Investigação sobre as referências de schön no contexto do gt 8 na anped sul 2010/2012

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Investigação sobre as referências de schön no contexto do gt 
8 na anped sul 2010/2012 

Resumo   
Este  estudo  tem  o  objetivo  de  compreender  as  Alexandre José Krul 
contribuições dos artigos sobre formação de professores  Universidade Regional do Noroeste do  
que citam as ideias e teorias de Donald Schön. Na análise  Estado do Rio Grande Do Sul 
das ideias de Donald Schön, percebemos que muitas destas  [email protected] 
baseiam‐se  em  John  Dewey.  O  que  fez  com  que   
buscássemos também as leituras de Dewey para melhor   
compreender as relações entre estes autores, e o contexto  Rúbia Emmel 
em que se originaram as ideias de Schön. Com base na  Universidade Regional do Noroeste do  
leitura dos artigos, através da Análise Textual Discursiva  Estado do Rio Grande Do Sul 
(MORAES e GALIAZZI, 2006) foram identificados 29 artigos  [email protected] 
com a palavra “Schön”. O estudo possibilitou a análise e a   
identificação  nos  artigos  de  termos  de  Donald  Schön:   
Reflexão na/sobre a ação (15 artigos); Prática Reflexiva (9   
artigos);  Conhecimento  na  ação  (9  artigos);  Professor   
reflexivo (8 artigos); Epistemologia da prática (3 artigos). 
Para um entendimento de forma contextualizada buscamos 
seu fundamento na teoria de John Dewey, bem como uma 
análise  a  fim  de  compreender  as  relações  entre  estes 
autores. Após a análise, o que se percebe é que os artigos 
demonstram  que  há  preocupação  de  se  estabelecer 
conceitos, conteúdos e diferentes olhares que contribuam 
ainda, para a construção de novos estudos, vislumbrando a 
formação de professores ressignificada pela perspectiva de 
uma educação reflexiva. 

Palavras‐chave: Educação Reflexiva. Formação de 
Professores. Pesquisa em Educação. 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.1
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Introdução 
Ao reconhecermos e estudarmos as pesquisas sobre a formação de professores no 
Brasil, observamos que há um aumento significativo e constante destas, observando, por 
exemplo,  o  crescente  número  de  artigos  no  Grupo  de  Trabalho  08:  Formação  de 
Professores, dos Seminários da Associação Nacional de Pesquisa em Educação, da Região 
Sul (ANPED SUL). Logo, são muitas as referências para este tema de pesquisa. Neste 
artigo  analisamos  Donald  Schön,  autoria  que  tem  sido  muito  estudada  no  Brasil, 
referenciado na formação de professores, pela proposta da formação de profissionais 
reflexivos. 
Este artigo busca compreender como as pesquisas em artigos sobre a formação de 
professores  referenciam‐se  em  Donald  Schön?  Que  termos  e  ideias  do  autor  são 
refletidos nas pesquisas? Tais questionamentos originaram o objetivo de compreender as 
contribuições dos artigos sobre formação de professores que citam as ideias e teorias de 
Donald Schön. 
Na análise das ideias de Donald Schön, percebemos que muitas destas baseiam‐se 
em John Dewey. O que fez com que buscássemos também as leituras de Dewey para 
melhor compreender as relações entre estes autores, e o contexto em que se originaram 
as ideias de Schön. 

Metodologia 
Esta  investigação  apresenta  elementos  da  abordagem  qualitativa,  pesquisa 
documental  (LÜDKE;  ANDRÉ,  1986),  através  da  análise  textual  discursiva  (MORAES; 
GALIAZZI, 2007), possibilitando a realização de uma investigação das publicações sobre a 
formação de professores nos anos de 2010 e 2012, nos anais da VIII (2010) e IX (2012) 
Seminário da Associação Nacional de Pesquisa da Região Sul e a abordagem sobre a 
teoria de Donald Schön. 
Para Moraes e Galiazzi (2006): 

Todo o processo da análise textual discursiva, e de modo especial a 
unitarização,  constitui  exercício  de  produção  de  novos  sentidos, 
processo no qual, pela interação com outras vozes o pesquisador atualiza 
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sentidos expressos. A desconstrução total nunca é atingida, exigindo  l
constantes decisões sobre o encaminhamento do processo (p. 125). 

Usamos desse método de investigação para analisar a abordagem realizada pelos 
autores sobre a formação de professores para, segundo Lüdke; André (1986, p. 38) 
aproveitar‐se  dessa  técnica  de  abordagem  de  dados  qualitativa  a  fim  de  desvelar 
aspectos de um tema ou problema. 
A  pesquisa  constituiu‐se  de  uma  análise  de  artigos  publicados,  na  Associação 
Nacional de Pós‐Graduação e Pesquisa em Educação da Região Sul nos anos de 2010 e 
2012. Esses documentos possuem acesso público, e são usados nesse estudo para analisar 
e discutir a temática respeitando os princípios éticos. 
Conforme Lüdke; André (1986) a pesquisa documental é processo exaustivo de 
re(apresentar) a informação contida nos documentos. Esta abordagem de pesquisa usa 
documentos estáticos, possíveis de leitura e de fácil acesso. Salientamos ainda, que a 
base  de  dados  e  o  evento  utilizado  neste  estudo  são  reconhecidos  pelo  seu  status 
científico na área de educação. 
A  escolha  do  evento  ocorreu  a  partir  de  critérios  como:  representatividade, 
abrangência,  pesquisa  em  educação.  Considerando  que  a  Anped  Sul  é  referência  na 
divulgação de resultados de pesquisas realizadas em programas de pós‐graduação da 
região Sul do País. Destacamos que Donald Schön é um autor que aborda a temática da 
formação de professores. No componente curricular: Constituição do conhecimento de 
professor, tivemos a oportunidade de fazer leituras e reflexões sobre esse autor e suas 
contribuições para a formação de professores, na perspectiva do professor reflexivo. 
Considerando o Grupo de Trabalho 08 da Anped Sul que tem como temática a formação 
de professores, é que passamos a investigar os artigos para analisar como sua teoria é 
abordada nesse evento que apresenta a temática da formação de professores em nível 
de pós‐graduação. 
Através  da  leitura  dos  artigos  publicados  pelos  autores  foram  constituídos 
quadros  para  o  levantamento  e  organização  dos  dados.  Posteriormente  foram 
elaboradas as sínteses explanando as principais ideias dos textos classificados segundo 
determinadas categorias. 
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Primeiramente buscamos entre os artigos do Grupo de Trabalho sobre Formação  l
de Professor (GT 8) da Anped Sul o termo descritor "Schön". Num segundo momento 
identificamos  quais  destes  artigos  somente  referenciavam  Schön  e  quais  realmente 
apresentavam citação no texto. Procuramos em cada um dos 29 artigos salientar ideias 
que referenciavam diretamente ou indiretamente a categoria "professor reflexivo". 
Posteriormente analisamos as relações entre as ideias de Donald Schön e John 
Dewey, para compreender a origem dos termos utilizados por Schön.  

Compreendendo os artigos da ANPED Sul 2010/2012 no contexto formação 
de professores a partir das ideias de Donald Schön 
Num total de 327 artigos publicados no GT 08 da Anped Sul (2010 e 2012), apenas 
29 artigos foram identificados com o termo “Schön”. Sendo que no ano de 2010, foram 14 
artigos, dos 148 publicados no GT8; já em 2012 foram 15 artigos, dos 179 publicados no 
GT8. 
Dentre os artigos identificamos 17 que citavam Schön no texto, 9 referenciaram 
"SCHÖN, D. A. Educando o Profissional Reflexivo: Um Novo Design para o Ensino e a 
Aprendizagem.  Porto  Alegre:  Artmed,  2000",  2  referenciaram  "SCHÖN,  D.  A  .  The 
reflective practitioner: how professionals think in action.New York: Basic Books, 1983." e 
ainda 6 referenciaram "SCHÖN, D. A. Formar professores como profissionais reflexivos. 
In: NÓVOA, A.Os professores e a sua formação.Lisboa: Portugal, Dom Quixote, 1992.". Os 
12 outros artigos apresentavam conceitos e/ou referenciavam outros autores que citavam 
Schön. 
Os  vinte  e  nove  (29)  artigos  trazem  temáticas  relacionadas  a  formação  de 
professores: 09 formação inicial; 08 formação docente no Ensino Superior; 04 formação 
do  professor;  02  pesquisas  sobre  dissertações  e  teses;  02  formação  do  Professor 
Pesquisador; 02 professor iniciante; 02 relatos de discentes sobre a formação. Os artigos 
identificados no recorte da temática de pesquisa trazem uma diversidade de temáticas 
relacionadas à formação de professores. 
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Constata‐se  nas  análises  realizadas  dos  29  artigos  apresentados  na  ANPED  l
2010/2012, eixo formação de professores, extrema preocupação com a concepção de 
professor reflexivo, pesquisador e comprometido com sua própria aprendizagem. Nesta 
perspectiva Schön tem sido o grande motivador e incentivador de um sujeito profissional 
mais ativo, autônomo, consciente com relação as suas opções e seus encaminhamentos. 
Na busca de melhor compreender a teoria de Donald Schön nos 29 artigos em que 
este autor foi identificado, destacamos na análise alguns termos que foram encontrados 
nos artigos e que são abordados nas obras do autor. 
O termo “Reflexão na/sobre a ação” foi o mais frequente em 15 artigos (A1, A2, A3, 
A4, A6, A7, A9, A10, A14, A15, A18, A20, A22). Segundo SCHÖN (2000, p.133): 

A criação de um ensino prático demanda tipos de pesquisa que são novos 
à maioria das escolas profissionais: pesquisa sobre a reflexão‐na‐ação 
características de profissionais competentes, especialmente em zonas 
indeterminadas  da  prática,  e  pesquisa  sobre  a  instrução  e  a 
aprendizagem no fazer. 

O  processo  de  reflexão‐na‐ação  conforme  Schön  (1992,  p.  82‐83)  pode  ser 
desenvolvido  numa  série  de  momentos,  um  primeiro  momento  o  da  surpresa:  “um 
professor  reflexivo  permite‐se  ser  surpreendido  pelo  aluno”,  no  segundo  momento 
“pensa sobre aquilo que o aluno disse ou fez” e em seguida busca “compreender a razão 
por que foi surpreendido”, em outro momento que o autor denomina como terceiro, 
“reformula o problema suscitado pela situação” e no quarto momento, “efetua uma 
experiência  para  testar  a  sua  nova  hipótese”.  Neste  contexto  o  professor  poderá 
desenvolver o processo de reflexão‐na‐ação. Para Schön (1992, p.83) “é possível olhar 
retrospectivamente e refletir sobre a reflexão‐na‐ação”. Destacamos A14 (p. 6): após a 
aula, o professor pode pensar no que aconteceu, no que observou, no significado que lhe 
deu e na eventual adoção de outros sentidos.  
A  reflexão  na  ação  oportuniza  o  processo  de  prestar  atenção  no  aluno, 
detectando qual é o seu grau de compreensão e de suas dificuldades, possibilitando o 
experimento no decorrer desta mesma ação. Desta forma o processo educativo estaria 
permeado pelo diálogo refletido e pensado, mesmo que seja de forma individual. Esta 
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individualização defendida por Schön é justificada pela necessidade do acompanhamento  l
e da percepção do desenvolvimento de cada aluno. 
“Prática reflexiva” foi identificada em 9 artigos (A2, A4, A10, A15, A16, A17, A20, 
A26, A27). Em A16, Schön é referenciado para fundamentar a ideia da prática reflexiva, 
apresentada no artigo como a chave na relação entre professores e alunos, sabendo que 
é fundamental a Escola ouvir seus alunos, para assim poder aproximar suas práticas do 
contexto vivido pelos alunos. 
Em  seu  livro,  Schön  (2000)  traz  que  um  ensino  prático  reflexivo  sugere  em 
mudanças na instituição formadora, bem como nos professores, pois provoca ir além do 
programa tradicional de disciplinas, demanda intensidade e duração. O que implica na 
criação de um mundo próprio, neste sentido o autor alerta para o cuidado em não se 
tornar uma ilha isolada, mas sim fazer as ligações entre disciplinas teóricas e práticas 
Schön  (2000)  utiliza  o  termo  prática  reflexiva,  a  partir  das  características  de 
aprender  fazendo  e  do  diálogo  de  reflexão‐na‐ação  recíproca  entre  professor  e 
estudante. 
“Conhecimento na ação” esteve presente em 9 artigos (A4, A9, A10, A12, A18, A20, 
A25, A26, A29). Schön (2000) utiliza a expressão “conhecer na ação” para se referir aos 
tipos de conhecimento que revelamos em nossas ações inteligentes. Para o autor “o ato 
de conhecer está na ação” (p. 33) e é sempre uma construção dinâmica, processo que 
não poderia acontecer de forma tácita ou estática. 
Nesta dinâmica a “reflexão‐na‐ação” que foi o termo mais encontrado nos artigos, 
pelo fato de ter função crítica, de questionar a própria estrutura do termo “conhecer na 
ação”. Para Schön (2000): 

O que distingue a reflexão‐na‐ação de outras formas de reflexão é sua 
imediata significação para a ação. Na reflexão‐na‐ação o repensar de 
algumas  partes  de  nosso  conhecer  na  ação  leva  a  experimentos 
imediatos e a mais pensamentos que afetam o que fazemos – na situação 
em  questão  e  talvez  em  outras  que  possamos  considerar  como 
semelhantes a ela (p. 34). 

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O termo “Professor reflexivo” foi identificado em 8 artigos (A4, A5, A10, A14, A15,  l
A21, A27, A28). Schön (1992) é citado por A4 (p.12) como o inspirador do movimento do 
professor reflexivo defende a formação do professor, a partir da reflexão na ação. A 
formação de um prático reflexivo demanda formas de investigação novas para maioria 
das escolas formadoras de profissionais docentes: a reflexão sobre a reflexão na ação, 
características  dos  práticos  competentes  que  centram  suas  práxis  no  diálogo  como 
elemento essencial para sua tarefa comunicativa, na qual estão implicados sentimentos e 
conhecimentos. 
O autor destaca a reflexão individual, pensada, consciente e refletida a partir de 
sua própria prática, negando o propósito do rotineiro, do pronto, acabado e que deve ser 
simplesmente repassado. Exige do professor o compromisso da análise e da reflexão.  
O termo “Epistemologia da prática” esteve presente em 3 artigos (A1, A10, A13). As 
discussões apresentadas e que contemplam na sua maioria a epistemologia da prática 
estão direcionadas a perspectiva de Schön, que volta seu olhar a uma nova concepção de 
formação de professores, pensada a partir da construção de competências profissionais 
reflexivos a partir do modelo da racionalidade técnica, técnica de tradição positivista, 
adotada nos currículos de sue País, defendendo a posição de que os educadores devem 
“pensar  o  que  fazem  enquanto  fazem”,  em  situações  de  incerteza,  singularidade  e 
conflito (SCHÖN, 2000).  
Ainda 3 artigos não traziam termos, nem citavam o autor no texto, somente nas 
referências,  são  A11,  A19  e  A23.  Neste  sentido,  cabe  colocar  uma  crítica  aos  artigos 
analisados  neste  recorte  de  pesquisa,  pois  a  maioria  somente  cita  os  termos  e 
referenciam, trazendo um embasamento teórico de modo superficial com relação as 
teorias e termos utilizados pelo autor. 
Schön deixa transparecer em seus escritos que o ser humano tem um formato de 
pensamento que vai melhorando com a maturidade e a experiência, pois este ser humano 
está movido por vivências culturais, de informações impregnadas ao longo da vida, pelo 
seu meio social, político, comunitário e religioso. Estas realidades influenciarão em suas 
proposições e manifestações. Os esforços de reflexão sobre a concepção “são realçados 
X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.7
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à medida que acionam as mudanças no paralelismo disponíveis em uma sala de espelhos,  l
integrando as visões interiores e exteriores de minha prática anterior e a nova prática que 
busco aprender” (SCHÖN, p.2000, p.187). 
Percebemos em A17 que a palavra "reflexivo", esteve presente como fundamento 
da prática que permeia a ação do educador que precisa constantemente criar e recriar 
sua prática em sala de aula, a fim de superar a angústia do "não sei" como lidar com 
determinadas situações. 
O termo reflexão e seu correspondente adjetivo reflexivo são pontos importantes 
de investigações e debates na educação. Termos como pensamento reflexivo usados por 
Dewey,  e  prática  reflexiva  usado  por  Donald  Schön  são  conceitos  abordados  e 
referenciados  pelos  diversos  autores  nas  produções  da  Anped  Sul  2010/2012, 
comprovando a importância dos termos em discussão. Com o intuito de entender melhor 
o surgimento da concepção reflexivo, aprofundamos o estudo trazendo uma análise das 
ideias de Dewey e Schön e suas relações neste contexto. 
Entre as reflexões acerca da formação de professores, destacamos A12 (p.04), 
quando Schön (2000), é referenciado para afirmar que se faz necessário desafiar “a 
onipotência  e  a  onisciência”,  renunciando  verdades  absolutas  e  dogmáticas  e 
percebendo suas limitações e possibilidades do ser docente. Destacamos a importância 
dada à identidade do professor em A14 (p. 5), no qual o professor necessita tranquilidade 
para refletir sobre seu ser docente, caso contrário poderá se perder no decorrer do 
processo sem verificar e analisar sua experiência. 
Em geral observamos que nos artigos deste recorte temático abordam‐se como 
referência a formação continuada do educador, ocorrendo de forma permanente, na 
prática e nas reflexões sobre a prática, incluindo neste processo de ensinar e aprender a 
pesquisa e a investigação sobre a própria atuação docente. 
Para compreender o surgimento das ideias relacionadas a professor reflexivo, 
criada pelo filósofo americano John Dewey e defendida por um de seus seguidores 
Donald Schön, analisamos as possíveis relações entre estes autores. 
X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.8
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Investigação sobre as referências de schön no contexto do gt 8 na anped sul 2010/2012  A
 Alexandre José Krul ‐ Rúbia Emmel  n
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Dewey (apud WESTBROOK, 2010) foi um dos primeiros a chamar atenção para a  l
capacidade de pensar dos alunos. Acredita que para o sucesso do processo educativo, 
seria  importante  que  um  grupo  de  pessoas  dialogue,  troque  ideias,  sentimentos  e 
experiências sobre as situações práticas da vida diária. Reconhecia que à medida que as 
sociedades foram ficando complexas, à distância entre adultos e crianças ampliaram‐se.  
Por isso, a escola, torna‐se um espaço tão importante do encontro para educação. A 
escola deveria perceber‐se como uma comunidade em miniatura e ensinar a criança a 
viver  no  mundo.  O  espaço  da  vida  sendo  experienciado  na  Escola,  local  em  que  o 
aprendizado se dá quando estes alunos são colocados diante de problemas reais. 
 A  educação  na  concepção  Deweyana,  é  “o  processo  de  reconstrução  e 
reorganização da experiência, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o sentido, e 
com  isso  nos  habilitamos  a  melhor  dirigir  o  curso  de  nossas  experiências  futuras 
(WESTBROOK,  2010,  p.37)”.    Educar,  portanto  é  muito  mais  do  que  reproduzir 
conhecimentos, é motivar o desejo do desenvolvimento permanente, preparando os 
alunos a transformação do seu próprio espaço de vivência e de experiência. A experiência 
educativa é reflexiva, resultando novos aprendizados.  
Seguindo  esta  perspectiva  de  pensamento,  Donald  Schön  defende  a  ideia  da 
prática de refletir, o que direciona o conhecimento da ação, reflexão‐na‐ação, reflexão 
sobre  a  ação  e  a  reflexão  sobre  a  reflexão  na  ação,  propondo  que  a  formação  de 
professores contemplasse a experimentação e que este permitisse a reflexão do próprio 
sujeito na ação. 
Schön (2000) entende que o conhecimento teórico crítico, já estruturado pela 
sociedade e pelas gerações e que justifica a forma de ser de cada sujeito, é que deve 
servir de estratégia para significar a prática atual do professor. A reflexão na e sobre a 
prática só pode acontecer, se existir o domínio do conhecimento teórico. Não podemos 
desvalorizar a formação e o saber teórico, pois este se faz necessário para que possamos 
aliar a prática e a todas as análises críticas necessárias. Alianças e junções são possíveis e 
necessárias. 
X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.9
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Investigação sobre as referências de schön no contexto do gt 8 na anped sul 2010/2012  A
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John  Dewey  (1859‐1952)  por  ser  defensor  de  uma  escola  democrática  que  l
valorizava a experiência tornou‐se um dos expoentes do pragmatismo. Em seus escritos 
afirma que a reflexão é uma capacidade inata do ser humano e que nos diferencia dos 
animais. Dewey (1978) considera o ato de pensar enquanto característico do ser humano 
e, por sua vez, o diferencial deste com outros seres vivos, enfatizando que a origem do 
pensamento é uma perplexidade, confusão ou dúvida e, para ocasioná‐lo é preciso que 
algo o provoque, portanto, o problema a resolver determina o objetivo do pensamento e 
este objetivo orienta o processo do ato de pensar. Nesta direção para que o ocorra o ato 
de pensar é necessário que haja um ponto estimulador.  
Para  melhor  compreender  o  pensamento  reflexivo,  aponta‐se  para  um  dos 
escritos de Dewey (1979) que afirma: 

O pensamento reflexivo faz um ativo, prolongado e cuidadoso exame de 
toda a crença ou espécie hipotética de conhecimentos, exame efetuado 
ä luz dos argumentos que apoiam a estas e das conclusões a que as 
mesmas chegam (...) para firmar uma crença em uma sólida base de 
argumentos, necessário um esforço consciente e voluntário (p.8). 

Termo reflexivo tem como uma de suas raízes as ideias deste Filósofo, Psicólogo e 
Pedagogo  norte‐americano  John  Dewey.  A  ideia  do  pensamento  reflexivo  tem  sido 
percebida como algo importante para impulsionar e melhorar as práticas educativas. Para 
Dewey  (1979,  p.24)  ”a  necessidade  da  solução  de  uma  dúvida  é  o  fator  básico  e 
orientador em todo o mecanismo da reflexão”. 
Para Dewey (1979) o processo de reflexão pode ser dividido em fases distintas:  

1) uma dificuldade encontrada; 2) a sua localização e definição; 3) a 
sugestão de uma solução possível; 4) o desenvolvimento do raciocínio no 
sentido  das  sugestão;  5)  observações  e  experiências  posteriores 
conducentes a sua aceitação ou a seu afastamento, levando‐nos a uma 
conclusão que nos fará crer, ou não, em dada coisa (p.78). 

Dewey defende a ideia do pensamento reflexivo, dizendo que esta é a ferramenta 
que se pode utilizar para resolver problemas práticos. Do problema prático surge a ideia, 
deste processo reflexivo surge a hipótese, que testada se confirma ou não. Utiliza‐se do 
pensamento para resolver um problema. Nesta direção o professor reflexivo também 
X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.10