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Hibridismo e ruptura de gêneros em João Antônio PDF

210 Pages·2008·0.68 MB·Portuguese
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CARLOS ALBERTO FARIAS DE AZEVEDO FILHO Hibridismo e ruptura de gêneros em João Antônio ASSIS 2008 1 CARLOS ALBERTO FARIAS DE AZEVEDO FILHO Hibridismo e ruptura de gêneros em João Antônio Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para a obtenção do título de Doutor em Letras. (Área de Conhecimento: Literatura e Vida Social) Orientador: Prof. Dr. Antonio Roberto Esteves ASSIS 2008 2 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central/ Universidade Federal da Paraíba A994h Azevedo Filho, Carlos Alberto Farias de. Hibridismo e ruptura de gêneros em João Antônio/ Carlos Alberto Farias de Azevedo Filho.-Assis, 2008 210p. Orientador: Prof.Dr. Antônio Roberto Esteves Tese (doutorado)- UNESP/FCLA 1. João Antônio, 1937-1996- crítica e Interpretação. 2. Literatura- jornalismo -Brasil. 3. Literatura brasileira- crítica e interpretação. UFPB/BC CDU: 82-92(81) (043) 3 CARLOS ALBERTO FARIAS DE AZEVEDO FILHO Hibridismo e ruptura de gêneros em João Antônio Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para a obtenção do título de Doutor em Letras. (Área de Concentração: Literatura e Vida Social) Aprovada em ___/___/2008 BANCA EXAMINADORA ____________________________ Prof. Dr. Antônio Roberto Esteves Orientador (Unesp/Assis) ____________________________________ Profª. Drª. Ana Maria Domingues de Oliveira Examinadora (Unesp/Assis) ______________________________ Profª Drª Tânia Celestino de Macêdo Examinadora (USP) _______________________________ Prof. Dr. Marcelo Magalhães Bulhões Examinador (Unesp/Bauru) _______________________ Prof. Drª Orna Messer Levin Examinadora (UNICAMP) 4 Dedicatória Ao João Antônio, pioneiro, sempre vivo, consagro com humildade Aos meus pais, Catarina Lourdes Leite e Carlos Alberto Farias de Azevedo, com afeto. À Sandra Raquew, com amor. Ao Ícaro Azevedo, com esperança. 5 Agradecimentos Ao CNPq, que possibilitou a realização da tese através da bolsa concedida. Ao meu orientador, professor Dr. Antônio Roberto Esteves. À professora Drª Tânia Macedo. À professora Drª Ana Maria Domingues. Aos colegas de todo Brasil que estudam a obra de João Antônio, pelo diálogo. Ao Fernando Antônio Azevedo e família, pela força em São Paulo. Aos meus amigos e amigas da UNESP/Assis. 6 RESUMO Partindo da relação entre jornalismo e literatura na obra do escritor João Antônio (1937- 1996), este estudo pretende inicialmente montar um caleidoscópio da produção do autor para jornais e revistas nacionais, enfocando contextos e tramas da sua escritura, a partir do conceito de hibridização (CANCLINI, 2003 e YOUNG, 2005). Trata-se de um processo de criação que gera uma obra híbrida que desliza em vários sentidos e, por sua vez, agrega elementos conflitantes. A experiência de narrar a partir das margens no Brasil vai determinar uma pluralidade de escritos muita vezes avessos a normas tidas como padrão, gerando assim processos de mestiçagem e transculturação nos quais o texto habita um provisório entrelugar. Também interessa-nos pensar tal pluralidade de escritos dispersos em livros, jornais e revistas como rizomas (DELEUZE & GUATARRI,1995b) que se estendem/comprimem em movimentos de multiplicidade de acordo com as circunstâncias que estão “submetidos”. Assim a obra comporta vários rizomas que dialogam, convergem e divergem em linhas de fuga. Seguindo a cartografia dos movimentos das obras do escritor, pretende-se experienciar a partir de elementos textuais escolhidos no corpus como se estabelecem na prática tais estratégias de hibridação e ruptura de gêneros. Por fim, situa-se o autor e seus rizomas no amplo movimento a partir da experiência de ruptura de fronteiras, característica da modernidade e de seus desdobramentos. Assim, o nomadismo (MAFFESOLI, 2001) é uma estratégia de sobrevivência e de contestação seja ela textual ou pessoal. Não se pretende “esgotar” ou “decifrar” a obra do autor, mas se eleger temáticas que nos auxiliem a entender o literário e o jornalístico, entrelaçados no jogo do contemporâneo e seus trânsitos. Palavras-chave: hibridismo, literatura, jornalismo 7 ABSTRACT Taking as a starting point the relation between journalism and literature on the writings of João Antonio (1937-1996), this study intends initially to build a kaleidoscope of this author’s production for national newspapers and magazines, highlighting contexts and plots from his work. After that, we are going to try to draw a route in order to reflect on the question of the hybridization (CANCLINI, 2003 e YOUNG, 2005) on his work by reading texts of identity/difference. A process of creation which generates a hybrid work that slips in several directions and in turn, unites conflicting elements. The experience of narrating from the fringes of Brazil is going to determine a plurality of writings, often contrary to the rules regarded as standard, creating processes of mixing and transculturation in which texts subsists in a provisory place in between. In a third moment, we are interested in reflecting on that plurality of writings found in books, newspapers and magazines as rizoms (DELEUZE & GUATARRI, 1995b) which spread/shrink in movements of multiplicity, depending on the circumstances they are submitted to. In this way, the work allows various rizoms which dialogue, converge and diverge in escape routes. Following such cartography of movements of the author’s works, we intend to experience, from the textual elements chosen from the corpus, how those hybridism strategies and gender rupture occur in practice. Finally, we place the author and his rizoms in the large movement from the experience of rupture of boundaries, which is a characteristic of modernity and its variations. Therefore, nomadism (MAFFESOLI, 2001) is a survival and a contestation strategy, no matter whether it is textual or personal. We do not intend to exhaust or decode the author’s work, but to elect themes which help us understand the literary and the journalistic, entwined in the ambit of the contemporary and its transit. Keywords: hybridism; literature; journalism 8 SUMÁRIO Erradio (Antes de entrar na questão) 10 Introdução 18 Capítulo I – Entre laudas e pingentes urbanos: o jornalismo na obra de João Antônio 22 Capítulo II – Hibridismo na literatura de João Antônio 59 Capítulo III – A obra como rizoma: tentativas de uma cartografia 99 Capítulo IV – Artefatos, rupturas e práticas textuais híbridas 117 Capítulo V – Nomadismos e fronteiras 161 Palavras finais 189 Referências 195 Anexos 210 9 ERRADIO (ANTES DE ENTRAR NA QUESTÃO) As máquinas abriam o saneamento. A vitrola cantarolava Esse é um país que vai pra frente. Operários jogavam sinuca no bar improvisado. O conjunto habitacional ficava longe do centro, “no caminho pra Recife”, diziam alguns. O menino, matreiro, foi se encostando na mesa de pano verde. Num bote rápido, zaz... corre com a bola. Os operários riem. *** Como um beco nos fundos de uma igreja barroca, em João Pessoa, a Rua 13 de Maio começa e alarga-se como uma grande cobra subindo uma ladeira. Em perspectiva, dá para vê-la estendida, cortada pelo trânsito da cidade, pelas pessoas. Quase que religiosamente passei por ali por muitos anos de minha vida, vindo das aulas do Colégio Arquidiocesano Pio XII. Depois de formado em jornalismo, já trabalhando na redação de O Norte, após meu expediente, perambulava pelo centro da cidade. E a 13 de Maio era lugar certo de minha passagem. Lá, ficava a livraria de usados O Sebo Cultural. Um desnível entre o terreno e a rua fazia com que a casa fosse mais alta. Um pequeno lance de escada dava acesso a um casarão erguido no tempo em que o centro ainda era local de residências. Depois da debandada da população rumo às praias, os imóveis se tornaram depósitos, pontos comerciais ou simplesmente foram demolidos para a construção de edifícios. A entrada, na antiga sala, ficava o balcão dos funcionários. Um lustre velho coberto de teia de aranha e poeira ainda sustentava uma 10

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Ao Fernando Antônio Azevedo e família, pela força em São Paulo. Cigarra, Tribuna da Imprensa e Última Hora) promoviam seus concursos primeira vez, em 1891, com a eleição de Rangel Pestana para o Senado. por motivo das leis do progresso; uma gramática dos vagabundos, pilantras,.
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