Jacques Lacan Basta que voces olhem em Roma a est tua Lacan de Bernini para compreenderem logo que o SEMI-NARIO ela esta gozando, Santa Tereza, nao ha du- , vida. E do que e que ela goza? Eclaro que e livro 20 o testemunho essencial dos m(sticos justo- ARlO mente de dizer que eles experimentam, mais, ainda 0 0 mas nao sabem nada dele. Essas jacula<;oes m(sticas, nao e lorota n m Texto estabeleci do par e s6 fala<;ao, em suma que se pode ler de Jacques-Alain Miller 0 melhoL Podem par em rodape, nota - Acrescentar as Escritos de Jacques Lacan, porque e da mesma ordem. a que se tentava no fim do secu10 passado, no tempo de Freud, que eles procuravam, 0 toda sorte de gente brava no drcu 10 de Charcot e dos outros, era carregar a m(stica para as questoes de foda. Se voces olharem de perto, de modo algum nao e isto. Ess gozo que se experimenta e do qual nao sa e sabe nada, nao ele que nos coloca na via 0 da ex-sistencia? E por que nao interpretar uma face do Outro, a face Deus, como su- portada pelo goze feminino? ISBN 85-7110-491-3 111111111111111111111111 9 788571 104914 [.J.Z· E] Jorge Zahar Edit()r Jacques Lacan CAMPO FREUDIANO , NO BRASIL OSEMINARIO Coleyao dirigida porJacques-Alain eJudith Miller Assessoria brasileira: Angelina Harari livro 20 JacquesLacan AlainJuranville o Senlinario Lacan e a Filosofia Livro I: OsescritostecnicosdeFreud EricLaurent mais, ainda Livro 2:0 eunateoriadeFreudena Versoes da Clfnica PsicanaHtica~1 tecnicadapsicanalise SergeLeclaire Livro 3: Aspsicoses o Pais do Dutro Livro 4: Arela«;iodeobjeto Livro 7:Aeticadapsicamilise RosineeRobertLefort Livro 8: Atransferencia Marisa (em preparat;iio) Texto estabelecido por Livro II: Osquatroconceitos DominiqueeGerardMiller Jacques-Alain Miller fundamentaisdapsicanalise Psican&lise as 1,8:I5h Livro 17:0 avessodapsicanalise GerardMiller(org.) Livro 20: Mais,ainda Lacan Os COlDplexos FalDiliares Jacques-AlainMiller na FOrIDa~iio do Individuo Percurso de Lacan Televisiio MatelDas I JacquesLacanetal. JudithMiller(org.) A Querela dos Diagnosticos A Crian~a no Discurso Analftico AMP CatherineMillot COIDOTerIDinalD as Analises Freud Antipedagogo Os Poderes da Palavra AntonioQuinet SergeAndre As 4+I Condi~oes da Analise A IlDpostura Perversa StuartSchneiderman o que Quer UlDa Mulher? Jacques Lacan - a 1D0rte de UIDheroi intelectual PaulBercherie Os FundaJDentos da Clinica MichelSilvestre AJDanhii. a PsicanaIise SergeCottet Freud e 0 Desejo do PatrickValas Psicanalista Freud e a Perversiio Jorge lahar Editor IRMA(Funda~iiodoCampoFreudiano) RogerWarteleoutros Rio deJaneiro CHnica Lacaniana PsicossolDatica e PsicanaIise Titulo original: Le Seminaire deJacques Lacan. Livre XX: Encore Traduyao autorizada daprimeira ediyao francesa publicada em 19.75por Editions du Seuil, de Paris, Franya, nacoleyao LeChamp Freudien, dirigida mais, ainda atualmente por Jacques-Alain eJudith Miller Copyright © 1975, Editions du Seuil 1972-1973 Copyright ©1985 da ediyao brasileira: Jorge lahar Editor Ltda. ruaMexico 31 sobreloja 20031-144 RiodeJaneiro, RJ tel.: (021) 240-0226/ fax: (021) 262-5123 Versao brasileira de Todos osdireitos reservados. Areproduyao nao-autorizada desta publicayao, notodo M.D. Magno ouemparle, constitui violayao do copyright. (Lei 5.988) Ediyao para 0Brasil. Primeira ediyao brasileira: 1982 Segunda ediyao revista: 1985 Reimpress6es da2' ediyao: 1989, 1993, 1996 Revisao da traduyao: Potiguara M,da Silveira Jr. CIP-Brasil. Catalogayao-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Lacan, Jacques, 1901-1981. L129s oSeminario: Livro 20: mais, ainda /Jacques Lacan; 2.ed. texto estabelecido porJacques-Alain Miller; versao brasi- teira de M.D. Magno. - 2' ed. - Rio de Janeiro: Jorge lahar Editor, 1985. Traduyao de: Leseminaire, livre XX Primeira ediyao pela Jorge lahar Editor ISBN85-85061-04-9 1.Freud, Sigmund, 1856-1939 - Crftica einterpreta- yao. 2. Psicanalise. I. Miller, Jacques-Alain. II. Magno, M.D.. III.Titulo. I Do Gozo ;.................. 9 II A Jakobson 24 III A Func;ao do Escrito 38 IV 0 Amor e 0 Significante 53 V Arist6teles e Freud: A Outra Satisfac;ao 70 t VI Deus e 0 Gozo d' Mulher 87 VII Letra de uma Carta de Almor 105 VIII a Saber e a Verdade 121 IX Do Barroco 142 X Rodinhas de Barbante 160 XI 0 Rato no Labirinto 187 01'7l () jJ!) (.g,{f:Y ------ D;; U",'ILJ Me aconteceu nao publicar A Etica da Psicana- Lise. Naquele tempo, era em mim uma forma de po- lidez - voce primeiro, eu lhe imploro, eu lhe em- pioro ... Com tempo, aprendi que podia dizer sobre 0 isto urn pouco mais. E, depois, percebi que que 0 consti tufa meu caminhar era da ordem do nao q_uero saber de _da_dism.- r :It sem duvida isto que, com 0 tempo, faz com L, t.,..... )1.. ,):, O"JL-"VOLv\,,, dh NO 'V' ot<?n""L!l0 I IV,rT'lt".~1/;;" que ainda eu esteja ai, e que voces tambem, voces estejam ai. Sempre me espanto com isto ... ainda. -~.i{ S""I'-\""ItJ1.L~ ,\,V, 5,1\ l"J "r"'wthc~I,".;jCI-;;~JV,+. o e que ha algum tempo me favorece que ha tambem em voces, na grande massa dos que estao ai, e urn nao quero saber de nada disso. S6 que, e af que "":'\..?'l "I.. 1)C"L t,... "..0 I~f,,- Vi 'lyo esta tudo, sera mesmo? 0 ......., I1Al V\'<-h J.o UQ1J C-.,- ~ U"i o nao quero saber de nada disso de voces, de urn certo saber que lhes e transmitido por migalhas, e sera disso que se trata em mim? Eu nao creio, e por me suporem partir de outro lugar, que nao de 0 voces, nesse nao quero saber de nada disso, que voces se encontram ligados a mim. De sorte que, se e ver- dade que, em rela9aO a voces, so posso estar aqui em posi9aO de analisando do meu nao quero saber de nada disso, da ui ate que3JlCeS- atinj.am mes 0 0, havera urn a amento. E mesmo isto que faz com que so quando de 0 voces lhes aparece como suficiente voces possam, se sao analisandos meus, se destacar normalmente da analise de voces. Concluo dai que nao ha, contraria- reito, resta velado, ou seja, daquila que ali se faz ' mente ao que se emite, nenhum impasse de minha nessa cam,.a - estreltar-se. Parto do limite de urn . ' posi9aO de analista com 0 que fa90 aqui. llmite do qual com efeito e preciso partir para se ser serio, quer dizer, para estabelecer a serie daquilo que se esta aproximando. Esclarecerei com u!lla palavra a relayaa do ~ireito com gozo. '--usufru e uma n09ao de di- Ano passado, intitulei 0 que acreditava poder 0 reito, nao e? - reune numa palavra que ja evoquei lhes dizer - ... ou pior, pois - Is' suspira, ou pior, 0 em meu seminario sobre a etica, isto e, a diferenya issopira, iss'ouspiora. Isso nao tern nada a ver com que ha entre l<5lifil"e ozo. 0 util, serve para que? eu ou tu - eu nao te ouspioro, nem tu me ouspioras. E que nao fOiJamaiS15em definido, por razaa do NOSSOcaminho, 0 do discurso analltico, so progride 0 respeito prodigioso que, pelo fato da~m, por esse limite estreito, por esse corte de faca, que 0 f ser falante tem pelo que e um@~ 0 sufr guer faz com que, alhures, isso so possa se ouspiorar. E esse discurso que me suporta e, para recome- dizer que podem gQz de nossos meios mas ue nao evemos enXO-'lalha-1os..Quando temos usufruto 9a-Io este ano, vou primeiro supor voces na cama, uma cama de pleno uso, de casal. Ideuma heran9a, podemos gozar dela, com a condi9aO A alguem, urn jurista, que havia mesmo querido lde nao gasta-Ia demais. E nisso mesmo ue esta a inquirir-se sabre que e meu discurso, acreditei poder essencia do direito - re artir distribuir, retribuir, 0 responder - para faze-Io sentir, a ele, 0 que e 0 seu o que diz res eito ao gozo. .;-p fundamento, a saber, que a linguagem nao e 0 ser o que e, 0 0 o. Aqm ele see reduz a ser apenas "~':~(l","Q~""' \..'(, falante - que eu nao me achava deslocado por ter uma nstancia negativa. 0 gozo aquilo que nao ser- 'lo ,I' -.t. que falar numa faculdade de direito, pois e onde a ve para nada. ,l <c/ ,"c-' existencia dos codigos torna manifesta a lingua- AreU"aponto a reserva que implica 0 campa do 9 direito-ao-gozo. direito nao e 0 dever. Nada for9a gem, isto se mantem la, a parte, constituido ao correr ninguem a gozar, senao superego. 0 superego e_o'l-~"~ das eras, ao passe que 0 ser falante, 0 que chamamos 0 e ~erativo do gozo - Goza! ~\" os homens, bem outra coisa. Entao, come9ar por E ai mesmo gue se acha_ ,ponto giratorio ue supor voces na cama, exige que, a respeito, disso eu 0 discurso analltico interr.Qga. Sobre es e caminho, me desculpe. naquele tempo do voce primeiro, que deixei passar, Eu nao descolarei dela, dessa cama, hoje, e lem- tentei mostrar que a analise nao nos permitia nos brarei ao jurista qu~, n_o)undo, direito fala do ue 0 apegar aquilo de que eu havia partido, certo que res- vou lhes falar - ,=g9~Q peitosamente, ou seja, a Etica de Aristoteles. Urn o direita nao desconhece a cama - tomem por deslizamento no curso dos tempos se fez, deslizamen- exemplo esse born direito consuetudinario, no qual e to que nao progresso, mas contorno, que, da con- se funda 0 uso do concubinato, 0 que quer dizer dei- sidera9ao do ser, que foi a de Aristoteles, conduziu tar junto. De minha parte, vou partir do que, no di- a ao utilitarismo de Bentham, quer dizer, teoria das 12 MAIs, AINDA (l~"-""l<::V'(,l1 t1 Sb.'.IvlJM.Il« e ficgoes, demonstrando, da lingu~em, 0 valor de uso, da, 0 nom Dr6 rio dessa falha de onde no Outro, ou seja, estatuto de utensilid. E dai que tornei a Earte a aemanda do am..Qr. 0 interrogar'Sobre Dque ~o bem supremo como Entao, de onde parte que e capaz, .de maneira 0 objeto de contemplagao, a partir do que acreditou-se nao necessaria, e nao suficiente, de responder pelo antes poder-se edificar uma etica. gozo do corpo do Outro? a Deixo-os entao nessa cama, inspiragao de vo- Nao e do amor. E daquilo que, ano passado, ins- ces. Saio, e mais uma vez escreverei na porta, a fim pirado de certo modo pela capela de Sainte-Anne que de que it saida, talvez, voces possam sacar de novo me carregava no sistema, me·deixei chegar a chamar os sonhos que tiverem prosseguido nessa cama. Es- o amuro. a creverei a frase seguinte - Gozo do Outro, do Ou- O--amuro.' que aparece em signos bizarros no 0 "mio tro com A maiusculo, do cora do Dutro q'J,le_osim- cor.QQ. esses caracteres sexuais que vem do alem, -- ~~_O-sig.no_dO--.aJJ.lQr. desse local que temos acreditado podermos ocular no microscopic sob a forma de germen - a respeito do qual farei voces notarem que nao se pode dizer que seja a vida, pois aquilo tambem porta a morte, a mor- Escrevo isto, e nao escrevo depois terminado, te do corpo, por repeti-lo. E de la que vem 0 mais 0 em-cor -Sl...h._inda. E por-tanto falso dizer que ha 0 nem amem, nem assim seja. separagao do soma e do germen, pois, por alojar esse lLamor, certamente, !E..zsigno, e ele e sempre germen, corpo leva seus tragos. Ha tragos no 0 reciproco. - amuro. Coloquei isto ha muito tempo, muito suavemen- e Muito bern, sac tragos apenas.O ser do corpo te, dizendo que, os sentimentos, isto sempre re~i- certamente que e sexuado, mas e secundario, como se proco. Era para que isto me retornasse - E entao, diz. E como a experiencia demonstra, nao e desses 0 e entao, e 0 amor, e 0 amor, ele e sempre reciproco? tragos que depende gozo do corpo, no que ele sim- - Mas eclaro, mas eclaro! Emesmo por isso que se 0 boliza Outro. 0 inventou inconsciente - para se perceber que, 0 0 Ai esta que adianta a mais simples considera- 0 desejo do homem, e desejo do Outro, e que amor, 0 0 gao das coisas. se ai esta uma paixao que pode ser ignorancia do Do que e que se trata entao no amor? 0 amor, desejo, nao menos Ihe deita toda a sua poja. Quar;do sera que - como promove a psicanalise com uma se olha para la mais de perto, veem-se as devastagoes. audacia tanto mais incrlvel quanto isto mais vai con- Qwo - ozo do corIlo Outro - resta, ele, 0 tra toda a sua experiencia, e quanto mais ela demons.- uma questao, porque a resposta que ele pode cons- tra contrario - amor, sera que e fazer urn s6? e 0 0 tituir nao necessaria. Isto vai mesmo mais longe. Eros, sera ele tensao para Urn? 0 Nao e nem mesmo uma resP9st~ sUf~ciente, porque Ha muito tempo que so se fala disso, d~ o amor demanda amor. Ele nao delxa de deman- Ha 0 Um, com este enunciado e que dei suporte ao'nreU' da-lo. Ele 0 demanda ... mais ... ainda. frlais, ain- discurso do ana passado, e certamente nao para con- ~ fluir nessa confusao original, pois desejo s6 nos 0 a conduz visada da falha, quando se demonstra que o Um s6 se agiienta pela essencia do significante. Se E claro.que que aparece nos corpos, com essas 0 interroguei Frege na partida, foi para tentar demons- formas enigmaticas que sao os caracteres sexuais - trar a hiancia que ha entre esse Um e algo que se que saa apenas secundarios - faz ser sexuado. Sem 0 e prende ao ser e, por tnis do ser, ao gozo. duvida. Mas .Q...§.ill: Q g.QZ cor 0 como tal gu,g, Posso.lhes contar uma estorinha, a de uma pe- <jj.zer,como assexuado ,-POis-o-que.-chamamoS-.d.e.-..ga.w e e riquita que estava enamorada de Picasso. Como sexual marcado, dominadQ,_pda-.irn.possibili~de de! que se via isso? Pela maneira como ela mordiscava estabelecer com al em_p.acte...alg.uma-<iO-Ell1.l!Lcia- o colarinho da sua camisa e as abas do seu palet6. vel, esse tinico U gue nos interessa Um da rela ao 0 e Essa periquita estava de fato enamorada do que sexu 1. essencial para 0 homem, isto e, sua maneira bizarra E 0 que demonstra 0 discurso analltico, no que, de se vestir. Essa periquita era como Descartes, para para um desses seres como sexuados, para homem 0 quem os homens eram habitos em... pr6-movimen- enquanto que provido do 6rgao dito talico - eu dis- to, de passeio. Os habitos, eles promoveem aquele mo- se dito -, 0 sexo corporal, 0 sexa da mulher - eu vimento - quando se os tira. Mas apenas mito, disse da mulher, embora justamente nao exista a um mito que vem convergir com a cama de ha pou- e mulher, a mulher nao toda - 0 sexo da mulher co. ~..QLRO _ uando ele esta sem as rou- nao the diz nada, a nao ser por intermedio do gozo pas, deixa intata a ~estao_do ue faz Um, uer 0 do corpo. izer da' entificaQao. A periquita se identificava o discurso analltica demonstra - permitam-me ~Picasso vestido. dize-Io desta forma - que Falo e a objeGaode cOns- 0 o mesmo acontece com tudo que diz respeito ao ciencia feitlL..1.1llLdos dois seres sexuados, ao ser- amor. 0 habito ama monge, porque e por isso que 0 viQoa ser prestado ao outro. eles SaDapenas um. Dito de outro~, que ha 0 que nao me falem dos caracteres sexuais se- sob habito, e que chamamos d~ talvez seja 0 cundarios da mulher, porque, ate nova ordem, SaD apenas esse resto gue charn..o.de ob'eto a. os da mae que primam nela. Nada distingue a mu- o que faz agiientar-se a imagem, e um :es~o. ~ lher como ser sexuado senao justamente sexo. 0 analise demonstra que amor, em sua essenCla, e 0 Que tudo gira ao redor do gozo falica, e Ereci- n_a_r_c_ls_ei_dcoen, uncia que a substancia do preten.so amente de que da testemunno a ex enencIa ana- 0 objetal=- papa furado - e de fato que, no deselo, 0 l!.!ka, e testemunho_de..-que-a_m1!!ller _~edefine or e resto, isto e, sua causa, e esteio de sua insatisfaQao, uma posiQao ue a ontei com 0 nao-todo no ue se se nao.de sua impossibilidade. refere aa gozo falico. e ..Q amor impotente, a..in.<ia......que_ltree;ci.iaproco, e Vou um pouco mais longe - gozo falico e 0 0 ~que ele ignora QU~ a ~a 0 es~ej-o...d.•e ser Um, obstaculo pelo ual homem nao_~, eu diria,. a 0 o que nos conduz ao ImpassIVel de estabelecer a rela- gozar corpo da mulher, recisamente orgue e 0 0 ~ .. A relaQao dos quem? - Q,ois sexos. que ele goza e do gozo do orgao. E por isso que 0 superegl , tal como apontei ha guarda a alternativa de sermos tao bestas quanta a e pouco com 0 Goza!, :ecorrelato da castragfu:>, que periquita de ha pouco. Entrementes, olhemos de o .gno_com que se paramenta a confissao de "Quea perto que nos inspira a ideia de que, no gozo dos 0 gozo do Outro, do corpo do Outro, s6 sJLI2rQmo Ilela corpos, gozo sexual tenha esse nrivile io de ser es- 0 minefinnoitsu,de. Vou dizer qual- aquela, nem mais nem pecificad2-~pas~ que da suporte ao paradoxa de Zeniio. ~se espago do gozo, tomar algo de circunda- Aquiles e a tartaruga, tal e 0 esquema do gozar do, de fechado, e urn lugar, e falar dele, e uma topo- de urn lado do ser sexuado. Quando Aquiles da urn logia. Num escrito que voces verao pUblicado. como passo, estica seu lance para junto de Briseida, esta, pOllta do meu discurso do ana passado, creio demons- tal como a tartaruga, adiantou-se urn pouco, porque trar a estrita equivalencia de topologia e estrutura. e e ela nao toda, nao toda dele. Ainda falta. E pre- Se nos guiamos por isto, que distingue anonima- 0 0. e, ciso que Aquiles de 0 segundo passo, e assim por dian- to disso de que falamos como gozo, isto 0 qu or- .<' e e te. Foi assim mesmo que, em nossos dias, mas s6 dena direito uma geometria. Uma geometria: 0 J"''''' , V em nossos dias, chegou-se a definir 0 numero, 0 ver- a hetero. eneidade do lu ar 9Q.erdizer que_ a-ll!.ILht dadeiro, ou, para dizer melhor, real. Porque que 0 0 ar do Outro. Desse lugar do Outro, de urn sexo co- e Zenao nao tinha visto que a tartaruga, tambem mo Outro, como Outro absoluto, que e que nos per- 0 ela, nao esta preservada da fatalidade que pesa sobre mite colocar mais recente desenvolvimento. da to- 0 Aquiles - a passa dela, tambem, e cada vez menor, pologia? /" '\'l(\o"",,, 'J-/ ~Il", <. - 'J..,,?)~",,,•••0;, e naa chegara jamais aa limite. E dai que se define Colocarei aqui termo £o1iif)acifa?1.e>. Nada mais 0 urn numera, qualquer que ele seja, se ele e real. Urn compacta do que uma falha, se e bem claro que a in- e e numero tern urn limite, e nest a medida que ele tersegao de tudo que se fecha sendo admitida como infinito. Aquiles, e bem claro, s6 pode ultrapassar a existente num numero infinito de conjuntos, dai re- tartaruga, naa pode juntar-se a ela. Ele s6 se junta sulta que a intersegao implica esse nu.mero infinito. a ela na infinitude. . a definigao mesma de compacidade. Ai esta a dita para a que concerne ao gozo en- e Essa intersegao de que falo aquela que colo- e quanto. sexual. De urn lado, gozo marcado or 0 quei ha pouco como sendo aquilo que cobre, que faz esse furo que nao the deixa outr i senao a do gozo a obstaculo· relagao sexual suposta. fallco. outro lado sera que al pode ser atin ido, 0 0 e Apenas suposta, pais que eu enuncio que a dis- que nos dir.ia_como_aquilo_que ate a s6 falha, Ul curso analitico s6 se sustenta elo enunciado e lle hi.ancia, no. gM;o,_s.eria realizado? e nao ha, de que impossivel colocar-se a rela ao se- Eo que, coisa singular, s6 pode ser sugerido por ~11 a que se escoram os avangos do discurso e illS apercepgoes muito estranhas. Estranho uma pala- analitico, e e por isso ai que ele determina que e 0 vra que tern a ver com estrangeiro, que poderia ser realmente do estatuto de todos os outros discursos. estranjo, podendo decompor-se como estar-anjo - e, Este nomeado, ponto que cobre a impossi- 0 ser-anjo. E mesmo alga contra 0 que nos poe em bilidade da relagaa sexual como tal. 0 gozo, enquan- e to sexual falico, uer dizer, ele nao se relaciona..ao a ser sexuado dessas mulheres nao-todas nap passa au tro como tal. pel? cor mas p-el que re§1l.lta de uma eXigenc~ 0 Sigamos complemento desta hipotese de com- 0 loglca na fa§. Com efeito, a logica, a coerencia ins- pacidade. crita no fato de existir a linguagem e de que ela esta e Uma formula nos dada pela topologia que qua- fora dos corpos que por ela san agitados, em suma, lifiquei de a mais recente, tomando partida de uma o Outro que se encarna, se assim se pode dizer, como logica construida sobre a interrogac;ao do numero, a ser sexuado, exige esse uma a uma. que conduz instaurac;ao de urn lugar que nao e 0 e e E ai que esta estranho, fascinante, caso de urn espac;o homogeneo. Tomemos mesmo espa- 0 0 0 0 c;ocircundado, fechado, suposto instituido - equi- de se dizer -.- essa exigencia do Urn, como ja 0 Par- .f:.,} 0 e valente do que coloquei ainda ha pouco da interse- 17]erLides nos odia fazer I!rever, do au tro que ela ./ /'" c;ao estendendo-se ao infinito. A sup6-lo recoberto g.i. Aonde esta 0 ser, ha exigencia de infinituae. .1 e de conjuntos abertos, quer dizer, excluindo seu limi- Retornarei sobre 0 que desse lugar do Outro. te - limite e que se define como maior que urn Mas, desde agora, para fazer imagem, ilustrar 0 0 YOU ponto, menor que urn outro, mas em nenhum caso isto para voces. igual nem ao ponto de partida, nem ao ponto de che- Sabemos bastante como os analistas se diverti- gada, para imajar isto rapidamente para voces - de- ram em torno de Don Juan; de quem eles fizeram de monstra-se que e equivalente dizer que 0 conjunto tudo, inclusive, 0 que e 0 cumulo, urn homossexual. desses espac;os abertos se oferece sempre a urn sub- Mas, centrem-no sobre que acabo de imajar para 0 recobrimento de espac;os abertos, constituindo uma voces, esse espac;o do gozo sexual recoberto por con- e, finitude, isto que a serie dos elementos constitui juntos abertos que constituem uma finitude e que, uma serie fini ta. finalmente, se contam. Voces nao veem que essen- 0 Voces podem notar que eu nao disse que eles san e cial no mito feminino de Don Juan que ele as tern contaveis. E, entretanto, e que implica termo fi- 0 0 uma a uma? nito. Finalmente, os contamos, urn a urn. Mas, an- Ai esta que e outro sexo, sexo masculino, tes de chegar a isto, sera preciso que ali se ache uma 0 0 0 para as mulheres. Nisto a imagem de Don Juan e ordem, e devemos dar urn tempo antes de supor que capital. essa ordem seja encontravel. Em todo caso, que e que implica a finitude Das mulheres, a partir do momenta em que ha 0 demonstravel dos espac;os abertos capazes de reco- os nomes, pode-se fazer uma lista, e conta-Ias. Se e brir espac;o circundado, fechado no caso, do gozo ha mille e tre mesmo porque podemos toma-Ias uma 0 e e sexual? Que os ditos espac;os podem ser tornados urn a uma, 0 que essencial. E coisa completamente a urn - e porque se trata do outro lado, ponhamos diferente do Urn da fusao universal. Se a mulher nao no feminine - uma a uma. fosse nao-toda, se em seu corRo ela nao Lo.sse nao-to- :Itmesmo isto que se produz no espac;o do gozo d'acomoser sexuado, nada disso se aguentaria. sexual - que por este fato se verifica ser compacto.
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