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Karate-dō : Analetos do Shihan PDF

69 Pages·2023·3.622 MB·Portuguese
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空 手 道 Karate-dō 師 範 語 録 Analetos do Shihan 大 塚 博 紀 著 por Ōtsuka Hironori Abelardo Luz - SC, 2023 Karate-dō: Analetos do Shihan, por Ōtsuka Hironori.Guilherme Babo Editor, 2023. Traduzido em Abelardo Luz - SC, entre os mesesdejulhode2022ejaneirode2023,por Guilherme Babo Sedlacek, a partir da edição do texto em língua inglesa, com atradução de Shingo Ishida, deMasters Publication- Hamilton,1997. Edição original em língua japonesa porTōyō Publishing- Tokyo, 1970. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP Ō92 Ōtsuka Hironori Karate-dō : analetos do shihan [livro eletrônico] / Ōtsuka Hironori;traduçãoGuilhermeBaboSedlacek–1.ed.–Abelardo Luz, SC : Guilherme Babo Editor, 2023. 68 p. ; PDF ; 14,8cm x 21cm. Título original: Wado Ryu Karate ISBN: 978-65-00-61897-6 1. Artes marciais - karatê. 2. Artes marciais - filosofia. 3. Budō. 4. Wadō-Ryū Karate. 5. Paz e harmonia. I. Título. CDD 796.8153 Índice para catálogo sistemático: 1. Karatê : Artes Marciais Asiáticas 796.8153 É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte, autoria e tradução, sendo proibido qualquer uso para fins comerciais. Nota do tradutor A coletânea de textos a seguir constitui apenasaprimeirapartedolivrodo sensei Ōtsuka Hironori, que na edição original se chama Shihan Goroku (師範 語録) e na edição em língua inglesa consta como Analects of the Instructor, sendo seguida por outras duas partes: 実技篇 (Jitsugi-hen, ou “compilação de habilidades práticas”) e 形の部 (Katachi nobu,ou“seção de kata”) – traduzidas em inglês como Technique e Kata. Embora não pretenda aqui apresentar uma tradução definitiva para a língua portuguesa dos textos coletados, e considere que uma tradução integral do livro, diretamente do texto japonês, seja necessária, ainda assim considero que esta publicação tem alguminteresseparapraticanteseestudiosos dokaratê no nosso país. O karatê Wadō-Ryū jáeraensinadoem terrasbrasileirasem 1970, ano da edição japonesa original, da Tōyō Publishing, mas levou vinte e sete anos para que o livro fosse traduzido para o inglês e outros tantos para que surgisse esta tradução parcial em português. Se, por um lado, os fundamentos e as formas vêm sendo preservados e transmitidos de formaimaterialpelos mestresdokaratêWadō-Ryūnopaís, já os textos do mestre fundador eram pouco acessíveis entre nós por mais de cinquenta anos desde que foram escritos. Espero contribuir em alguma medida para a transmissão destes textos entre praticantes de karatê e demais artistas marciais brasileiros, materializando o princípio do bunbu-ryōdō(文武両道), tão caro ao sensei Ōtsuka. Embora esta coletânea tenha sido traduzida a partir de outra tradução, editada em língua inglesa, algumas palavras ou expressões presentes nos títulos e nos corposdos textosforammantidasem japonêsoutraduzidasde forma distinta do texto-base. Tais escolhasforamfeitasparaqueaessência e os significados mais profundos do pensamento marcial presentes nesses conceitos fossem enfatizados, ou ainda para maior fidelidade com o texto original - como no caso do título dolivro“Karate-dō”,emlugarde“Wado Ryu Karate”, tal como na tradução de Shingo Ishida. Também optei por traduzir os dois pensamentosqueabremefechamosanaletos(páginas08e 68) diretamente do texto original em japonês. Como a edição usada como texto-base para esta tradução oferecia o título de cada textodacoletâneaemlínguajaponesa,opteipor reproduzi-losaqui também, acrescentando sua transliteração no sistema Hepburn. Busquei assim facilitar a leitura dos títulos originaise reforçarao leitorepraticante de karatê o sentido de conceitos e expressões que podem ser familiares a este,porestarempresentesnoseutreinamento,mascujoscaracteres(kanji) muitas vezes são desconhecidos – comokata,seiken,kamaeouuke. Em contrapartida, a edição em língua inglesa apresenta dois textos da coletânea apenas comos nomesem conceitosjaponesesderivadosdotítulo original – “Igata and Kata” e “Machite and Kakete”, respectivamente traduzidos aqui como “Molde e forma” e “Antecipação e iniciativa”. Acredito que esta escolha enriquece a experiência de leitura, uma vez que já forneci os títulos transliterados em língua japonesa, além dos títulos originais. Tratando-se essencialmente de escolhas de tradução, preferi evitar o jogo de palavras “fôrma e forma”, considerando que o exemplo fornecido no texto pela metáfora da panela torna-se mais claro com a tradução do caractereigata (型) por “molde”. Espero que a leitura do último texto –“Antecipaçãoeiniciativa”–ajudea explicar três dos fundamentos de mais difícil compreensão e aplicação no karatê: gosen no te (後先の手) ou go no sen (後の先); sensen no sente (先々の先手) ou sensen no sen (先々の先); e sente (先手) ou sen no sen (後の先). São princípios relacionados à “antecipação” (ação a partir de uma previsão ou pré-leitura do adversário) e “iniciativa” (precipitar-se sobre o adversário; colocar em moção). Há variações de nomenclatura e definição desses conceitos entre diferentes artes marciais japonesas e okinawanas e deve-se ter em conta que o karatê Wadō-Ryū temprincípios herdados do Shindō Yōshin-ryū jūjutsu que lhe são específicos e distinguem de outros estilo de karatê. Algumas escolhas da tradução foram um pouco mais difíceis, como, por exemplo, os conceitos de kokoro e ki, ou os termos técnicos kamae e uke. Certamente, os caracteres 心 e 気 estão entre os de mais difícil tradução, embora sejam centrais nas artes marciais. O primeiro deles pode ser lido kokoro ou shin,enquantoosegundo élidoki.Ambossignificamao mesmo tempo “mente, coração e espírito”, o que representa uma trindade indissociável na língua japonesa e revela um aspecto holístico do pensamento oriental que se manifesta nas artes marciais. Além disso, 気 também pode se referir ao conceito taoísta ki, a energia vital (embora o caractere chinês tradicional para qì seja 氣, este não é usado na língua japonesa). O leitor não pode perder de vista esta unidade entre aquilo que no pensamento ocidental são trêsdimensõesdistintas ea influênciataoísta. Neste texto, optei por traduzir kokoro por “espírito” e kipor “mente”,pois me pareceram escolhas mais fiéis ao pensamento doshihanŌtsuka. Optei por não traduzir kamae (構え) por “postura”, como na edição em língua inglesa, embora não considere que esta seja uma tradução errada. Acontece que “postura” pode ser também confundido com o termo tachi (立ち), que é lido dachi quando se encontra na posição de sufixo, e que muitos traduzem por “base”, mas que traz mais a ideia de “postura para movimentação”. Assim, traduzi kamae por “preparação”, o que considero mais adequado também para as expressões de kigamae (気構え) e kokorogamae (心構え), respectivamente traduzidas por “preparação mental” e “preparação espiritual”. Também optei por não traduzir uke (受 け) por“defesa”ou“bloqueio”,preferindoanoçãode “recepção”.Uketraz consigo a ideia de “aquele que recebe a técnica” e, como o próprio texto enfatiza, é simultaneamente defesa e ataque. Além disso, o karatê Wadō-Ryū é baseado em noções como nagasu (流す), inasu (往なす) e noru (乗る),emquedeixaroataquedoadversáriofluir,esquivar-sedeleou acompanhá-lo é priorizado em lugar de bloqueá-lo. Cabeporfimdestacarqueapalavra“Analetos”,presentenosubtítulo desta obra, pode levar a uma confusão sobre sua acepção, associando-a aos famosos textosdatradiçãoconfuciana.Tratam-se,noentanto,dediferentes palavras e caracteres na língua japonesa. Para referir-se especificamente aos “Analetos de Confúcio” usam-se os caracteres 論語 (pinyin: Lúnyǔ), cuja leitura em japonês é Rongo. Já os caracteres utilizados no subtítulo “Analetos do Shihan” - 語録, cuja leitura japonesa é goroku - referem-se de modo geral a uma coletânea de textos ou dizeres de um autor. Dedico esta tradução ao sensei Ladislav Lenoch, da Undo Kan Wado Ryu Karatê-Dô (Francisco Beltrão - PR), e ao sensei Darci Wittes da Silva, da Associação Xanxerê de Karatê (Xanxerê - SC), cujas vidas dedicadas ao karatê Wadō-Ryū me permitiram ter acesso aos ensinamentos e técnicas desenvolvidas peloshihan Ōtsuka Hironori. Fonte dos analetos: ŌTSUKA Hironori,WadoRyuKarate.TranslatedbyShingoIshida. Hamilton: Masters Publication, 1997, p. 3-34. 師 範 語 録 Shihan Goroku Analetos do Shihan 武 の 道 和 は の 道 た 究 あ め ら 事 和 と を 求 な 博 む 紀 思 道 ひ そ “O caminho da marcialidade não é algo vulgar, penso eu. Trata-se de dominar o caminho da paz e da harmonia; de buscar o caminho da paz e da harmonia” Ōtsuka Hironori Sumário A origem do budō ……………………………………………… p. 10 O caminho da marcialidade ……………………………………… p. 12 Caminho e técnica ……………………………………………… p. 14 Propósito do treinamento em artes marciais ……….…………… p. 16 O que é o Espírito doBudō? ……………………………………… p. 18 O Espírito doBudōtambém é necessário às pessoasmodernas …… p. 19 O Caminho Duplo Civil-Marcial (bunbu-ryōdō) é indissociável … p. 20 Como deve ser obudōdos tempos modernos ……………………p. 22 Relação entre o Espírito doBudōe o treinamento emartes marciais p. 24 Artes marciais são técnicas de paz e harmonia ……………… p. 28 Punho correto / punho justo (seiken) ……………………………p. 31 O ideal e o atual …………………………………………… p. 32 Espírito doBudōe espírito do esporte …………………………p. 33 Concessão e cooperação ……………………………………… p. 35 Shuhari …………………………………………………… p. 37 Veneração às divindades do altar de umdōjōdo caminhomarcial .. p. 38 Entrar nokata, então afastar-se dokata ………………………p. 41 Molde e forma ……………………..……………………… p. 43 Diferença entre atos grandiosos e atos inúteis ………………… p. 45 Diferença entre atos rápidos e atos banais …………………… p. 47 Artes marciais e defesa pessoal ……………………………… p. 48 Preparação mental e preparação espiritual ………………… p. 50 Percepção, espírito, força e técnica são um só ……………… p. 55 Força física, força mental, força técnica ……………………… p. 62 Preparação e recepção ……………………………………… p. 64 Antecipação e iniciativa ……………………………………… p. 66 武道の発祥 Budō no hatsusachi A origem do budō Eu não possuo conhecimento muito específico de história – portanto, eu não posso declarar com precisão a origem histórica do budō (武道 - “caminho marcial”). Entretanto, eu acredito que o seguinte seja possível. Quase todos os animais possuem algum tipo de habilidade ou algo com que se proteger de danos externos. Isto inclui camuflagem, veneno, visão precisa, presas, garras, chifres, movimentação rápida e agilidade, vôo, entre outras coisas, para citar algumas. Cada um tem também seu próprio método particular para lutar. Os humanos também têm a habilidade para lutar, embora essa habilidade varie enormemente de pessoa para pessoa. Métodos para socar, chutar e arremessar existem como hábitos para alguns indivíduos. Seres humanos podem ter incorporado essa habilidade natural para caçar alimentos, ou para se protegerem de seus predadores. Então, essa habilidade para lutar foi usada pelos fortes para controlar os fracos, levando ao estabelecimento de grupos e associações organizados. Para além da manutenção da unidade e estabilidade do grupo, o poder era necessário para manter a autoridade do grupo sobre outros. Juntamente com o desenvolvimento da sociedade, armas e armamentos foram criados juntos com seus métodos de uso e assim

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