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Governo ajustou QREN ao calendário eleitoral PDF

64 Pages·2006·5.8 MB·Portuguese
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����������������������������� ������������������������������������������������������������������������������������������ DIRECTOR Nº 1240 / 14 Março de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€ João Peixoto de Sousa www.vidaeconomica.pt Norte precisa José Silva Peneda, ex-ministro e eurodeputado do PSD, denuncia SUPLEMENTO ARAN de um programa “Governo ajustou QREN específico ARAN RECONHECIDA de relançamento COMO ENTIDADE económico DE UTILIDADE O QREN está em vigor há PÚBLICA ao calendário eleitoral” 15 meses, mas até hoje ainda Pág. III não se investiu um euro. José Silva Peneda diz, em entrevista exclusiva à VE, que se trata de MERCADOS um atraso propositado do Go- A nossa análise verno, com fins eleitoralistas. CITIBANK LANÇA “Também poderemos estar perante um caso de azelhice, des- BANCA DE RETALHO leixo ou incompetência”, acres- REMUNERANDO centa o eurodeputado do PSD. A 4% OS DEPÓSITOS “Não podemos esquecer-nos que À ORDEM Penalizar o investimento o Governo se comprometeu, em declaração solene, através do Con- Pág. 41 em nome do défice selho de Ministros, que o QREN estaria em vigor a 1 de Janeiro de INFORMÁTICA é uma estratégia errada 2007. Mas pior do que este atraso é não existir qualquer tipo de ex- PHC OLHA plicação para o mesmo”. PARA ESPANHA Seja como for, “com isto, COM CAUTELA penaliza-se o aumento de inves- timento em nome do défice, o E AVANÇA NO MERCADO que é completamente errado em AFRICANO termos de política económica”. Pág. 25 Pág. 10 GESTÃO “Azelhice“ e “incompetência” Carlos Pimenta, professor política atrasam da FEP, afirma execução do QREN “ECONOMIA SOMBRA CORRESPONDE A 20% Golden Assets quer duplicar gestão de activos em Portugal DO PIB NACIONAL” Pág. 16 A Golden Assets, que tem uma carteira de activos sob gestão em Portugal de 126 milhões de euros, quer “duplicar PME os seus resultados em 2008” - afirma Pedro Azevedo, administrador daquela consultora e gestora de patrimónios. Com uma estratégia assente no rigor de análise, a Golden Assets proporcionou, em 2007, taxas de retorno de 12% UNIÃO EUROPEIA e 18%. Quanto ao mercado accionista, “apesar de a volatilidade continuar alta, pensamos que já não constitui uma APOIA EMPRESAS oportunidade de ganhos”, vaticina. Pág. 36 COM 320 MILHÕES DE EUROS 75% DOS FUNDOS NOVA LEGISLAÇÃO SKANDIA CREDORES CHEGAM Pág. 18 DE INVESTIMENTO PODE CONDICIONAR PROPÕE SOLUÇÕES MAIS RÁPIDO PERDEM VALOR TURISMO DE ARQUITECTURA À EXECUÇÃO RESIDENCIAL ABERTA Durante o período de quebra Os credores já podem solicitar PARA AUMENTAR das bolsas mundiais, dos 269 fun- A nova lei dos empreendimen- por via electrónica o certificado dos de investimento domiciliados tos turísticos, que vigorará no pró- NÍVEL DE POUPANÇA que atesta a sua dúvida e que lhes em Portugal, 199 perderam valor. ximo mês de Abril, pode condi- permite dar entrada mais rapida- Os mais penalizados foram ine- cionar o desenvolvimento de pro- mente num processo executivo. As quivocamente os fundos de acções jectos turísticos na área residen- injunções estão centralizadas no devido à fuga de capitais dos mer- cial. Segundo alguns responsáveis Balcão Nacional de Injunções, em cados accionistas, mais voláteis e do sector, que participaram num Matosinhos, que tramita a infor- arriscados que os das obrigações encontro organizado pela revista mação recebida de todas as secreta- e das matérias-primas. As obriga- “Vida Imobiliária”, o novo en- rias judiciais do país. No primeiro ções de taxa fixa foram os activos quadramento jurídico ignora, na dia, mais de quatro mil credores mais procurados como refúgio. totalidade, o turismo residencial. José Pereira Dias, director-geral da Skan- aderiram à via electrónica. Pág. 40 Pág. 20 dia Link em Portugal. Pág. 38 Pág. 5 01240 9 720972 000037 2 ACTUALIDADE sexta-feira, 14 Março de 2008 Abertura CAUSAS DO DIA-A-DIA NESTA EDIÇÃO MANIFESTAÇÕES EM DEMOCRACIA A cedência a grupos de pressão, ou o acolhimento de qualquer populismo, com o mero fi to de agradar a gregos e a troianos ANTÓNIO VILAR e de manter o poder a qualquer preço, é ADVOGADO antoniovilar@antoniovilarpt censurável. Devemos a James Buchanan, prémio Nobel da Economia em 1986, a de- Pág. 5 Pág. 12 Pág. 16 monstração de que os cidadãos não dão o seu acordo a um sistema de decisão política puramente baseado na decisão por maioria. Segundo Buchanan, há, pois, três níveis diferentes de decisão colectiva: o nível constitucional, onde imperam regras fundamentais cuja alteração exige maiorias qualifi cadas; o ACTUALIDADE CREDORES CHEGAM MAIS RÁPIDO À EXECUÇÃO nível da aplicação da lei, onde o poder judicial arbitra confl itos; e, por fi m, o É um passo importante dado pelo Governo. Os credores com difi cul- nível a decisão política, ou da governança. Num Estado de Direito, o equilí- dades em cobrarem as suas dívidas já podem solicitar, por via elec- brio dos poderes terá de conformar-se, pois, com as competências e limites as- trónica, o seu certifi cado e assim darem entrada mais rapidamente sinalados legalmente aos protagonistas de todos aqueles níveis e de cada um. num processo executivo. As injunções estão agora centralizadas no É por isso que a grande manifestação de professores da última semana não há-de aparecer como algo de dramaticamente anormal. Levar ao espaço pú- Balcão Nacional de Injunções, em Matosinhos. blico o descontentamento civil e, até, a indignação cívica face a certas políti- cas públicas faz parte do metabolismo das sociedades democráticas. Aliás, a PME EMPRESAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO democracia assenta, por natureza, mais no confl ito do que no consenso – o Existem alguns indícios de melhoria no sector da construção. Mas que nada tem de grave, ao menos até certo ponto. E a participação activa dos não o sufi ciente para acalmar os receios dos agentes do mercado cidadãos na vida pública – também através de manifestações de massas – não dos materiais de construção. Estes estão preocupados com o que é senão um sinal de vitalidade democrática. Ou deveria sê-lo. se passa no país vizinho, donde a crise fi nanceira parece estar para A cedência a grupos de pressão, ou o acolhimento de qualquer populismo, durar e a requalifi cação urbana deixa muito a desejar, na óptica da com o mero fi to de agradar a gregos e a troianos e de manter o poder a qual- quer preço, é que já parece censurável. E, dito isto, é óbvia a conclusão de que Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC). a governação liderada pela “rua” ou pelas sondagens, ou pela opinião publica- da, em desrespeito de regras éticas, dos direitos fundamentais dos cidadãos, e NEGÓCIOS E EMPRESAS “ECONOMIA SOMBRA CORRESPONDE das leis que nos regem e das instâncias que as aplicam, é má para a sociedade A 20% DO PIB NACIONAL” e péssima para a democracia. A “economia sombra” não é fácil de quantifi car e qualifi car, mas O governo maioritário do PS, há três anos em funções, em várias áreas corresponderá a cerca de 20% do PIB nacional. É uma área em que teve a ousadia de inovar e reformar uma sociedade com múltiplas estruturas há de tudo um pouco, desde o desvio de fundos até complexos me- arcaicas, medíocres e, até, pacóvias, tanto quanto organizadas para favorecer canismos de corrupção. Esta a perspectiva do economista e docente corporativismos inaceitáveis e proporcionar vida facial à corrupção. Em mui- tos aspectos correspondeu, desse modo, às expectativas mais profundas dos Carlos Pimenta, responsável pela primeira pós-graduação em Gestão cidadãos em geral, ainda que muito tenha, ainda, fi cado adiado e, em certos da Fraude. aspectos, as medidas tomadas possam ser criticáveis. Mas é inegável que nestes três anos Portugal começou a mudar. Ora é este movimento de mudança que não pode parar – sufragado oportu- namente em eleições, respeitando os princípios constitucionais e obedecendo HUMOR ECONÓMICO às decisões do poder judicial. Por mais fortes que sejam as razões dos professores – e dos juízes, dos far- macêuticos, dos advogados, etc. – exige-se ao Governo da República que cumpra os objectivos que apresentou a sufrágio e que lhe deram a vitória. Sem autoritarismo, mas com competência; sem autismo, mas com fi rmeza democrática. E das oposições – actualmente meros sacos de gatos bravos dum processo de autofagia – esperar-se-ão alternativas esclarecidas e melhores para os pro- blemas nacionais. Um governo sem oposição credível anda perto do precipício. Uma maioria invertebrada não merece mais apoio. BREVE CMVM QUER TORNAR COIMAS MAIS PESADAS EMPRESAS CITADAS RECTIFICAÇÃO A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários acha que é necessário tor- nar mais gravosas as penas e as coimas aplicadas às empresas. Carlos GALP Tavares, presidente da entidade reguladora, também defende alterações McDonald´s ...........................04 Quinta Essência ....................16 às regras incriminadoras. Em dois anos, as coimas aplicadas foram de 100 COM PLANO DE mil euros. EDP .....................................04 Heinz ...................................18 INVESTIMENTOS DE Perante este cenário, Tavares é de opinião que as multas não serão sufi cien- temente gravosas. No caso das sociedades abertas/cotadas, defende que TAP ......................................04 Optimus ...............................19 5,3 MIL MILHÕES se justifi ca que a competência contra-ordenacional seja repensada. Mesmo assim, faz notar que dos 29 países Portugal está entre os 28 que aplicam José de Mello Saúde ..............05 TMN .....................................19 O plano de investimentos da sanções criminais no âmbito do abuso de informação privilegiada e entre os Galp Energia, para o período 25 que também as aplicam nos casos de manipulação de informação. BPN .....................................05 Vodafone ...............................19 2008 a 2012, envolve um total de 5,3 mil milhões de Sonae ...................................05 Siemens ...............................19 euros. São abrangidas as áre- Corticeira Amorim ..................05 PT ........................................19 as de exploração e produção, refi nação e distribuição e gás EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR- Casais ..................................05 CB Richard Ellis ....................20 e energia. O plano abrange DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de vários projectos em território Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima DST .....................................05 Jones Lang LaSalle ................22 nacional. Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Ao canalizar mais de metade McLane Portugal ...................12 C&W .....................................22 Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto do investimento previsto para - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE Portugal, o grupo energético LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 Habiserve .............................12 Metro do Porto ......................23 contribui para o crescimento 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail assinatu [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém Hoermann .............................12 Chip7 ...................................23 efectivo do PIB nacional, es- E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009 timado em cerca de três mil EMPRESA MEMBRO DA EUROPEAN TIRAGEM CONTROLADA Vital Dent .............................12 PHC .....................................25 milhões de euros. Vai também CERTIFICADA BUSINESS PRESS PELA: contribuir para a redução em Aerosoles ..............................14 Visa ......................................30 cerca de 520 milhões de euros na factura das importações e Fly London ............................14 Finibanco .............................33 criar mais de 7300 empregos directos e indirectos. A maior Eject ....................................14 Unicer ..................................45 fatia do investimento destina- se à divisão de refi nação e dis- Fladgate Partnership ..............14 Publicis ................................45 TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 23.800 tribuição. 4000 Município (Porto) TAXA PAGA Gesventure ............................15 Iglo ......................................46 Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477 Foto do Santander 4 ACTUALIDADE sexta-feira, 14 Março de 2008 24% 8,9 15% milhões de euros Peso da banca Contribuição estrangeira Investimento de África no mercado do fisco na formação para as receitas nacional de funcionários da TAP ECONÓMETRO TENDÊNCIAS FERREIRA DE OLIVEIRA NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ESTÁ A DESCER Os lucros milionários da Galp não ficaram a dever-se, em grande parte, ao aumento do preço do petróleo. Ferreira de Oliveira é reconhecidamente um 800000 gestor de topo e que conhece profundamente o mercado energético. A em- presa tem diversificado os seus investimentos e as renováveis começam a 700000 747880 726523 708507 apresentar resultados positivos. Além disso, o responsável da energética tem 600000 619399 sabido lidar com os recursos humanos e os custos têm sido controlados. 500000 Mesmo em empresas ricas, este factor é determinante. A empresa tem feito esforços consideráveis para reduzir os deperdícios. 400000 300000 AMÉRICO AMORIM 200000 Até se pode pensar que a lista dos mais ricos da “Forbes” mais não é que 100000 uma feira de vaidades. Não será assim. Os nomes que lá aparecem são de empresários e, naturalmente, o facto de Amorim aparecer como o mais rico 0 1996 2005 2006 2007 de Portugal acaba por ter efeitos na actividade das suas empresas. Seja Fonte: Ministério das Finanças como for, o “Rei da Cortiça” ultrapassou o “homem Sonae”, Belmiro de Azevedo. Ainda que seja sempre um exercício complicado e até algo utópico saber as razões concretas para as subidas e descidas destes milionários, a INVESTIMENTOS DA EDP DISPARAM realidade é que Américo nunca perde nos negócios que faz. Ainda que arris- (mil milhões de euros) que menos que o seu colega Belmiro de Azevedo. 3 JOSÉ PENEDOS 2.5 2.6 O presidente da REN anunciou investimentos de 1,43 mil milhões de euros 2 na rede de abastecimento. Só por si já é uma boa notícia e que apenas tarda por tardia. Mas Penedos tem um outro mérito, está interessado em 1.5 que os processos sejam mais transparentes. Portanto, as populações vão 1.5 1.4 ser informadas sobre o que vai ser feito. Entretanto, problemas antigos 1 continuam ainda por resolver, mas a empresa tem revelado maior abertura ao debate. 0.5 0 JOSÉ SÓCRATES 2005 2006 2007 Fonte: EDP Os portugueses começam a dar-se conta que o Governo não está a agir da me- lhor maneira em diversas áreas. E o primeiro-ministro parece estar a refugiar- -se no seu mutismo para evitar dar a cara pelos seus ministros. A ministra da IMPORTAÇÕES EXTRACOMUNITÁRIAS ACELERAM Educação sofreu uma pesada derrota, o ministro da Agricultura estava melhor (em milhões de euros) como eurocrata, o ministro do Ambiente nem se sabe onde anda, o que signifi- 1400 ca que não há política para esta área, Santos Silva diz o que não deve e revela 1350 um autoritarismo latente, na pior acepção da palavra. Alberto Costa é salvo, 1300 “in extremis”, pelo secretário de Estado, de resto é sabida a sua falta de tacto político. Quanto a Mário Lino, o que diz hoje pode não ser verdade amanhã. 1250 1200 1150 1100 FACTOS RELEVANTES 1050 1000 950 CRIAÇÃO DE TRABALHO NÃO ESCONDE 900 Jan./07 Fev./07 Mar./07 Abr./07 Mai./07 Jun./07 Jul./07 Ago./07 Set./07 Out./07 Nov./07 Dez./07 Jan./08 FRAGILIDADES NO EMPREGO EUROPEU Fonte: INE Quase 6,5 milhões de novos globais para encontrar um equi- rem a reformas de fundo ao nível postos de trabalho foram criados líbrio entre mais flexibilidade no da legislação laboral. REVISTA DE IMPRENSA na União Europeia, ao longo dos mercado de trabalho e seguran- Entretanto, algumas regiões e dois últimos anos. E estão pre- ça do emprego. Até ao momento, grupos têm sido menos benefi- vistos mais cinco milhões até o seu desempenho relativamen- ciados. As pessoas pouco quali- FINANCIAL TIMES ao final do ano que vem. Apesar te a componentes específicas ficadas, os deficientes e os mi- de o relatório sobre emprego da de flexigurança tem-se revelado grantes ainda defrontam proble- McDonald´s supera expectativas Comissão Europeia revelar opti- menos positivo. A segmentação mas. O desemprego dos jovens mismo, há áreas de preocupação do mercado de trabalho perma- continua a ser um problema McDonald´s, a principal cadeia de comida rápida a nível mundial, au- persistente, nomeadamente o nece uma problema significativo grave em muitos Estados-mem- mentou as suas vendas nas lojas abertas há menos de um ano. O aumento desemprego dos jovens e o in- em vários Estados-membros, es- bros. A realidade é que, entre os foi de 11,7%, em Fevereiro, superando as expectativas dos analistas. vestimento insuficiente em edu- tando muitos deles a centrarem jovens, a probabilidade de estar As vendas totais de multinacional norte-americana cresceram cerca de cação e formação. esforços em aspectos específicos desempregado mais do que du- 8,3% nos Estados Unidos e mais de 15% na Europa. Já a divisão que in- Cerca de metade dos países da regulamentação do mercado plica em relação ao conjunto da tegra os mercados do Pacífico, do Médio Oriente e África aumentou em está a desenvolver estratégias de trabalho, em vez de procede- mão-de-obra. quase 11% o respectivo volume de negócios. A empresa viu a sua acção sair reforçada na bolsa de Nova Iorque. INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO EXPANSIÓN ADAPTA-SE AOS DESAFIOS DO MERCADO Crise financeira aumenta ataques de coração Apesar de uma ligeira que- A análise corrobora o “Estudo versidade. Assim, ambos os es- bra no número de empresas estratégico das indústrias de ma- tudos asseveram que a indústria Perto de dez mil pessoas deverão perder o emprego, este ano, no sector fi- que compõem o sector, a pro- deirae mobiliário”, da responsa- de mobiliária foi um dos secto- nanceiro londrino (conhecido por City), o que ficará a dever-se à crise nos dução nacional de mobiliário e bilidade da AIMMP, que adianta res tradicionais da indústria na- mercados e à quebra e ao desaparecimento de alguns fundos e entidades colchões apresentou aumentos que o sector tem revelado uma cional que mais cresceram nos de investimento. consideráveis no volume de ne- grande capacidade de adapta- mercados internacionais e que Esta situação poderá resultar num crescimento considerável de ataques de gócios e no valor acrescentado. ção às solitações do mercado. conheceu uma evolução mais coração. Uma análise recente dá conta que poderão ocorrer até cinco mil Também se verificou uma taxa O desenvolvimento tecnológico significativa no desenvolvimen- mortes por ataque de coração, a juntar às cerca de 50 mil que têm lugar de variação elevada em termos e a flexibilidade na produção to de produtos, estratégias de todos os anos no Reino Unido. Entre os falecidos haverá ainda que con- de produtividade, revela um es- possibilitaram desenvolver novos marketing e evolução na cadeia tabilizar os os investidores e os aforradores, para além dos profissionais do tudo da AEP. produtos e estilos, a par da di- de valor. sistema financeiro (...). sexta-feira, 14 Março de 2008 ACTUALIDADE 5 Balcão Nacional de Injunções vai acelerar obtenção do certificado de dívida Credores chegam mais rápido à execução Os credores com dificuldade em cobrar as suas dívidas já podem solicitar por via electrónica o certificado que atesta a sua dúvida e que lhes permite dar entrada mais rapidamente num processo executivo. As injunções estão agora centralizadas no Balcão Nacional de Injunções, em Matosinhos, que tramita a informação recebida de todas as secretarias judiciais do país. Só no primeiro dia, mais de quatro mil credores pediram o seu certificado de dívida por via electrónica. Mais de quatro mil injun- o credor tenha de interpor uma notificados para pagar a dívida ções foram requeridas acção judicial declarativa, para que ou contestá-la. Perante este úl- através da internet no a dívida seja reconhecida, e que só timo caso, o processo segue para primeiro dia de vida do Balcão depois possa avançar para uma ac- tribunal, numa acção declarativa Nacional de Injunções, revelou o ção executiva. A injunção sempre para se apurar a autenticidade da Ministério da Justiça. Na verdade, foi um procedimento mais sim- dívida alegada pelo requerente. os pedidos de injunções por via ples e célere do que a acção judi- Com a entrada em vigor do Bal- electrónica corresponderam nesse cial declarativa, mas com a criação cão Nacional de Injunções, o en- dia a mais de 98% do total de in- do Balcão Nacional de Injunções vio da injunção para o tribunal é junções requeridas, o que demons- o Governo tenciona tornar todos agora feito por via electrónica e tra um elevado índice de adesão ao estes procedimentos ainda mais o requerente avisado de todos os novo canal de acesso às injunções. rápidos, uma vez que os dados são passos do processo via e-mail. Se, É no recém-criado Balcão Na- directamente introduzidos no sis- ao invés, o devedor não contes- cional de Injunções, que o Pri- tema informático. Além disso, o tar a dívida, o credor recebe um meiro-Ministro inaugurou em processo fica também mais barato, título executivo electrónico que Só no primeiro dia, mais de quatro mil credores pediram o seu certificado de dívida por Matosinhos, que estão agora uma vez que o custo da entrega de lhe permite interpor uma acção via electrónica. centralizados todos os dados refe- requerimento por via electrónica executiva para cobrança judicial já era o procedimento mais utili- face àqueles que recorrem à acção rentes a injunções requeridas e a é reduzido para metade face ao da dívida, entregando apenas o zado pelos credores, exactamente judicial declarativa. decorrer. As informações chegam custo da tradicional entrega em código que lhe foi atribuído pelo pela sua simplicidade e celeridade. Com isso, o Executivo espera por via electrónica, através do suporte papel. Balcão. Caberá, depois, ao agente Segundo as estatísticas do Minis- também acelerar a cobrança de programa Citius, onde advogados de execução ou ao tribunal confir- tério da Justiça, as acções judiciais dívidas, fonte de atraso na econo- e solicitadores introduzem direc- Multas aos resistentes mar on-line os dados da injunção declarativas para certificar dívidas mia nacional. Só no dia de estreia tamente os dados, ou através de associados ao código apresentado. rondam actualmente as 100 000. do Balcão Nacional de Injunções ficheiro informático recebido nas Aos advogados e solicitadores Esta entrega do código electrónico Com a redução das taxas de jus- os requerimentos apresentados várias secretarias judiciais espalha- que não apresentem o requeri- torna ainda desnecessária a entrega tiça a aplicar aos requerimentos correspondiam a 3,9 milhões de das pelo país. Com tendência para mento de uma injunção por via de certidões em papel para recupe- de injunções e a desmaterialização euros em dívida a mais de quatro diminuir estão os pedidos de in- electrónica será cobrada uma ração do IVA. dos procedimentos, o Governo mil credores. junções entregues em papel. Nes- multa de 48 euros. Os mandatá- Anualmente, são interpostas acredita que aumente o número tes casos, cabe aos funcionários rios deverão recorrer ao sistema cerca de 280 mil injunções. Este ANA SANTOS GOMES da secretaria judicial introduzir os informático Citius, acessível em de credores a recorrer à injunção [email protected] dados no sistema informático, que http://citius.tribunaisnet.mj.pt, CUSTO DE UMA INJUNÇÃO os encaminha também para o Bal- para aí preencherem directamente cão Nacional de Injunções. o formulário electrónico com os Valor do procedimento Entrega em papel Entrega por via electrónica Com a tramitação da injunção dados do requerimento. Podem Até 1875 euros 24 euros 12 euros acelerada, é mais fácil para o cre- ainda, em alternativa, enviar para De 1875 a 3750 euros 48 euros 24 euros dor obter o certificado que atesta um ficheiro informático previa- a dívida declarada, caso não surja mente elaborado para este efeito. De 3750 a 15 000 euros 96 euros 48 euros qualquer oposição fundamentada Se o requerimento for apresentado Mais de 15 000 euros 192 euros 96 euros do devedor. A injunção constitui directamente pelo credor, poderá Mais 48 euros por cada Mais 24 euros por cada precisamente um título executivo ser entregue nas secretarias judi- assinado pelo secretário judicial e ciais em ficheiro electrónico ou Mais de 30 000 euros 15 000 euros, até ao limite 15 000 euros, até ao limite com o qual o credor poderá avan- em papel. de 250 000 euros de 250 000 euros çar imediatamente para o processo Seguindo a tramitação habitual executivo. Evita, desta forma, que das injunções, os devedores são Fonte: Ministério da Justiça José de Mello Saúde compra clínica Governo acaba com a aposentação ao Grupo Português de Saúde compulsiva como sanção disciplinar A José de Mello Saúde, liderada por Sal- de consulta, uma unidade de fisioterapia, três O Governo aprovou, na generalidade, Tudo “sem prejuízo da salvaguarda dos vador de Mello, chegou a acordo, a semana salas de bloco operatório com capacidade de na reunião de Conselho de Ministros da direitos individuais” que, em muitos casos, passada, com o Grupo Português de Saúde internamento, uma gama alargada de espe- semana passada, o Estatuto Disciplinar saem até “mais reforçados”. (GPS), integrado na Sociedade Lusa de Ne- cialidades médicas e serviço de atendimento dos Trabalhadores que Exercem Funções Das alterações aprovadas destacam-se a gócios (SLN), para adquirir a Clínica Uni- permanente, para além da oferta ao nível da Públicas e que deverá substituir o regime redução dos prazos de prescrição do direito med de Cascais, a primeira do GPS constru- imagiologia e da hemodiálise. anterior, datado de 1984. de instaurar procedimento disciplinar (de ída de raiz, inaugurada em Outubro de 2006 A José de Mello Saúde reconhece que a Clí- Os principais objectivos prendem-se 3 anos para 1 ano e de 3 meses para 1 mês, e que representou então um investimento nica Unimed Cascais “estava dotada de equi- com a “adequação ao novo regime sobre quando for directamente constatada pelo superior a 20 milhões de euros. A concretiza- pas profissionais de reconhecida experiência”, vinculação, carreiras e remunerações, do superior hierárquico) e a fixação de um ção deste negócio, que se segue à saída de José com “equipamento moderno e elevado nível regime disciplinar, que passa a ser aplicá- prazo de 18 meses para a conclusão dos de Oliveira e Costa da liderança, transitória, de conforto”, a que se juntam acordos com vel a todos os trabalhadores que exercem processos, uma vez que antes não existia do GPS e da presidência executiva do Banco as principais seguradoras e subsistemas de funções públicas, qualquer que seja a mo- qualquer prazo. Português de Negócios (BPN), vai permitir saúde. Esta aquisição ao Grupo Português dalidade de vinculação”. Assim, em vez de Elimina-se ainda o dever de participação à José de Mello Saúde juntar as actividades de Saúde, concretizada menos de um mês dois estatutos disciplinares – um aplicável de infracção disciplinar e reduzem-se as pe- e valências do Instituto Médico de Cascais, depois da abertura da Clínicacuf Torres Ve- aos funcionários e agentes e outro aos con- nas disciplinares. uma unidade de ambulatório que já integra- dras e da inauguração oficial do Institutocuf tratados – passa a haver apenas um. Assim, desaparece a pena de inactividade va o seu universo de participações, com as ac- Diagnóstico e Tratamento, em Matosinhos, O Governo quer ainda fazer a “aproxi- e a de aposentação compulsiva constante tividades e valências da Clínica Unimed. Daí revela “mais uma importante etapa na estra- mação ao regime laboral comum”, desig- do anterior estatuto, mantendo-se a pena surgirá a nova Clínicacuf Cascais, já a partir tégia de crescimento e expansão da rede Saú- nadamente no que se refere às penas e res- de suspensão. do início do mês de Abril. A futura Clínica- decuf, reforçando, ao mesmo tempo, o com- pectiva medida e à “adequação do estatuto Desaparece, também, a pena de perda cuf Cascais, que representa para a JMS um promisso assumido no sentido de contribuir disciplinar – na linha da simplificação e de dias de férias, constante do Código do investimento de 23 milhões de euros, está activamente para a melhoria e modernização aceleração dos procedimentos adminis- Trabalho, e que até agora era aplicável aos localizada numa área considerada “com ex- dos cuidados de saúde em Portugal”, explica trativos – a objectivos mais pragmáticos, trabalhadores em regime de contrato indi- celentes acessibilidades”, possuindo cerca de a José de Mello Saúde em comunicado. mediante a introdução de mecanismos que vidual de trabalho. 13 500 m2 de construção, distribuídos por 7 impõem maior celeridade na tramitação pisos. Esta unidade vai dispor de 40 gabinetes teresasilveira@TvEiRdaEeScAo nSoImLViEcaIR.pAt dos procedimentos disciplinares”. teresasilveira@TvEiRdaEeScAo nSoImLViEcaIR.pAt 6 ACTUALIDADE sexta-feira, 14 Março de 2008 Empresas portuguesas marcam presença na BIEMH A 25ª edição da Bienal Espanhola de Máquinas e Ferramentas (BIEMH), realizada recentemente na Feira de Exposições de Bilbau, contou com 1761 expositores de 36 países, distríbuidos por 788 stands. Considerada a terceira maior O evento contou ainda com a feira do sector das máqui- nona edição do Prémio Nacio- Empresas com falta nas e ferramentas, a BIE- nal de Desenho para Máquinas e de capacidade MH 2008 contou com a presença Ferramentas, organizado pela BAI para comprarem de várias empresas portuguesas, Agência de Inovação, com a cola- algumas delas com apoio da AIM- boração da AFM e do BEC. novos equipamentos MAP - Associação dos Industriais A “ONA Electroerosión” foi Metalúrgicos, Metalomecânicos e este ano distinguida pelo júri por A outra empresa presente foi a Electrocromagem, a operar na Afins de Portugal. conseguir a “integração de dife- termolacagem e nos equipa- O director da AIMMAP, Ra- rentes elementos, sua ergonomia e mentos para panificação. O seu fael Campos Pereira, destaca a comunicação”. As empresas Ibar- sócio-gerente, Domingos Tei- “oportunidade única que a feira mia Innovatek e Danobat conse- xeira, considera esta uma feira de Bilbau dá aos fabricantes para guiram também distinções pelos excelente a todos os níveis. São acompanhar de perto as últimas seus projectos. apresentadas as máquinas mais tecnologias e modelos na genera- A Feira de Bilbau constitui uma oportunidade única para acompanhar de perto Na categoria de máquinas de modernas do sector, ainda que lidade das indústrias”. O número as últimas tecnologias e modelos na indústria das máquinas e ferramentas. grande tamanho o prémio foi para o tecido empresarial nacional tenha grandes dificuldades na de participantes e visitantes au- a Nicolás Manufacturing pela aquisição de tal tipo de equi- mentou e as doze empresas que “coerência, equilibrio, elegância vantagens apontadas pelos portu- pamento. entraram na BIEMH com o apoio gueses presentes em Bilbau. Empresas portuguesas e pela integração de critérios de Também para este empresá- da AIMMAP mostraram-se “mui- A organização do evento conside- presentes na BIEMH ecodesenho e dispositivos de se- rio, a visita realizada a Bilbau to satisfeitas com o evento”. gurança no funcionamento” da teve a ver com a necessidade ra a afluência de visitantes estrangei- Na BIEMH 2008, os fabrican- Albino – Guimarães da Silva máquina LANZA. de conhecer o que se está a ros “excelente”, tendo em conta a si- tes e distribuidores mais relevantes AMOB – Máquinas e Ferramentas fazer em termos de novas tec- tuação macroeconómica de alguma Cifial – Centro Industrial Ferragens Conhecer tendências nologias, a par da recolha de da área das máquinas e ferramentas incerteza e desaceleração. Electrocromagem do Bonfim e gerir contactos informação. Basicamente, foi deram a conhecer as mais recentes Em Bilbau estiveram presentes T.S.F. Metalúrgica de Precisão com a intenção de saber o que tecnologias e serviços das empre- profissionais de países de referên- Fersal – Fernando Almeida era suportável para uma empre- sas líderes na sua especialidade. cia pelo elevado nível de industria- Lopez e Rico As empresas portuguesas que es- sa deste tipo, numa actividade Este ano, o número de visitan- lização, como a Itália, Alemanha e MBO BINDER – Máquinas Gráficas tiveram representadas na 25ª edi- em rápida evolução. Uma coisa M. António Silva ção da BIEMH fazem um balanço tes da BIEMH ultrapassou as 52 Suíça, e representantes de países é certa, as empresas nacionais mil pessoas, o que significou um que começam a ganhar visibili- MOpetciâcnuitc –a KEnxaucthta positivo desta feira. têm uma capacidade financeira crescimento de 12%, no que diz dade no sector, como a China e a PJ Ferramentas A AMOB – Máquinas e Ferra- muito reduzida para absorve- mentas destaca o número de visi- rem este tipo de produto. respeito a visitantes estrangeiros, Rússia. SNA Europe (Industries) tantes da feira, que se mostraram “Penso que este tipo de indús- e 9,4% de visitantes da casa. A VERCOR – Artigos Eléctricos “mais interessados e mais activos”. tria, no nosso país, está quase feira foi uma parceria do Centro Expectativas superadas A empresa destaca os “contactos condenado. Logo à partida, de Exposições de Bilbau (BEC) e cação, no cliente e seus processos, não existe pessoal qualificado. proveitosos” que se adquirem nes- da Associação de Fabricantes de O presidente da AFM, Koldo onde se realizaram uma grande Por sua vez, os equipamentos te tipo de iniciativas e que nesta Máquinas e Ferramentas (AFM) e Arandia, diz que esta edição da quantidade de contactos de boa são cada vez mais complexos e feira se sentem particularmen- contou com a presença de várias BIEMH superou as expectativas qualidade que garantem uma ocu- obrigam a ter operadores alta- te porque “o País Basco é muito mente preparados. O que im- empresas portuguesas. e que “tecnologicamente tratou-se pação completa, graças aos pedi- forte no sector” em que a AMOB plica elevados investimentos. Conhecer as novas tendências de uma exposição muito interes- dos que se vão fechar durante os opera. A tendência é para os produtos e gerir contactos são as principais sante, centrada sobretudo na apli- próximos meses”. A Opticut – Knuth Lda. acredi- serem cada vez mais oriundos ta que só daqui a três meses é que dos mercados externos”, expli- cou Domingos Teixeira. No caso Feiras internacionais são indispensáveis nas estratégias empresariais se podem avaliar os resultados da da sua empresa, a opção foi participação na feira, já que “os re- operar em nichos de mercado. As empresas nacionais estão conscientes da neces- casse a Bilbau para participar na feira. Aliás, como sultados não são imediatos”, mas Apenas produz equipamentos sidade de participarem nas feiras internacionais. A fez questão de afirmar o empresário, não se trata de “as perspectivas são boas”. ligeiros, o que ainda tem al- M. António Silva e a Termolacagem são dois exem- uma feira para angariar clientes, mas sobretudo para A T.S.F. - Metalúrgica de Preci- gum mercado. Os atrasos nos plos dessa realidade. Ambas estiveram presentes na recolher o máximo de informação possível. Além dis- são faz também um balanço posi- pagamentos representam outro BIEMH, em Bilbau. Os objectivos foram comuns, so, há sempre a possibilidade de fechar negócio para tivo da participação na BIEMH. problema grave, mas tal tam- saber qual o estado da indústria a nível internacio- aquisição de uma máquina, ainda que não se esteja A feira é uma boa oportunidade bém depende da forma como é nal e conhecer as novas tecnologias, numa fileira em numa fase muito propícia a investimentos. Todavia, permanente evolução técnica. só quem investe é que tem capacidade para perma- para “conhecer novas tecnologias” gerida a empresa. “Haverá que ter cuidados acrescidos, agir A primeira empresa dedica-se à fundição de latão e necer neste mercado tão concorrencial. e fazer “bons contactos”. Pedro com muita cautela, para evitar acabamentos, sendo que o seu sócio-gerente, Antó- Para António Silva, um dos principais problemas Sousa, da T.S.F., destaca ainda o o alargamento dos prazos.” nio Silva, deixou claro que se trata de uma feira de que se colocam à sua actividade prende-se com os crescente número de portugueses elevada competitividade, com a particularidade de atrasos nos pagamentos. Para agravar ainda mais a na feira. abranger toda a fileira da metalomecânica. “A feira situação, quando se tratam de exportações, os re- permite ter uma visão alargada do actual estado do embolsos do IVA também tarda. É por isso que não Juan Fernandez, da MBO Bin- é a melhor forma de ter conheci- sector, como se está a desenvolver, os problemas é possível fazer os necessários investimentos ao rit- der – Máquinas Gráficas, destaca mento das novidades mais impor- que se colocam e que estratégias devem ser defini- mo desejável. Por outro lado, continua a verificar-se a eficácia da comunicação pessoal tantes. das. As novas tecnologias têm uma lugar de desta- concorrência desleal. “Pensa-se menos na qualida- que se faz neste tipo de eventos. A que neste certame.” Não é um acaso que se tratase de e mais em preços baixos. O cliente acaba por sair empresa já esteve presente noutras MARIANA PINTO da terceira vez que esta empresa da Trofa se deslo- a perder”, concluiu. E GUILHERME OSSWALD edições da feira e acredita que esta [email protected] “Profissão: Engenheiro” Golf Quinta da Barca inaugura encerra hoje na FEUP escultura de Noé Diniz Decorre há quatro dias na Faculdade porcionadas aquando da escolha de um No próximo domingo, dia 16 de dade da SSAB Swedish Steel em Portugal, de Engenharia da Universidade do Porto dos cursos superiores ali ministrados. Março, a SSAB Swedish Steel baseada na oferta não só de aços mas tam- (FEUP) a iniciativa “Profissão: Engenhei- Recorde-se que a FEUP regista habitu- inaugurará, com a empresa For- bém de produtos finais quando solicitados ro”, que encerra hoje, sexta-feira, às 18h00. almente taxas de empregabilidade muito mstampa, uma escultura da autoria do pelos clientes, utilizando o seu know-how Com cerca de mil alunos inscritos, oriun- altas: em 2006, e num total de 604 alunos arquitecto Noé Diniz, no Golf Quinta da e o elevado rol de parceiros, entre os quais dos de 30 escolas, esta iniciativa tem como formados, 92,4% obtiveram emprego até Barca, escultura esta inserida no patrocínio a Formstampa. A parceria estabelecida en- objectivo mostrar aos estudantes pré-uni- seis meses depois de terminarem o curso e do buraco “Green Steel”, o buraco 1 deste tre a SSAB e a Formstampa será portanto versitários quais as saídas profissionais pro- 57,6% até um mês depois. campo de golfe, situado em Esposende. celebrada com o patrocínio do buraco de A inauguração da escultura realizar-se-á golf “Green Steel”, cujo principal objectivo durante o Torneio dos 3 Ferros, organizado é, entre outros, o desenvolvimento de rela- Estatuto dos Benefícios Fiscais alterado pelo Golf Quinta da Barca, com o apoio ções empresariais. das empresas patrocinadoras do buraco Após a apresentação da escultura e da Green Steel (SSAB Swedish Steel e Forms- inauguração do buraco “Green Steel”, os O Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) alterações, efectuadas em 2001), a conso- tampa), bem como da Arcádia, prestigiada convidados poderão conhecer em por- vai ser republicado. lidação de todas alterações produzidas e a pelos seus históricos e apeteciveis chocola- menor o projecto da SSAB, bem como Ao abrigo de uma autorização legislativa, harmonização e simplificação das disposi- tes. degustar a fantástica paisagem deste local o Governo acaba de aprovar em Conselho ções vigentes, por forma a que os mesmos A inauguração iniciar-se-á, assim, às esplêndido, tendo também a possibilidade de Ministros um decreto-lei que republica conceitos sejam, tanto quanto possível, ex- 11h00 com a apresentação da escultura que de conhecer melhor o desporto magnífico o EBF, “visando a sua actualização (após as pressos com os mesmo vocábulos técnicos”. marca o início de uma nova etapa na activi- que é o golfe. sexta-feira, 14 Março de 2008 ACTUALIDADE 7 Conferência Events Marketing Experiences revela casos de sucesso Eventos são um canal privilegiado para o marketing das empresas Cada vez mais as empresas procuram, como estratégia de marketing, associar-se a eventos de cariz cultural ou social. Apesar da reconhecida eficácia como meio de divulgação de produtos e serviços, há dificuldade em medir e quantificar o sucesso destas iniciativas. Estas foram algumas das principais conclusões retiradas da primeira conferência Events Marketing Experiences, realizada recentemente no Sheraton Porto Hotel & Spa. É hoje impossível ignorar a importância dos eventos como forma de O encontro serviu ainda para apresentar vários casos de sucesso na área dos eventos. difusão e promoção de produtos e serviços. Representando já uma importante Consultants, e do papel dos “eventos de empresarial e deve fazer parte da sua es- investimento dos patrocinadores”. A neces- parcela da estratégia de marketing luxo para nichos de mercado de turismo”, tratégia, no sentido de contribuir para o sidade de validação deste tipo de investi- de algumas empresas nacionais e abordado por Mário Sacramento, admi- desenvolvimento económico, cultural e mentos, facilitando o processo de decisão internacionais, os eventos são uma forma nistrador da Portugal Deluxe. Procurando social do País”. e de identificação de oportunidades através simples de envolver e atrair um elevado nú- sempre um equilíbrio entre conteúdos téc- Por outro lado, o director-geral da Cision de sucessos e falhanços anteriores, exige a mero de clientes ou potenciais clientes num nicos e práticos, foram apresentados, ainda Portugal referiu também que o impacto do “necessidade de quantificação do retorno ambiente que visa a promoção e divulgação durante esta primeira sessão do evento, os investimento realizado em termos de pro- do investimento”. das marcas e serviços das empresas interve- exemplos do Millenium BCP, da RedBull moção do desenvolvimento cultural e social Para Uriel Oliveira, é também importante nientes. Portugal e da Fundação de Serralves. possibilita, simultaneamente, uma optimiza- a “integração do patrocínio na estratégia de Apesar de ainda não ser uma prática mui- De certo modo associado a este último caso, ção do retorno no que se refere à visibilidade comunicação da empresa”, fidelizando acti- to consensual, é já impossível ignorar a exis- o dia terminou com a apre- e notoriedade da marca. vos e maximizando os resultados. “Esta não tência desta forma de difusão e promoção sentação de José Santos, di- A integração Seguindo o mesmo pode ser considerada como uma acção avul- de produtos e serviços. Porém, subsistem rector-geral da Cision Por- modelo de apresentações sa, ela deverá ter por objectivo criar valor à do patrocínio ainda algumas divergências na avaliação da tugal, sobre “a importância e debates, o segundo dia marca de modo contínuo e perdurável”, re- sua eficácia, uma medição e quantificação do mecenato”. na estratégia do seminário principiou feriu. necessárias para determinar o sucesso destas O mecenato “é o in- com a avaliação da “im- No desenvolvimento da sua apresenta- iniciativas e prever a evolução da percepção centivo e patrocínio de de comunicação portância dos eventos e ção, o vice-presidente da Cision Portugal do público sobre a marca. artistas e literatos e, mais seu retorno para o país”, abordou ainda a estimativa dos impactos da empresa fideliza O programa do primeiro dia iniciou- amplamente, de activida- uma exposição a cargo geográficos e demográficos do evento, da se com a participação de Gonçalo Mayan des artísticas e culturais. activos e maximiza de Pedro Mello Breyner, quantificação dos valores tangíveis e intan- Gonçalves, Vereador da Cultura, Despor- Num sentido mais am- Gestor de Eventos do gíveis para a marca e da avaliação dos efei- resultados tos e Lazer da Câmara Municipal do Porto, plo, fala-se de mecenato Turismo de Portugal. Ao tos no mercado. que procurou partilhar “a importância dos para designar o incentivo longo desta segunda ses- Através deste seminário foi assim possível eventos para uma autarquia”. financeiro de actividades culturais, como são foram também realizadas exposições contactar com alguns marketeers nacionais Por outro lado, foram também debatidas exposições de arte, feiras de livros, peças de sobre as experiências e ensinamentos da e estrangeiros, responsáveis pela organização questões associadas à “complexidade cres- teatro, produções cinematográficas, restau- Unicer, da cadeia de hotéis Sheraton e da de alguns dos mais importantes eventos na- cente dos eventos empresariais”, através de ro de obras de arte e monumentos”. Renault Portugal. cionais, compartilhar as suas experiências, Pedro Rodrigues, director-geral da Desafio Para José Santos, “a Responsabilidade Já próximo do momento de encerra- os seus sucessos e insucessos e saber como Global, do papel da “televisão – uma shop Social das empresas é de particular im- mento, Uriel Oliveira, Vice-presidente da avaliam o retorno do seu investimento. window internacional”, por Andrew Mar- portância no âmbito das políticas de de- Cision Portugal, foi convidado para abor- FERNANDA SILVA TEIXEIRA riott, director-geral da Pitlane Productions senvolvimento sustentável e cidadania dar “a avaliação do retorno dos eventos e [email protected] Municípios têm poderes PUB reforçados no QREN O Governo vai submeter à da execução descentralizada ou aprovação dac Assembleia da Re- na contratualização de parcerias pública duas propostas de lei que para gestão de parcelas dos pro- dão um novo enquadramento gramas operacionais regionais. ao associativismo municipal no Incentiva-se, ainda, a constitui- QREN – Quadro e Referência ção de CI com delimitação equi- Estratégico Nacional. valente à das NUTS II. Uma dessas propostas visa re- A segunda proposta de lei visa formular o modelo associativo criar um quadro institucional municipal actual, adequando-o específico para as áreas metro- às necessidades da nova Lei das politanas de Lisboa e do Porto, Finanças Locais, do Quadro de de forma a criar uma autoridade Referência Estratégica Nacional efectiva à escala metropolitana. As áreas metropo- litanas passam a de- sempenhar um papel de escala mais elevada ao nível do planea- mento e gestão da es- tratégia de desenvol- vimento económico, social e ambiental do (QREN) e da descentralização de seu território e terão condições competências. Esta proposta de para assegurar a articulação entre lei vem, assim, determinar a tipo- os municípios, bem como entre logia, natureza e constituição das os municípios e os serviços da ad- associações de municípios, pre- ministração central. vendo dois tipos de associações Prevê-se, também, que as actu- de municípios: as fins múltiplos, ações das entidades públicas de onde se incluem as comunidades nível metropolitano passam a ser intermunicipais (CI) e as de fins planeadas pelas áreas metropoli- específicos. tanas. Relativamente às CI, valoriza-se As áreas metropolitanas serão o seu papel nos órgãos de aconse- consideradas parceiras do Gover- lhamento estratégico dos progra- no em matéria de descentraliza- mas operacionais regionais do ção de competências e de partici- QREN, bem como na previsão pação na gestão do QREN. 8 OPINIÃO sexta-feira, 14 Março de 2008 A. MAGALHÃES Regionalização, precisa-se PINTO Economista [email protected] http://poliscopio.blogspot.com Palavra amiga – todaverdade.blog. Há uma conclusão evidente do alinha- à paisagem dos burros de carga que car- sido infligidos ao resto do país, em ter- com - chamou a minha atenção mento destes dados. Afirme-se, ainda, regam Lisboa. Salazar está vingado. Atrás mos de desenvolvimento equilibrado e para uma colecção de dados esta- que se, em lugar do Norte, tivéssemos dele veio quem dele bom fez. É que o fe- com idênticas oportunidades para todos. tísticos, relativos aos anos 2003/2005, utilizado para termo de comparação o nómeno da indisponibilidade de cursos Chega de retórica. Ninguém pode ser dis- que, pela sua amplitude, permitem veri- resto do País como um todo, as compa- há anos atrás, de escolas condizentes com criminado por nascer em Bragança ou no ficar muitas das distorções regionais que rações ainda seriam mais favoráveis a Lis- a ocupação demográfica do território, Areeiro. Chega. sabemos existirem, mas de cuja dimensão boa. A conclusão evidente é que não há impediu a formação de técnicos; a ine- O segundo sentimento é de tristeza. dificilmente nos apercebemos. Sobretudo igualdade de oportunidades para quem xistência de técnicos era (é) impedimen- A solidariedade nacional, termo tão em naquilo que mais evidente parecia e que, está em Lisboa e numa região (apesar de to à instalação mais avultada de investi- voga nos alvores de “Abril”, não passou vamos lá, mais me interessava, a compa- tudo) relativamente desenvolvida como é mentos mais reprodutivos. Num ciclo de uma nuvem. Lisboa está refastelada ração entre o Norte, onde vivo, e Lisboa, o Norte. Valerá a pena perguntar porquê. infernal que não se vê como interromper, a olhar para o seu umbigo, enquanto vê donde dimanam quase todas as decisões Já o faremos adiante. especialmente quando se o resto do país a tas- que influenciam o meu viver. Valeu a - Não obstante esta situação da popula- anda a discutir a avalia- quinhar umas ervas Gastar milhões pena. Ao fim de alguns cálculos e alguns ção activa, a produtividade das gentes de ção dos professores em no jardim. Gastar raciocínios, foi possível mais sentir do Lisboa era, em 2003, muitíssimo maior. lugar destes temas de num aeroporto em milhões num aero- que entender – é tão difícil entender! – o Lisboa contribuía para o PIB com 38% verdadeiro interesse para porto em Lisboa, em Lisboa, em lugar país que temos. Vou pedir ao leitor que do total nacional, enquanto o Norte só o futuro. lugar de os aplicar perceba comigo alguns factos detectados. contribuía com 28%. O PIB per capi- Num quadro de abun- de os aplicar no no desenvolvimento E no final conversamos. ta era então, no Norte, de 9.900 euros, dância que devia enver- das outras regiões, é desenvolvimento - Em 2005, a população activa do Nor- enquanto em Lisboa atingia o valor de gonhar Lisboa, mas que um crime sem nome. te (1.917.900) é equivalente a 139% da 18.200 euros. Quase o dobro. realmente envergonha o das outras regiões, Recordo-me de, em população activa de Lisboa e Vale do Encontra-se, nas estatísticas em análi- país mais pobre, é natu- campanha, Durão Tejo(daqui para a frente chamada Lisboa) se, boas razões para esta maior produti- ral que Lisboa gaste mui- é um crime sem Barroso ter gritado (1.411.500). vidade. Desde logo, o maior nível de em- to. Veja-se: nome. aos quatro ventos: - No mesmo ano, havia 174.000 desem- prego em Lisboa do que no Norte. Mas - Lisboa importou bens - Se eu for Primei- pregados no Norte e 121.200 em Lisboa. também a formação bruta de capital fixo no valor de 20.940.459 ro-Ministro, não ha- - Isto é, em Lisboa havia proporcional- – investimento – ao longo dos anos privi- euros e exportou um valor de 6.447.325 verá uma única obra faraónica enquanto mente, muito menos desempregados do legiando a capital. Mas uma outra razão euros. houver gente a precisar do Estado. que no Norte; em cada duzentos pessoas detém porventura a maior quota de ex- - Quer dizer, a balança de pagamentos Pois. E foi-se embora, logo que lhe apa- a trabalhar, havia mais um desemprega- plicação para as diferenças de produtivi- de Lisboa com o exterior é um desastre. receu melhor emprego. Era de Lisboa. do no Norte do que em Lisboa; com esta dade. Em 2005, em Lisboa, quase 22% Só cobre o que importa em 31%. Uma ideia forte. Isto não pode conti- crueldade evidente: os desempregados à dos trabalhadores tinham formação es- - Daí uma consequência importante: nuar assim. Tem que ser definitivamente procura do primeiro emprego eram, no colar superior, enquanto, no Norte, essa o resto do país tem que importar menos interrompido. Porque, se não fizermos Norte, o dobro dos que percentagem era de do que exporta para conseguir reequi- nada, dentro de alguns anos o fosso ter- estavam em idêntica si- apenas 10,4%. E bai- librar as coisas ou teríamos problemas se-á acentuado. Falta porventura a res- tuação em Lisboa A solidariedade xando a análise ao nível sérios com a Europa. Solução? O país posta à maior questão: e como se inter- - Mas não só havia de trabalhadores com o “paga” a maior parte das importações de rompe isto? nacional, termo menos desempregados terceiro ciclo, no Nor- Lisboa. Daí ressalta a ideia de mais força que como, dos empregados, tão em voga te apenas 15% tinham É curioso verificar que quase dois mil quero deixar aqui hoje. É urgente proce- se trabalhava muito me- tal formação, enquanto milhões de euros do défice comercial de der à regionalização do país. Queremos nos alvores nos por semana do que em Lisboa a percenta- Lisboa com o estrangeiro diz respeito a mesmo governar a nossa terra. Não pode- no Norte; assim: gem subia para 21%. produtos alimentares. Quer dizer, se, um mos esperar que sejam uns senhores bem de “Abril”, . enquanto no Norte Isto é, e resumindo, em dia, o país não pagar as importações de instalados na vida, lá para os lados de 22% das pessoas traba- não passou 2005, quase metade da Lisboa, esta pode bem morrer à fome. Pa- Lisboa, a zelarem pelos nossos interesses. lhavam menos de 36 população trabalhado- rece chiste, mas não é. Porque, para que Porque já mostraram que o não fazem. de uma nuvem. horas por semana, em ra de Lisboa tinha por Lisboa possa comer melhor, os outros, no Ou porque não sabem ou porque não Lisboa essa percenta- habilitações o 3º. Ciclo resto do país, têm necessariamente que querem. E, já agora, podemos aproveitar gem subia para 26%; ou o ensino superior; comer pior. a regionalização para dar a independência . 58%, no Norte, trabalhava entre 36 enquanto no Norte, apenas um quarto Que fica desta exploração, que está longe à região de Lisboa e Vale do Tejo. Já atin- e 40 horas, em Lisboa essa percentagem dos trabalhadores tinham tal formação. de ser exaustiva, sobre o documento que giram o patamar de desenvolvimento que era de 55%; Isto é um grito contra o abandono a tive em análise? Penso que alguns senti- lhes permite viver tranquilos. E daí talvez . E contra 20% das pessoas no Norte que sucessivos governos foram deixando mentos e algumas ideias chave. A ver: não. Estava a esquecer-me. É que se lhes a trabalharem mais de 40 horas, só havia o resto do país, no plano da educação. O primeiro sentimento é de uma rai- dermos a independência, os nossos im- 19% em Lisboa. Eça fez carreira, já que o país foi reduzido va imensa contra os maus tratos que têm postos deixam de ir para lá. AZUIL BARROS As capacidades que deve ter para vencer Especialista no Crescimento de Negócios Partner & Director Geral no século XXI... da Quantum Portugal www.QuantumCrescimentoNegocios.com Se já desenvolve uma actividade A primeira refere-se às vendas (refiro-me a clientes, fornecedores e co- O recrutamento empreendedora há já alguns anos, No passado, tudo era mais fácil nes- laboradores internos). O seu negócio só cresce com pessoas. certamente, já notou que este novo ta área: bastava entregar razoavelmen- Tem que construir uma organização. Tem século está recheado de novas exigên- te o seu produto e/ou serviço aos seus Segue-se a promoção que ter capacidade para recrutar bons ele- cias, muito diferentes das do passado. clientes que estes continuavam a com- Nunca sabe quando irá aparecer alguém mentos, que multipliquem os seus esfor- Por um lado, ouve nos noticiários fala- prar-lhe e ainda lhe traziam recomen- que quer ou precisa do seu produto ou in- ços. Saliento-lhe que estes elementos, uma rem em novos negócios milionários, por dações. tegrar o projecto que está a desenvolver. vez formados, requerem, de si, um grande outro olha para a actividade que desen- Onde já lá vão esses dias!? Nos dias Por isso, tem que estar constantemente a esforço de liderança e consomem-lhe mui- volve e as coisas não lhe correm como de hoje as vendas são totalmente dife- oferecer algo especial, para que consiga fa- to do seu tempo. desejava. rentes: primeiro temos que, aquando a zer a diferenciação no momento de decisão Há competências que, nos dias de apresentação de um produto válido no de compra dos seus potenciais clientes. Por fim, organização hoje, lhe são exigidas para conseguir le- seu mercado, saber falar das suas virtu- Deverá construir uma organização onde var os seus negócios mais além e que no des e fazer com que alguém diga que O reconhecimento as pessoas que a integram consigam obter passado não o eram. Contudo, posso as- “sim”, só depois é que vem o bom ser- Há empresas que trabalham com maior os máximos resultados. Irá descobrir que segurar, que pode, simultaneamente, ga- viço. afinco para conquistar o reconhecimen- a recompensa é enorme, logo que consiga nhar essas novas competências necessá- A segunda refere-se à comunicação. to, do que propriamente por dinheiro. encontrar sinergias e dinâmicas de grupo e rias para o futuro enquanto proporciona É preciso aprender a comunicar. Que Deverá procurar a oportunidade de per- de equipa que funcionem. um fluxo de receita aceitável para a sua formação dá à sua equipa, o que é que tencer a uma elite. Permite-lhe afastar-se Inclua na sua empresa essas novas com- empresa, no presente. lhes ensina e, talvez o maior dom, saber da “multidão” e fazer com que os outros petências e verá que o século XXI está ple- Seguem-se seis competências que con- como inspirar os outros com palavras. o olhem de uma maneira diferente, que no de oportunidades para si. sidero indispensáveis para manter a sua Inspirar as pessoas a verem-se elas pró- tomem decisões que de outro modo não Comece já e tenha um GRANDIOSO empresa competitiva no futuro… prias melhores do que aquilo que são, tomariam. 2008. sexta-feira, 14 Março de 2008 OPINIÃO 9 MJCARVALHO O JACINTO fechou! Economista [email protected] O JACINTO é (era), indiscutivel- perda de tempo; basta estar num sítio onde por culpa dele mas por imposição do dono É na gestão pública que mais se exigem mente, um dos melhores restau- controle tudo e todos os actores no proces- do espaço que, pura e simplesmente, en- as competências humanas definidoras do rantes do Porto, apesar de ser só so. E o Jacinto Rocha tem essa percepção taipou as instalações, não deixa ninguém exercício da liderança organizacional: bom conhecido por uma população restrita da permanente do local exacto, principalmen- lá entrar e retirou, à força, todo o equipa- senso, talento negocial e capacidade per- cidade – na verdade, o JACINTO é (era) o te quando é mais fácil perder-se o controlo mento e existências. Como é óbvio, não manente de diálogo e estabelecimento de concessionário do bar-restaurante do Hos- pela pressão da clientela nas horas de pon- vou fazer nenhum comentário a respeito pontes de convergência de interesses – por pital de São João. ta. do processo litigioso que, entretanto, se alguma razão é-lhe dada a responsabilidade Ganhou sempre, e por autêntica caba- Depois, a capacidade de exercer a efec- iniciou – os tribunais ajuizarão, a seu tem- de gerir meios financeiros públicos e escas- zada, todas as guerras comerciais que lhe tiva liderança dos colaboradores, fazendo po, as razões e as atitudes tomadas. sos. foram impostas – contra os concorrentes deles – ou dos que, ao menos, compreen- Entretanto, a um simples mas nuclear Aqui, o papel do Tribunal de Contas e institucionais (suportados pelos diversos e dem as exigências de um negócio contin- aspecto deveremos, também aqui, estar das diversas agências de auditoria do Esta- endinheirados poderes em exercício) e os gente – seguidores conscientes, a dar o litro muito atentos, como contribuintes deste do é crucial. Na realidade, é fundamental neófitos, nascidos e desenvolvidos no cen- e a prestar um serviço de excelência. país: ao facto possível de deste episódio de- dotá-los de meios humanos e técnicos su- tro comercial vizinho. Sou dos que, para além de cliente, ado- correrem elevadas indemnizações a serem ficientes para poderem, a tempo e horas, A chave do sucesso é (foi) a tradicio- ro prestar atenção às metodologias e sis- eventualmente pagas, em última instância, detectar o abuso de poder, a pesporrência nal, baseada nos seus três pilares básicos: temas não escritos nem formalizados de pelo Orçamento Geral do Estado. insuportável ou o perfeito diletantismo da belíssima comida, preços concorrenciais e funcionamento deste tipo de restaurantes, Aí, alto e pára o baile! gestão nova vaga que se julga detentora da rapidez na prestação do serviço. Dir-se-á que podiam ser mesmo excelentes “case Este é um dos aspectos que melhor ca- verdade só porque está ao serviço do Esta- então, se isso é (era) assim, não há segredo studies” de estudo e avaliação. Ali não há racterizam a situação deplorável deste país: do. Isto, obviamente e hoje, constata-se na nenhum. Erro colossal! – houve, de facto, hierarquias em funcionamento, não há a total impunidade e irresponsabilidade gestão da cobrança dos impostos, no exer- dois segredos muito bem preservados, em- funções predefinidas e estandardizadas por criminal dos agentes do Estado quando, cício corrente da justiça ou na adminis- bora também à vista de toda a gente. posto de trabalho, não há programas em pelas suas acções e decisões deliberadas, tração central pública, camuflada ou não O primeiro chama-se o próprio Jacinto utilização de satisfação do cliente – há só acarretam prejuízos avultados no exercício por modelos de titulação dos capitais que Rocha, sempre lá presente a qualquer hora vendedores e fábrica, a trabalharem em di- das suas funções que, muitas das vezes e procurem encapotar a própria responsabi- e dia, com o dom espantoso e raro do do- recto, sem interferência de mais ninguém, pela morosidade da justiça, só são conheci- lidade solidária do Estado. mínio total da coreografia na prestação do em que as ordens são dadas em voz alta, dos muitos anos depois de eles terem saído O JACINTO fechou! Pois, é menos um serviço de restauração. Eu explico: o líder não direccionadas mas sabendo-se, de an- de funções. Impunes e imunes a qualquer “lugar” no conceito actual hospitalar – um num restaurante não precisa de estar em temão, que alguém (e raramente sempre o responsabilidade, estes agentes do Estado dos tais “significados e símbolos … que nos todo o lado a todo o momento – basta es- mesmo) a vai cumprir. são efectivos criminosos não sentenciados permitem sentir em casa ou, se quisermos, tar no milimetricamente preciso local nos Assim é nas boas marisqueiras, por exem- que levam a sua vidinha no salta-pocinhas nos permitem dizer … isto somos nós, por momentos adequados. Num restaurante plo; assim é (foi) no JACINTO. dentro ou para dentro da administração vermos respeitados os valores, as referên- e por exemplo, estar na caixa é uma pura O JACINTO fechou, não obviamente pública. cias, a envolvente que nos criou” . Empresas familiares Dos pequenos projectos turas da família, o impacto nos traves ao desenvolvimento do Familiares, “apenas 10 em cada de rua a inúmeras gran- meios em que se encontra inse- projecto empresarial em ques- 100 empresas familiares chegam des empresas dos mais rida e a forma como são geridos tão, tanto mais que parece claro à quarta geração”. diversos sectores de actividade e preparados os processos suces- que nem todos os membros da Na mesma linha, outro repu- é possível identificar inúmeras sórios. família terão as mesmas capaci- tado especialista internacional, sociedades que se podem clas- Alguém duvida que existe dades e empenho dos seus ante- Roberto Morales, aproveitou a sificar como sendo “empresas uma relação quase umbilical en- cessores. sua participação num seminá- familiares”. tre o desenvolvimento de Cam- O mesmo tipo de juízo de va- rio promovido recentemente em A nível nacional, são “empre- po Maior e a história do Grupo lor pode ser suscitado quanto às Braga pelo BIC Minho – Ofici- sas familiares” grandes grupos Delta do Comendador Nabei- condições em que deve ser con- na de Inovação para dar nota de económicos, como a Sonae, a ro? cretizado o processo sucessório: que “cerca de 50% das empre- Corticeira Amorim, o Grupo E em quantas localidades são quando? De que forma? Com sas familiares desaparecem na Espírito Santo, a Têxtil Ma- empresas de cariz familiar os que protagonistas? segunda geração e apenas 15% nuel Gonçalves, o Grupo José principais empregadores de toda Ricardo Rio Para cada uma destas e de vá- sobrevivem à terceira”. de Mello, ou o Grupo Pestana, uma região de algumas décadas rias outras questões que surgem É neste contexto que come- [email protected] entre muitos outros. a esta parte? http://econominho.blogspot. neste contexto, as respostas são çam a surgir várias formações es- A nível local, são também Neste modelo de empresas, com igualmente diversificadas, em- pecializadas de diversa natureza, “empresas familiares” alguns dos tende a haver uma íntima asso- “Nem todos os bora com traços comuns que especialmente dirigidas a estes principais grupos de construção ciação entre o nome da família e membros da família resultam da doutrina e dos guias públicos-alvo, a última das quais civil da região de Braga, como a sua afirmação nos territórios, terão as mesmas de boas práticas que vão sendo o 1º MBA em Gestão, Governo por exemplo os Empreiteiros uma tendência para uma maior capacidades e elencadas, mas que não podem e Sucessão de Empresas Fami- Casais, o Grupo DST, a Eusé- fidelização dos colaboradores, empenho dos seus ser aplicadas como guia genera- liares, que a APEF irá promover bio & Filhos, a Cantinhos ou a uma lógica de continuidade de antecessores.” lizado. em parceria com a Universidade Duarte e Filhos, também aqui actuação e de uma superior cele- Talvez por força das dificulda- Fernando Pessoa, em Lisboa, a procurando invocar casos de di- ridade nos processos decisórios, des que resultam destes factores, partir de Abril próximo. mensão diversa. que muitas vezes assumem até recrutamento e/ou progressão o cenário não é claramente o Na verdade, por mais que haja Na base desta classificação, de um carácter informal. na carreira de gestores de topo mais animador. também o percentual de suces- que se poderiam enumerar várias Ainda assim, existe alguma que não pertençam à família dos Segundo John Davis, um dos so nestes processos e haja situa- outras ilustrações, está não ape- evidência de que este tipo de em- proprietários. maiores especialistas mundiais ções bem sucedidas que parecem nas a propriedade das sociedades presas consegue obter maiores Da mesma forma, há, por ve- na área, que esta semana parti- acontecer com naturalidade, mas também alguma capacidade rendibilidades, seja pela superior zes, alguma ligeireza na forma cipou, no Porto, num seminário talvez valha a pena pensar que de influenciar e controlar a res- facilidade de relacionamento en- como são tratadas as questões promovido pela APEF – Asso- existe muita preparação anterior pectiva gestão, envolvendo mais tre a equipa de gestores, seja pela de natureza administrativa e fi- ciação Portuguesa de Empresas e que mais vale prevenir. do que uma geração de protago- inerente associação entre os pro- nanceira entre familiares (com nistas. prietários e a gestão da empresa. o caso crítico da confusão entre Apesar das suas múltiplas Nestas duas vertentes, porém, o património da empresa e da concretizações, a realidade das podem também invocar-se os família) e uma certa propensão �������������������� “empresas familiares” apresenta argumentos contrários e aspec- para o favorecimento de mem- traços comuns que as tem trans- tos que poderão ser alguns dos bros da família na sua progres- ��������� formado num universo apetecí- principais problemas que se co- são hierárquica – o que chega a vel para a profusa investigação locam a estas sociedades: como ser tido por natural. �������������������������������������������������������������������������������� académica que vem sendo rea- as condicionantes ao processo O problema que se levanta nes- ���������������������������������������������������������� lizada, incidente sobre a cultu- de angariação de fundos, por te domínio é que esse fenómeno ��������������������������������� ra da empresa, a forma como a forma a não pôr em causa o con- pode prejudicar a profissionali- mesma acolhe os valores e pos- trolo familiar, ou as restrições ao zação da gestão, colocando en- ��������������������������������������������������������������������� 10 QREN sexta-feira, 14 Março de 2008 Silva Peneda, eurodeputado, contundente nas críticas que faz ao Executivo “Governo ajustou QREN ao calendário eleitoral” “Estamos em Março de 2008 e não se investiu, até agora, um só euro do QREN”. O alerta é dado por Silva Peneda, eurodeputado do PSD, que, numa entrevista à VE, explica este atraso com interesses eleitoralistas do Governo. “Este atraso, seguido da abertura da torneira em 2008 parte final de 2009, vai ajudar, comcerteza, o calendário eleitoral do Governo”, destaca. “O ano 2007 já passou, passaram já dois meses de 2008 e nada aconteceu em termos de QREN”, diz ainda Silva Peneda. O eurodeputado fala, de igual forma, de um QREN centralizado, sem uma estratégia para o país, que não olha para as regiões – sobretudo para o Norte –, e que impede o seu progresso, o crescimento do produto, do emprego. tos. Concorda com esta críti- candidatura. Como comenta? Pior: centralizada em termos ca? SP – Não são só os empresá- políticos. Apenas os ministros, SP – Bom, o Primeiro-Minis- rios que dizem. O próprio CES em exclusivo, é que decidem so- tro subscreveu uns protocolos (Conselho Económico e Social), bre o QREN. há pouco tempo sobre o QREN num parecer que elaborou e que e fez disso uma festa. Ora, isso foi já publicado, em Janeiro de VE – O QREN foi elabora- prova que há iniciativa por par- 2007, é muito demolidor relati- do numa lógica de distancia- te dos privados. O que eu penso vamente a este QREN. Os mo- mento, de afastamento em é que não existe uma liderança tivos apresentados? O facto de relação à sociedade? política efectiva no sentido de este não apresentar uma estraté- SP – E em termos de calen- gerir esse tipo de processos, algo gia de desenvolvimento para o dário eleitoral do Governo. “Nunca um quadro de apoio teve uma gestão tão centralizada como esta”, destaca que existiu noutras alturas. país. O que é muito grave, uma Este atraso, seguido da abertura Silva Peneda, eurodeputado do PSD. É que, de facto, é preciso vez que estamos a falar em sete da torneira em 2008 parte final tempo, mas o problema é que anos, em muito dinheiro, 22,5 de 2009, vai ajudar, com cer- Vida Económica – Estamos, termos de política económica. as empresas já estão à espera há mil milhões de euros para in- teza, o calendário eleitoral do em Março de 2008, e ainda Mas, como não há explica- muito tempo. Além disto, os vestir em sete anos. Quando é Governo. O que é complicado, não se investiu, como diz, um ção, também podemos estar processos agora assinados não o CES a dizer isto, dá que pen- porque estamos a falar de um só euro do QREN (Quadro de perante um caso de “azelhice”, resolvem nada. O que interessa é sar. instrumento que devia servir o Referência Estratégico Na- de incompetência, pode ser que as verbas comunitárias che- Mas este parecer diz mais: país e não o está a servir, porque cional). Que consequências é desleixo, enfim, todo um con- guem ao nosso país e cheguem afirma que este QREN foi ela- se perdeu um ano em termos que podem advir daqui? junto de coisas. O que gostaria de forma rápida. Vejo muitos borado nos gabinetes, sem aus- de investimento. Uma situação Silva Peneda – Se há um in- é que o Governo explicasse os anúncios, muitas coisas, realiza- cultação da opinião pública, das que, como já afirmei, vai servir dicador, no nosso país, que nos motivos que estão por detrás das com pompa e circunstância, empresas. Afinal, estamos a fa- o calendário político, eleitoral deve preocupar, e preocupar desta situação. E isto porque foi mas não vejo é os documentos lar de sete anos de investimento do Partido Socialista. em grande medida, é a descida o Governo, como já disse, que necessários a serem entregues e que não se vão repetir. Este ins- do investimento. Entre 2004 se comprometeu e, quando o aprovados em Bruxelas. trumento devia ser um instru- VE – As associações em- e 2007, o investimento, em fez, evocou um conjunto de ra- mento galvanizador dos agentes presariais, à semelhança um Portugal, decresceu 24%. Pen- zões, todas elas muito positivas. VE – Uma outra crítica que económicos, que os compro- pouco do que disse sobre os so que este indicador é o mais Aliás, numa resolução do Con- é feita relaciona-se com o metesse, que os entusiasmasse. municípios, apontam o dedo relevante se tivermos em con- selho de Ministros, publicada, facto de o QREN ser dema- Foi tudo menos isso. Nunca um ao Governo por terem ficado ta um conjunto de objectivos, em 2006, o Governo explica siado complexo, sobretudo no quadro de apoio teve uma ges- arredadas deste QREN. Uma como, por exemplo, o cresci- o porquê da importância de o que diz respeito aos avisos de tão tão centralizada como esta. vez mais, pergunto: estas mento do produto, a criação QREN entrar em vigor a 1 de queixas têm razão de ser, fa- de emprego. Janeiro de 2007. zem sentido? Ora, isto que acabo de afir- A verdade é que 2007 já pas- NORTE PRECISA DE UM PROGRAMA ESPECÍFICO SP – Têm razão de ser, ab- mar não pode estar desligado do sou e não existiu, até agora, DE RELANÇAMENTO DA SUA ECONOMIA solutamente. O que é que o QREN. O quadro estratégico é qualquer tipo de explicação Governo decidiu? Optou por um instrumento fundamental sobre o assunto. Há, aliás, no VE – Há pouco referiu que não existia uma estratégia para o um QREN que mobilizasse, para aumentar o investimento, meio deste percurso, uma carta QREN. Ora, o Governo apela a uma série de conceitos – ino- que entusiasmasse a sociedade seja ele público ou privado. A da própria comissária europeia vação, potencial humano, desenvolvimento tecnológico – que portuguesa ou por um QREN verdade é que o ano 2007 já da política regional dirigida ao são definidores dessa mesma estratégia. O figurino ideal des- centralizado? Pela segunda hi- passou, passaram já dois meses Governo em que esta lhe dá te quadro, para este período e para a economia portuguesa? pótese, claramente, por uma de 2008 e nada aconteceu em um “valente puxão de orelhas”, SP – Isso são frases feitas com as quais toda a gente está de acordo. gestão puramente centralizada termos de QREN. Isto quando chamando-o à atenção para este Agora, temos o exemplo do Norte do país, uma região que, ao contrá- do QREN. o Governo, não nos podemos atraso. É algo, como perpassa rio de Lisboa e porque não vive num mercado protegido, tem sofrido esquecer, se comprometeu, em do que já disse, que me indigna, muito com a globalização. Afinal, Lisboa tem a administração pública, VE – Lisboa e Vale do Tejo declaração solene, através do porque estamos a tratar da vari- os serviços, os clientes. Não é a globalização que os vai mudar. Ora, foi contemplada na segunda Conselho de Ministros, que ável mais importante quando se no Norte, as coisas passam-se de modo completamente diferente. No fase de candidaturas, nalguns o QREN estaria em vigor a 1 fala da nossa política económi- Norte, é preciso exportar, vender, é preciso seduzir os clientes. sistemas. Portugal poderá vir de Janeiro de 2007. Daí eu ter ca: o investimento. Quer quei- Costumo dizer que o problema do Norte não é um problema re- a ter problemas com Bruxelas feito a observação que fiz e que ram quer não, Portugal perdeu gional, mas sim nacional. Quando o Norte estiver bem, o país estará por causa disto? citou nesta pergunta. Mas pior um ano e dois meses, para já, melhor. O que parece é que devia existir era um programa específico SP – Penso que também aí do que este atraso é não exis- de benefícios, de recursos co- para o Norte, orientado para o Norte, no sentido de mobilizar os o efeito estatístico tem alguma tir qualquer tipo de explicação munitários. Mas o desconheci- agentes económicos e sociais, incluindo os sindicatos. influência. De qualquer modo, para o mesmo. A que se deve mento continua. Afinal, eu não em relação a esse assunto, a este atraso? O que está por trás sei, nem o Primeiro-Ministro VE – Considera, por isso, que os programas regionais não União Europeia é clara: as regi- deste atraso? se pronunciou, até ao momen- abarcam os problemas do Norte? ões, cujo PIB “per capita” passa to, sobre quando é que vai en- SP – Não, de maneira nenhuma. No Norte nada está quantificado e os 75% da média comunitária, VE – Terá a ver com o dé- trar, em 2008, o primeiro euro sabe que, quando nada é quantificado, nada é medido, também nada deixam de receber apoios. Mas fice? do QREN. Penso que será em pode ser gerido. mais importante que o mon- SP – Há várias especulações 2008, mas eu não perguntava tante de apoio que o QREN à volta deste assunto – essa é o dia, perguntava o mês. Uma VE – Estamos a falar de uma das regiões mais pobres da contempla, é a forma como uma delas. Podemos estar pe- pergunta que ainda não teve Europa? este está programado. E, aqui, rante um atraso propositado. resposta. SP – O Norte era das regiões mais industrializadas da Europa há eu gostava de o ver muito mais Isto é, penaliza-se a criação de alguns anos atrás e, neste momento, é uma das mais pobres. É mais orientado para as regiões, para postos de trabalho, penaliza-se VE – As empresas queixam- pobre do que a Estremadura espanhola. O Norte é a região mais pobre as suas necessidades específicas. o aumento de investimento em se também do facto de os da Península e, fora deste espaço, para encontrar regiões mais pobres E não vejo. nome do défice. O que me pa- prazos de candidatura a este do que esta, só nos países de Leste. rece completamente errado em QREN serem demasiado cur- SANDRA RIBEIRO [email protected]

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