HUGO FRANCISCO AMIGO CARTAGENA ~j;-"::' A MORTALIDADE URBANA NA INFiNCIA UM estudo de caso-controle na cidade de Recife Tese apresentada à Faculdade de Saúde Públ ica da Universidade de São Paulo para obten~ão do Titulo de Doutor eM Saúde Públ ica Orientador: PROF. ORo ALBERTO CARVALHO DA SILV~",'/ \ ~/// - São Paulo I 1990- fJED I CAHlR I A A Hugo Amigo Parada. C~sar 11"11 humdn:i.;;;.td )' d('IlIÓI :/" a t d (,:0 l(,ct :i ..... /o" AGRADEClltENTOS Este trabalho n:lo poderia ser realizado se. a colaboraç:lIo • pessoas e instituiç:ftes a que. eu desejo agradecer, esperando nlo 9squeeer •• ningu~ - As instituiç:ftes finaneiadoras desta investigaç::lo: o Con. .l ho Nacional de Desenvolviaento Cientifico e Tecnológico - CNPq e • Finaneiadora de Estudos. Projetos - FINEP. - Aos Centros de Coaputaçlo d9 Dados da Universidade rederal de P.rnaabuco e da Universidade de filio Paulo. - A Alberto Carvalho da Silva, orientador. por sua ~eu pr.ocupa~lo 11. e seriedade que o confir.ara .. coa0 verdad€'iro Ihestre e professor. - A Mi_ Van-Lerbergue, do Instituto de Medicina Tropical de Antuêrpia (Bêlgiea). por suas id.ias sobre o delinea.ento do estudo. A ••u a_i9O Ivan gegnin. por sua i.portante contríbuiç:lo na .9todologia de identifieaç:lo de deter.inantes e. sobretudo. por suas inovadoras no eaapo da pesquisa aplicada e. Nutriçlo i~ias e SaOde PObliea. A equipe de ea.po, esp'?ciallhent'? ~ supervisor a ~lut,.icionista D• •O grafa. Ana LOeia Brito. - A Roberto Nunes, da Faculdade de Ci~ncias Médicas de Pernambuco, cuja experl6ncia em estudas de mortalidade na inf.ncla trouxe contribui~~e. importante. na coleta de informa~õe. a nlvel familiar e. principalmente. a nivel hospitalar. - A Malaquias Batista filho e Sylvia de Azevedo Mello Romani, do Instituto de da Universidade rederal de Pernambuco. por Nutri~lo seu conhecimento e serisibilidade diante da populaç~o carent. do Nordeste., sobretud0 o cDmpar)h~~iri5mo br'indado durar\t~ minha 1 estadia em Recife~ - R Leopoldina Augusta Siqueira. do Instituto de Nutri,~o da - A Paulina Pino, rninl1a espOSd por' sua inteligente e colabora~~o 1 criativa no processamento de dados e, espec1almente, pelo seu companheir'ismo sem limites~ - A Claudia. minha filha. por suas contribuições na revis30 do portu'3uê-S. - A Francisco. meu filho. pela colaboraçlo na construçlo de novos arquivos de dados. - A Dirce Maria Sigulem. da Escola Paulistt de Medicina. colega e companheira. por suas idéias sobre a organizaçlo do trabalho e seu constante incentivo. - A Carlos Alberto de Piano por sua colaboraçlo e empenho em toda de trabalt'lo fas~ transposiç~(J ~ aprE'sentaç~(:) (j(J H R E S U " O o presente e~tudo teve COMO ob.ietivo a identificac~o de f~tores de risco relativo de Morte eM criancas de UM a sessenta Meses de idade residentes eM de pobreza da cidade de Recife. O ~re~s delineaMento utilizado é do tipo ca50-controle. Estudou-se o papel de vari~veis relacionadas COM O saneaMento b~sico. beM COMO a renda. a educacão dos pais. a densidade deMoqráfica intra-faMiliar. a hist6ria reprodutiva d~ M~e. o aleitaMento Materno e a assistência à saúde. ForaM estudados 149 óbitos "casos'l. p n~Mero iqu~l de sobreviventes - "'controlesll. pareado5 se~undo a idade e o local de residência. EstiMaraM-se riscos relativos de Morrer eM ises univariadas para o total da an~l aMostra e p~ra estratos seQundo faixas etárias e c~usas básicas de ocorrência do óbito. "ediante Modelos de reQress50 loqistic~ foraM conduzidas an~l ises Multivari~das para todas as causas e idades e para dois sub-qrupos: o de Menores de UM ano e o de óbitos por causas qastrointestinais e seus "controles". Foi constatado elevado risco relativo de Morte nas criancas das 'aMflias COM Mais de três pré-escolares no dOMicilio. EM todas as anál ises univariadas realizadas o risco dessas criancas foi superior a 3.6 (P < 0.01) cheqando a 7.8 (P < 0,01) na anál ise Multivariada o risco de Morte por conduzid~ par~ estiM~r caus~s qastrointestinais. COM relacio ao trataMento intra-doMiciliar da áQua. foi observado risco relativo superior a 3.8 <P < 0.01) na análise univariada; poréM. nos Modelos ajustados pela condicio de aMaMentacio e alfabetisMo M~terno o risco de óbito tornou-se inexistente. Na 9~strointestin~1 M~ioria d~s an~lises. foi t~MbéM elevado o risco rel~tivo n~s crian.as das Mães COM alta fecundidade Materna. IoualMente o acesso aos servicos de saúde - Medidas através da falta de atencio pré-natal - constitui risco relativo de Morte. confirMando-se n~s ~n'lises Multivariadas = finais. referentes i Morte por causas o~strointestin.is IDR 11.11; P < 0.05). O aleitaMento taMbéM Mostrou ser fator preditivo de Morte pós-neonatal por causas gastrointestinais (OR : 3.3; P < 0,05). COM base nestes resultados la) realizar recoMend~-se: investiMentos de base .MPla destinados a Melhordr as condi,ões de saneaMento b~sico da cidade; (b) fornecer UM~ infra-estrutura de apoio para 05 cuidados das criancas a nível e/ou nos cOMunit~rio IUQares de (c) prOMover o adequado entre os trab~lho; e>pac~Mento nasciMentos; (d) aUMentar a dos servi,os de saúde. cobertur~ fOMentando estratégias SiMPI ificadas de aten,ão priM~ria COM ativa participacão cOMunitári~; le) estiMular arões perManentes e rotineiras de proMoeão do aleitaMento das caMPanhas adeM~is eventuais. Estes resultados forneceM subsidias para a elabor~cão de polltic~s sociais destinadas a acelerar o processo de Queda da Mortalidade nos Menores de cinco anos e identifica. novos indicadores para entender os MecaniSMOS que levaM ao óbito nos estratos sócio-econÔMicos urbanos dos paises eM vias de desenvolviMento. A 8 S T R A C T S The alM of this case-control was the identlfication of 5t~d~ rel.tive ris,", f.ctors Df .. in children of 1 to 60 Months ortalit~ Df t:rQe res I dent In poor are.s of the c i t~ of Rec i fe. Sanitation. IntoMe. parent's education. faMi14 densit4. Mother's reproductive hj5tor~. breastfeedinQ and he~lth (are were 5tudi~d arld their' roles as e':PQsure factors were establ ished. The s~M~·le consisted Df 149 "cases" (de~d children) anct Df the saMe nUMber of "controIs" (survivors) case-Matched according to aqe and pIare Df residente. Odd~ ratios (OR) ~ere estimated univariate ana14sis for the whole saMP1e and for specific throu~h strata bu aQe and Cause Df death. ~ultivariate Model1 inQ wa~ then perforMed for infants and for qastrointestinal deaths and their "control SH. H i qh rel.t I ve r I 51<. Df ,j".th In fa .. i I i es w i th More than three preschool children WIS verlfied. Arcordina to the univariate the relative risk for this factor was hiQher than 3.6 an.l~sis (P 0.01) reachinCl 7~.g in the MultivClriate Ctna1 1.lsil3 perfe'rMed for gastrointestinal causes of death. Ch i I dren whose f ... i 1 i es were not in the hab I t of treat i nq water ai hOOle h"d" relative risk Df g.strointestinal death Df .. ore than 3.8 CP 0.01) in the univariate arlalysis. When ad.lusted for bre~st-feedin9 and Mother's 1 iterac~ condition through ML-Iltivariate anal'..Jsis - this risJ.; was neQliQible. Most ana1Y5i5 showed iMPortant relative risk for children whose Mothers had hiQh llkewise lack of access to health care fecundit~. - Measured in terMS of pre-natal care was associated to a siClniflcant relative risk~ especial1'::J iri the f'inc..1 Multiyariate analysis for gastrolntestinal causes (OR = 11,11; P 0,05'. Breast-feedlnq lIso shown to be " predictive factor Df post-neon.tal death due to gastrointestinal causes (OR = 3,3; P 0.05'. aased on these results it i. reco .... ended that: aI Sanitation be iMProved; bl an infrastructure for the Df children at d,,~-care cOMMunlt~ leve] be provided; c) an adequa te intergestational interval be proMoted; d) ,"crease cf health service cover~qe throught the strategy Df priMary health care with active cDMunity particip~tion: e) the iMPlementation of perManent activities (integrated to health service with the ai .. Df encouraging ro~tine' the pr8ctice Df breastfeeding. It is. this consldered that these results provide a basis for the forMul.tion of pol icíe, .iMíng .t the .cceler.tion of the socí~1 decrease infant Mortal ity. Also thiE studu indlcates new eleMents for underst~ndln~ Df the M~ch~ni~M Df de~th In poor urban areas. í N D I C E 1. INTROOUCÃO •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 1 1.1. CONSIDERACõES GERAIS SOBRE A ftORTALIDADE NA INFÂNCIA •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 1 1.2. SITUACÃO DE RfCIFE ••••••••• •••••••••••••••••••••• •••• 6 1.3. OBJETIVOS. JUSTIFICATIVA E PLANEJAftENTO 00 PRESENTE TRABALHO •.••••••••••••••••••••••••••••••• 11 2. r1ATERIAL E t-IÉTODO ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 14 2.1. AftOSTRA •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 14 . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . 2.1.2. CONSTITUI CÃO DA AMOSTRA 15 2.2. IDENTIFICACÃO DAS VARIÁVEIS •••••••••••••••••••••••••• 20 . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 2.3. ANÁLISE DOS DADOS 22 2.3.1. ESTIMATIVAS DOS RISCOS RELATIVOS DE ftORTALIDAOE. PARA TODAS AS CAUSAS ENTRE 28 DIAS E 5 ANOS. ANÁLISE SEM CONTROLE DE VARIÁVEIS DE CONFUSÃO. 23 2.3.2. ESTIftATIVAS DOS RISCOS RELATIVOS DE MORTALIDADE. POR CAUSA E P.O .R . . .ID .A . D. .E. . . S. E. f.t .C. O. N. .TR . O. L.E . . D. E. . V. .A .R .I Á. .V .E .IS DE CONFUSÃO 24 2.3.3. ESTIMATIVAS DOS RISCOS RELATIVOS DE MORTALIDADE GERAL E ESPECÍFICA POR E POR CAUSAS. COM ~DADE CONTROLE DE VARIÁVEIS DE COflFUSÃO ••••••••••••• 25 2.4. PROCESSAftENTO •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 26 3. AE SUL 1 AOOS •..••.••.•.•.••..••••••••.••••••.•••••••••.•..•• 27 3.1. SA NE AM EN T O B 5 I r o .................................... 27 ~ 3.2. EOUC AC ~O .•.....•.........................•.•......... 39 3.3. RENDA ••••••...••.•.•.•.•..•.••.....•..•..•.•••••••••• 47 3.4. VAR I 6VE I S DEMOGR A F I C AS .••.••••••..•.•.•.••.••••.•.••. S4 3.4.1. DENSIDADE DEMOGRaFICA INTRA-FAMILIAR .•.••...•• S4 3.4.2. CARACTERíSTICAS DA REPRODUC~O MATERNA ....•••.. 60 3.4.3. ANTECEDENTES DE MORTALIDADE .•................. 77 3 . 5 . ALEITAMENTO MATERNO 81 3.6. ASSISTiNCIA ~ SAúDE 91 3.6.1. ATENC~O PRÉ-NATAL 92 3.6.2. COBERTURA VACINAL 94 3.7. MODELOS DE REGRESS~O LOGíSTICA PARA CONTROLE DO EFEITO SIMULTaNEO DAS UARiAUEIS PREDITIVAS •.•••.•• 113 3.7.1. VAPIaVEIS PREDITIUAS DE MORTALIDADE POR TODAS AS CAUSAS EM CRIANCAS DE UM A SES SE NT A ME 5 E S •••••••••••.••••.•••••••••• 115 3.7.2. VARIiVEIS PREOITIVAS DE MORTALIDADE POR TODAS AS CAUSAS EM CRI ANCAS DE UM A DOZ E ME SE S •••••••••••••.•...•...•••.•.••• 11 B 3.7.3. VARIaUEIS PREDITIVAS DE MORTALIDADE POR CAUSAS GASTPOINTESTINAlS EM CPIANCAS DE UM A DOZE ME SE 5 ••••••••.••••••••••••••••••• 1 I 9 4. CO M E NT Á R I OS F I NA I S •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 131 5. RE F ER € NC I AS B I BL I OGR &F I CA S •••...•.••.•••••••.•••...•..•••. 141 6. AME XO S •••••••....••.•.•.••••.•••••••••••••••••••.••••••••• 154 ÍNDICE DE TABELAS 01. DISTRIBUICílO DOS "CASOS" E "CONTROLES. SEGUNDO IDADE E SEXO ........... .. ........ .. .. .............. ............ .... .... .... ...................... 16 02. CAUSAS DE óBITO. SEGUNDO TR~S OIFERENTES FONTES DE DIAGNóSTICO.. ... .. .. ......... . ................ 18 03. DESTINO INADEgUADO 00 ESGOTO. CO"O FATOR DE RISCO RELATIVO DE "ORTALIDADE CRIANCAS é~ DE U" A SESSENTA "ESES (A"OSTRAS INDEPENDENTE E PAREADA ) ......... ..• •.....•. .. . .. ..•. . ... . .........••. 30 () 4 • oE 5 I 1 NA ç " O '[ N AI ) ElJ 1.1 AI l A [lO L I XII . r li M[) F A'I I] P I) r RISCO RELATIVll l'E 1'I0RTAUl'Al'E CRfANCAS l'E lIM ~I'I A SESSENTA "ESE5 (A"OSTRAS INDfPENDENTE E PAREADAl ~ 1 05 . ORIGE" INADEgUADA DA i GUA. COI'IO FATOR DE RISCO RISCO RELATIVO DE MORTALIDADE EM CRIANCAS DE UM A SESSENTA I'IESES (AMOSTRAS INDEPENDENTE E PAREADA ) 32 06. AUSÊNCIA DE TRATA"ENTO INTRA-DOMICILIAR DA ÁGUA. CO"O FATOR DE RISCO RELATIVO DE MORTALIDADE EM CRIANCAS DE UM A SESSENTA I'!ESES. (A"OSTRAS INOEPENDENTE E PAREADA ) ••••.••••••••••••••.••••••••••••• 33 07. DESTINO INADEgUADO DO ESGOTO. COMO FATOR DE RISCO RELATIVO DE I'IORTALIDADE EM DE UI'! ~RIANCAS A SESSENTA I'IESES. SEGUNDO IDADE IAI'IOSTRA INDEPENDENTE) .•••••••.• ••.•. •.. . .. . . '.................... 34 08. DESTINACÃO INADEgUADA DO LIXO. COI'IO FATOR DE RISCO RELATIVO OE I'IORTALIOADE EI'! CRIANCAS DE lIM A SESSENTA MESES. SEGUNDO IDADE (AMOSTRA I NOEP ENOENTE) •••.•.••••••.. ,............................ 35
Description: