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História de amor. PDF

174 Pages·2012·0.82 MB·Portuguese
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L A U R E N K A T E APAIxONADOS HISTÓRIAS DE AMOR DE FAllEN A vida é tão breve, a arte tão demorada de ser aprendida, as tentativas tão difíceis, a vitória tão dura, a terrível alegria, tão árdua de conseguir, e tudo passa tão rápido – chamo isso de Amor – desde suas maravilhas neste cenário mundial confundem tanto que, quando penso nisso, apenas sei que ou afundo ou nado. – GEOFFREY CHAUCER, O Parlamento das Aves Alice, Gabriela, Manuela e Monica TRADUÇÃO: : Raquel REVISÃO : Vanessa EDIÇÃO Manuela FINAlIZAÇÃO: O DIA DOS NAMORADOS DE SHElBY E MIlES O AMOR, ONDE VOCÊ MENOS ESPERA UM DOIS NA ESTRADA Shelby e Miles riam enquanto saiam do Anunciador. Seus tentáculos escuros agarrados à borda do boné azul dos Dodgers de Miles e no rabo de cavalo de Shelby quando eles emergiram da sombra. Mesmo que Shelby se sentisse tão cansada quanto se houvesse feito ses- sões de Vinyasa Yoga, se sentia aliviada por saber que ela e Miles estavam ou- tra vez em terra presente. Casa. Finalmente. O ar estava frio e o céu cinza, mas brilhante. Os ombros de Miles fica- vam em frente a ela, protegendo seu corpo do vento forte que fazia ondas na camiseta branca que ele usava desde que deixaram o quintal dos pais de Luce no feriado de Ação de Graças. Eras atrás - É sério! - Shelby estava dizendo - Porque é tão difícil para você acre- ditar que um hidratante labial é minha prioridade? - passou um dos dedos sobre os lábios e voltou, exagerando - Até parecem lixas! - Você está louca. - respondeu Miles, mas seguiu o dedo de Shelby com o olhar enquanto ela o deslizava cuidadosamente no lábio inferior. - Foi o Hidratante Labial que você perdeu dentro do anunciador? - E os meus podcasts, - disse Shelby fazendo barulho ao pisar em uma pilha de folhas cinza e mortas. - E meu bronzeador. Estiveram saltando no tempo através dos anunciadores por tanto tempo: Desde uma cela na Bastilha onde conheceram um prisioneiro de aparência espectral que não quis dizer seu nome; Até um campo de batalha chinês san- grento onde não reconheceram uma alma sequer. E mais recentemente, em Jerusalém, onde ao menos haviam encontrado Daniel, procurando Luce. Só que aquele Daniel não era completamente igual. Estava literalmente unido com um eu fantasmagórico de seu passado e não conseguia se libertar. Shelby não podia deixar de pensar na luta de Miles e Daniel com as setas estelares e a maneira como as duas partes de Daniel – presente e passado – haviam sido separadas quando Miles encostou a seta no peito do anjo. Coisas assustadoras aconteceram dentro dos anunciadores. Shelby estava feliz por ter tido Miles ao seu lado. Agora, só tinham que voltar aos seus dormitórios sem se perderem no bosque. Shelby olhou para o que ela espera- va ser o oeste e começou a levar Miles por uma triste parte do bosque que não conheciam. - Esse deve ser caminho até a Shoreline. À volta para casa foi agridoce. Ela e Miles tinham entrado no Anunciador com uma missão; entraram logo após Luce desaparecer no quintal da casa de seus pais. Tinham ido para trazê-la de volta para casa. - como Miles disse: Anunciadores não devem ser usados levianamente - mas a seguiram para ter certeza de que ela estava bem. Não lhes importava o motivo de os Anjos e os Demônios estarem brigando por Luce. Para eles, Luce era sua amiga. Mas na busca, nunca encontraram Luce. Tinham se guiado pelos instin- tos de Shelby, mas só conseguiram chegar a lugares estranhos e logo viajavam ao seguinte para ver que não havia nenhum rastro de sua amiga. Ela e Miles haviam discutido muitas vezes sobre qual e como seria a me- lhor forma de chegar a Luce. Ela odiava brigar com o Miles. Era como discu- tir com um cachorro. A verdade era que nenhum deles sabia o que estavam fazendo. Mas em Jerusalém aconteceu algo bom. Eles três - Miles, Shelby e Dani- el - haviam se dado bem pela primeira vez. Agora, com a benção de Daniel (alguns chamam isso de comando), Shelby e Miles finalmente se dirigiram para casa. Parte de Shelby estava preocupada por abandonar Luce, mas outra parte - a que confiava em Daniel - estava ansiosa para voltar ao lugar onde supunha dever estar. Sua época e lugar. Sentia como se houvessem viajado por muito tempo, mas ninguém sabia como funcionava o tempo dentro dos Anunciadores. Shelby se perguntava se chegariam e descobririam que tinham se passado apenas alguns segundos ou talvez anos. - Assim que chegarmos a Shoreline - disse Miles - sairei correndo direto para uma longa e quente ducha. - É, boa ideia. - Shelby segurou um pedaço de seu espesso rabo de cava- lo loiro e cheirou - Tenho que lavar e eliminar este terrível cheiro de Anun- ciador do meu cabelo. Se é que isso é possível. - Sabe do que mais? - Miles se inclinou, baixando a voz, apesar de não haver mais ninguém por perto. Era estranho que o Anunciador os tivesse deixado tão longe dos terrenos da escola. - Talvez devêssemos nos esgueirar esta noite até o refeitório e comer alguns daqueles biscoitos doces. - Os amanteigados? Do pote? - Shelby arregalou os olhos. Outra boa idéia de Miles. Era bom ter o cara por perto. - Nossa, eu tinha esquecido o quanto é bom estar na Shoreline. Cruzaram a linha de árvores e um prado surgiu diante deles. A cena toda golpeou Shelby de repente. Ela não via nenhuma construção familiar da Sho- reline, porque simplesmente não estava lá. Ela e Miles estavam... em algum outro lugar. Fez uma pausa e observou a encosta ao redor deles. Observou a neve nos galhos das árvores e imediatamente teve certeza que não eram as sequoias da Califórnia. A estrada de barro não pertencia a Pacific Coast Highway. Obser- vou a estrada de barro sobre a encosta e vários quilômetros mais a frente viu uma antiga cidade protegida por um muro de pedra. Ela se lembrou de uma dessas tapeçarias antigas e desbotadas, com uni- córnios graciosos em frente a cidades medievais que algum ex-namorado de sua mãe tinha mostrado certa vez ao arrastá-la numa visita ao museu Getty. - Achei que estávamos em casa! - exclamou Shelby. Sua voz estava em algum lugar entre o grito e o choro. Onde será que eles estavam? Ela parou um pouco antes do fim da estrada, olhou para trás e viu a de- solação enlameada desse lugar. Não havia ninguém por perto. Era assustador. - Também pensei isso. - Miles mexeu no boné, melancólico. - Mas acho que não estamos tão longe da Shoreline. - Não estamos tão longe? Olha essa estrada lamacenta. Olha a fortaleza logo ali. - ela engasgou - Esses pontos escuros se movendo são cavaleiros? A menos que estejamos em alguma espécie de parque temático, estamos presos na maldita Idade Média - pôs a mão na boca - Espero que não tenha come- çado a época da peste. Que Anunciador você abriu em Jerusalém afinal? - Não sei, eu só... - Nunca chegaremos em casa! - Sim, nós chegaremos, Shel. Li sobre isto... Eu acho. Podemos voltar no tempo pulando junto aos outros anjos em seus anunciadores, então tam- bém podemos voltar para casa dessa forma. - Então, o que você está esperando? Abre outro. - Não é assim - Miles desceu seu boné azul dos Dodgers para um pouco abaixo dos olhos. Shelby quase não podia ver seu rosto. - Acho que temos que encontrar um desses outros anjos e descobrir a maneira de pegar outra sombra emprestada. - Você fala como se só tivéssemos que pedir emprestado um saco de dormir para um acampamento. - Ouça: Se encontrarmos uma sombra que se molde ao século onde exis- timos atualmente, poderemos voltar para casa. - E como faremos isso? Miles negou com a cabeça. - Acho que fiz isso quando estávamos com o Daniel em Jerusalém. - Estou com medo - Shelby cruzou os braços sobre o peito e tremeu com o vento. - Só faça alguma coisa! - Não posso, muito menos com você gritando. - Miles! - Shelby encolheu o corpo. O que era esse som atrás deles? Algo estava vindo pelo caminho.

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ditar que um hidratante labial é minha prioridade? - passou um Shelby não podia deixar de pensar na luta de Miles e Daniel com as setas estelares
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