HISTÓRIA DO BRASIL Volume III OBRAS DO AUTOR FORMAÇÃO BRASILEIRA. (Rio de Janeiro, 1935). RIO DE JANEIRO SEEN IN A FEW HOURS e RIO DE JANEIRO EN POCAS HORAS. Guias turísticos, em inglês e espanhol. (Rio de Janeiro, 1938). BRASIL SOCIAL. 1500/1640. (Lisboa, 1940). GUIA TUR1STICO DO RIO DE JANEIRO. (Rio de Janeiro, 1942). VISCONDE DE SEPETIBA. Biografia. (Petrópolis, 1943). MATIAS DE ALBUQUERQUE. Biografia. (Rio de Janeiro, 1944). DA MAIORIDADE À CONCILIAÇÃO. 1840/1857. Tese de concurso. (Rio de Janeiro, 1945). CONTRIBUIÇÃO À HISTóRIA DA IMPRENSA BRASILEIRA. 1812/1869. (Rio de Janeiro, 1945). Prêmio José Veríssimo, de Ensaio e Erudição, da Academia Brasileira de Letras. ESTUDOS DE HISTÓRIA COLONIAL. (São Paulo, 1948). HISTóRIA DAS FRONTEIRAS DO BRASIL. (Rio de Janeiro, 1948). HISTóRIA DA VIAÇÃO BRASILEIRA. (Rio de Janeiro, 1949). ESTUDOS DE HISTóRIA IMPERIAL. (São Paulo, 1950). HISTóRIA ADMINISTRATIVA E ECONOMICA DO BRASIL. Para os Cursos Técnicos e de Comércio. (São Paulo, 1951). Prêmio Silva Martha, da Associação Comercial de Lisboa. Seis compêndios de HISTÓRIA DO BRASIL e um de HISTÓRIA DA AMÉRICA, para os ginásios e colégios do ensino secundário, em várias edições. (Rio de janeiro e São Paulo, 1945/1953). CAPISTRANO DE ABREU. Ensaio biobibliográfico. (Rio de Janeiro, 1955). Premiado no concurso oficial do Centenário de Nascimento do historiador. DENTRO E FORA DO BRASIL. Viagens. (Rio de Janeiro, 1955). HISTóRIA DIPLOMATICA DO BRASIL. (Rio de Janeiro e São Paulo, 1958). LETRAS IMPERIAIS. História literária. (Rio, 1961). HISTóRIA DA REPÚBLICA. (São Paulo, 1961). Obras alheias. anotadas oelo autor "A MALAGUETA", de Luís Augusto May - 1821/1824. Coleção Fac-similar de Jornais Antigos. Introdução. (Rio de Janeiro, 1945). HISTóRIA DA INDEPENDÉNCIA DO BRASIL, de Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Pôrto Seguro. 3.• edição, revista e anotada. (São Paulo, 1957). LIVRO QUE DA RAZÃO DO ESTADO DO BRASIL - 1612, de Diogo de Campos Moreno. Edição crítica. Introdução e notas. (Recife, 1958). DIARIO DE I862, de D. Pedro II. Prefácio e notas. (Petrópolis, 1960). APARÉNCIA DO RIO DE JANEIRO, de Gastão Cruls. 3.a edição, anotada. (Rio de Janeiro_ I965). A publicar D. PEDRO I JORNALISTA. SEIS PORTUGUÉSES DO BRASIL. Biografias. VULTOS DO IMPÉRIO. CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DA IMPRENSA BRASILEIRA. 2.0 volume. ACRÉSCIMOS À BIOGRAFIA DE JOSÉ BONIFACIO. CAP1TULOS DE HISTÓRIA LUSO-BRASILEIRA. HISTORIOGRAFIA E HISTORIADORES DO BRASIL. D. PEDRO I E D. PEDRO II. Acréscimos às suas biografias. HELIO VIANNA Professor catedrático de História do Brasil, da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade Federal do Rio de janeiro História do Brasil VOLUME III IMPÉRIO E REPúBLICA 4.ª edição, revista e atualizada EDIÇÕES MELHORAMENTOS © Comp. Melhoramentos de São Paulo, Indústrias de Papel Caixa Postal 8120, São Paulo PAx IV-1966 !.• edição 1961/1962 2.• edição 1963 3.ª edição - 1965 4.• edição - 1966 Nos pedidos telegráficos basta citar o c6d. 0-03-05~ SUMÁRIO VOLUME III - IMPÉRIO E REPÚBLICA Pág•. XLVIII - Ministério de José Bonifácio. Guerra da Independência .......... . 5 XLIX - A Constituinte de 1823 e a Constituição de 1824 ................. . 12 L - Revolução de 1824 ............................................. . 22 LI - Política exterior do Primeiro Reinado ........................... . 28 LII - Política interna do Primeiro Reinado .......................... . 34 Lili - Regências Trinas .............................................. . 10 LIV - Regências do Padre Feijóº e Araújo Lima ......................... . 45 LV - Levantes locais e insurreições do período regencial ................ . 48 LVI - Fases do Segundo Reinado. A Maioridade e conseqüências políticas, até 1850 ................................. ·. .................... . .59 LVII - O Poder Moderador, os partidos políticos e o parlamentarismo .... . ô8 L VIII - Extinção do tráfico de africanos ....................•........ : ... . 83 LIX - Economia e finanças do Império ............................... . 88 LX - Viação no período monárquico ................................. . 96 LXI - Imigração e colonização no período monárquko ................. . 109 LXII - Política exterior do Segundo Reinado .. ; ........................ . 118 LXIII - Intervenções e campanhas contra Oribe e Rosas ................. . 125 LXIV - Intervenção contra o govêrno uruguaio de Aguirre ............... . 131 LXV - Guerra do Paraguai ........................................... . 131 LXVI - Questão religiosa .............................................. . 145 LXVII - Abolição da escravatura ........................................ . 148 LXVIII - Questões militares. Proclamação da República 152 LXIX - Govêrno Provisório. Congresso Constituinte e Constituição de 1891 158 LXX - Política interna da República (1891/1930) ....................... . 163 LXXI - Política exterior da República ................................. . 175 LXXII - Economia e finanças da República .............................. . 188 LXXIII - Viação na República ........................................... . 194 LXXIV - Imigração e colonização na República ........................... . 211 LXXV - Segundo Govêrno Provisório. Constituições de 1934, 1937 e 1946. últi- mas Presidências ................. ············ .................. . 220 índice geral .. ················· ... ······ ....................... . 233 HELIO VIANNA fNDICE DAS PRANCHAS Coroação de D. Pedro I / José Bonifácio / D. Pedro I / Marquês de Paranaguá / Francisco de Lima e Silva /·Marquês de Monte Alegre / Marquês de Olinda .... entre págs. 14 e 15 D. Pedro II aos 5, aos 18, aos 35 e aos 64 anos de idade / Coroas de D. Pedro I e D. Pedro II / Dossel e Trono de D. Pedro II . . . . . . . . . . . . . . entre págs. 30 e 31 Palácio de Petrópolis / Carruagem "Monte de Prata" / Marquês de Abrantes / Vis conde de Sepetiba / Eusébio de Queirós / Visconde do Uruguai / Conselheiro Zaca rias / Visconde de Itaboraí . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . entre págs. 46 e 47 Marquês de Tamandaré / Duque de Caxias / Conde d'Eu / D. Isabel / Passagem de Tonelero / Batalha de Riachuelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . entre págs. 62 e 63 Almirante Barroso / Monumento aos Heróis de Dourados e Laguna / General Osó rio j Batalha de Campo Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . entre págs. 110 e 111 Conselheiro Saraiva / Marquês de Paraná / Visconde de Mauá / Visconde do Rio Branco / Joaquim Nabuco / Recinto da Câmara dos Deputados / Sede do Senado entre págs. 126 e 127 Visconde de Ouro Prêto / Rui Barbosa / Entrega da Mensagem a D. Pedro II / Marechal Deodoro / Marechal Floriano / Prudente de Morais / Campos Sales .... entre págs. 142 e 143 Monumento aos Marinheiros / Palácio Itamarati / Rodrigues Alves / Afonso Pena / Nilo Peçanha / Marechal Hermes / Venceslau Brás / Delfim Moreira / Epitácio Pessoa / Artur Bernardes / Praça Internacional / Ponte de Uruguaiana / Marco das Três Fronteiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . entre págs. 158 e 159 Palácio de São Cristóvão / Palácio do Catete / Washington Luís / Getúlio Vargas / Junta Militar Pacificadora / José Linhares / Eurico Dutra j Café Filho j Nereu Ramos / Palácio Monroe / Palácio Tiradentes . . . . . . . . . . . . entre págs. 174 e 175 Monumento ao Imigrante / Monumento aos Mortos da 2.ª Guerra Mundial / Monu mento à F. E. B. / Juscelino Kubitschek de Oliveira / Jânio Quadros / João Goulart / Castelo Branco j Palácio da Liberdade / Viaduto das Almas entre págs. 190 e 191 Palácio do Congresso / Supremo Tribunal Federal / Palácio da Alvorada / Palácio do Planalto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . entre págs. 206 e 207 MAPAS INCLUfDOS NO TEXTO Rebelião da Cisplatina e Guerra contra as Províncias Unidas do Rio da Prata 30 Campanhas contra o uruguaio Oribe e o argentino Rosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Intervenção contra Aguirre e primeira fase da Guerra do Paraguai . . . . . . . . . . . . . 138 Mapa da Guerra do Paraguai ............................................... 140 "Dezembrada" e Campanha das Cordilheiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Mapa da região da questão de Palmas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177 Mapa da região da questão do Amapá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178 Mapa do Território Federal do Acre, hoje Estado do Acre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 Mapa da região da questão do Pirara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181 Mapa das regiões da Itália em que participou da Segunda Guerra Mundial a Fôrça Expedicionária Brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186 XLVIII MINISTÉRIO DE JOSÉ BONIFÃ CIO. GUERRA DA INDEPEND:ENCIA 1 - Ministério de josé Bonifácio, depois da Independência Proclamada a Independência do Brasil a 7 de setembro de 1822, em São Paulo, logo que o Príncipe D. Pedro regressou ao Rio de Janeiro começaram a aparecer as providências relativas à nova situação interna. O Ministério que o auxiliava desde 16 de janeiro e de que era principal figura José Bonifácio de Andrada e Silva, mostrou-se à altura das cir cunstâncias, no setor administrativo e nas medidas de caráter militar, que diante da inevitável guerra com Portugal foi forçado a tomar; mas tornou-se passível de críticas no setor político, conforme veremos. A 18 de setembro foram estabelecidas as novas armas e bandeira do Brasil. Naquelas, conservou-se a esfera armilar do Reino Unido, acres centando-se-lhe a cruz de Cristo, evocadora do descobrimento, e uma orla azul contendo dezenove estrêlas de prata, indicativas das Provín cias do Império. Seria o escudo encimado pela coroa real, depois impe rial, e teria ao lado ramos de cafeeiro e tabaco, como emblemas do comércio. A bandeira constaria de um losango amarelo, dentro de re tângulo verde, tendo ao centro o escudo de armas já descrito (1). Tam bém críaram-se o tope ou laço, com as côres nacionais, e o distintivo de metal, com a legenda "Independência ou Morte", para ser usado no braço esquerdo. Inicialmente, concedeu-se anistia a tôdas as passadas questões polí ticas, excluídos, porém, os acusados que já estivessem presos e sob pro cesso. Todavia, anulou-se a devassa aberta para apurar os acontecimen tos paulistas de maio. Entre José Bonifácio e os principais maçons surgiu séria divergência, por desejarem êstes que na ocasião da Aclamação do Imperador também fôsse previamente jurada a Constituição que deveria fazer a já convo cada Assembléia. Prevaleceu a opinião do Ministro, embora tivesse aquela proposta aparecido na circular do Senado da Câmara às demais Câmaras do país sugerindo-lhes a Aclamação do Imperador a 12 de outubro. (l) Embora o próprio decreto mencione a côr verde como indicativa da primavera e a amarela do ouro, a razão inicial da escolha foi ser a primeira a côr da Casa de Bragança, do Imperador, e a segunda da Casa de Lorena-Habsburgo, à que pertencia a Imperatriz D. Leopoldina. 5 HELIO VIANNA Realizou-se, nessa data, no Campo de Santana, então denominado da Aclamação, a cerimônia inicial do Império, embora a distância e a demora das comunicações houvesse permitido que somente seis Pro víncias, das dezenove existentes, a tivessem pedido. Aceitou D. Pedro o título de Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, tendo então início o Primeiro Reinado da monarquia brasileira. Poucos dias depois chegaram a ponto de crise as relações de José Bonifácio com outros promotores da Independência, pelo Ministro acusa dos de conspirar contra as recentes instituições. Começou suspendendo o jornal Correio do Rio de janeiro, redigido pelo português João Soares Lisboa, que publicara não se opor D. Pedro I aos desejos dos brasilei ros, caso êstes quisessem ser republicanos, e teve ordem de deixar, com urgência, o país. Conseguiu que o Imperador, como Grão-Mestre da maçonaria, recentemente empossado no cargo, mandasse paralisar os trabalhos das respectivas lojas; e mandou abrir nova devassa em São Paulo, onde deveriam ser presos os seus adversários. Surgindo reclamações contra essas medidas, resolveu o Imperador per mitir que ficasse no país aquêle jornalista e que continuassem as ativi dades maçônicas. José Bonifácio e Martim Francisco Ribeiro de Andrada exoneraram-se imediatamente do Ministério, mas não houve facilidade em substituí-los, embora chegassem a ser nomeados outros Ministros, para as suas como para as demais pastas. A crise durou alguns dias, o que permitiu aos amigos dos Andradas promover manifestações popu lares que os levassem novamente ao poder. Assim foi feito e, a 30 de outubro, era recomposto o Gabinete com a substituição, apenas, dos Ministros da Guerra e da Marinha, que passaram a ser, respectivamente, o Coronel João Vieira de Carvalho, depois Marquês de Lajes, e o Capi tão-de-Mar-e-Guerra Luís da Cunha Moreira, mais tarde 1.0 Visconde de Cabo Frio. Vitorioso, José Bonifácio mandou que o nôvo Intendente-Geral da Polícia, Desembargador Francisco da França Miranda, procedesse a uma severa devassa, prendendo a todos os indicados como conspiradores. Um dêles, Joaquim Gonçalves Ledo, Procurador-Geral da Província do Rio de Janeiro, na mesma data requereu o seu processo, defendendo-se das acusações de republicano, feitas a êle, ao ex-Ministro da Guerra, Luís Pereira da Nóbrega de Sousa Coutinho, e ao Presidente do Senado da Câmara, José Clemente Pereira. Fechada a maçonaria, fizeram-se muitas prisões, entre as quais as de Nóbrega, José Clemente e do Padre Januário da Cunha Barbosa, em dezembro deportados para a França. Ledo, refugiando-se em São Gonçalo, a muito custo conseguiu esca par para Buenos Aires, graças à proteção do Cônsul da Suécia. Tam bém para o Rio da Prata partiu João Soares Lisboa. Estendendo-se a devassa a outras Províncias, igualmente em São Paulo e Pernambuco realizaram-se prisões de suspeitos. Afastados, assim, diversos vultos ligados ao movimento da Indepen dência, realizaram-se, a 1.0 de dezembro de 1822 (aniversário da Acla mação de D. João IV, o primeiro Rei da dinastia de Bragança), as ceri- 6 HISTóRIA DO BRASIL mônias da Coroação e Sagração de D. Pedro como primeiro Imperador do Brasil. Assinalando o acontecimento criou-se, então, a Ordem Impe rial do Cruzeiro, destinada a premiar serviços militares, civis ou méritos científicos. Organizou-se a Guarda de Honra, composta de três esqua drões das Províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Cria ram-se cargos de Côrte, recebendo José Bonifácio o de Mordomo-Mor. Além da distribuição de condecorações, criou-se apenas um titular por essa ocasião, o Barão da Tôrre de Garcia d'Avila, Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque. Aos brasileiros que haviam recebido títulos do govêrno de D. João VI foram, posteriormente, concedidas as honras de "Grandes do Império". À cidade do Rio de Janeiro foi dado, por motivo do primeiro aniversário do "Fico'', o título de "Leal e Heróica". São Paulo e Ouro Prêto foram declaradas "Imperiais Cidades"; Itu e Sabará - "Fidelíssimas"; Barbacena - "Muito Nobre e Leal". Elevaram-se à categoria de cidades as capitais de Províncias que ainda fôssem vilas. Em abril realizou-se a reunião preparatória da Assembléia Geral Constituinte e Legislativa, antes eleita, pelo Imperador instalada a 3 de maio de 1823. José Bonifácio elegeu-se seu Vice-Pre:;idente nesse mês, Presidente no de junho. Em julho foi, porém, derrotada a lista que apresentou para a composição da mesa. Desde o mês anterior fôra envol vido no espancamento sofrido pelo jornalista Luís Augusto May, redator da Malagueta, começando a ser combatido por seus inimigos, anterior mente perseguidos e agora, em parte, membros da Constituinte. Ocor rendo um acidente com o Imperador, que sofreu uma queda do cavalo, muitos de seus visitantes aproveitavam-se da ocasião para queixar-se dos Andradas. Na própria Assembléia, teve Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva sério incidente com outro deputado, exa tamente o que havia protestado contra a agressão sofrida por Luís Augusto May. Afinal, tendo sido absolvidos os inculpados na devassa do Rio de Janeiro, prevendo que o mesmo aconteceria aos de São Paulo, anis tiou-os previamente o Imperador, em julho. Em conseqüência, exone raram-se José Bonifácio e Martim Francisco das pastas que ocupavam, do Império e Estrangeiros o primeiro, da Fazenda o segundo. Substituí ram-nos, respectivamente, a 17 daquele mês, José Joaquim Carneiro de Campos, depois Marquês de Caravelas, e Manuel Jacinto Nogueira da Gama, futuro Marquês de Baependi. Como havia feito com a maçonaria, a pedido de José Bonifácio, em outubro de 1822, também fechou o Imperador nessa ocasião de sua demissão, o Apostolado ou Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz, a sociedade secreta dos Andradas. Assim terminou o Ministério que desde janeiro de 1822 tanto havia contribuído para a Independência do Brasil e a fundação do Império. 7