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Janeiro 2016 DELLA PORTA: O MAGO DA SABEDORIA ARCANA PDF

111 Pages·2016·2 MB·Portuguese
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Janeiro 2016 DELLA PORTA: O MAGO DA SABEDORIA ARCANA “Silêncio, o mago está passando!”. Com uma reverência entre o obsequioso e o amedrontado o povo napolitano saudava dom Giambattista Della Porta (1535-1615), que após o passseio matutino na rua Toledo, voltava a esconder-se na wunderkammer do seu palácio, próximo ao Largo da Caridade. Mas ai de quem o chamasse com aquela palavra, “mago”! Apesar de reivindicar com orgulho a antiga sabedoria e alimentar com as suas predições sobre o destino de nobres e soberanos, aquela aura de mistério que o circundava, ele fazia questão de diferenciar-se dos “necromantes”. Quando Jean Bodin, na sua Démonomaniae des sorciers, acusou-o de ser um “mago venéfico”, por ter descrito na Magia naturalis a receita do unguento das bruxas, onde entre os ingredientes estava presente a puerorum pinguedo, a gordura de crianças, ele reagiu com violento desdém: “calúnias dirigidas a mim por ignorantes e homens vis, e invejosos, os quais muito imodestamente e barbaramente me ofendem, os quais acham que eu seja Mago, palavra esta da qual eu sempre tive horror, e ódio desde que eu nasci, julgando-a vaidade”. Pelo contrário, com o característico temperamento napolitano, passou ao contra-ataque: “Me desculpe, no que eu errei? Por que você me atribui aquele nome de Mago? […] um Herege, o qual na festa de São Bartolomeu, dia em que todos queriam matá-lo, jogou-se de uma janela para não ser morto, e escapou do perigo”. O povo, sensível ao sobrenatural, ao milagre aparente, tendia a identificar o mago com o “teurgo”, aquele que pratica operações demoníacas. Para Della Porta, ao contrário, o mago é o sábio dotado de capacidades operativas, que conhece os processos escondidos e considera a magia somente obra da natureza: “Nil aliud magiae opera credatis, quam Naturae opera” (Magia naturalis). A maneira como recebia a notícia do carrasco de Nápoles, Antonello Cocozza, quando tirava os enforcados das forcas para expô-los na Ponte Ricciardo, era a mesma daquela de Vesalio, que ia no Cimetière des Innocents para procurar os corpos dos condenados a morte. A diferença é que Vesalio descrevia a anatomia daqueles corpos para indagar o funcionamento da Humani corporis Fabrica, enquanto que Della Porta estudava as suas linhas das mãos e dos pés para ler a marca do destino. O método é exatamente igual, diferente é o patrimônio sapiencial de referência, ancorado ao passado aquele do filósofo napolitano, projetado no futuro aquele dos inovadores. A sua pesquisa sobre os “fundamentos físicos” concentrou-se em disciplinas não propriamente “modernas” como a fisiognomonia, fitognomônica, quirofisionomia, astrologia. Uma tentativa pretensiosa, muitas vezes embaraçosa, de experimentar a magia, à procura das signatura rerum, da presença do absoluto nos multiformes e maravilhosos aspectos da natureza: homens, animais, minerais, vegetais (percebe-se o eco do natura est deus in rebus de Bruno). A convicção que nas coisas naturais exitem virtudes que os nossos sentidos não são capazes de perceber (ver o magnetismo), senão através da magia natural, prepara a constatação dos fenômenos ditos paranormais. Admiráveis intuições como esta são acompanhadas, nas obras de Della Porta, por afirmações tão supersticiosas e crédulas que nos deixam sem graça. Para superar este falso pudor é suficiente simplesmente aceitar que não existe um limite claro de demarçação entre magia e ciência na época renascimental, mas uma passagem gradual de uma para a outra. Não é um caso que grandes cientistas, tenham cultivado, mais ou menos secretamente, um interesse por elementos herméticos e alquímicos. Tycho Brahe, junto com as observações astronômicas, escrevia almanaques. Uma cópia da Magia naturalis foi encontrada na biblioteca de Newton, que divertia-se em fazer voar a pipa luminosa a noite construída seguindo as instruções contidas no livro, fazendo com que as pessoas gritassem que era um milagre. Não se sabe exatamente se Della Porta nasceu em Nápoles, ou em Vico Equense, na casa das Pradelle, entre outubro e novembro de 1535. Em uma família nobre mas decaída, por ter apoiado a revolta de Ferrante Sanseverino contra o vice-rei Pietro de Toledo, teve uma ótima educação curada pelo tio materno, o célebre estudioso de antiguidades Adriano Guglielmo Spadafora, junto com o irmão mais velho Giovan Vincenzo, com o qual partilhou a paixão pela astrologia e a busca natural com base mágica. Publicou, com apenas quinze anos, a primeira edição da Magia naturalis, e depois viajou pela Europa, recolhendo, pagando com o dinheiro do pequeno patrimônio pessoal, livros e curiosidades raras. Inspirando-se na academia de Girolamo Ruscelli, na qual foi acolhido muito jovem, fundou aquela “dos Segredos”, cuja base operativa foi localizada recentemente por espeleologistas urbanos nos subterrâneos de um palácio do povoado Due Porte em Arenella, onde surgia a casa em uma colina dos Della Porta. Nela eram realizadas reuniões esotéricas, com base hermética e rosacruciana, sobre as quais falamos em um precedente artigo nesta revista. O limite entre magia lícita e ilícita, entre astrologia judiciária e “fisionomia celeste” era muito tênue e ele foi constringido a mudá-lo repetidamente, para fugir do olho atento da Inquisição, que o seguiu com atenção durante toda a vida. Já em 1584, antes da briga com Bodin, o inflexível cardeal Scipione Rebiba reclamou a sua prisão “por coisas relativas à fé”. A saúde fraca evitou-lhe a tortura, permitindo-lhe resolver a questão com a purgação canônica e um firme convite a frear a sua “impia curiositas” para dedicar-se ao teatro, no qual também despertava muitos elogios. Ele seguiu o conselho com uma vasta produção de comédias e tragédias (na Biblioteca da rua Senato estão conservadas duas primeiras edições, muito raras, de duas delas: La Trappolaria, imprimida em Nápoles por Stigliola em 1595; e La Turca, imprimida em Veneza em 1606) usadas também como biombo para as suas pesquisas, como no caso do Lo astrologo no qual ridiculariza aquelas mesmas virtudes divinatórias que muitas vezes lhe foram contestadas. O atormentado relacionamento com a Inquisição constitui, para estes gênios do Renascimento, o distintivo da livre pesquisa, perseguida com meios muitas vezes criticáveis, mas com aquele espírito de independência intelectual, que fatalmente se emaranhava nas redes da censura teológica e do seu braço armado. Ao contrário de Bruno e Campanella que escolheram levar adiante as próprias ideias, opondo-se ao poder religioso, Della Porta conformou-se, não por oportunismo ou medo, mas por autêntico desinteresse nas disputas doutrinais, completamente estranhas ao seu mundo encantado de recolhimento no estudo. Não existem provas certas sobre o encontro com Giordano Bruno, mas as numerosas sintonias culturais e filosóficas tornam provável uma influência sobre a formação do Nolano, em particular nos campos da fisiognomonia e da arte da memória. Às excepcionais capacidades mnemônicas daquele pequeno frei ávido por saber ele parece acenar em uma passagem de A arte do recordar: “Seneca vangloria-se de ter recitado duzentos versos latinos, que lhe foram ditados, enquanto que outros vangloriavam-se ter recitado muito mais de frente para trás e de trás para frente ”. Ao contrário, a frequentação com Campanella, é referida diretamente pelo Stilese, com o qual Della Porta, em 1590, teve até uma disputa pública, na sala “San Tommaso” do convento de San Domenico Maggiore, justamente sobre o conceito de magia. Não é de se admirar a absoluta falta de referências explícitas aos dois frades dominicanos, considerando o triste destino que tiveram. Seja como for Giambattista pagou a incolumidade física com uma punição ainda pior para ele: a proibição de publicar as suas obras. Com poucas exceções esta durou por toda a vida, não obstante proteções ilustres, como aquelas do cardeal Luigi d’Este, que o quis a seu serviço, e de Federico Cesi, o fundador da Academia dos Linces, com o qual estabeleceu, não obstante a diferença de idade, um eterno relacionamento de estima e amizade. Por causa da interdição inquisitorial, não teve o prazer de ver publicada a summa dos seus trabalhos, a Taumatologia, evolução e completamento da Magia naturalis, como também a Cftirofisonomia e a versão em vulgar da Fisionomia humana, que fez circular com nome falso. De qualquer maneira, as suas obras tiveram, uma ampla difusão em toda a Europa, fazendo dele um dos sábios mais admirados daquele tempo, procurado por soberanos, cardeais e cientistas. É famosa a missão confiada pelo imperador Rodolfo II ao seu capelão Christian Harmius, com a finalidade de convencer Della Porta a ir para Praga, ou pelo menos mandar um seu discípulo que conhecesse os experimentos sobre o lapis philosoporum. §§§ A sua atividade, excessivamente dispersiva, exauria-se na aprovação ou na rejeição de um “segredo”, sem obter nada de sistemático, que não fosse um catálogo ou um apanhado de curiosidades e maravilhas. Isso não significa que, entre as centenas de mirabilia examinadas, fossem encontradas algumas observações originais, como aconteceu com a câmara escura, o microscópio, o telescópio, o imã. A prioridade na projetação do telescópio é um fato certo, porque Della Porta descreveu-o nos mínimos particulares (anos antes que Galilei o apresentasse), e foi confirmado nos versos que Giovanni Fabri, chanceler dos Linces, escreveu na introdução à edição de 1655 do Saggiatore: “Porta tenet primas, habeas Germane secundas: sunt Galilaee tuus tertia regna labor”. Isso preparou uma forte polêmica sobre a atribuição da descoberta, mesmo se com uma admirável honestidade intelectual, Della Porta reconheceu que, daquela “tolice”, Pisano tinha sabido tirar admiráveis observações, das quais ele não tinha sido capaz, mesmo sendo o inventor. O mesmo aconteceu no caso do magnetismo, quando William Gilbert, no De magnete, criticou-o muito, dizendo que era um incompetente. Também neste caso, Della Porta, depois de ter reconhecido corretamente a dívida para com o amigo Paolo Sarpi, que tinha-o informado sobre as observações com relação ao fenômeno, reivindicou com firmeza a sua superioridade: “Um bárbaro inglês, o qual do meu sétimo livro sobre o imã, sendo eu o primeiro que tenha manifestado uma coisa maravilhosa ao mundo que já conhece tantas coisas maravilhosas ; ele transcrevendo todas as minhas maravilhas, como se fossem suas compõe um livro, e para não fazer perceber o furto, e para não mostrar que tenha tirado do meu livro, me ofende sempre, dizendo que as experiências são falsas, ou que ele não as entende, ou mente, e se existe alguma coisa feita por ele, é tudo mentira, vaidade e melancolia; enfim fica louco, e diz coisas ridículas”. Naquele tempo as acusações de plágio eram frequentes, por causa do extremo individualismo dos eruditos, que conservavam muito bem as próprias descobertas tentando, ao mesmo tempo, roubar os segredos dos outros. O principal veículo de troca de ideias era constituído pelos livros, aos quais porém nem todos tinham acesso (principalmente por causa da severa censura eclesiástica), seja no que se refere à publicação, ou à consulta. Della Porta tinha uma visão muito moderna da comunidade científica, convencido do papel das academias no favorecer o trabalho de equipe. Com extremo pragmatismo, dizia que o saber precisa de dinheiro: “É difícil operar sem o suporte de meios financeiros, é preciso enriquecer para poder filosofar e não filosofar para enriquecer”. Eis porque, em desacordo com Cesi, achava que na academia dos Linces, da qual foi inspirador e personagem ilustre, tinham que ser aceitos não só eruditos, mas também príncipes e eclesiásticos dispostos a serem mecenas. Ele tinha experimentado na sua pele: para pagar as dívidas feitas para viagens de pesquisa ou para publicar as suas obras, tinha até mesmo colocado em venda parte do palácio de família. Foi o matrimônio da filha Cinzia com um descendente da nobre família Di Costanzo de Pozzuoli que o salvou da ruína e foi a eles que, com reconhecimento, não obstante as pressões de Federico Cesi que queria que ela entrasse na academia dos Linces, deixou o bem mais precioso: a sua biblioteca. O último dos Di Costanzo, o duque Francesco Maria, a doou, com todo o palácio, para a Deputação do Tesouro de São Genaro. Na sua época, Della Porta era considerado pelos estrangeiros de passagem, como o Vesúvio e os Campos Flégreos, umas das maravilhas a serem visitadas na cidade de Nápoles. Aquela mesma cidade que parece tê-lo esquecido, a julgar pela pouca importância dada ao quarto centenário da sua morte, que recorre neste ano. Bem outra participação registrou o solene cortejo fúnebre, que no dia 4 de fevereiro de 1615 acompanhou-o, para a última saudação, na basílica de São Lorenzo Maggiore, lá onde uma lápide, a qual ninguém mais nota, o recorda. Cobria a urna que recolhe as suas cinzas; sobre ela o brasão dos Della Porta abraça aquele dos Di Costanzo, que aparece também sobre o portão de Via Toledo. A história de Della Porta, como aquela de tantos gênios dos quais o Renascimento foi prodígio, repropõe uma questão fundamental: ou seja, se, a excepcionalidade de um homem deva ser avaliada exclusivamente pela sua sorte póstuma, ou pela contribuição sapiencial que conseguiu fornecer, mesmo sendo em situações hostis e com meios inadequados ou até mesmo inexistentes. A passagem do Renascimento à idade moderna é, sim, uma história de eventos e de ideias mas é também, e sobretudo, uma história de homens que afirmaram, com consciência igual àquela de nenhuma outra época, a dignidade e a potência do intelecto. Guido de Giudice Fonte: a Biblioteca de via Senato - Milão – novembro de 2015 A teurgia dos Oráculos Caldeus Este escrito é o Prefácio da tese de doutorado intitulada "A magia dos oráculos caldeus - questões de lexico e de contexto histórico", apresentada por Álvaro Fernandez Fernandez ao Departamento de Filologia Grega e Eslava da Universidade de Granada (Espanha) em 2011. O título "A teurgia dos Oráculos Caldeus" reivindica a existência de uma religião antiga chamada "teurgia" que se originou com base em uma coleção de revelações divinas conhecidas como “Oráculos Caldeus”, ou apenas Oráculos, e data comumente no final do século II° d.C. Perdida a tradição manuscrita dos Oráculos em uma época imprecisa que, aparentemente, deve ser colocada entre o ano 529 e o século XI° ou XII°, o principal obstáculo para a investigação é, portanto, o estado fragmentário em que os textos são preservados . A estes fragmentos se alcança necessariamente pela tradição indireta: quarenta e dois deles são atestados na Exegese dos Oráculos do bizantino Miguel Psellus; o resto são conhecidos através de citações e depoimentos de autores neoplatônicos entre os quais se destacam para o número de referências, Proclo e Damáscio. Esses mesmos filósofos, juntamente com Jâmblico e outros, também transmitiram para nos notícias existentes sobre a teurgia e os teúrgos. A certeza de que hoje temos sobre a questão histórica da origem dos Oráculos Caldeus é muito pequena ou, na melhor das hipóteses, limitada. A falta de provas concretas torna extremamente difícil contrastar os dados fornecidos por fontes literárias. Muitas vezes, o pesquisador se desenrola em um espaço imaginário repleto de possibilidades, probabilidades e verossimilhanças, onde o acúmulo de detalhes ou, alternativamente, o único detalhe muitas vezes pende a balança do julgamento crítico de uma maneira ou de outra. A análise filológica rigorosa dos textos relevantes e seus termos, o conhecimento geral dos códigos históricos e religiosos daquele tempo, o uso da analogia apropriada e o bom senso são ferramentas necessárias que permitem ao estudioso amplificar às vezes informações a partir de uma dada notícia, e lhe permitem exercer, como funámbulo prudente, exercícios de especulação equilibrados na corda bamba de uma história que tenta recompor-se. Os capítulos I e II deste trabalho são introdutórios. O primeiro, "A teurgia e os Oráculos Caldeus nos séculos XV°-XIX°", é dividido em duas secções. Por um lado, oferece uma escolha de juízos de valor sobre a teurgia provenientes de vários humanistas e que são representativos de tempos passados. Ilustrados por um estudioso da estatura de Gibbon, Kant e Hegel herdaram de intelectuais antepassados uma imagem negativa da teurgia a qual, dividindo-se da autoridade de Santo Agostinho, é equiparada à magia. Tudo isso contribuiu para que as futuras gerações acreditassem em uma idéia distorcida do que realmente foi a verdadeira teurgia. Além disso, a história da transmissão da coleção dos Oráculos Caldeus a partir do momento em que Gemisto Pletão a tinha revelada para a Europa Ocidental sob a seção artificiosa “Oráculos magicos dos discípulos de Zoroastro” exemplificou a sua recepção e influência. No curso dessa história se destacam as novas coleções dos Oráculos feitas por Francesco Patrizi (1591) e Thomas Taylor (1797), os quais aumentaram consideravelmente o número de fragmentos transmitidos por Platão. Além disso, uma visão geral mostra quais temas condicionaram e guiaram a pesquisa da teurgia no início do século XX; a outra demonstra como foi concebida a coleção oracular até o final do século XIX, notando a quantidade e a qualidade dos fragmentos que se formaram. No segundo capítulo, "Historiografia dos Oráculos Caldeus e da Teurgia" descreve-se os primeiros passos da própria pesquisa filológica e histórica moderna, inaugurada por Kroll e Bidez, e é revisto seu desenvolvimento até hoje. Destacam-se os limites, as linhas de pesquisa, as contribuições de vários especialistas e estudiosos, os principais resultados e algumas deficiências. Os Capítulos III-VI referem-se principalmente aos Oráculos. Com o título Oráculos Caldeus abre-se uma via de investigação com o apoio desta hipótese: os diferentes nomes da coleção documentada nas fontes neoplatónicas correspondem a fases sucessivas na história dos Oráculos, e informam sobre a peculiaridade da coleção. Por esta razão distingui-se, comentám-se e valorizam-se as seguintes etiquetas: Nestas duas últimas variantes vimos a prova de um vínculo entre a "Caldéia " e os "Assírios” que não deve ser ignorata. Para a discussão são igualmente relevantes as diferentes fórmulas introdutória com as quais os neoplatónicos citam os fragmentos Caldeus, desde que revelam detalhes relativos a como conceberam os oráculos seus receptores. Por outro lado, esclarece-se quais sentidos tinham no final da antiguidade os termos Oráculos Caldeus, o tipo de Oráculo, o que significa a voz Oráculo. Com base nas informações obtidas, assim, reconstrói-se como elas poderiam trocar o título da coleção apesar da forma original dos oráculos a subsequente Oráculos Caldeus, que envolve várias hipóteses sobre a história do texto. Começando de uma inscrição que recorda o Oráculo de Apameia, em conformidade com o título originário, discute-se a tesis segundo a qual o Oráculos caldeus foram revelados na cidade de Apamea na Síria. Daphne, o subúrbio rico de Antioquia, é outra cidade como uma possível citade candidata dos Oráculos. No quarto capítulo são recolhidas, revistas e discutidas as notícias sobre os supostos autores ou, em última análise os responsáveis pelos Oráculos: "Os dois Julianos, o Caldeu e o Teurgo." De frente às posições mais céticas que questionam a historicidade de ambos os indivíduos ou mesmo a negar a existência deles, são defendidas como figuras históricas, e os problemas em torno da paternidade dos Oraculos são colocados em toda a sua complexidade. Em fechar esta discussão é refutada a hipótese incomum que identifica o teurgo Juliano com Flávio Cláudio Juliano, o último imperador pagão famoso por ter apostatado o cristianismo. No capítulo quinto, "O léxico distintivo da Oráculos Caldeus", compila-se e analisa-se o vocabulário que foi usado na ocasião destas revelações e que, de forma inequívoca, é uma marca registrada da teurgia caldea. O carater do repertório é em grupos de três: os caldeus inventaram neologismos com um real interesse lexicográfico; investigaram aspectos específicos das doutrinas dos caldeus; e a questão da intertextualidade é a destinatária das coincidências léxicais, comprovadas em textos heterogêneos: os Oráculos, por exemplo, parecem ter uma ligeira influência da literatura órfica. No sexto capítulo, "Os Oráculos como texto sagrado" a ascensão dos Oráculos surge no contexto do movimento cabalistico do segundo século. A dissertação tira algumas próprias noções da ciência das religiões: 'canon', 'canônico' 'religião do livro "e" revelação primordial». O conceito "comunidade textual”, por outro lado, leva a discutir se comunidades teúrgicas foram formadas em torno dos Oráculos, fato que a crítica muitas vezes dá como certa, e convida à reflexão sobre o caráter destes circulos. No Capítulo VII trata-se particularmente do significado hermético ocultado atrás de uma etimologia anfibológica. Para começar, são examinados os testemunhos que documentam pela primeira vez a palavra “teologhios” (Oráculos Caldeus, Onomastikon Pollux e Excerpta ex Nicomacho), um neologismo no qual a voz “teologhia” poderia ser secundária, e especificar quais vozes são da sua família lexical. Em seguida, o significado dos termos “teologhion e teologhia” em questão é elucidada a partir de vários pontos de vista: a) de acordo com a oposição tradicional "teurgia/ teologia"; b) tendo em conta que “teologhia” é um nome composto em modo “exocêntrico” e em modo “endocêntrico” de acordo com a relação sintática dos dois membros; c) como caracterização do teurgo como “teopatos” , o que implica que define-se a escala das virtudes neoplatônicas argumentando que a natureza da teurgia era essencialmente mística; e d) de acordo com a conjectura que afirma que “teologia” poderia ser um decalque semântico do hebraico “ma'aseh Merkava” “obra do Carro", ou, por metonímia, "obra de Deus". O significado dos quatro termos que são por vezes usados como sinônimos de “teologia” aparece em contextos teúrgicos: Enfim: a voz rara, “teoforia” por sua vez, não necessariamente pertence ao vocabulário teúrgico. Fonte: http://digibug.ugr.es/handle/10481/20325#.Vn-35NBywi8 Álvaro Fernández Fernández Tradução do espanhol de Helion VESTÍGIOS DESCOBERTOS DE UMA CIVILIZAÇÃO PERDIDA QUE SURGIU ANTES DO APARECIMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA Um grupo de arqueólogos realizou uma extraordinária descoberta no coração da Amazônia: os perímetros de centenas de monumentos geométricos deixados por uma civilização desconhecida que surgiu antes da atual floresta pluvial. Um estudo publicado na revista “Proceedings of National Academy of Sciences” traz a descoberta de uma série de misteriosas linhas e formas geométricas gravadas no solo da Amazônia. Segundo quanto diz a “Discovery News”, os vestígios remontam há milhares de anos, antes que a floresta pluvial amazônica assumisse a forma atual. Qual cultura tenha criado estas estruturas e qual seria o seu objetivo ainda é um mistério, mas tal descoberta abre um novo capítulo sobre as culturas pré-históricas do Rio Amazonas, antes da chegada dos europeus. Além disso, a descoberta dá nova luz à história evolutiva da floresta amazônica: o problema é aquele de entender se e quando as populações pré-históricas alteraram a paisagem na Amazônia e de que maneira influenciaram a sua evolução. Os primeiros vestígios de fundações foram descobertos em 1999, depois que grandes áreas de floresta incontaminada foram canceladas para dar lugar à pastagem para o gado. Desde então, foram encontrados vestígios de centenas de estruturas em uma região com mais de 240 km de diâmetro, do norte da Bolívia, até o estado brasileiro do Amazonas. Como diz o “Ancient Origins”, as fossas foram esculpidas nos terrenos ricos de argila da floresta amazônica e em geral as medidas são 9 metros de largura por 3 metros de comprimento. A fossa maior é representada por um incrível anel com um diâmetro de 300 metros. Os “geóglifos” podem ser individuados nas zonas sem árvores utilizando Google Earth. A maior parte dos vestígios estão agrupados em um planalto de mais ou menos 200 metros de altura, o que faz supor aos cientistas que a posição fornecia uma vantagem de defesa aos habitantes. Todavia, alguns cientistas presumiram que os monumentos pudessem ter uma função cerimonial, por causa da configuração altamente simbólica dos túmulos. “Seja como for, é evidente que a zona era densamente populada por pessoas relativamente sedentárias, antes do contato com os europeus”, explica Denise Schaan da Universidade Federal do Pará, no Brasil, e coautora do estudo. A doutora Schaan acha que a construção de estruturas semelhantes teria exigido a participação de pelo menos 300 pessoas. Isto indica uma população regional de pelo menos 60 mil pessoas. Então, o Rio Amazonas tinha muitas sociedades complexas em uma época muito remota. As escavações de alguns lugares revelaram a existência de habitações permanentes, graças à descoberta de cerâmicas domésticas, carvão e a lapidação de fragmentos de pedra. Os resultados provocam sérias dúvidas nos estudos precedentes, segundo os quais a zona possuía somente pequenos vilarejos temporâneos. Na época da primeira descoberta dos “geóglifos”, achava-se que eles remontavam ao ano 200 d.C. Todavia, o recente estudo revelou que na realidade os vestígios são muito mais antigos. Graças às análises de algumas amostras retiradas em dois lagos próximos a alguns terraplenos, John Francis Carson, autor do estudo e post-doutorado na Universidade de Reading no Reino Unido, pôde estabelecer uma idade de mais ou menos 6 mil anos. Os sedimentos, de fato, contêm grãos de antigos pólens e vestígios de carvão de antigos incêndios ocorridos há muito tempo, revelando informações sobre o clima e o ecossistema que existia quando o sedimento se formou. Os resultados sugerem que os sedimentos mais antigos não vêm de um ecossistema típico da floresta pluvial. Isso demonstra que a paisagem amazônica daquela época era muito mais semelhante à savana africana do que à luxuriante floresta de hoje. “O pólen daquele período de tempo provém sobretudo de ervas e poucas espécies resistentes à seca”, continua Carson. “Após mais ou menos 2 mil anos, sempre mais pólen de árvore aparece nas amostras, com uma diminuição das espécies resistentes à seca e um aumento dos sempre-verdes. Estas mudanças foram em grande parte favorecidas pelo aumento das precipitações”. Carson e colegas também quiseram aprofundar a questão se os primeiros Amazonenses impactaram de alguma forma a evolução da floresta. “Os vestígios deixados no terreno são anteriores à mudança da flora amazônica. Os Amazonenses criaram as estruturas antes que a floresta surgisse entorno deles”, explica o pesquisador. “As populações continuaram a viver na zona enquanto a área do bosque se ampliava. Provavelmente, eles mantiveram regiões desmatadas entorno de suas estruturas”. Segundo os pesquisadores, esta conclusão tem uma sua lógica intrínseca: é mais fácil cortar uma arvorezinha do que uma árvore amazônica grande com um machado de pedra. “É muito provável que as pessoas possam ter provocado alguma consequência na composição da floresta”, continua Carson. “As pessoas podem ter favorecido o crescimento de espécies comestíveis, alterando os terrenos, a química do solo e a sua composição”. Então, “as pessoas influenciaram o sistema climático global através do uso do território não só nos últimos 200-300 anos, mas durante milhões de anos”, conclui Carson. Parece que a pesquisa abra um novo capítulo na compreensão da história evolutiva da Floresta Amazônica e sobre as populações pré-históricas que a habitaram, cuja identidade continua sendo um autêntico mistério. Mas como admitem Carson e seus colegas, “este tipo de estudo na Amazônia só está começando”. Fonte: http://www.ilnavigatorecurioso.it/2014/07/17/scoperte-tracce-di-una-civilta-perduta-sorta- prima-della-comparsa-della-foresta-amazzonica/

Description:
barbaramente me ofendem, os quais acham que eu seja Mago, palavra esta da qual eu sempre tive apareceram publicados, sempre por vontade de Evola, alguns escritos do mago inglês Aleister Crowley, que. Massimo tradição cabalística (Cfr. P. Vulliaud – La Kabbale Juive; T. 1, pág. 99).
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