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Levantamento de hepáticas nas trilhas de Prainha Branca e Prainha Preta na Serra do Guararú, Guarujá, São Paulo, Brasil PDF

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Á. C. F. Leite, R. X. A. Prudêncio, Z. R. Mello, F. Giordano Levantamento de hepáticas nas trilhas de Prainha Branca e Prainha Preta na Serra do Guararú, Guarujá, São Paulo, Brasil. Áurea Calori Ferreira Leite¹, Renato X. A. Prudêncio², Zélia Rodrigues de Mello³, Fabio Giordano3. 1 Graduanda de Ciências Biológicas da Universidade Santa Cecília. Bolsista PIC - Unisanta, Santos, SP, Brasil. [email protected] 2 Mestrando- Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3 Universidade Santa Cecília - UNISANTA, Santos, SP, Brasil Resumo Neste estudo analisamos 119 amostras de hepáticas. Foram identificadas 8 famílias, 11 gêneros e 13 espécies. Sendo Citada pela primeira vez no estado a Lejeunea pstosimophylla. Lejeuneaceae é família com maior ocorrência. E os as árvores são os substratos com mais frequência, tanto raiz, como troncos. Palavras-chave: Marchantiophyta, Briófita, florística. Survey of liverworts in the Prainha Branca and Prainha Preta trails in the Guararú Mountains, Guarujá, São Paulo, Brazil. Abstract In this study we analyzed 119 hepatic samples. 8 families, 11 genera and 13 species were identified. Being first mentioned in the state to Lejeunea pstosimophylla. Lejeuneaceae is family with higher occurrence. And trees are the substrates more often, both root and trunks. Keywords: Marchantiophyta, Bryophyte, floristic. UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 226 - 232 Página 226 Á. C. F. Leite, R. X. A. Prudêncio, Z. R. Mello, F. Giordano Introdução altamente prioritária para a conservação da biodiversidade mundial. O conhecimento sobre as A Mata Atlântica, que se estende briófitas da Floresta Atlântica ainda é por toda a costa leste do Brasil, incompleto, agravado pelo acentuado apresenta variações florísticas muito estágio de degradação, que desde o maiores que as demais formações início da colonização vem sendo florestais (LEITÃO-FILHO, 1987) e fragmentada e substituída por canaviais, possui alta diversidade e elevado nível culturas de subsistência, centros de endemismo (MORI, et al. 1981, urbanos e industriais (PÔRTO et al. FONSECA 1985). Costa (2009) 2005 considerou a Mata Atlântica como a mais rica região do País em termos de A Serra do Guararú representa diversidades de Briófitas. uma das últimas porções de dimensões significativas da Mata Atlântica, em Os remanescentes de vegetação bom estado de conservação, na planície nativa estão reduzidos a cerca de 11% costeira do litoral paulista. Nela é de sua cobertura original e encontram- possível observar uma rica se em diferentes estágios de biodiversidade presente, onde há regeneração. Apenas cerca de 7% estão também sítios arqueológicos e nascentes bem conservados em fragmentos acima que alimentam o Rio Iporanga, que de 100 hectares (RIBEIRO et al. 2009). corta a região, além de praias que Mesmo reduzida e muito fragmentada, possuem grandes atrativos a banhistas e estima-se que na Mata Atlântica praticantes de esportes radicais. É existam cerca de 20.000 espécies também a detentora do maior conjunto vegetais (cerca de 35% das espécies de ecossistemas bem preservados da existentes no Brasil), incluindo diversas Ilha de Santo Amaro. Fora da rota do espécies endêmicas e ameaçadas de desenvolvimento inicial de Guarujá, a extinção. Essa riqueza é maior que a de Serra do Guararú, a 27 quilômetros do alguns continentes (17.000 espécies na centro da cidade, tem como América do Norte e 12.500 na Europa) característica um enquadramento e por isso a região da Mata Atlântica é excepcional em termos de natureza e UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 226 - 232 Página 227 Á. C. F. Leite, R. X. A. Prudêncio, Z. R. Mello, F. Giordano patrimônio. De acordo com o Art. 1º do pela coleta e manutenção desta decreto 9.946/2012, a área tem objetivo umidade. básico de proteger a diversidade O presente estudo constitui um biológica, disciplinar o processo de levantamento das espécies de ocupação e assegurar a sustentabilidade Marchantiophyta ocorrentes em três do uso dos recursos naturais trilhas da APA (Área de Preservação As briófitas são o segundo maior Ambiental) Serra do Guararú. Até o grupo de plantas terrestres (FRAHM momento não foram realizados 2003) e possuem aproximadamente trabalhos relacionados às briófitas em 15.000 espécies e 1.200 gêneros que toda a região da Serra do Guararú, a ocorrem em todas as regiões região vem sofrendo consideráveis geográficas do planeta, são plantas desmatamentos devido a especulação criptogâmicas, desprovidas de cutícula imobiliária crescente, portanto este epidérmica e sistema vascular trabalho teve como objetivo o lignificado (CITAÇÃO). São reconhecimento da diversidade do reconhecidas para o Brasil um total de grupo na região, gerando subsídios para 1524 espécies de briófitas, das quais ações de conservação. 633 são de hepáticas, destas 543 espécies ocorrem no domínio da Mata Metodologia Atlântica, das quais 387 ocorrem na A serra do Guararú está Floresta Ombrófila do estado de São localizada na região nordeste da Ilha de Paulo (COSTA & PERALTA 2015). Santo Amaro, no município de Guarujá, De acordo com Coccaro et al São Paulo. É uma área de preservação (2014) é de fundamental importância o ambiental e ocupa uma acompanhamento da diversidade aproximadamente 25,6 km². As coletas biológica para a manutenção do foram realizadas nas duas trilhas que equilíbrio ecológico, uma vez que o conduzem as praias prainha branca e a desequilíbrio leva a perda da qualidade prainha preta, em duas expedições. As ambiental e consequentemente a perda coletas de material botânico foram da riqueza que trazem para as florestas realizadas seguindo as recomendações tropicais úmidas por serem responsáveis de Frahm (2003) a partir de caminhadas UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 226 - 232 Página 228 Á. C. F. Leite, R. X. A. Prudêncio, Z. R. Mello, F. Giordano livres, com o auxílio de espátulas, como especializadas e as amostras foram troncos, folhas, raízes, rochas e incorporadas ao herbário HUSC. barrancos. Resultados e discussão A metodologia, herborização e A tabela1 apresenta as espécies e sua preservação do material segue Yano caracterização de hábito em seus (1984), onde secamos as amostras respectivos substratos em que foram naturalmente. Para identificação das encontradas coletas foram utilizadas bibliografias Tabela 1 - Listagem de espécies e substrato sobre as quais foram encontradas Taxons Substrato Plagiochilaceae Tronco Plagiochila subplana Lindenb. vivo Tronco Plagiochila patula (Sw.) Lindenb. vivo Plagiochila crispabilis Lindenb. Rocha Tronco Plagiochila dominicensis Taylor* vivo Plagiochila disticha (Lehm & Lindenb.) Lehm & Lindenb. Rocha Tronco Plagiochila lingua Steph vivo Plagiochila adiantoides (Sw.) Lindenb. Rocha Plagiochila raddiana Lindenb. Rocha Lejeuneaceae Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn. Rocha Tronco Lejeunea ptosimophylla C.Massal. vivo Tronco Lejeunea monimiae (Steph.) Steph. vivo Lejeunea flava (Sw.) Nees Raiz Marchesinia brachiata (Sw.) Schiffn. Rocha Cheilolejeunea sp. (Spruce) Schiffn. Rocha Lejeunea laeta (Lehm & Lindenb.) Gott. Raiz Lejeunea filipes Spruce Solo Acanthocoleus aberrans (Lindenb. & Gottsche) Kruijt Rocha Tronco Lejeunea caulicalyx (Steph.) E.Reiner & Goda vivo Lejeunea glaucescens Gottsche Raiz Lejeunea cristulata (Steph.) E.Reiner & Goda Raiz Tronco Lejeunea raddiana Lindenb. vivo UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 226 - 232 Página 229 Á. C. F. Leite, R. X. A. Prudêncio, Z. R. Mello, F. Giordano Lejeunea cf. immersa Spruce Raiz Lejeunea rionegrensis Spruce Rocha Lejeunea adpressa Nees Lejeunea setiloba Spruce Raiz Tronco Lejeunea phyllobola Nees & Mont. vivo Lejeunea magnoliae Lindenb. & Gottsche Raiz Tronco Lejeunea laetevirens Nees & Mont. vivo Lophocoleaceae Cryptolophocolea martiana subsp bidentula (Nees) L. Soderstr Solo Cryptolophocolea martiana (Nees) L. Soderstr Rocha Lepidoziaceae Telaranea diacantha (Mont.) Engel & Merr Solo Metzgeriaceae Tronco Metzgeria furcata (L.) Dumort. vivo Tronco Metzgeria psilocraspeda Schiffn. vivo Capypogeiaceae Calypogeia laxa Gottsche & Lindenb. Solo Calypogeia uncinulatula Herzog Rocha Pallaviciniaceae Symphyogyna brasiliensis (Nees) Ness & Mont. Rocha Symphyogyna aspera Steph Rocha Chonecoleaceae Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle Solo Fossombroniaceae Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk. Solo Frullaniaceae Tronco Frullania ericoides (Nees) Mont. vivo Radulaceae Radula Kegelli Got ex. Steph Rocha Aneuraceae Riccardia amazônica (Spruce) S.W.Arnell Solo Riccardia cataractarum (Spruce) Schiffn. Solo Cephaloziellaceae Cephaloziopsis intertexta (Gottsche) R.M. Schust. Solo Das 119 amostras analisadas, espécies, incluindo Lejeunea foram identificadas 13 famílias, ptosimophylla, uma nova ocorrência no distribuídas em 18 gêneros e 45 estado de São Paulo. Entre as famílias UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 226 - 232 Página 230 Á. C. F. Leite, R. X. A. Prudêncio, Z. R. Mello, F. Giordano encontradas Lejeuneaceae tem uma G. (2014). Spatial distribution of maior frequência, seguido por bromeliads (epiphytic Bromeliaceae) Plagiochilaceae. in the Atlantic Forest APA-Serra do Guararu-Guaruja, SP Brazil. Unisanta BioScience, 3(3), 184- Agradecimentos 190. À minha orientadora Ms. Zélia CRANDALL-STOTLER, B., Mello por ter aberto portas de STOTLER, R. E., SHAW, A. J., & oportunidades únicas. Meu co- GOFFINET, B.. Bryophyte Biology, orientador Renato Prudêncio pela 2000. paciência e auxílio em demasia. E ao PREFEITURA MUNICIPAL DE Dr. Fábio Giordano, meu grande GUARUJÁ, Decreto Nº 9.948 exemplo de professor e biólogo, que sempre me motiva a continuar no FONSECA, G. A. B. The vanishing caminho. Brazilian Atlantic forest. Biological Conservation, Liverpool, v. 34, p. 17- 34, 1985. Considerações finais GRADSTEIN, S.R.; CHURCHILL, S. Encontrar uma primeira P.; SALAZAR ALLEN, N. Guide to ocorrência para o Estado de São Paulo the bryophytes of tropical America. somado a descrições de novas espécies 2001. (Magenta et al.) na APA mostra que LEITÃO FILHO, H. de F. ainda são necessários maiores estudos Considerações sobre a florística de na área que vem sofrendo florestas tropicais e subtropicais do crescentemente com a especulação Brasil. IPEF, v. 35, 1987. imobiliária recente. MORI, S. A.; BOOM, B. M.; PRANCE, G. T. Distribution patterns and conservation of eastern Brazilian Referências coastal forest tree species. Brittonia, COCCARO, P., MORAES, S., New York, v. 33, p. 233-245, 1981. GIORDANO, F., & MAGENTA, M. A. UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 226 - 232 Página 231 Á. C. F. Leite, R. X. A. Prudêncio, Z. R. Mello, F. Giordano PÔRTO, K.C.et al. Diversidade Biológica e Conservação da Floresta Atlântica ao Norte do Rio São Francisco. Brasília 2005, Cap 6. RIBEIRO, M.C.; METZGER, J.P.; MARTENSEN, A.C.; PONZONI, F.J. & HIROTA, M.M. 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation 142: 1144-1156. SILVEIRA, JD da. Morfologia do litoral. Brasil: a terra eo homem, v. 1, 1964. SUGUIO, K. & TESSLER, M. G. 1984. Planícies de cordões litorâneos do Brasil: origem e nomenclatura. In: Lacerda, L. D. de et al. (orgs.). Restingas: origem estruturas e processos. Niterói, CEUFF. p. 195-216. YANO, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. Jourtl. Hattori BOT. Lab., 66:371- 434. UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 226 - 232 Página 232

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