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História da música ocidental PDF

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i presenté História da Música Ocidental; actualizada sucessiva- nente desde a l.-1 edição, foi con- em todo o mundo a e mais completa história "•\^f."-'" • • - . j Seguindo uma perspectiva cro nológica, os autores relatam a i evolução sofrida pela música desde a Grécia antiga ãté.„aog_- nossos dias, inserindo-a sempre^ num contexto mais abrangente^ da cultura ocidental."'^ |-| . " ~ [ As alterações introdlizitíasjpor t Claude V. Palisca na maiKrjecplite i revisão do volume - que'a tra- 1 dução portuguesa inteiramente ! reproduz - cumpriram com êxito j as intenções originais de Donald . ... J. Grout, que eram as de fazer I dele um instrumento indispen- i sável aos estudiosos e, ao mesmo A r/ oto? svca tempo, servir os objectivos de um 1 público mais geral, que apenas mi f gostasse e se interessasse pelo tema e que, com o grafismo \ V /& actual, pode ignorar os porme nores mais técnicos, os exemplos I mais académicos e os elementos i de estudo e passar directamente • à narrativa histórica e aos teste- í munhos e biografias dos cria¬ ! dores musicais do Ocidente em todas as épocas, j Profusamente ilustrada e repleta I de referências musicais, algumas .) delas resultantes de investiga ções extremamente recentes, esta edição perpetua a tradição de í rigor académico e estilo gracioso i que desde o início fizeram da i História da Música Ocidental uma .. •s obra de reconhecido prestígio î internacional. («ara DONALD J. GROUT « CLAUDE V. PALISCA <XJ\ HISTÓRIA D AM ÚSICA OCIDENTAL REVISÃO TÉCNICA DE ADRIANA LATINO DEPARTAMENTO DE CIENCIAS MUSICAIS S O' DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA * * £ÜÍ José Alberto Kaplan V [col | ri \ \ CCHLA/ÜFPS / I DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL MULTINOVA DISTRIBUIDORA DE LIVROS 1M.: (21) 576-8545 / 577-1306 E-mall:[email protected] símíís-íifpb! gradiva Título original inglés: A History of Western Music © 1988, byW.W. Norton & Company, Inc. . Tradução: Ana Luisa Fama *; . Revisão do texto: José Soares de Almeida Fotocomposição: Gradiva Impressão e acabamento: Printer Portuguesa, L?" Reservados os direitos para Portugal a: Gradiva—Publicações, L?"l Rua Almeida e Sousa, 21, r/c, esq. — 1399-041 Lisboa Telefs. 21 397 40 67/8 — 21 397 13 57 — 21 395 34 70 Fax 21 395 34 71 — Email: [email protected] URL: 'http://www.gradiva.pt 2.a edição: Janeiro de 2001 Depósito legal n.° 159 439/2000 Prefácio 9 j Abreviaturas 13 1 I A situação da música no fim do mundo antigo 15 j A herança grega • O sistema musical grego • Os primeiros séculos da igreja cristã • Bibliografia. 2 I Canto litúrgico e canto secular na Idade Média 50 ' Canto romano e liturgia • Categorias, formas e tipos de cantochão • Desenvolvi- i mentos ulteriores do cantochão • Teoria e prática musicais na Idade Média • • Monodia não litúrgica e secular • Música instrumental e instrumentos medie vais • Bibliografia. 3 j Os primordios da polifonia e a música do século xm '. 96 ' Antecedentes históricos da polifonia primitiva • Organum primitivo • Organum • \ melismático • Os modos rítmicos • Organum de Notre Dame • Conductos polifó- [ nico • O motete • Resumo • Bibliografía. i 4 I Música francesa e italiana do século xiv 130 Panorama geral • A ars nova em França • Música do Trecento italiano • Música francesa de finais do século xiv • Música ficta • Notação • Instrumentos • Re sumo • Bibliografía. j i 5 J Da Idade Média ao Renascimento: música da Inglaterra e do ducado da Borgonha no século xv 161 Veja o nosso site Música inglesa • A música no ducado da Borgonha • Bibliografia. na Internet http://www.gradiva.pt 17 j O século xrx: música instrumental 590 6 I A era renascentista: de Ockeghem a Josquin 183 Características gerais • Compositores do Norte • Josquin des Prez • Alguns con O piano • Música para piano • Música de câmara • Música orquestral • Biblio temporâneos de Obrecht e Josquin • Bibliografía. grafia (capítulos 16 e 17). 7 I Novas correntes no século xvi 219 18 I O século xrx: ópera e drama musical : 628 A geração franco-flamenga de 1520-1550 • A afirmação dos estilos nacionais • França • Itália • Giuseppe Verdi • A ópera romântica alemã • Richard Wagner: O madrigal e formas aparentadas • Música instrumental do século xvi • Biblio o drama musical • Bibliografia. grafía. 19 j O fim de uma era 653. 8 j Música sacra no Renascimento tardio 277 Pós-romantismo • Nacionalismo • Novas correntes em França • Ópera italiana • A música da Reforma na Alemanha • Música sacra da Reforma fora da Alema Bibliografia. nha • A Contra-Reforma • A escola veneziana • Resumo • Bibliografia. 20 I O século xx 696 9 I Música do primeiro período barroco 307 - Introdução • Estilos musicais relacionados com a tradição oral • Neoclassicismo Características gerais • O principio da ópera • Música vocal de câmara • Música e movimentos afins • Stravinsky • Schoenberg e os seus seguidores • Depois de sacra • Música instrumental • Bibliografia. Webern • Conclusão • Bibliografia. 10 I Ópera e música vocal na segunda metade do século xvi 359 Ópera • Cantata e canção • Música sacra e oratoria « Bibliografía. 11 j Música instrumental no barroco tardio , 392 Música de tecla • Música para conjunto • Bibliografía. 12 j A primeira metade do século xvra 423 - Antonio Vivaldi • Jean-Philippe Rameau • Johann Sebastian Bach • A música instrumental de Bach • A música vocal de Bach • George Frideric Haendel • Bibliografía. 13 I Origens do estilo clássico: a sonata, a sinfonia e a ópera no século xvra As luzes • Música instrumental: sonata, sinfonia e concerto • Ópera, canção e música sacra • Bibliografía. 14 I O final do século xvm FOr apnezr íJoodsoe fv iHenaeyndsne • • A Bsi boliborgarsa fiinas. trumentais de Haydn • As obras vocais de Haydn • Wolfgang Amadeus Mozart • As primeiras obras-primas de Mozart • 15 I Ludwig van Beethoven (1770-1827) 545 O homem e a sua música • Primeira fase • Segunda fase • Terceira fase • Biblio grafia. 16 j O século xrx: romantismo; música voral 571 Classicismo e romantismo • Características da música romântica • O Lied v Música coral • Bibliografia. O propósito de rever uma panorâmica histórica que conquistou os favores do público só pode consistir em melhorar o livro e actualizá-lo, e não em reformulᬠ-lo por completo. Se o leitor, porventura, conhece as edições anteriores, vai deparar com um livro substancialmente diferente, tanto no aspecto exterior como no conteú do, muito embora o âmbito e a apresentação dos capítulos continuem a ser, no essencial, os mesmos. A inclusão da palavra ocidental no título reflecte a consciência de que o sistema musical da Europa ocidental e das Américas é apenas um de entre os vários existentes na diversidade das civilizações mundiais. O âmbito deste livro restringe-se, além disso, exclusivamente àquilo a que costumamos chamar «música erudita», se bem que este conceito não seja, como é sabido, muito preciso. A música popular, o jazi e outras manifestações comparáveis do passado foram também bas tante elaborados, mas a nossa obra não pode ter a pretensão de dar conta da vasta gama de realizações musicais do Ocidente (que hoje são, elas próprias, objecto de estudos aprofundados), tal como não pode pretendê-lo o curso de história da música para o qual se propõe servir de guia. Antes de dissipar os receios dos fiéis ou esfriar a alegria dos críticos, permitam¬ -me que explique em que diferia a edição anterior (a terceira) das que a precederam. Uma vez que a história da música é antes de mais a história do estilo musical e não pode ser compreendida sem um conhecimento em primeira mão da música em si, fui convidado pelo editor, W. W. Norton and Company, a conceber a. Norton Anthology of Western Music e os álbuns que a acompanham como um complemento de parti turas e interpretações à 3.a edição. A maior parte das revisões dessa edição tiveram como objectivo coordenar o livro com a nova antologia. As análises de obras de algumas das antologias mais antigas foram substituídas por breves apontamentos estilísticos e analíticos das peças seleccionadas para a. Norton Anthology. Nesta edição tais notas analíticas foram conservadas ou desenvolvidas, mas, isoladas do corpo do texto, já não interrompem o fluir da narrativa histórica. O leitor pode passar por cima delas até ter oportunidade de se concentrar em cada uma das peças, com a partitura diante dos olhos e a música nos ouvidos. 9 Uma outra inovação consiste no facto de as vozes do passado se dirigirem direc xões mais pessoais, mas, quando há co-autoria, a melhor máscara a que uma obra tamente ao leitor em «vinhetas», nas quais compositores, músicos e observadores pode recorrer é, sem dúvida, a da neutralidade. comentam pormenorizadamente e de forma pessoal a música do seu tempo. Muitos Esta edição e eu próprio muito ficámos a dever à sabedoria e à perspicácia destes textos foram traduzidos propositadamente para o efeito. editorial de Claire Brook, vice-presidente e responsável da secção de música da W. Em vez da cronologia única apensa às edições anteriores, cada capítulo que W. Norton and Company. Aqui fica também o meu agradecimento ao seu assistente introduz um novo período contém agora uma cronologia mais concisa. Do mesmo Raymond Morse pelo modo consciencioso como atendeu a inúmeros pormenores da modo, em vez da bibliografia que preenchia densamente muitas das últimas páginas, produção do livro. há bibliografias detalhadas no fim de cada capítulo. Estas foram compiladas com o E, finalmente, devo a mais terna gratidão a minha mulher, Elizabeth A. Keitel, auxílio de duas doutorandas de Yale, Pamela Potter (capítulos 1 a 8 e 20) e Bonita por tão pacientemente ter partilhado as minhas muitas preocupações e por ter evitado Shuem (capítulos 9 a 19), a quem fico profundamente grato. O glossário foi suprimi que me isolasse completamente do mundo durante os longos meses que demorei a. do, uma vez que as definições breves, fora do seu contexto, se tornam muitas vezes levar a bom termo a presente edição. enganadoras. Os termos técnicos são geralmente explicados a primeira vez que apa recem, e o índice remete o leitor para essas definições. CLAUDE V. PALISCA Todas as pessoas implicadas na produção e distribuição deste livro concordaram Hamden, Connecticut que não seria desejável nem prático rever esta 4.a edição tão drasticamente como o desejariam alguns utentes fiéis. O livro continuará a evoluir em anos vindouros. Nesta edição os capítulos relativos ao início do período barroco foram os que sofreram uma revisão mais profunda, mas rara foi a página do resto do livro que permaneceu inalterada, tendo o século xx merecido uma atenção especial. Os quarenta professores universitários que responderam ao questionário em que se pediam sugestões para a 4.a edição da História da Música Ocidental e para a 2.a edição da Antologia forneceram-nos ampla matéria para reflexão e muitas propos tas viáveis de aperfeiçoamento. Procurei levar as críticas a sério e segui muitos conselhos. Todos os inquiridos merecem os meus calorosos agradecimentos, embora não possa deixar de salientar os nomes de alguns de entre eles cujo contributo foi r mais útil e mais completo: Jack Ashworth, da Universidade de Louisville, Charles Brauner, da Universidade Roosevelt, Michael Fink, da Universidade do Texas em San Antonio, David Fuller, do SUNY, em Buffalo, David Josephson, da Universi dade Brown, Sterling Murray, da Universidade de West Chester, James Siddons, da Universidade Liberty, e Lavern Wagner, do Quincy College (Illinois). Vários amáveis colegas leram diligentemente esboços de capítulos ou sub meteram à minha consideração críticas detalhadas desta ou daquela parte da última edição. O professor Thomas J. Matbiesen, da Universidade Jovem de Brigham, fez muitas sugestões de pormenor para a secção consagrada à música antiga. A professora Margot Fassler, de Yale, comentou extensamente dois esboços da parte do cantochão e influenciou de maneira decisiva as minhas reflexões acerca da música do início da era cristã. O Dr. Laurel Fay incitou-me a tentar conceder um lugar mais relevante aos compositores russos e soviéticos. O facto de não ter podido corresponder às expectativas de todos os críticos não deixará de os desi ludir e iliba-os, sem dúvida alguma, de quaisquer responsabilidades pelas falhas que ainda subsistam. Mas a gratidão que aqui lhes manifesto não poderia ser mais sincera. Infelizmente, o autor original da obra, Donald J. Grout, que faleceu em 10 de Março de 1987, não pôde tomar parte nesta revisão. Agradeço a colaboração da família no lançamento desta nova edição. Procurei manter intacta a prosa fluente do professor Grout sempre que esta se mantinha em sintoma com a situação actual dos conhecimentos e a opinião dos especialistas. Muitos sentirão a falta das suas refle- 10 11 ProP \C>\ ^ --A Abreviaturas AIM — American Institute of Musicology; entre as suas publicações contam-se CEKM, CMM, CSM, MD, MSD. Para uma lista completa, v. MD, 39, 1985, 169-20. AM — Acta Musicologica, 1929-. AMM — Richard H. Hoppin (éd.), Anthology of Medieval Music, Nova Yorque, Norton, 1978. CDMI— / classici delia musica italiana, 36 vols., Milão, Instituto Editoriale Italiano, 1918-1920, e Società Anónima Notan la Santa, 1919-1921. CEKM — Corpus of Early Keyboard Music, AIM, 1963-. CM — Collegium Musician, New Haven, 1955-, 2.a série, Madison, A-R Editions, 1969-. CMI— / classici musicali italiani, 15 vols., Milão, 1941-1943, 1956. CMM— Corpus mensurabilis musicae, AIM, 1948-. CSM— Corpus scriptorum de musica, AIM, 1950-. DdT— Denkmdler deustscher Tonkunst, 65 vols., Leipzig, Breitkof & Hartel, 1892¬ 1931; repr. Wiesbaden, 1957-1961. DTB — Denkmaler deustscher Tonkunst, 2, Folge, Denkmaler der Tonkunst in Bayern, 38 vols., Braunschweig, 1900-1938. DTOe— Denkmaler der Tonkunst in Oesterreich, Viena, Artaria, 1894-1904; Leipzig, Breitkopf & Hartel, 1905-1913; Viena, Universal, 1919-1938; Graz, Akade- mische Druck- und Verlagsanstalt, 1966-. EM — Early Music, 1973-. EMH— Early Music History, 1981-. EP — R. Eitner (éd.), Publikationen altérer praktischer und theoretischer Musikwerke, vorzugsweise des xv, und xvi. Jahrhunderts, 29 vols, in 33 Jahrgãnge, Berlim, Bahn and Liepmannssohn; Leipzig, Breitkopf & Hartel, 1873-1905; repr. 1967. GLHWM — Garland Library of the History of Western Music. GMB — Arnold Schering (ed.), Geschichte der Musik in Beispielen (História da Música em Exemplos), Leipzig, Breitkopf & Hartel, 1931. HAM— Archibald T. Davison e Willi Apel (eds.), Historical Anthology of Music, Cambridge, 1950, vol. 1, Oriental, Medieval, and Renaissance Music, e vol. 2, Baroque, Rococo, and Pre-Classical Music. JAMS — Journal of the American Musicological Society, 1948-. JM— Journal of Musicology, 1982-. 13 JMT— Journal of Music Theory, 1957-. MB— Musica Britannica, Londres, Stainer & Bel], 1951-. MM — Cari Parrish e John F. Ohl (éd.), Masterpieces of Music Before 1750, Nova Iorque, Norton, 1951. ML — Music and Letters, 1920-. MQ— The Musical Quarterly, 1915-. MR— Gustave Reese, Music in the Renaissance, 2.a ed., Nova Iorque, Norton, 1959. MRM — Edward Lowinsky (ed.), Monuments of Renaissance Music, Chicago, University of Chicago Press, 1964. MSD— Musicological Studies and Documents, AIM, 1951-. NG — New Grove Dictionary of Music and Musicians, ed. Stanley Sadie, Londres, Macmillan, 1980. . NOHM— New Oxford History of Music, Londres, Oxford University Press, 1954-. NS — Roger Kamien (ed.), The Norton Scores, 4." ed., Nova Iorque, Norton, 1984. OMM — Thomas Marrocco e Nicholas Sandon (ed.), Oxford Anthology of Medieval Music, Nova Iorque, Oxford University Press, 1977. PAM — Publikationen- altérer Musit.. hei der deutschen Musikgesellschaft, Leipzig, Bretkopf & Hartel, 1926-1940. PMM — Thomas Marrocco (ed.), Polyphonic Music of the XTVth Century, Mônaco, Oiseau-Lyre, 1956-. PMMM — Publications of Medieval Music Manuscripts, Brooklyn, Institute of Medieval A situação da música no fim do mundo antigo Music, 1957-. PMS — L. Schrade (ed.), Polyphonic Music of the Fourteenth Century, Monaco, Oiseau¬ -Lyre, 1956-. RMAW — Curt Sachs, The Rise of Music, in the Ancient World Nova Iorque, Norton, 1943. Quem vivesse numa província do Império Romano no século v da era cristã RTP — William Waite (ed.), The Rhythm of Twerlfth-Century Polyphony, New Haven, poderia ver estradas por onde as pessoas outrora haviam viajado e agora já não Yale University Press, 1954. viajavam, templos e arenas construídos para multidões agora votados ao abandono SR — Oliver Strunk, Source Readings in Music History, Nova Iorque, Norton, 1950; e à ruina, e a vida, geração após geração, um pouco por toda a parte, tornando-se também editado em vários volumes brochados, como se segue. cada vez mais pobre, mais insegura e mais difícil. Roma, no tempo da sua grandeza, SRA — Source Readings in Music History: Antiquity and the Middle Ages. fizera reinar a paz em quase toda a Europa ocidental, bem como em muitas zonas da SRRe— Source Readings in Music History: the Renaissance. África e da Ásia, mas, entretanto, enfraquecera e já não tinha capacidade para se SRB — Source Readings in Music History: the Baroque Era. defender. Os bárbaros iam chegando do Norte e do Leste, e a civilização comum a SRC — Source Readings in Music History: the Classic Era. toda a Europa desagregava-se em fragmentos que só muitos séculos mais tarde SRRo— Source Readings in Music History: the'Romantic Era. começariam gradualmente a fundir-se de novo, dando origem às nações modernas. TEM — Carl Parrish (éd.), A Treasury of Early Music, Nova Iorque, Norton, 1958. WM — Johanes Wolf, Music of Earlier Times — edição americana da obra Singund O declínio e a queda de Roma marcaram tão profundamente a história européia Spielmusik ans altérer Zeit, 1926. que ainda hoje temos dificuldade em nos apercebermos de que, paralelamente ao processo de destruição, se iniciava então, paulatinamente, um processo inverso de criação, centrado na igreja cristã. Até ao século x foi esta instituição o principal — e muitas vezes o único — laço unificador e canal de cultura da Europa. As pri meiras comunidades cristãs, não obstante terem sofrido durante trezentos anos perse guições mais ou menos esporádicas, cresceram regularmente e disseminaram-se por todas as regiões do império. O imperador Constantino adoptou uma política de tolerância após a sua conversão, em 312, e fez do cristianismo a religião da família imperial. Em 395 a unidade política do mundo antigo foi formalmente desfeita, com a divisão em Império do Oriente e Império do Ocidente, tendo por capitais Bizâncio e Roma. Quando, após um século terrível de guerras e invasões, o último imperador do Ocidente foi, finalmente, deposto do seu trono, em 476, os alicerces do poder papal estavam já tão firmemente estabelecidos que a Igreja se encontrava em con dições de assumir a missão civilizadora e unificadora de Roma. 15 A herança grega sem abolir a própria música; além disso, as teorias musicais estiveram na base das teorias medievais e foram integradas na maior parte dos sistemas filosóficos. Por isso, se queremos compreender a música medieval, temos de saber alguma coisa acerca da A história da música ocidental, em sentido estrito, começa com a música da _ música dos povos da antigüidade, em particular da teoria e da prática musicais dos igreja cristã. Todavia, ao longo de toda a Idade Média, e mesmo nos dias de hoje, Gregos. artistas e intelectuais têm ido continuamente à Grécia e a Roma à procura de ensinamentos, correcções e inspiração nos mais diversos campos de actividades. Isto A MÚSICA NA VIDA E NO PENSAMENTO DA GRÉCIA ANTIGA — A mitologia grega atribuía também é válido para a música, embora com algumas diferenças importantes em à música origem divina e designava como seus inventores e primeiros intérpretes relação às outras artes. A literatura romana, por exemplo, nunca deixou de exercer deuses e semideuses, como Apoio, Anfião e Orfeu. Neste obscuro mundo pré-histó a sua influência ao longo da Idade Média. Virgílio, Ovidio, Horácio e Cícero rico a música tinha poderes mágicos: as pessoas pensavam que era capaz de curar continuaram sempre a ser estudados e lidos. Esta influência tornou-se bem mais doenças, purificar o corpo e o espírito e operar milagres no reino da Natureza. importante nos séculos xrv e xv, à medida que foram sendo conhecidas mais obras Também no Antigo Testamento se atribuíam à música idênticos poderes: basta lem romanas; ao mesmo tempo ia sendo gradualmente recuperado aquilo que sobrevivera brar apenas o episódio em que David cura a loucura de Saul tocando harpa (1 Samuel, da literatura grega. Contudo, no domínio da literatura, bem como em vários outros 16,14-23) ou o soar das trombetas e a vozearia que derrubaram as muralhas de Jerico campos (nomeadamente no da escultura), os artistas medievais e renascentistas (Josué, 6, 12-20). Na época homérica os bardos cantavam poemas heróicos durante tinham a vantagem de poderem estudar e, se assim o desejassem, imitar os modelos os banquetes (Odisséia, 8, 62-82). da antigüidade. Tinham diante dos olhos os poemas ou as estátuas autênticos. Já com Desde os tempos mais remotos a música foi um elemento indissociável das ceri a música não acontecia o mesmo. Os músicos da Idade Média não conheciam um mônias religiosas. No culto de Apolo era a lira o instrumento característico, enquanto exemplo sequer dá música grega ou romana, embora alguns hinos tenham vindo a no de Dioniso era o aulo. Ambos os instrumentos foram, provavelmente, trazidos para ser identificados no Renascimento. Actualmente estamos numa situação bastante a Grécia da Ásia Menor. A lira e a sua variante de maiores dimensões, a citara, eram melhor, pois, entretanto, foram reconstituídas cerca de quarenta peças ou fragmentos instrumentos de cinco e sete cordas (número que mais tarde chegou a elevar-se até de peças musicais gregas, a maioria das quais de épocas relativamente tardias, mas onze); ambas eram tocadas, quer a solo, quer acompanhando o canto ou a recitação cobrindo um período de cerca de sete séculos. Embora não haja vestígios autênticos de poemas épicos. O aulo, um instrumento de palheta simples ou dupla (não era uma da música da antiga Roma, sabemos, por relatos verbais, baixos-relevos, mosaicos, flauta), muitas vezes com dois tubos, tinha um timbre estridente, penetrante, asso frescos e esculturas, que a música desempenhava um papel importante na vida ciava-se ao canto de um certo tipo de poema (o ditirambo) no culto de Dioniso, culto militar, no teatro, na religião e nos rituais de Roma. que se crê estar na origem do teatro grego. Consequentemente, nas grandes tragédias Houve uma razão importante para o desaparecimento das tradições da prática da época clássica — obras de Ésquilo, Sófocles, Eurípides — os coros e outras partes musical romana no início da Idade Média: a maior parte desta música estava asso musicais eram acompanhados pelo som do aulo ou alternavam com ele. ciada a práticas sociais que a igreja primitiva via com horror ou a rituais pagãos que Pelo menos desde o século vi a. C. tanto a lira como o aulo eram tocados como julgava deverem ser eliminados. Por conseguinte, foram feitos todos os esforços não instrumentos independentes, a solo. Conhece-se um relato de um festival ou concurso apenas para afastar da Igreja essa música, que traria tais abominações ao espírito dos fiéis, como, se possível, para apagar por completo a memória dela. Cronologia 800-461 a. C: ascensão das cidades-estados c. 320 a. C: Elementos de Harmonia de gregas. Aristóxeno. 586 a. C: Sacadas de Argos ganha os Jogos 46 a. C: início da ditadura de Júlio César. Píticos com Nomos Píticos. 26-19 a. C: Eneida de Virgílio. c. 497 a. C: morte de Pitágoras. 4 a. C: nascimento de Jesus, 458 a. C: Agamémnon de Esquilo. c. 33 d. G: crucificação de Jesus. Apoio segura uma citara de sete cordas. Mais elabo c. 414 a. C: Ifigênia em Táurida de Eurípi 54: Nero, imperador de Roma. rada e mais robusta do que a lira, a citara era um des. 70: destruição do Templo de Jerusalém. instrumento usado pelos músicos profissionais. c. 380 a. C: República de Platão, 330: Constantinopla, nova capital do Império Apoio tem na mão direita um plectro, que senna c. 330 a. C: Política de Aristóteles. Romano. para tocar as cordas; os dedos da mão direita pare cem estar a amortecer as cordas do instrumento. Anfora grega, meados dos século v a. C. (Metropo Houve, no entanto, alguns elementos da prática musical antiga que sobreviveram litan Museum of An, doação do Sr. e da Sr." Leon durante a Idade Média, que mais não fosse porque seria quase impossível aboli-los Pomerance, 1953) 16 17

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