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“JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Faculdade de Ciências Programa de Pós PDF

315 Pages·2013·1.79 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Faculdade de Ciências Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciência Francisco Nairon Monteiro Júnior EDUCAÇÃO SONORA: ENCONTRO ENTRE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E CULTURA Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência, Área de Concentração em Ensino de Ciências, da Faculdade de Ciências da UNESP – Campus de Bauru, como requisito para obtenção do título de Doutor em Educação para a Ciência, sob orientação do Prof. Dr. Washington Luiz Pacheco de Carvalho. Bauru/SP, 2012 Francisco Nairon Monteiro Júnior EDUCAÇÃO SONORA: ENCONTRO ENTRE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E CULTURA Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência, Área de Concentração em Ensino de Ciências, da Faculdade de Ciências da UNESP– Campus de Bauru, como requisito para obtenção do título de Doutor em Educação para a Ciência, sob orientação do Prof. Dr. Washington Luiz Pacheco de Carvalho. Banca examinadora: Presidente: Prof. Dr. Washington Luiz Pacheco de Carvalho Instituição: PPGEC-FC/UNESP Bauru e DFQ-FElS/UNESP Ilha Solteira. Membro Interno: Profª. Drª. Lizete Maria Orquiza de Carvalho Instituição: PPGEC-FC/UNESP Bauru e DFQ-FElS/UNESP Ilha Solteira. MembroInterno: Profª. Drª. Marisa Trench de Oliveira Fonterrada Instituição:PPGM-IA/UNESP São Paulo. Membro Externo: Profª Drª. Maria Eliete Santiago Instituição: CE/UFPE. Membro Externo: Prof.Dr. Oscar João Abdounur Instituição: DM-IM/USP. SuplenteInterno: Prof.Dr. João José Caluzi Instituição: PPGEC-FC/UNESP Bauru e DF-FC/UNESP Bauru. Suplente Externo: Prof. Dr. AlexandroCardoso Tenório Instituição: DED/UFRPERecife. Bauru/SP, 28de junhode 2012 Monteiro Júnior, Francisco Nairon. Educação sonora: encontro entre ciências, tecnologia e cultura / Francisco Nairon Monteiro Júnior, 2012 315 f. : il. Orientador: Washington Luiz Pacheco de Carvalho Tese (Doutorado)– Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências, Bauru, 2012 1. Ciências, tecnologia e cultura. 2. Educação sonora. 3. Paisagens sonoras. I. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências. II. Título. Agradecimentos Ao Sagrado e Misericordioso Coração de Jesus que, muito embora conhecedor de nossa presunção, nos deu a força necessária para chegarmos até aqui, tornando grande nossa pequenez, repreendendo nossa vanglória, dando-nos a palavra certa na medida certa de nossa necessidade. Ao imaculado Coração de Maria que, entendendo nossas limitações, se fez ponte para alcançamos os objetivos traçados, tornando realidade aquilo havíamos sonhado alguns anos atrás. À nossa família e, em especial, à Netinho, Dore, Lúcia, Luiza e Nido que souberam, cada um na medida de suas possibilidades, sustentar o fardo de nossa ausência, emprestando o apoio nos diversos momentos desta caminhada que também é deles. Ao nosso orientador e, hoje, amigo, Washington Carvalho, que nos mostrou possibilidades e encarou conosco o desconhecido, enveredando no mundo maravilhoso das paisagens sonoras e da educação sonora, possibilitando momentos preciosos de aprendizado e crescimento enquanto pesquisador e ser humano. À Lizete Carvalho pelas preciosas sugestões que em muito valorizaram a nossa pesquisa e que, muito além do nosso mundo, mostrou-nos outra dimensão do que é um grupo de pesquisa em ensino, onde o humanismo toma forma nas diversas dimensões dos PGPs e GGPs. Aos novos e inesquecíveis amigos de Bauru, Ilha Solteira e Barra do Bugres, que se tornaram parte de nossa vida e que estarão sempre presentes em nossa memória. Em especial, Fúlvia, Carbone, Marcelo, Geise e Chico, que materializaram o sentido mais profundo da amizade e sem os quais talvez não tivéssemos sobrevivido em São Paulo. Por meio deles, provamos que o verdadeiro afeto não se demonstra, se sente. Sabemos que nunca esqueceremos os inenarráveis momentos vividos juntos. Às secretárias da pós-graduação pela paciência, dedicação e alegria com as quais se colocaram a serviço dos alunos. Em particular, à Ana Grijo e Denise, pelos sorrisos cativantes e pelasamizades construídas. À Marisa Trench de Oliveira Fonterrada que nos ajudou a trilhar outros caminhos pelas valiosas sugestões dadas à pesquisa na fase de qualificação. Igualmente, por ter enfrentado o desafio de avaliar numa área distante de sua ‘seara’, mas que, com esta atitude, trouxe-nos, além de tais contribuições, o momento ímpar da presença de uma especialista em ecologia acústica e música. Não podemos esconder a emoção de ouvir aquela que oportunizou a tantos brasileiros a leitura em português das ‘bíblias’ dos estudos de paisagens sonoras. SUMÁRIO Lista de ilustrações ............................................................................................................... 7 Lista de tabelas ..................................................................................................................... 8 Resumo................................................................................................................................. 9 Abstract ............................................................................................................................... 11 Introdução........................................................................................................................... 13 1. Um quadro do ensino de acústica......................................................................................18 1.1. Matemática, física, música e paisagens sonoras.....................................................................18 1.2. O ensino da acústica nos livros didáticos de física.................................................................42 1.3. O ensino da acústica em periódicos nacionais qualisados......................................................59 2. Educação dialógica na perspectiva freireana....................................................................67 2.1. Oproblema de pesquisa.........................................................................................................85 2.2. O ensino da ciência do som numa perspectiva freireana........................................................89 2.3. Metodologia da pesquisa......................................................................................................104 3. Ciência, música e tecnologia: as paisagens sonoras em Ilha Solteira.............................109 3.1. Interfaces construídas nas ações em Ilha Solteira................................................................114 3.2. Sons e lugares do capitalismo financeiro: a impessoalidade do caixa eletrônico................130 3.3. Ciência e história nas ondas da sirene da caixa d’água da Praça dos Paiaguás....................143 3.4. Sirene escolar: ciência, história, sociologia e subjetividade.................................................154 3.5. Objetos eletroacústicos: ciência e arte nos desenhos animados...........................................161 3.6. Ciência, tecnologia e cultura nos caminhos trilhados pelos estudantes...............................171 4. Das paisagens sonoras à educação sonora: os teatros sonoros em Barra do Bugres.......184 4.1. Planejamento do curso.........................................................................................................184 4.2. Perspectivas de análise presentes nos questionários............................................................196 4.3. Expectativas e compromissos construídos no primeiro encontro.........................................203 4.4. Sensibilização e educação nos exercícios de limpeza de ouvidos........................................215 4.5. Da escuta panorâmica à escuta musical...............................................................................231 4.6. Tempo, história, sons e lugares: umaviagem pelos sons culturais......................................244 4.7. Tecnologia e cultura na análise sonográfica.........................................................................263 4.8. Os teatros sonoros na educação sonora................................................................................272 5. Reflexões conclusivas e perspectivas..............................................................................281 6. Referências......................................................................................................................298 7 Lista de ilustrações Figura 1: tessitura do piano....................................................................................................24 Figura 2: tessitura do violão..................................................................................................30 Figura 3: vibração de um tambor...........................................................................................48 Figura 4: esquema biomecânico de funcionamento do ouvido médio...................................53 Figura 5: esquema da escala cromática do texto “Física –Volume Único”..........................56 Figura 6: educação sonora numa perspectiva interdisciplinar...............................................87 Figura 7: a ciência da acústica e suas ramificações.............................................................104 Figura 8: memórias sonoras dos estudantes.........................................................................118 Figura 9: “the science of sound”..........................................................................................124 Figura 10: evolução do espaço auditivo da música...............................................................124 Figura 11: características do invólucro representativo de um objeto sonoro........................127 Figura 12: Invólucros dos objetos sonoros do caixa eletrônico.............................................137 Figura 13: caixa d’água da praça dos Paiaguás em Ilha Solteira/SP.....................................144 Figura 14: invólucro doobjeto sonoro da sirene de Ilha Solteira..........................................149 Figura 15: sirene da caixa d’água e construção da cidade de Ilha Solteira...........................150 Figura 16: invólucro do objeto sonoro da sirene editado via programa................................159 Figura 17: objetos sonoros eletroacústicos............................................................................170 Figura 18: importância da audição pensante.........................................................................230 Figura 19: medidas dos comprimentos úteis de uma corda de um violão.............................232 Figura 20: diferenças e razões na escala do violão................................................................232 Figura 21: cálculo da razão da progressão geométrica..........................................................236 Figura 22: cálculo das frequência de uma oitava...................................................................237 Figura 23: este relato tem muito a nos ensinar......................................................................239 Figura 24: um possível início da busca pelo inédito viável...................................................240 Figura 25: um obstáculo intransponível................................................................................241 Figura 26: motivação e ludicidade no diálogo entre matemática e música...........................242 Figura 27: mapa sonográfico do campus da UNEMAT........................................................265 Figura 28: sons registrados no mapa sonográfico da UNEMAT...........................................269 8 Lista de tabelas Tabela 1: escala cromática em Lá..........................................................................................21 Tabela 2: frequências das notas nas sete oitavas da escala cromática...................................22 Tabela 3: notas musicais na faixa de audibilidade humana...................................................23 Tabela 4: comprimentos cromáticos da flauta de tubos.........................................................27 Tabela 5: harmônicos no violão.............................................................................................29 Tabela 6: critérios adotados na ficha de avaliação.................................................................45 Tabela 7: critérios de qualificação e categorias de análise.....................................................46 Tabela 8: categorias de análise dos livros didáticos de física................................................47 Tabela 9: escala cromática em Lá..........................................................................................55 Tabela 10: distribuição dos artigos por conteúdos...................................................................60 Tabela 11: cronograma das atividades desenvolvidas na disciplina......................................112 Tabela 12: paisagens sonoras analisadas pelos estudantes.....................................................129 Tabela 13: interdisciplinaridade presente nos trabalhos dos grupos......................................176 Tabela 14: frequência dos participantes da segunda ação de pesquisa..................................196 Tabela 15: interesse dos participantes nas atividades............................................................201 Tabela 16: potencialidades para o ensino da matemática......................................................201 Tabela 17: contribuições da matemática para a educação sonora..........................................201 Tabela 18: contribuições do teatro sonoro para o ensino da matemática...............................201 Tabela 19: contribuições da matemática para a paisagem sonora da UNEMAT...................202 Tabela 20: novidades trazidas pelo curso...............................................................................202 Tabela 21: síntese entre educação sonora e ensino de matemática........................................202 Tabela 22: paisagem sonora do pátio da UNEMAT..............................................................220 Tabela 23: dados do mapa sonográfico da UNEMAT...........................................................268 9 Resumo: O ensino de acústica tem se caracterizado por um modo bancário, centrado na transmissão de conceitos científicos prontos, que em muito se distancia do mundo tecnológico e cultural nos quais os alunos encontram-se inseridos. Voltado apenas à construção de uma base teórica para o estudo do som enquanto onda mecânica, pouco contribui para o ideal de formação de cidadãos capazes de entender e atuar na melhoria das paisagens sonoras dos ambientes nos quais convivem. Igualmente distante do mundo da cultura sonora e musical, da tecnologia de áudio e do ambiente acústico, em nada se alinha com o esforço cada vez mais crescente de sensibilização da escuta e da educação sonora, protagonizado pelo educador canadense Raymond Murray Schafer, e que já encontra arrego em diversas experiências de pesquisa e ensino no Brasil, materializadas na educação ambiental, em música, em artes e em geografia. A questão ambiental e, mais especificamente, do ambiente sonoro, parece atravessar muitos dos mundos disciplinares escolares e, portanto, passa a ser responsabilidade dos diversosprofessoresa sua condução enquanto projeto pedagógico. No intuito de trazer elementos para a reflexão em torno de como a educação científica pode constituir-se enquanto linguagem a concorrer para a educação sonora, desenvolvemos duas ações de pesquisa e ensino, sendo a primeira, tomada como estudo-piloto, desenvolvida com licenciandos em física da UNESP de Ilha Solteira e a segunda com licenciandos em matemática da UNEMAT de Barra do Bugres. Baseados na tese de a dialogidade freireana é o caminho por meio do qual seres conscientes, ‘estando sendo’ problematizadores do mundo, reconstroem-no e a si mesmos, assumimos, a priori, que as paisagens sonoras constituem um caminho de transversalidade que, nesse modo dialógico problematizador do mundo tecnológico e cultural, pode revelar temas geradores por meio dos quais os licenciandos podem construir elementos conscientizadores das potencialidades da ciência e da matemática como construtoras de autonomia e criticidade em torno da educação sonora. Nesse percurso, investigamos por meio da análise de tais ações de pesquisa que se deram, nalguma monta, num modo dialógico e problematizador freireano e mediatizado pelo mundo cultural dos participantes, as potencialidades de atividades interdisciplinares em ciências, tecnologia e cultura do som, nas quais as paisagens sonoras surgem como denunciadoras desse mundo cultural e tecnológico que precisa ser problematizado e reconstruído a partir de uma dimensão crítica, onde elementos de autonomia e de conscientizaçãoem torno da educação sonora possam ser construídos pelos participantes. 10 A análise das experiências vivenciadas apontou para a viabilidade da formação de consciências que se coloquem a serviço da melhoria dos ambientes acústicos, na modificação das paisagens nas quais vivemos e que somos corresponsáveis. Igualmente, os conteúdos de ciências e matemática, bem como os inúmeros recursos proporcionados pelas novas tecnologias podem ser postos para auxiliar o revisitar das atividades desenvolvidas, materializando o ‘estar sendo’ problematizador, de um lado, enquanto pesquisador-professor, na análise dos diálogos, questionários e videoconferências, que tomaram lugar nas ações de pesquisa realizadas, na busca de elementos de autonomia e conscientização e, de outro, enquanto professor-pesquisador na introdução de novos elementos problematizadores, bem como na mediação de novas atividades que podem surgir da reflexão em torno daquelas que foram vivenciadas. Nesse sentido, os exercícios de limpeza de ouvidos e os teatros sonoros mostraram-se promissoras ferramentas didáticas na análise do ambiente acústico, em busca do desenvolvimento de consciências auditivas. Por fim, a pesquisa apontou como igualmente importante a perspectiva de continuidade, principalmente no tocante ao uso de tais exercícios de limpeza de ouvidos e dos teatros sonoros na educação sonora como problematizadores do mundo cultural e tecnológico. Num sentido mais amplo, vislumbramos a possibilidade do desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar que passe pela construção de um diálogo permanente entre os professores envolvidos num projeto educacional que busque a construção de consciências ecológicas sonoras. Estas experiências, além de apontarem para a necessidade de preservar a autonomia como meio de identificar o 'estar sendo' e, a partir desse, colaborar na construção de um discurso interdisciplinar, incorporaram ludicidade e motivação na análise da física e da matemática enquanto linguagens colaborativas na educação sonora. Por outro lado, a síntese freireana entre dialética e humanismo parece apontar para a necessidade de envolvimento do indivíduo, tanto na dimensão racional quanto na dimensão afetiva. Alinhadas com esta dimensão afetiva, as experiências deram mostra de que, muito embora a análise do ambiente acústico constitua-se passo importante, é preciso uma mudança da visão de mundo com respeito à relação de cada um com a paisagem sonora. Palavras-chave: educação sonora, ciências, tecnologia, cultura, Paulo Freire.

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A turma da pesada vem pro apartamento pra paquerar o broto papo firme do . experimentarem o que Amílcar Cabral chamou de “reafricanização das 'sonar' ou o 'cubase', pois, além de possuírem inúmeros recursos, seus
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