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História Da Filosofia: Do Romantismo Até Nossos Dias PDF

1142 Pages·1991·124.186 MB·Portuguese
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GIOVANNI REALE/DARIO ANTISERI HISTÓRIA DA FILOSOFIA Do Romantismo até nossos dias VOLUME 3 2- edição PAULUS Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Reale, Giovanni. História da filosofia: Do romantismo até nossos dias / Giovanni Reale, Dario Antiseri; — São Paulo : PAULUS, 1991. — (Coleção filosofia) Conteúdo: v. 1. Antiguidade e Idade Média. - v. 2. Do Humanismo a Kant. - v. 3. Do Romantismo até nossos dias. ISBN 85-05-01076-0 (obra completa) 1. Filosofia 2. Filosofia - História I. Antiseri, Dario. II. Titulo. III. Série. CDD-109 90-0515 -100 índices para catálogo sistemático: 1. Filosofia 100 2. Filosofia: História 109 Coleção FILOSOFIA • O homem. Quem é ele? Elementos de antropologia filosófica, B. Mondin • Introdução ã filosofia. Problemas, sistemas, autores, obras, Id. • Curso de filosofia, 3 vols., Id. • História da filosofia, 3 vols., Giovanni Reale/Dario Antiseri • Filosofia da religião, Urbano Zilles Título original II pensiero occidentale dalle origini ad oggi © Editrice La Scuola, Bréscia, 8a ed., 1986 Husti*âçõ6s Arborio Mella, Ballarin Bild, Costa, Farabola, Garzanti, Lores Riva, Lotte Mettner, Graf e Tomsich Tradução Álvaro Cunha Revisores L. Costa e H. Dalbosco © PAULUS - 1991 Rua Dr. Pinto Ferraz, 183 04117-040 São Paulo (Brasil) Fax (011) 575-7403 Tel. (011) 572-2362 ISBN 88-350-7271-9 (ed. original) ISBN 85-05-01076-0 (obra completa) ISBN 85-349-0142-2 (Vol. III) PREFACIO “Nenhum sistema filosófico é definitivo, porque a própria vida não é definitiva. Um sistema filosófico resolve um grupo de pro- blemas historicamente dado e prepara as condições para a proposição de outros pro- blemas, isto é, de novos sistemas. Sempre foi e sempre será assim”. Benedetto Croce Como se justifica um tratado tão vasto da história do pensa- mento filosófico e científico? Observando o tamanho dos três volu- mes, talvez se pergunte o professor: como é possível nas poucas horas semanais à disposição, enfrentar e desenvolver programa tão rico e conseguir levar o estudante a dominá-lo? Naturalmente, se medirmos este livro pelo número de páginas, pode-se dizer que é livro longo. Mas seria o caso de recordar a bela sentença do abade Terrasson, citada por Kant no prefácio à Crítica da Razão Pura: “Se rhedirmos o tamanho do livro não pelo número de páginas, e sim pelo tempo necessário para entendê-lo, de muitos livros poder-se-ia dizer que seriam muito mais breves se não fossem tão breves.” E em muitos casos, verdadeiramente, os manuais de filosofia demandariam muito menos esforços se tivessem algumas páginas mais sobre uma série de assuntos. Com efeito, na exposição da problemática filosófica, a brevidade não simplifica as coisas, e sim as complica e, por vezes, as torna pouco compreensíveis, quando não até incompreensíveis. Em todo caso, em manual de filosofia, a brevidade leva fatalmente ao nocionismo, ao relacionamento de opiniões, ao mero panorama do “que” disseram sucessivamente os vários filósofos—instrutiva, se assim se quiser, mas pouco formativa. Pois bem, esta história do pensamento filosófico e científico pretende chegar pelo menos a três níveis além do simples “o que” disseram os filósofos, ou seja, além do nível que os antigos chama- vam de “doxográfico” (nível da comparação de opiniões), procuran- do explicar o “por que” os filósofos disseram o que disseram, buscando ademais dar sentido adequado de “como” o disseram e, por fim, indicando alguns dos “efeitos” provocados pelas teorias filosóficas e científicas. O “por que” das afirmações dos filósofos nunca é algo simples, visto que motivos sociais, econômicos e culturais freqüentemente se 6 Prefácio entrelaçam com motivos teóricos e especulativos. Pouco a pouco, fomos mostrando o fundo do qual emergiram as teorias dos filóso- fos, mas evitando os perigos das reduções sociologistas, psicologistas e historicistas (que nos últimos anos chegaram a excessos hiperbólicos, quase a ponto de anular a identidade específica do discurso filosófico) e evidenciando as concatenações dos problemas teóricos e dos nexos conceituais e, portanto, as motivações lógicas, racionais e críticas que, em última análise, constituem a substância das idéias filosóficas e científicas. Também procuramos dar o sentido do “como” os pensadores e cientistas propuseram suas doutrinas, fazendo amplo uso de suas próprias palavras. Por vezes, quando se trata de textos fáceis, a palavra viva dos pensadores foi utilizada no mesmo marco expositivo original, ao passo que, oütras vezes, são citados trechos de vários autores (os mais complexos e difíceis) à maneira de reforço da exposição e, como tal (conforme o nível de conhecimento do autor que se pretende alcançar), podem ser saltados sem prejuízo da com- preensão do conjunto. As citações dos textos dos autores foram dosadas de modo a respeitar a parábola didática do leitor que, no início, entra em contato com discurso completamente novo e, por isso, necessita da maior simplicidade e, pouco a pouco, adquire as categorias do pensamento filosófico, aumenta sua capacidade e assim pode se defrontar com tipo mais complexo de exposição e, portanto, compre- ender os teores diversos da linguagem com que fcdaram os filósofos. Ademais, como não é possível ter idéia do modo de sentir e imaginar de um poeta sem ler alguns fragmentos de sua obra, analoga- mente, também não é possível ter idéia do modo de pensar de um filósofo ignorando totalmente o modo como expressava seus pensa- mentos. Por fim, os filósofos são importantes não somente pelo que dizem, mas também pelas tradições que geram e lançam em mo- vimento: algumas de suas posições favorecem o nascimento de idéias, mas, ao mesmo tempo, impedem a gênese de outras. Assim, os filósofos seio importantes, quer pelo que disseram, quer pelo que impediram de dizer. Esse é um dos aspectos sobre os quais as histórias da filosofia freqüentemente silenciam, mas que quisemos evidenciar, sobretudo na explicação das complexas relações entre as idéias filosóficas e as idéias científicas, religiosas, estéticas e sociopolíticas. O ponto de partida do ensino de filosofia está nos problemas que ela propôs e propõe. Por isso, procuramos particularmente dar à exposição a ordenação por problemas. E muitas vezes privilegia- mos o método sincrônico em relação ao diacrônico, embora respei- tando este último nos limites do possível. Prefácio 7 O ponto de chegada do ensino de filosofia está na formação de mentes ricas em teoria, destras no método e capazes de propor e desenvolver de modo metódico os problemas e de ler de modo crítico a realidade complexa que os circunda. E é precisamente esse o objetivo a que visam os quatro níveis indicados acima, segundo os quais concebemos e realizamos toda a obra: criar uma razão aberta, capaz de se defender em relação às múltiplas solicitações contempo- râneas de fuga para o irracional ou de fechamento em estreitas posições pragmatistas e cientificistas. E a razão aberta é razão que sabe ter em si mesma o corretivo para todos os erros que ao avançar comete (enquanto razão humana) e a força para recomeçar itinerá- rios sempre novos. Este terceiro volume se desdobra em catorze partes e examina os desdobramentos do pensamento filosófico desde Hegel até nossos dias. E, longe de nos colocarmos na perspectiva de filosofia pressu- posta como verdadeiramente “válida” ou de “ideologia científica” usada como tribunal para condenar ou absolver os filósofos do passado, os autores deste livro, no mais firme respeito pelos pen- sadores examinados, pretenderam reconstruir as situações proble- máticas, as teorias, as argumentações, os contrastes, as polêmicas e os efeitos sociais e teóricos das diversas construções filosóficas que, entrelaçando-se ou, talvez, ignorando-se ou até criticando-se mu- tuamente, desenvolvem-se a partir dos românticos para chegar até o debate filosófico dos dias de hoje. Por razões óbvias, foi dedicado amplo espaço às figuras proe- minentes: Fichte, Schelling, Hegel, Feuerbach, Marx, Engels, Schopenhauer, Kierkegaard, Comte, Stuart MUI, Spencer, Ardigò, Nietzsche, Weber, James, Dewey, Croce, Gentile, Husserl, Heidegger, Jaspers, Sartre, Bergson, Russell, Wittgenstein, Freud, Popper e outros. Entretanto, como esses pensadores geraram tradição filosó- fica ou se inserem em movimento filosófico com contribuição origi- nal, cremos oportuno apresentá-los no quadro de ou, de qualquer modo, relacionados com tais tradições de pensamento ou movimentos filosóficos, dos quais delineamos as características histórico-sociais, especialmente as características teóricas que os tipificam. Assim seja dito para o romantismo, o positivismo, o marxismo, o existencialismo, a fenomenologia, o neomarxismo, o estruturalismo, a escola de Francoforte, o espiritualismo, as novas teologias, o neopositivismo, o personalismo etc. Desse modo, as diversas partes se configuram como unidades didáticas (ordenadas cronológica e/ou logicamente) de grande utilidade para os estudantes e para as turmas que, tendo que fazer opção, possuem pelo menos um instrumento para conhecer em que ambiente histórico e teórico se situa determinado pensador. As características mais destacadas deste terceiro volume se podem resumir nos seguintes seis pontos: Prefácio 8 1) No tratado dos diversos pensadores e das várias correntes, foram constantemente levadas em conta as mais recentes aquisições historiográficas. 2) Não se prescindiu de pensadores (Trendelenburg, Cattano, Scheler, Hartmann, Peirce, Vailati, Dilthey, Avenarius, Mach, Duhen, Poincaré, Merleau-Ponty, Marcei, Blondel, Mounier, Bridgman, Piaget) ou círculos inteiros de pensamento (como o personalismo, afenomenologia da religião, a sociologia do conheci- mento, a teoria da argumentação, a psicologia da forma, a epistemologiagenética, o marginalismo ou as teorias econômicas de Keynes) que habitualmente são subestimados, mas aos quais, ao contrário, os autores deste curso de filosofia dão maior destaque. 3) A historiografia mais recente evidenciou as relações comple- xas que, pouco a pouco, foram ligando o desenvolvimento das ciências matemáticas, biológicas e físicas ao desenvolvimento do pensamento filosófico. Conseqüentemente, pode-se encontrar neste volume tratado articulado das teorias lógicas, matemáticas, físicas e biológicas que se entrelaçaram de formas variadas com o pensa- mento filosófico no século passado e no nosso. E se existe uma ciência dos filósofos, também existe uma filosofia dos cientistas. Por isso, nos capítulos relativos à história do pensamento científico, não há longas e mudas relações de nomes de cientistas, títulos de livros ou nomes de teorias científicas: ao invés disso, procurou-se seguir o surgimento e a afirmação dos resultados técnicos que (como as geometrias não-euclideanas, a teoria da evolução, a relatividade de Einstein, as descobertas dos paradoxos de Russell, dos teoremas de Gõdel etc.) mostraram força capaz de derrubar teorias científicas nas quais se apoiavam importantes, influentes e freqüentemente veneráveis teorias filosóficas. 4) Este último ponto ficará ainda mais claro nas páginas dedicadas à história das ciências humanas (psicologia, sociologia, economia, lingüística, teoria da historiografia, psiquiatria, antro- pologia, psicanálise etc.). Em suma, dedicamos atenção muito particular ao desenvolvimento das ciências: trata-se de atenção motivada por certos desdobramentos das teorias filosóficas, en- quanto algumas teorias filosóficas para serem compreendidas requerem a compreensão do desenvolvimento de algumas teorias científicas. 5) Á história da ciência nos séculos XIX e XX está relacionada à história das teorias epistemológicas: empirio-criticismo, convencionalismo, neopositivismo, operacionismo, racionalismo aberto (de Bachelard), falibilismo (de Popper) e a epistemologia de pós-popperianos como Thomas S. Kuhn, Imre Lakatos, Paul K. Feyerabend, LarryLaudan, William W. BartleylII, JosephAgassi, J. WatkinsouH.Albert. O extenso tratado das teorias epistemológicas Prefácio 9 deve-se ao fato de que sempre mais se percebeu não ser possível enfrentar as questões teóricas de maior importância (E possível racionalidade diversa e talvez superior à das ciências? As ciências humanas são verdadeiramente ciências? O que existe de científico no marxismo? Como — se isso for possível — pode ser científica a historiografia? Podemos fundamentar racionalmente as normas e os valores? — e assim por diante.) sem teoria adequada da racionalidade. 6) Havendo-nos detido difusamente nas teorias lógico-mate- máticas, físico-naturalistas, psicológicas e histórico-sociais, dedi- camos também não menor consideração, neste volume, a autores e movimentos de pensamento contemporâneos portadores de idéias e teorias que já constituem instrumentos conceituais indispensáveis para a formação de mente bem aparelhada e vivaz. Trata-se de pensadores como WertheimerePiaget, Freud, Jung, AdlereRogers, Menger e Keynes, De Saussure e Clomsky, Malinowski, Perelman ou de movimentos filosóficos como o neomarxismo (russo e alemão, francês e italiano), a escola de Francoforte, as novas teologias (protestante e católica), a filosofia da linguagem de Cambridge e de Oxford, o estruturalismo ou a hermenêutica de Gadamer. O volume conclui com apêndice que contém, qual complemento indispensável, os quadros cronológicos sinóticos, e o índice dos nomes. Esse apêndice foi elaborado pelo professor Cláudio Mazzarelli (cf. fim do volume), que, unindo a dupla competência de professor de longa data e de pesquisador científico, procurou apresentar o instrumento mais rico e mais funcional ao mesmo tempo. Também devemos ao professor Mazzarelli as páginas sobre Hartmann. Os autores desejam destacar de modo especial os colegas que gentilmente aceitaram ler algumas partes deste volume e nos dar alguns conselhos: Pietro Omodeo, professor de Zoologia na Univer- sidade de Pádua, leu as partes relativas à história da biologia; Giovanni Prodi, professor de Matemáticas Complementares na Universidade de Pisa, leu as páginas dedicadas à história de matemática; Salvo d’Agostino, docente de História da Física na Universidade de Roma, leu as partes relativas à história das idéias físicas; Vittorio Somenzi, professor de Filosofia da Ciência também na Universidade de Roma, leu todos os capítulos sobre as teorias epistemológicas; Fabio Metelli, professor de Psicologia na Univer- sidade de Pádua, revisou as páginas relativas à psicologia da forma; Guido Petter, professor de Psicologia da Idade Evolutiva na Universidade de Pádua, leu as páginas dedicadas à epistemologia genética de Jean Piaget; Luciano Pellicani, professor de Sociologia da Política na Universidade de Nápoles, leu as seções relativas ao desenvolvimento da sociologia e da economia. Expressamos nosso agradecimento ao professor Franco Blezza (Universidade de Pádua) 10 Prefácio pela ajuda prestada no tratado da física contemporânea e a Lauro Galzigna, professor de Bioquímica na Universidade de Pádua, que teve a cortesia de elaborar, para este livro, o trecho sobre o código genético. Com suas sugestões de críticas, esses ilustres colegas certamen- te contribuíram para melhorar nossa obra. Naturalmente, a responsabilidade pelas eventuais deficiên- cias só pode ser atribuível aos autores do texto. Os autores expressam grata recordação à memória do profes- sor Francesco Brunelli, por ter idealizado e promovido a iniciativa desta obra. Pouco antes de seu imprevisto desaparecimento, já havia chegado a preparar a execução gráfica do projeto. Também dirigem vivo agradecimento ao doutor Remo Bernacchia, por ter favorecido e tornado realizável a concepção inteiramente nova em que se inspira a presente obra e por ter organizado uma estrutura técnica que nos permitirá, pouco a pouco, providenciar eventuais atualizações oportunas. Por fim, expressam particular sentimento de gratidão à doutora Clara Fortina, que, na qualidade de redatora, dedicou-se ao maior êxito da obra muito além dos seus deveres profissionais, com dedicação e paixão. Os autores desejam assumir em comum a responsabilidade pelo conjunto desta obra, por terem trabalhado juntos (cada qual segundo sua própria competência, sua própria sensibilidade e seus próprios interesses), em plena unidade de espírito e intenções, para o maior êxito de cada um dos três volumes. Os Autores

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