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Júlio César Soriano Moysés Hannah Arendt PDF

175 Pages·2013·0.76 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO Júlio César Soriano Moysés Hannah Arendt: O labirinto da compreensão e o fenômeno totalitário Versão Corrigida São Paulo 2013 Júlio César Soriano Moysés Hannah Arendt: O labirinto da compreensão e o fenômeno totalitário Versão Corrigida Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Filosofia do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Filosofia sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Maria das Graças de Souza. São Paulo 2013 1 Resumo Trata-se de investigar a atividade da compreensão em Hannah Arendt. Para tanto, assumiremos como horizonte desta pesquisa alguns aspectos do fenômeno totalitário. Nossa hipótese é que a compreensão, ao contrário de outras atividades mentais, está intimamente ligada ao mundo. Além disso, o compreender influencia a atitude dos indivíduos na medida em que os atrela aos acontecimentos. Por conseguinte, compreensão e acontecimento engendram uma nova experiência espaço-temporal, mediante a qual os fatos são desnaturalizados, abrindo-se, assim, à inspeção humana. A abertura operada pela compreensão não é, como poderíamos supor, de todo exterior ao homem. Segundo Arendt, o domínio do mundo e o domínio do pensamento comunicam suas experiências através das metáforas. Analisar o modo como o pensar se manifesta no mundo e como as experiências mundanas são apreendidas pelo pensamento mostra- se fundamental para um bom entendimento da atividade da compreensão. Palavras-chave: compreensão, totalitarismo, metáfora, Hannah Arendt. 2 Abstract We intend to investigate the activity of understanding in Hannah Arendt. Therefore we will base this research on some aspects of the totalitarian phenomenon. Our hypothesis is that understanding, unlike other mental activities, is closely connected to the world. Furthermore, the activity of understanding influences the attitude of the men as approaches them to the events. Thus, understanding and events create a new space-time experience, by which facts are not naturalized, so the events are open to the human inspection. The opening created by the understanding is not, as we might suppose, external to men. According to Arendt, world and thought spaces communicate their experiences through metaphors. To analyze how the thinking manifests itself in the world and how the mundane experiences are apprehended by thought is crucial to reveal the implications of understanding. Key-words: understanding, totalitarianism, metaphor, Hannah Arendt. 3 Agradecimentos À professora Maria das Graças de Souza, por me orientar na vida e nos estudos, desde agosto de 2006, e por me despertar, continuamente, para o pathos do pensamento; Aos professores Edson Luis de Almeida Teles e Marilena de Souza Chaui, pela acolhida generosa deste estudo e pelas sugestões que só fizeram prolongar o prazer desta investigação; À Marisa Soriano, por me apoiar incondicionalmente. Aos meus colegas do Grupo de Estudos Rousseau, em especial ao professor Thomaz Kawauche, cuja disposição para bem aconselhar os “iniciantes” é surpreendente; Às secretárias do Departamento de Filosofia desta Universidade, Geni Ferreira Lima, Luciana Bezerra Nóbrega, Maria Helena Barboza, Marie Márcia Pedroso e Maria Verônica da Silva Ritter, pelo apoio e pela companhia sempre agradável; Ao Leonardo Canuto Barros e Melissa Yoshioka, pela sincera amizade que se criou entre as aulas; À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), pelo financiamento; 4 À Marisa Soriano, por ser quem é e por estar ao meu lado 5 “Aqui é o tempo do dizível, aqui a sua pátria. Fala e proclama. Mais que nunca as coisas, que se podem viver, caem e desaparecem, pois o que, expulsando-as, as substitui, é um agir sem imagem” Rainer Maria Rilke, Nona Elegia a Duíno2 2 Rilke, Rainer Maria. As elegias de Duíno e Sonetos a Orfeu. Portugal:Editorial Inova. 6 Abreviações C.H. - A condição humana P.P. – A Promessa da Política C. – Compreender: Formação, exílio e totalitarismo D.R. – Da Revolução E.P.F. – Entre o passado e o futuro J.P.- Journal de Pensée O.T. – Origens do Totalitarismo V.E. – A Vida do Espírito 7 Índice Apresentação …...........................................................................................................9-15 1 Compreensão e Metáfora..............................................................................................16 1.1 Deserto e Oásis …................................................................................................16-27 1.2 A mundanidade da obra de arte............................................................................28-39 1.3 Da metáfora como o pão de cada dia de todo pensamento conceitual ….............................................................................40-54 2 O limite do uso metafórico e a teia da compreensão ….........................................55-59 2.1 Para além do líder totalitário…............................................................................60-83 2.2 A interpretação da compreensão ..........................................................................84-90 2.3 Em busca da “Natureza do fenômeno totalitário” …........................................91-101 3 Compreender o incompreensível …..........................................................................102 3.1 Adorno e Arendt: Do pensamento ao automatismo …....................................102-133 3.2 Da igualdade ao igualitarismo …....................................................................133-152 Conclusão ….........................................................................................................153-166 Bibliografia ….......................................................................................................167-174 8 Apresentação É preciso salientar que a compreensão arendtiana do fenômeno totalitário foi inspirada pelos próprios acontecimentos, a partir dos quais uma realidade irreal foi produzida. Seu percurso foi norteado pela investigação do que se processou no mundo e nos homens. O compreender indicava que os fatos não possuíam um valor absoluto, que o futuro continuava à espera da ação humana para que pudesse se realizar. A superação dos efeitos do domínio total dependia da recuperação e articulação do que se realizou nesse passado recente. Hannah Arendt não desenvolveu o que se possa chamar de uma “teoria da compreensão”, ou seja, a autora não definiu cabalmente essa atividade realizada pelos indivíduos a partir da relação que estabelecem com o real. A compreensão, já no primeiro prefácio de “Origens do Totalitarismo”, aparece como uma atividade à qual deve se dedicar o habitante do “deserto”. Esse sobrevivente, para que o deserto se transforme em um mundo humano, deve aceitar o fardo imposto pelas “tempestades de areia”. Em outras palavras, aqueles que desejam superar a realidade totalitária devem, primeiro, compreendê-la. Quais os efeitos do totalitarismo? Quais os seus instrumentos? Quais as inovações? Na encosta do precipício, o habitante do deserto observa, aturdido, o abismo aberto pela movimentação totalitária. Desfiladeiro abaixo, o que comumente se chamava de “tradição ocidental” sossobra. Hannah Arendt convoca esse sobrevivente a olhar o abismo: se entre os escombros podem ser vistos, aqui e ali, noções e critérios que por séculos nortearam o pensar e o agir dos homens, o habitante do deserto precisa atentar para o fato de que os escombros são algo mais do que conceitos, códigos, leis, acordos, princípios: eles formavam a estrutura da civilização ocidental. O que sossobrou com o totalitarismo, por esse ponto de vista, não foi apenas a técnica ocidental para pensar, agir, argumentar e conviver, mas o próprio ocidente. O que era o ocidente? Acima de qualquer definição, uma promessa que chegou ao fim com o totalitarismo. Se no seio da civilização já existiam indícios da sua derrocada, se o totalitarismo realiza, de algum modo, uma parte dessa promessa, esse não é o nervo do fenômeno. A completa destruição dessa promessa não foi realizada pela movimentação totalitária, mas pela 9

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space-time experience, by which facts are not naturalized, so the events are open to .. apenas com a explicação das transformações operadas pelo totalitarismo e com a Versão digital: ebooksbrasil.org/adobeebook/tempestade.pdf será seu de direito, lega posses do passado para um futuro.
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