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Introdução ao fascismo PDF

179 Pages·2009·0.574 MB·Portuguese
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LEANDRO KONDER INTRODUÇÃO AO FASCISMO 2ª edição EDITORA EXPRESSÃO POPULAR São Paulo - 2009 Copyright © 2009, by Expressão Popular Revisão: Geraldo Martins de Azevedo Filho e Ricardo Nascimento Barreiros Projeto gráfico e diagramação: ZAP Design Imagem da capa: Miliciano da FAI nos primeiros dias da defesa de Barcelona, julho 1936. Foto de A. Centelles Osso. Acervo Iconographia. Capa: Marcos Cartum Impressão: Paym Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização da editora. 1ª edição: Editora Graal, 1977 2ª edição: Editora Expressão Popular, setembro de 2009 2ª reimpressão: agosto de 2019 EDITORA EXPRESSÃO POPULAR Rua Abolição, 201 – Bela Vista CEP 01319-010 – São Paulo – SP Tel: (11) 3112-0941 / 3105-9500 [email protected] www.expressaopopular.com.br ed.expressaopopular editoraexpressaopopular SUMÁRIO NOSSO GUIA NA FLORESTA DE PAPEL: O ARTÍFICE DA PALAVRA CLARA .........................................................9 Mauro Luís Iasi O CONCEITO DE FASCISMO I ............................................................................................................23 II ...........................................................................................................25 III ..........................................................................................................27 IV ..........................................................................................................31 V ...........................................................................................................35 VI ..........................................................................................................39 VII ........................................................................................................43 VIII .......................................................................................................47 IX ..........................................................................................................49 X ...........................................................................................................53 COMO O FASCISMO “CLÁSSICO” FOI INTERPRETADO NA SUA ÉPOCA I ............................................................................................................59 II ...........................................................................................................63 III ..........................................................................................................67 IV ..........................................................................................................69 V ...........................................................................................................73 VI ..........................................................................................................77 VII ........................................................................................................81 VIII .......................................................................................................89 IX ..........................................................................................................97 X ...........................................................................................................101 A DISCUSSÃO SOBRE O FASCISMO DEPOIS DA MORTE DE HITLER E MUSSOLINI I ............................................................................................................109 II ...........................................................................................................113 III ..........................................................................................................119 IV ..........................................................................................................123 V ...........................................................................................................127 VI ..........................................................................................................129 VII ........................................................................................................133 VIII .......................................................................................................139 IX ..........................................................................................................141 X ...........................................................................................................145 CONCLUSÃO: A SITUAÇÃO ATUAL DAS CONTROVÉRSIAS EM TORNO DO FASCISMO I ............................................................................................................153 II ...........................................................................................................157 III ..........................................................................................................161 IV ..........................................................................................................165 V ...........................................................................................................169 VI ..........................................................................................................173 VII ........................................................................................................177 “E praza a Deus que o triste e duro Fado de tamanho desastre se contente; que sempre um grande mal inopinado é mais do que o espera a incauta gente.” Camões, Écloga VIII. A minha mãe Yone Konder. E a Carlos Nelson Coutinho, meu amigo. NOSSO GUIA NA FLORESTA DE PAPEL: O ARTÍFICE DA PALAVRA CLARA MAURO LUIS IASI1 O Terceiro Reich lembra A construção do assírio Tar, aquela fortaleza poderosa Que, diz a lenda, não podia ser tomada por nenhum exército, mas que Através de uma única palavra clara, pronunciada no interior Desfez-se em pó. Bertolt Brecht No início do mesmo poema que nos serve de epígrafe, Brecht nos diz que se um estrangeiro voltando ao Terceiro Reich depois de uma longa viagem, perguntasse quem realmente governa a Alemanha, teria como resposta: o medo. A prepotência da força que impõe o medo e o planta no mais profundo da alma dos homens, constrói fortalezas e queima bibliotecas, esconde, segundo o poeta comunista alemão, o fato de que o temor domina não apenas os dominados, mas também os dominadores; e se pergunta o poeta: por que temem tanto a palavra clara? Que força tem certas palavras que podem implodir as mais sólidas fortalezas? Marx já disse que a arma da crítica não pode substituir a crítica das armas, como prova a efetiva derrota do nazifascismo na Segunda 1 Professor Adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ. Educador do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. 10 COLEÇÃO ASSIM LUTAM OS POVOS Guerra, mas também nos lembra que as ideias se convertem em força material quando se apoderam das classes em luta. A derrota militar do fascismo não se completa se não nos debruçarmos sobre a difícil tarefa de compreender teoricamente o fenômeno fascista para que, sob outras formas, sua essência não nos venha novamente assaltar. Leandro Konder nos alerta, logo no início de seu livro sobre o tema, que a compreensão do fascismo é um dos “temas quentes” da ciência social e aquele que se aventura na “selva de papel”, composta pelas inúmeras produções que tentaram compreender suas origens e determinações, para defendê-lo, combatê-lo ou utilizá-lo para seus fins próprios, corre o risco de sofrer graves queimaduras, ou, ainda, de perder-se na selva de palavras que desorientam a percepção e impedem que se veja o horizonte. Como convém diante de toda selva que nos desafia, necessitamos de um bom guia que não confunda as árvores com o bosque. Konder, com a modéstia que lhe é peculiar e seu profundo senso didático, se propõe a nos guiar no emaranhado de uma literatura “profunda e incuravelmente contraditória”. Sua bússola dialética e o sólido lastro teórico no marxismo produzem dois efeitos muito úteis em nossa empreitada: por um lado, evitam que nos percamos na astúcia e na sedução dos argumentos; e, por outro, talvez o fundamental, nos permitem o diálogo. Só pode enfrentar, de fato dialeticamente, o debate com outras posições aquele que parte radicalmente de uma posição, assim como, só aquele que tem verdadeiramente convicção de seus fundamentos e pressupostos pode viajar pelo debate sem carregar em sua bagagem o peso do sectarismo. Por isso, não poderíamos encontrar melhor guia para nos conduzir introdutoriamente através da floresta de papel que procurou compreender o fascismo do que Leandro Konder. Mas, por que seria hoje necessário encarar o tema do fascismo? Por que trazer aos leitores da coleção Assim lutam os povos este livro de Konder escrito em seu período de exílio na Alemanha na década de 1970 e publicado pela primeira vez entre 1977? Que motivo nos

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