HISTORIA DO BRASIL 1500-1627 o-d/fa\o/^\\o 1AN0 DE ABREU XVI—i T 1)^ •*-* EDITORES-PROPRIETÁRIOS WEISZFL06 IRMÃOS S.PAULOERIO 1918 Ie ne fay rien sans Gayeté (Montaigne, Des livres) Ex Libris José Mindlin HISTORIA DO BRASIL POB FREI YICEOTE DO SALVADOR NATURAL DA BAHIA NOVA EDIÇÃO REVISTA POR CAPISTRANO DE ABREU <ditor8Í-proprietarios WEISZFLOG IRMÃOS S. PAULO E RIO * «18 KS^fr&Çf&í •• !Ásí^^••'i^?^^2lPPT1,, MJP.HI S IN TOS rò»lnV»4«pi<lca 'k>r &SS í?;<« •S«H<U»VA h S S .' i cüwifM -., <- . .1'. 3.iMifiucc-<lii "»l "T9*f«r ím^Wtn di S.iõbento > -í •O *&* 1 m0T?&Z#& PLANTA DA CIDADE DO SALVADOR, CONTEMPORÂNEA DA INVASÃO DOS HOLLANDEZES 4 fIM 0^— Em /SS/ d Bibliotheca NacionaljeMisçu uma "exposição de historia e geo^raj/hia da Brasil, aberta a 2 de D\zembfo,~ anni- versario de D. Pedro *2.°, encerrada a* 2 de Mneiro do" afino «e- guinte. Vierarfí,\á luz suds •riquezas*em impressos," manuscritos, rn.ap.pas, estampas, ^medalhas* e maeddS; instituições diversas" cotleccionadores partiçutare^ concorreram ao certame; tfjela pri meira vez desenhou-se nítida, a immensidade damempréta de des crever a terra brasileira e conhecer os feitos dos seus filhos. Pelos salões e corredores do velho casarão da rua do Pas seio peregrinaram sete mil seiscentos & vinte e um visitantes. Não é muito. Podiam sir menos sem inconvenientes*, A< exi bição figurava a¶to transitório, mero pretexto da abra ver dadeira, o Catalogo. Desde o primeiro dia distAbuiram-sg dois volume^, sonynando mil seiscentos e doze paginas, arrolando dezanove mil" duzentos e setenta e oito objectos. Com osupple- mento, que pouco demorou, as paginas subiram a cerea de mil e oitoçentos, os objectos excederem dg^vinte mil* Valido e fecun do prosegue ainda quem concebeu, e levou galhardamente a fim a obra monumental?— hoje votado ao sDigcionario hfttoridS, elh- nographico e geOgraphico brasileiro emfrehendido pelo instituto Histórico, que será o coroamejito dé sua secunda mocutnde. J?oucos*dtas antes da inauguração sobreveiu 'aos que tra t balhavamqs ao lado e sob as ordene dQ Dr. Itymiz Galvã4^ a mais agradável das surprezas. • , *> . - .Tínhamos bgm presentes as poucas linhas de Barbosa Ma chado na Bibliotheca Lusitana e os trechos de*jàboatão no tfovo orbe seraphico brasilejro, relativos â frei Vjcente do* Salvadod e sua obra; sabíamos do exemplar de , sua historia, folheado por Varnhagen, quasi adolescente, finda, na biblioteca Saslfecessi- daies em Lisboa e sumido ainda- hoje; conhecíamos o capitulo [avulso dtpcoberto por João Francisco~Lisboa tia Torre do £pm- IV Nota preliminar bo, identificado e impresso por Vamhagen em 1858 na Revista trimensal do Instituto. Depois da ultima data nem a obra nem o nome do autor emergiam mais do mysterio. Bem podia telo desvendado o illustre Vamhagen, que depa rou a obra na Torre do Tombo, desde 1872 pouco mais ou menos, quando revelou a existência do exemplar da Prosopopéa de Bento Teixeira, até então considerada perdida. Já em 1874 no postfacio 4 segunda edição da Historia das lutas refere-se a fados que re centemente apurara relativos ao petiguar Zorobabé e á expedição de Pero Coelho de Sousa ao Ceará. Na segunda edição da Histo ria geral repetiu estas novidades e forneceu outras, as mais das vezes sem indicar-lhes a procedência, uma escudando-se no dizer de um escritor antigo, p. 379, outra, p. 393, recorrendo á sigla pouco transparente de F. V. do S. Isto no primeiro volume. No segundo guarda sigillo sobre o paradeiro do manuscri to, junta inexactidões como dizer que a dedicatória foi datada de Lisboa, que a Chronica de Custodia é a primeira parte da His toria e termina seccamente, p. 687: « tanto uma como outra parte não foram até agora impressas ». Com os annos, adquirira certas singularidades bem diversas da franqueza e alvoroço com que a principio revelava os achados e as descobertas: reservava-os talvez para Archivo diplomático brasiliense antigo, annunciado desde a publicação d.o livrinho de Maurício de Heriarte, bello sonho desvanecido pela morte a 29 de Junho de 1878, em Vienna. Ora, o livro esquivo, quasi mythico, de frei Vicente do Sal vador entrou de modo inesperado na Bibliotheca Nacional. João Martins Ribeiro, intelligente livreiro do Rio, que va lente e activo ainda poderá ler estas paginas, adquiriu papeis vários e alfarrábios e de mistura alguns manuscritos, entre os quaes uma historia do Brasil em que nunca ouvira falar. Não os quiz expor á venda, e doou-os á Bibliotheca Nacional, como sua quota para a exposição que ia ser inaugurada. V. Gaz. de No ticias, de 19 de Novembro de 1881. O mais ligeiro exame do códice revelava seu passado: — a encadernação de couro á portugueza, o aspecto do papel, a letra do copista, denunciavam-no como um dos numerosos volumes copiados dos archivos e bibliothecas lusitanas na era de 50 por commissão do governo imperial, confiada primeiro a Gonçalves