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Glórias de Maria: Com indicação de leituras e orações para dois meses marianos PDF

427 Pages·2020·2.478 MB·Portuguese
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Preview Glórias de Maria: Com indicação de leituras e orações para dois meses marianos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Afonso Maria de Ligório, Santo, 1696-1787. Glórias de Maria / Santo Afonso de Maria de Liguori; versão da 11a edição italiana pelo Pe. Geraldo Pires de Souza. – 3a ed. – Aparecida, SP: Editora Santu- ário, 1989. 1. Maria, Virgem, Santa – Culto 2. Maria, Virgem, Santa – Livros de oração. ISBN 978-85-369-0251-7 (ebook) I. Título. CDD-232.91 89.0694 -242.74 Índices para catálogo sistemático: 1. Culto a Maria: Teologia dogmática cristã 232.91 2. Devoção a Maria: Teologia dogmática cristã 232.91 3. Maria Mãe de Jesus: Teologia dogmática cristã 232.91 4. Orações marianas: Religião cristã 242.74 Todos os direitos reservados à EDITORA SANTUÁRIO – 2020 Rua Pe. Claro Monteiro, 342 – 12570-000 – Aparecida-SP Tel.: 12 3104-2000 – Televendas: 0800 - 16 00 04 www.editorasantuario.com.br [email protected] APRESENTAÇÃO Era o dia 25 de outubro de 1784, numa pobre cela do convento redentorista de Pagani. O velho Padre Afonso de Ligório, todo recurvado pela artrose, ouvia atentamente o Irmão Romito, que lia para ele um livro de piedade. O velhinho parecia cochilar. Mas, de repente, interrompeu a leitura: “Irmão, quem é o autor desse livro tão belo sobre Maria?” O Irmão enfermeiro arqueou as sombrancelhas, sorriu levemente e, com uma ponta de malícia, leu: “‘As Glórias de Maria’, pelo ilustríssimo Dom Afonso de Ligório...” Padre Afonso ficou um instante com os lábios entreabertos, ligeiramente desconcertado, e acabou dizendo: “Meu Deus, eu vos agradeço o terdes me inspirado essa obra em honra de vossa Mãe Santíssima. Como é bom, às portas da eternidade, poder pensar que fiz alguma coisa para semear nos corações a devoção a Maria!” Foi muito tempo antes, em 1734, que o livro começou a germinar no coração de Afonso. Naquele tempo, ele ainda era um padre moço, na força de seus 38 anos. Havia dois anos tinha reunido um grupo de missionários, padres e leigos, para a evangelização dos mais abandonados, principalmente dos mais pobres. Naquela ocasião estava tentando fundar uma nova residência que, ao mesmo tempo, possibilitasse a convivência com os moradores das regiões rurais e fosse um ponto de partida para atingir outros povoados. Para isso tinha escolhido “Villa degli Schiavi” (Vila dos Escravos), um povoado sem nenhuma importância e que hoje ainda não é maior do que naquele tempo. Nada mais do que um punhado de casas, no alto de uma colina, em torno de uma pequena igreja. Isso era “Villa”. O outro núcleo, “Schiavi”, ficava a mais ou menos um quilômetro, em torno da igreja paroquial. Padre Afonso e seus companheiros estavam alojados em alguns quartos anexos ao lado esquerdo da igreja de Nossa Senhora da Anunciação. Como sempre fazia, todas as tardes de sábado o missionário pregava sobre Maria. E foi por isso que, conforme conta a tradição, na pequena sacristia começaram os estudos e as pesquisas que iriam estender-se por uns quinze anos. Estudos que levariam Afonso a ler praticamente tudo quanto fora escrito sobre Maria, desde a Bíblia, passando pelos Santos Padres da Igreja, pelos grandes teólogos, até os autores mais recentes. Trabalho imenso, realizado nos poucos dias que mediavam entre uma missão e outra, ou nas horas tardas da noite roubadas ao sono. Havia fortes motivos para que o missionário se pusesse a escrever. Em primeiro lugar estava a sua devoção à Virgem Maria, a quem aprendera a amar desde a infância. Sentia-se também obrigado pela gratidão, pois atribuía a Maria a sua “conversão”, e queria colocar à disposição dos pregadores uma obra bem-documentada que os ajudasse a instruir os fiéis. Finalmente, sentia-se na obrigação de combater as ideias e tantos que se opunham à piedade popular para com a mãe de Deus. Queria escrever um livro de piedade que fosse atraente, sedutor, mas que também estivesse baseado numa sólida teologia. O livro foi nascendo aos poucos, cuidadosamente estruturado, escrito ao mesmo tempo com a mente e o coração. Numa primeira parte seria apresentado um comentário sobre a “Salve-Rainha”. Na segunda, ele haveria de escrever sobre as principais festas de Maria, suas dores, suas virtudes e também sobre as principais práticas de devoções para com ela. Seria um livro tecido quase como uma grinalda, onde as reflexões do autor fossem entrelaçando-se com as passagens mais belas da Sagrada Escritura, dos santos e dos teólogos. Um livro que fosse envolvendo o leitor, para que ele aos poucos fizesse seus os pensamentos e os afetos do autor. Um livro em que as reflexões se transformassem em orações. Um livro que falasse uma linguagem acessível ao povo, usando as comparações e os exemplos vividos que tornassem a doutrina bem concreta. Para sua Rainha, Afonso queria um livro simples e belo. Quando, depois de quase quinze anos, o original estava pronto, ali estavam citados uns 170 autores antigos e contemporâneos. Com um floreio, o autor escreveu na primeira página: “AS GLÓRIAS DE MARIA”. Em fins de 1749, Pe. Afonso começou a tratar da publicação de seu livro. A primeira dificuldade foi vencer a barreira da censura. Dupla censura, aliás: a civil e a eclesiástica, sendo difícil dizer qual a mais meticulosa e exigente. E o caso era mais quente em se tratando de um livro sobre Nossa Senhora. Em 1747, na sequência de um debate que se arrastava havia muito tempo, tinha sido publicado o livro de Luis Antônio Muratori “A Devoção bem-ordenada”. Apesar de autor muito respeitado por sua erudição e piedade, Muratori despertou violenta polêmica na imprensa, nos púlpitos e até nas ruas. Polêmica não arrefecida mesmo depois de sua morte, em janeiro de 1750. Acontece que a obra de Dom Afonso se opunha às ideias de Muratori em vários pontos, principalmente no tocante à Imaculada Conceição e à Mediação de Maria. Era natural que os censores, civis e eclesiásticos, duvidassem quanto à oportunidade de lançar mais lenha à fogueira. Essa era a dúvida principalmente do censor eclesiástico, já enfarado de tanta discussão. Afonso levou uns oito meses para escapar da tesoura desse censor e conseguir que a decisão fosse confiada a outro mais confiável. Finalmente a obra pôde ser mandada para o editor. No começo de outubro de 1750 apareceu a primeira edição das “GLÓRIAS DE MARIA” em dois pequenos volumes, formato quase de bolso, um com 360 páginas e o outro com 408. Numa carta Afonso escreveu ao Cônego Fontana, no dia 12 de outubro: “Mando-lhe minha obra sobre Nossa Senhora. Finalmente esse pobre livro, tão combatido, foi publicado depois de muitos dissabores. E depois também de tantos anos de trabalho para condensar a matéria”. Até que as polêmicas acabaram favorecendo a difusão das “GLÓRIAS DE MARIA”, despertando interesse até mesmo fora da Itália. Em 1758 Afonso escrevia ao editor Remondini, de Veneza: “Muito me admira que ainda não tenha impresso o livro sobre a Virgem... Aqui em Nápoles já foi reeditado várias vezes e geralmente agrada a todos...”. E noutra carta insistia, pressionando o editor: “Peço-lhe que me diga se quer ou não imprimir o livro sobre a Virgem... Se não lhe interessa, vou cedê-lo ao editor Zatta, que está insistindo comigo. Mas não quero decidir sem sua concordância. Repito: tenho o maior interesse que, para a glória de Cristo, essas obras (as Glórias e as Visitas) sejam impressas. Garanto-lhe que terão muita aceitação e muita saída”. E o Pe. Afonso não estava exagerando; o futuro confirmou plenamente suas previsões. Ainda durante sua vida, as “GLÓRIAS DE MARIA” tiveram 16 edições na Itália, uma na Alemanha (1772) e uma na Espanha (1773). Até 1952 houve 111 edições italianas, 82 alemãs, 36 inglesas, 60 espanholas, 328 francesas, 64 holandesas e 80 em outras línguas. Setecentos e sessenta e uma edições: sem dúvida um sucesso que pode encher de inveja a maioria dos autores! Também no Brasil não faltaram edições das “GLÓRIAS DE MARIA”. Pelo que sei, a primeira edição foi publicada em 1907 (H. Garnier, Livreiro- Editor, Rio de Janeiro e Paris), em dois pequenos volumes encadernados (9 x 14,5) sem nome do tradutor. Deve ter havido uma ou outras edições portuguesas antes, porque nessa edição de 1907 consta: “Nova tradução conforme ao texto italiano”. Em 1935 a Editora Vozes publicou uma nova tradução, feita pelo Pe. Geraldo Pires de Sousa, C.Ss.R., conforme à edição crítica de Krebs e Litz. A sexta edição, e parece que também a última, foi publicada pela Vozes em 1964. Concluindo seu livro, Afonso assim dizia a Maria: “Agora posso dizer que morro contente, por deixar na terra este meu livro que continuará a louvar-vos e a pregar o vosso amor, como tenho sempre procurado fazer durante estes anos que têm seguido a minha conversão, que por meio de vós alcancei de Deus, ó Maria Imaculada. Eu vos encomendo todos os que vos amam, especialmente aqueles que lerem este meu livro, e mais particularmente aqueles que tiverem a caridade de encomendar-me a vós...” Afonso de Ligório morreu há mais de 200 anos, mas através das “GLÓRIAS DE MARIA” sua voz ainda continua cantando a Mãe do Cristo. Fl. Castro, C.Ss.R.

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