Literatura de multidão e intermidialidade ensaios sobre ler e escrever o presente Luciano Barbosa Justino SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros JUSTINO, LB. Literatura de multidão e intermidialidade: ensaios sobre ler e escrever o presente [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2015, 256 p. Literatura & Interculturalidade series. ISBN 978- 85-7879-240-4. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. LITERATURA DE MULTIDÃO E INTERMIDIALIDADE ensaios sobre ler e escrever o presente Universidade Estadual da Paraíba Prof. Antônio Guedes Rangel Júnior | Reitor Prof. José Ethan de Lucena Barbosa | Vice-Reitor Editora da Universidade Estadual da Paraíba Cidoval Morais de Sousa | Diretor Conselho Editorial Presidente Cidoval Morais de Sousa Conselho Científico Alberto Soares Melo Hermes Magalhães Tavares José Etham de Lucena Barbosa José Tavares de Sousa Marcionila Fernandes Olival Freire Jr Roberto Mauro Cortez Motta Editores Assistentes Arão de Azevedo Souza Antonio Roberto Faustino da Costa Editora filiada a ABEU EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA Rua Baraúnas, 351 - Bairro Universitário - Campina Grande-PB - CEP 58429-500 Fone/Fax: (83) 3315-3381 - http://eduepb.uepb.edu.br - email: [email protected] Luciano Barbosa Justino LITERATURA DE MULTIDÃO E INTERMIDIALIDADE ensaios sobre ler e escrever o presente Campina Grande - PB 2015 Copyright © EDUEPB A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98. A EDUEPB segue o acordo ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil, desde 2009. As imagens no livro foram autorizadas pelos autores CAMPOS E LAERTE. Editora da Universidade Estadual da Paraíba Cidoval Morais de Sousa | Diretor Arão de Azevêdo Souza | Editor Assistente de projetos visuais Antonio Roberto F. da Costa | Editor Assistente de Conteúdo Design Gráfico Erick Ferreira Cabral Jefferson Ricardo Lima Araujo Nunes Lediana Costa Leonardo Ramos Araujo Comercialização e Distribução Vilani Sulpino da Silva Danielle Correia Gomes Divulgação Zoraide Barbosa de Oliveira Pereira Revisão Linguística Elizete Amaral de Medeiros Normalização Técnica Jane Pompilo dos Santos Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907. FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL - UEPB 869.4 J96l Justino, Luciano Barbosa. Literatura de multidão e intermidialidade: ensaios sobre ler e escrever o presente [Livro eletrônico]. - Campina Grande: EDUEPB, 2015. 4200kb - 256p.: il. Modo de acesso: Word Wide Web - <http://www.uepb.edu.br/ebooks/> ISBN - 978-85-7879-241-1 ISBN EBOOK - 978-85-7879-240-4 1. Literatura. 2. Escrever. 3. Política. 4. Democracia. 5. Literatura de multidão. 6. Crítica. 7. Poética literária. I. Título. 21. ed. CDD A Geralda e a Sebastien, porque eles sabem. A Rícia e aos “meninos”, Artuh, Lara e Miguel, porque também sabem. Aos de casa, e de alhures. A pobreza é o simples fato de não conseguir dar valor à atividade. Portanto, também o migrante pobre ou excluído é alguém que, de qualquer maneira, possui uma potência a ser expressa. Se nosso raciocínio caminha dessa forma, poderíamos reconhecer que os pobres são o sal da terra, porque são uma atividade geral, uma potência aqui irresolvida e bloqueada. Se a função da exploração é a de sufocar, reduzir espaço, mobilidade, além da capacidade de cooperação e criação de valor, então o pobre não é somente um excluído, mas é o sujeito exemplar da exploração. 5 lições sobre Império, Antonio Negri “Aqui”, dizia ela, “aqui neste lugar, nós somos carne; carne que chora, ri; carne que dança descalça na relva. Amem isso. Amem forte. Lá fora não amam a sua carne. Desprezam a sua carne. Não amam seus olhos; são capazes de arrancar fora os seus olhos. Como também não amam a pele de suas costas. Lá eles descem o chicote nela. E, ah, meu povo, eles não amam as suas mãos. Essas que eles só usam, amarram, prendem, cortam fora e deixam vazias. Amem suas mãos! Amem. Levantem e beijem suas mãos. Toquem outros com elas, toquem uma na 0utra, esfreguem no rosto, porque eles não amam isso também. Vocês têm de amar, vocês! E não, eles não amam a sua boca. Lá, lá fora, eles vão cuidar de quebrar sua boca e quebrar de novo. O que sai de sua boca eles não vão ouvir. O que vocês gritam com ela eles não ouvem. O que vocês põem nela para nutrir seu corpo eles vão arrancar de vocês e dar no lugar os restos deles. Não, eles não amam sua boca. Vocês têm de amar. É da carne que estou falando aqui. Carne que precisa ser amada. Pés que precisam descansar e dançar; costas que precisam de apoio; ombros que precisam de braços, braços fortes, estou dizendo. E, ah, meu povo, lá fora, escutem bem, não amam o seu pescoço sem laço, e ereto. Então amem seu pescoço; ponham a mão nele, agradem, alisem e endireitem bem. E todas as suas partes de dentro que eles são capazes de jogar para os porcos, vocês têm de amar. O fígado escuro, escuro - amem, amem e o bater do batente coração, amem também. Mais que olhos e pés. Mais que os pulmões que ainda vão ter de respirar ar livre. Mais que seu útero guardador da vida e suas partes doadoras de vida, me escutem bem, amem seu coração. Porque esse é o prêmio.” Baby Suggs em Amada, de Toni Morrison Sei que haverá um código, um sinal para chamar-me. procuro descobri-lo no confuso ir e vir das coi- sas que me cercam. será um som, será um odor, será uma cor, uma claridade? por vezes, percutem um martelo, ou me deparo com a fachada de um prédio, ou vejo desenhos num muro, ou cravo as unhas na pele. fico perguntando se alguma dessas coisas é meu nome: o soar do martelo, a parede brilhando, os riscos no cimento, a dor que sinto. assim vivo, nesta comunhão que me multiplica e atormenta, assim vivo, até precipitar-me para baixo no meu velocípede, eu e o mundo, eu e as três rodas que giram em derredor de mim, e tudo escurece e nessa escuridão eu sou novamente formu- lada, eu, novamente sou parida, sim, nasço outra vez. Avalovara, Osman Lins SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 13 I INTERMIDIALIDADE/SEMIÓTICA/TRADUÇÃO LIMA BARRETO E A INTERMIDIALIDADE COMO ESTRATÉGIA DE LEITURA 25 O que é médium quando se diz “intermidialidade” 29 Recordações do escrivão Isaías Caminha: um romance midiológico 38 JULIO CORTÁZAR: OS MEMES DA MULTIDÃO NA AUTO-ESTRADA DO SUL 51 De sujeitos e suas articulações 51 De máquinas e médium 55 ALTER E EGOS DA MEMÓRIA E DO ESQUECIMENTO: “FERNANDO EM PESSOA” DE LAERTE 61 Uma semiosfera sociossemiótica 62 A poesia está solta 68 “Poetas de todo o mundo: uni-vos” 76