquisa discutindo aspectos controversos; à Luciana Pinheiro, colega de curso, que me enviou bibliografia e, gentilmente, cedeu-me seu trabalho preliminar de tese no litoral central do Paraná para discussão e consulta. Sou muito grata também ao Paulo Vieira, que me remeteu material bibliográfico de ponta e, selecionado, sobre pensadores que colocam em atuais e novos termos a problemática socioambiental, numa perspectiva sistêmica aberta, sugerindo rumos da pesquisa. Agradeço a René Louis de Carvalho, pelo grande apoio, sempre de modo muito afetuoso, em todos os momentos de dificuldade que se apresentaram no trajeto da pesquisa não permitindo que eu esmorecesse, dando-me força e coragem para que pudesse "tocar pra frente". Especial agradecimento a Edgard de Assis Carvalho por ter me iniciado no pensamento complexo, para o repensar dos padrões da ciência formal dominante, propondo sempre amplos caminhos e idéias que se fertilizam no tempo. A Enrique Leff, pelo seu permanente encantamento pela vida; ainda que de modo parcial debrucei-me em sua vasta e sólida produção. Às minhas caríssimas amigas da Paraíba, com quem tive o privilégio de conviver em laços profundos de companheirismo nos tempos que lá vivi: Ghislaine Duque, Marilda Menezes, Socorro Pereira, Simone Maldonado e Salete Cavalcanti, as quais, mesmo de longe, torceram muito para que eu cumprisse esta etapa da minha vida. Essa torcida adveio, também, de Jane Villas-Boas, que me remeteu referências inéditas. v Ao Pérsio Guimarães e Cezar Scaff, que me ofereceram todo o amparo emocional para a continuidade da pesquisa segurando todas as "barras" – as desordens e turbulências. Seu trabalho foi decisivo para chegar ao final atingindo a ordem com plenitude. À Iolanda e a Cássia, que sempre carinhosamente deram suporte para o empreendimento deste estudo; à Maria Theresa Lemos e Thaís César da Costa, que realizaram as traduções dos textos de língua inglesa, ajudando-me muito a suprir minhas deficiências no domínio desse idioma; ao especial empenho de Adriano para a transcrição das fitas; às bibliotecárias do Centro de Estudos Marítimos/UFPR, que me ajudaram a selecionar livros e textos pertinentes à temática aqui desenvolvida; à Antônia, pelo cuidadoso e competente trabalho de revisão, e à Léia, pela editoração final do trabalho. Aos meus sábios pais Manoel e Helena – in memoriam –, pelas ricas e infinitas lições, deixando-me como principal patrimônio o amor à humanidade e à natureza; a ética pela vida e a esperança permanente de um novo porvir. Desejo expressar, ainda, minha grande gratidão aos meus irmãos Nilza, Neide, Neuzi e Nilton – amigos e companheiros de todas as horas –, pelo contínuo estímulo que deram em toda a trajetória, apoiando-me fortemente e com bastante amorosidade nos momentos mais duros; essa amizade incondicional e inabalável levou-me a cravá-los profundamente em meu coração. Por último, peço desculpas se omiti o nome de outras pessoas que contribuíram com esta tese e quero salientar que os caminhos tomados em seu direcionamento, cujos resultados ora se apresentam, são de minha inteira responsabilidade. v a nossa integração ao nosso eu-cosmológico como seres vivos implica – além da existência da unidade das espécies e da matéria como um todo – uma transformação da noção do tempo dominante, para que possamos sentir o "tempo glacial" passando por nossas vidas, as energias das estrelas fluindo em nossas veias, perceber os rios de nossos pensamentos desembocando em fluxo contínuo nos oceanos ilimitados da matéria viva multiforme. (Manuel Castells) v SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... x ABSTRACT................................................................................................................ xi INTRODUÇÃO: AS TRILHAS DA PESQUISA........................................................... 1 PARTE I CAPÍTULO 1 – CRÍTICA DA NOÇÃO DE EQUILÍBRIO NA NATUREZA E SOCIEDADE: PERTURBAÇÃO E RESILIÊNCIA.......................... 18 CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO: ORDENS E DESORDENS E O CONHECIMENTO TRADICIONAL................................................................................ 37 2.1 Harmonia e entropia no pensamento social........................................................ 37 2.1.1 Aportes Sociológicos........................................................................................ 37 2.1.2 Aportes Antropológicos.................................................................................... 48 2.1.3 Aportes da Teoria da Complexidade................................................................ 58 2.2 O significado do conhecimento tradicional.......................................................... 68 PARTE II CAPÍTULO 3 - O UNIVERSO COSTEIRO – ENTRE NATUREZA E CULTURA..... 77 3.1 Ordens e desordens na natureza marinha.......................................................... 81 3.2 Ordens na Cultura Marítima: imagens, saberes e técnicas................................. 90 CAPÍTULO 4 – ORDENS E DESORDENS NO MUNDO CONCRETO DA PESCA: TRADIÇÃO E MODERNIDADE..................................................... 107 4.1 O Mundo Tradicional......................................................................................... 116 4.2 Os ritmos de tempo........................................................................................... 127 4.3 A Territorialidade Pesqueira.............................................................................. 129 4.4 Inovações Tecnológicas: modernidade com tradição....................................... 133 4.4.1 A Canoa a Motor e Novos Métodos de Pesca............................................... 133 v 4.4.2 A Cooperação Pesqueira............................................................................... 140 4.5 Desordens socioambientais: a depleção dos recursos haliêuticos................... 143 4.6 Desordens naturais........................................................................................... 149 4.6.1 Ventos, Marés e Ciclo Lunar.......................................................................... 149 4.6.2 Tempestades e Ressacas.............................................................................. 155 4.6.3 Tradição e Modernidade: Sistemas em Conjunção e Disjunção.................... 163 4.7 A Dualidade Identitária...................................................................................... 165 4.8 Saberes e incertezas......................................................................................... 168 Considerações Finais........................................................................................... 172 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 188 APÊNDICES APÊNDICE 1 - PESCADORES ENTREVISTADOS................................................ 201 APÊNDICE 2 - CALENDÁRIO DA PESCA EM PONTAL DO PARANÁ (PRINCIPAIS PESCADOS).................................................................................. 202 APÊNDICE 3 - questões norteadoras DA PESQUISA DE CAMPO (entrevistas abertas, semi-estruturadas e Estruturadas).................................................................................. 203 i RESUMO O estudo que ora se apresenta busca investigar como ordens e desordens socioambientais se manifestam em dinâmicas pesqueiras da porção central da costa paranaense – espe- cificamente em Shangri-Lá e Pontal do Sul – privilegiando o conhecimento tradicional do pescador artesanal. Partindo da crítica de que a natureza está em estado de equilíbrio perene e de que as sociedades costeiras encontram-se em si em estado de harmonia e com o ambiente marinho, procura-se mostrar que a inter-relação entre pescador e mar é marcada, concomitantemente, por movimentos ordenados e desordenados, seja em sua dinâmica interna, seja em sua dinâmica externa. Nesses termos, entende-se que as perturbações e (ou) distúrbios, as ordens e desordens são imanentes à vida natural e sociocultural e, ao mesmo tempo, estão presentes na conexão entre sociedade e natureza em sua interioridade e exterioridade. Para a apreensão da importância e densidade das categorias nucleares deste estudo –ordens e desordens – percorreram-se caminhos teóricos que operam com dimensões sociais e ambientais no âmbito das ciências naturais e ciências humanas centrando-se em algumas abordagens ou linhas de pensamento inscritas nesses campos do conhecimento científico. Baseada nos aportes teóricos delineados procura-se captar dimensões do universo costeiro centrando-se no conhecimento tradicional do pescador em determinadas localidades litorâneas do Paraná. Este conhecimento se expressa na unidade terra-mar-céu, domínios em que se desenvolvem a cosmovisão e cognição do pescador artesanal sobre o ciclo da pesca e a náutica pesqueira em distintas dimensões e o preparo para a realização da atividade pesqueira. Diante dos processos modernizantes que ameaçam a pesca artesanal, principalmente pela pressão mercadológica cada vez mais intensa no interior da atividade ocasionando à sobrepesca, juntamente com o impacto socioambiental da pesca industrial naquela modalidade pesqueira, que conduz às desordens destruidoras, propõe-se um diálogo entre saberes que fertilize um modelo de co-gestão socioambiental em bases sustentáveis, numa recombinação entre tradição e modernidade. Palavras-chave: ordens e desordens; meio ambiente, pescador artesanal; tradição e moder- nidade; diálogo de saberes. x

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Palavras-chave: ordens e desordens; meio ambiente, pescador artesanal; tradição e moder- nidade o que constituiria a bem dizer o impen-.
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