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Histórias de literatura: as novas teorias alemãs. PDF

321 Pages·1996·12.757 MB·Portuguese
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i h iilinn h ri(!çjer Olinto l li Ic )| \l A S D E In r. teoriíisalemãs A’, iy. 4 4 m projeto necessário e impossível?” Essa pergunta formulada por S. J. Schmidt traduz, de certo modo, os esforços em situar a discussão sobre literatura, história e história da literatura em molduras referenciais alteradas. E aponta igualmente para questões complexas que afrontam, hoje, o estudioso do fenômeno literário na construção de modelos dinâmicos para os múltiplos processos de liansformação do sistema literatura. Os artigos reunidos nesta cole- lánea representam, antes de mais nada, um convite ao diálogo com novas formas dc pensar a escrita de hr.tói ias dc literatura em ensaios de teóricos alemães, que se destaca- i.iin nos últimos anos por suas con- li ilmiçoes originais. A redeseoberta do interesse pela história da literatura está rei.ilmeiitc relacionada com a divulj.',nçáo, em 1967, do texto A lir.lniiii <la literatura como provo- (/ teoria literária de Hans 1'ulieil lauss (publicado pela Atica in I'>‘>1) () mérito deste trabalho pHili m i entendido a partir da pro- i". i i ile tee .eiever a história da lii' i.111ii.i meiliada via horizonte de I" 11 iti• i do leitor, pela motiva- ni di iiiiin '.ene dc i|ueslionamen- iii 'i i pn 1111 ... r. que, até então, .......... 1111 i lir.imio|>ralia no âmbi- id da lll* Killlia • i. ■ ntiilii, as contribuições I |• i • • iii. v iihlllie. esei itas ao m " .................. !í0, uleieeein II111 ............. i it> nti>I(1111.i * pisleiiiiiló . i ii i. I 11> i .i ii i i .té|ii ir, et I i " .......... . iilti i uai i v ii'. em «11ii’ se fundamenta a percepção atual dos problemas envolvidos na historio­ grafia literária. Ainda que caracte­ rizadas, em parte, por compromis­ sos heterogêneos, existem certas convergências. Essa nova consciência, que abrange reflexões críticas sobre o lugar específico da fala do historia­ dor e de suas motivações, acena para a despedida de idéias substan- cialistas e idéias de totalidade pre­ sentes em filosofias da história tra­ dicionais. As análises dos proces­ sos dinâmicos dos sistemas literá­ rios acentuam alianças que atraves­ sam o espaço da matriz disciplinar usual e demandam a reformulação de fronteiras conceituais. A primazia dada a perspectivas relacionais e funcionais, que arti­ culam a historiografia literária como eixo de camadas simultâneas e de processos de múltiplas fases, sinaliza ao mesmo tempo a com­ plexidade e as dificuldades que desafiam o novo historiador da literatura que transita nestes espa­ ços sem limites. 1 1 s Heidrun Krieger Olinto Professora de Teoria da Literatura na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Histórias de literatura As novas teorias alemãs editora áíiea Editor iVLiriam Goldfeder Editor-a.ssistente Claudemir D. de Andrade Preparação de originais Cláudia Carvalho Neves Revisão Fátima de Carvalho M. de Souza Anabel \jy Maduar Eliana Antonioli Edição de arte (miolo) Eliana Kestenbaum Capa Processo de Criação IMPRESSÃO DAG ISBN 85 08 05796 2 1996 Todos os direitos reservados Editora Ática S.A: Rua Barão de Iguape, 110 — CEP 01507-900 Tel.: PABX (011) 278-9322 — Caixa Postal 8656 End. Telegráfico “Bomlivro” — Fax (011) 277-4146 São Paulo (SP) Sumário Apresentação-----------------------------------------;-----------------------5 Interesses e paixões: histórias de literatura, por Heidrun Krieger Olitito-------------------------------------------------15 Tradição literária e consciência atual da modernidade, por Haná Robert Jauóó ------------------------------------------------------4 7 Sobre a escrita de histórias da literatura, por Siegjneè J. Schmídt --------------------------------------------------101 Teoria da história, historiografia e diacronologia, por Gebhard Riucb -------------------------------------------------------133 Fraquezas atuais da história social da literatura alemã, por Jõrg Schõnert ——------------------------------------------------------169 História literária “empírica”, por Clauà-Micbael Ort----------------------------------------------------193 História literária e história das mentalidades, por Friederike Meyer ------------------------------------------------------211 História da literatura: fragmento de uma totalidade desaparecida?, por Ha/ui ULrich Giunbrecbt----------------------------------------------223 robra de arte e a auto-reprodução da arte, por Niklaj Lubniann ------------------------------------------------------241 Alguns dardos envenenados não fariam mal, por Harro Miiller -----------------------------------------------------------2 73 Instrumentos para uma historiografia genealógica da literatura, por Harro Miiller e Nikotaud Wegmann -------------------------------285 Os efeitos e a história da literatura, por Hatu-Ge.org Werner ---------------------------------------------------303 * ■ ' _________________ — Apresentação presente coletânea pretende refletir o crescente interesse pela tematização de novas formas de pen­ sar a escrita de histórias de literatura, a partir da contribuição original de teóricos alemães. Segundo Siegfried J. Schmidt, responsável pela edição especial da revista Poeticj (n. 14, 1985), sobre historiografia literária, a Alemanha transformou-se em centro importante dessa discussão, desde a crise da ciência da lite­ ratura no Final da década de 1960 e da subseqüente ênfase sobre história da literatura, disciplina de marcadas funções sociais. Como justificar escolhas que reúnem — em função da proble­ mática expressa pelo título e supostamente comum — uma variedade de ensaios de autores caracterizados por compromissos epistemoló- gicos, metateóricos, metodológicos e éticos heterogêneos que, à pri­ meira vista, não revelam uma idéia matriz? Existem, no entanto, certas convergências. As posições múlti­ plas, discordantes e experimentais, situam-se criticamente em rela­ ção a modelos tradicionais de teoria, de literatura e de história, que perderam eficácia e plausibilidade, sinalizando perspectivas novas para construir o seu objeto de investigação. Nesse sentido, o con­ senso funda-se paradoxalmente sobre um dissenso: não há verdade, há verdades. A historiografia literária escreve-se no plural. Trata-se dé uma prática sem veredictos finais, mas de propostas alternativas reversíveis que precisam ser legitimadas intersubjetivamente, em função de seus quadros de pensamento e de suas molduras teóricas. Desponta, então, outro sinal compartilhado: uma teorização densa e complexa, pouco comum para uma disciplina como a teoria da literatura, tida por arredia em relação ao ofício de sistematizar. Os textos coligidos neste volume abrangem artigos escritos ao longo da década de 1980. A exceção diz respeito ao artigo atual de Heidrun Krieger Olinto Hans Robert Jauss, “Tradição literária e consciência atual da modernidade”, publicado em 1970 na coletânea Literaturgeschichte ais Provokation [A história da literatura como provocação] que inclui, entre outros, uma republicação de sua aula inaugural na Universidade de Konstanz, em 1967. Na perspectiva atual, esse ensaio, “Literaturgeschichte ais Provokation der Literaturwis- senschaft” [A história da literatura como provocação à teoria literá­ ria], pode ser considerado texto-manifesto da crise. Foi mérito desse ensaio programático ter desconstruído a con­ fiança em propostas explicativas clássicas de uma história universa- lista, totalizante como encadeamento cumulativo unilinear de gene­ rais e batalhas na história política, e tê-la transferido para a história literária, como repertório de obras e autores eníileirados cronologi­ camente em uma utopia progressista pela articulação de estilos e épocas homogêneas. Ao mesmo tempo, o comprometimento com modelos fundados sobre o singular coletivo “literatura” e sobre o singular coletivo “história” é substituído por perspectivas que assi­ nalam a historicidade do fenômeno literário e situam-no em uma esfera comunicativa de interação complexa, inicialmente a partir da relação texto/leitor como unidade “fundante”. Além de criticar a percepção substancialista da literatura reduzida à obra, essa nova proposta desorganiza margens até então não percebidas como pro­ blemáticas. A dimensão ampliada não só envolve o diálogo entre texto e receptor em um contexto histórico datado, e os momentos de produção e recepção sob forma de horizontes de expectativa, como tematiza explicitamente a figura do observador/historiador enquanto instância inserida em uma estrutura institucional de saber e poder. K nesse sentido que se torna significativa a inclusão do texto de II l\ ,/nti.i.i “Tradição literária e consciência atual da modernidade”. ■ 111.11i‘,.u a evolução do conteúdo semântico do termo moderni- I '• I* '!< .( Ir o século V a partir do par conceituai antujui/moderni, o * ......... luscs para uma história da literatura relacionai, arti- uli 1 ■ - I' * 111. 111n.i consciência perceptiva. A sua visão descons- »"h .»mii 11' .>.ii >1. lu lória que postulam homogeneidade e totali- ■ .......... I' mimI.hIcs estáveis e inconfundíveis, demarcáveis i • ""•I. . !> | • .i I' nl.iti/.ando a instância da consciência ■■ mihhhiihi 1.............. f ri.ir.io <le uma época, Jauss articula a_ HISTÓRIAS DE LITERATURA 7 classificação em períodos, assentados sobre conteúdos supostamen­ te uniformes, a partir dos modos perceptivos de uma consciência histórica. Na sua compreensão, cesuras temporais, modelos legiti- madores tradicionais de periodização na história literária, ao invés de representarem marcas universais, precisam ser entendidas como construções flutuantes que traduzem provisoriamente uma identi­ dade em função da consciência que os contemporâneos têm do seu próprio tempo, sentido como diferença positiva ou negativa em relação ao precedente. Ainda que Jauss enfatize quase exclusiva­ mente a esfera cultural, o seu modelo empresta um perfil móvel a unidades de época e pluraliza o tempo histórico ao questionar o caráter universalizante de um período. Nos anos subseqüentes, tais questões, em seu conjunto, ganha­ ram em complexidade e profundidade a partir, e em função, de sua assimilação e crítica. Hoje existem inegáveis convergências. Por exemplo, no questionamento de conceitos substancialistas de litera­ tura c história, um reduzindo literatura a obras literárias e suas su­ postas marcas de literariedade e essencialidade, o outro compreen­ dendo a história como repositório de fatos e eventos ocorridos no pas­ sado. A imensa ampliação do espaço do objeto sob investigação — a história pulverizada em infindáveis histórias locais, construídas a partir de interesses plurais, e a Hteratura articulada como processo instável em uma rede de múltiplos sistemas sociais interativos — ! suscita, como conseqüência, modelos mais densos e plurifacetados. As contribuições deste volume oferecem uma perspectiva dos novos padrões epistemológicos, metateóricos, estéticos e sociais que orientam a percepção atual dos problemas envolvidos na escrita de histórias de literatura. Uma das questões que acompanha a maioria dos artigos pode ser formulada assim: como produzir novas racio­ nalidades sem anular o compromisso de construir modelos não- fedutores de complexidade? Ou seja, como vencer o desafio de lidar com áreas de investigação de fronteiras flutuantes e intranspa- rentes, que precisam de redes teóricas cada vez mais finas e intrin­ cadas, sem que se reduzam os universos analisados por princípios sintéticos, e, ao mesmo tempo, sem perdê-los em uma infinidade de processos individuais aleatórios e banais? A revisão e sistematização de Siegfried J. Schmidt dos principais problemas envolvidos na escrita e prática historiográfica assentam

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