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Giselli Renata Goncalves PDF

176 Pages·2012·1.09 MB·Portuguese
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Giselli Renata Gonçalves A MÃE E O MAR: Imagens do Feminino no poema Mar Absoluto, de Cecília Meireles MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA SÃO PAULO 2012 Giselli Renata Gonçalves A MÃE E O MAR: Imagens do Feminino no poema Mar Absoluto, de Cecília Meireles MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Psicologia Clínica, sob a orientação do Prof. Dr. Durval Luiz de Faria. SÃO PAULO 2012 BANCA EXAMINADORA ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ Para meu avô, Emilio Gonçalves (in memorian), que me ensinou a ler. Para minha avó, Inei Lobo Gonçalves (in memorian), que me comprava os cadernos para as lições. Letras. Raízes. AGRADECIMENTOS Este trabalho foi possível graças ao apoio financeiro concedido pela FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – na forma de Bolsa de Mestrado. Expresso aqui meu agradecimento. Agradeço, também, à CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – que, por meio do PROSUP – Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares – forneceu-me Bolsa de Mestrado pelo período de um mês. Agradeço especialmente ao meu orientador, Durval Luiz de Faria, pela competência, disponibilidade, paciência e confiança. Agradeço ainda aos professores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, cujas aulas me proporcionaram enriquecimento teórico e prático: Liliana Liviano Wahba, Ceres Alves de Araújo, Denise Gimenez Ramos, Edna Maria Severino Peters Kahhale e Ida Kublikowski. À Leila Vilas-Boas Gouvêa, pela prontidão e disponibilidade em compor a banca examinadora na qualificação e na defesa, e pelo aconselhamento oportuno, minucioso e afetivo. À Eloisa Marques Damasco Penna que atendeu, igualmente, ao meu convite para a composição das mesmas bancas, por sua concepção particular da psicologia analítica, sua ênfase didática e pelo direcionamento no exame de qualificação. Agradeço, ainda, a uma série de pessoas sem as quais esta jornada heroica jamais teria se viabilizado, ou então, teria sido muitíssimo mais penosa. Ao meu pai e minha mãe. Independentemente da distância, me ensinaram o que são compromissos de vida. Sem eles, minha formação acadêmica jamais teria sido concluída. Minha formação como pessoa, igualmente. Junto com a Marielli, minha irmã, eles são a noção de ponto de partida e de retorno. Obrigada. À minha família “Fantini”: Antônia, Durval (in memorian), Girlaine, Charles e Thiago, que me acolheram prontamente em minhas necessidades de hospedagem junto à PUC e, em minhas necessidades de compreensão, muito mais. Agradeço, ainda, à Maria Inês pelos primeiros livros de fábulas, jamais foram esquecidos. À minha outra família: Bete Nira, coração materno atemporal, por não me deixar esquecer que em nossas veias correm a areia e o azeite de oliva. À Ana Cris Medina, irmã querida, a me ajudar sempre – inclusive a sorrir – e ao Daniel Müller, que tantas vezes me hospedaram, e com os quais compartilhei tantos momentos. Ao Paulo Medina, e aos seus filhos Felipe, Caio e Maria Eduarda, sorrisos de sempre. Aos meus amigos da PUC, os melhores que eu poderia encontrar em meu caminho: Ana Letícia Esteves, Luciano Diniz de Oliveira, Luiz André Martins, Patrícia Bertaglia, Olavo Carvalho e Luana Lopes. Agradeço pelos cafés na cantina, sorrisos, estudos em grupo, reclamações, confissões, enfim, tudo aquilo que dá tempero à vida, pois só os livros não bastariam. Ao Marcos Rogério Ortolano, meu professor e terapeuta, que tanto me incentivou para que eu fizesse o mestrado e me ajudou na elaboração das primeiras ideias de pesquisa. À Iraci Alcântara (Instituto Junguiano de São Paulo), por me acolher minhas primeiras dúvidas no estudo da relação entre psique e literatura. Às amigas da dança do ventre, sobretudo Esther Martins, que me lembrava de respirar entre uma página e outra da dissertação. Às amigas-irmãs Camila Oliveira, Ligia Foleiss, Erica Pettinati, pelas conversas à beira do fogão que fazem o mundo ter sentido. À Elis Teles Caetano Silva, pela paciência em revisar o texto e pelas infinitas conversas, costuras, remendos, alegrias, danças e por sua casa onde vive o Feminino. À Alejandra Leon, amiga-mãe-irmã-filha, cujo olhar otimista consegue fazer brotar flores em feridas. À Mariângela Vidotto, por seu amor e sua presença constante, quase diária, e sua preocupação de mãe. Ao João Fernando, grande incentivador de minha vida acadêmica e que tanto me ajudou com as questões do mestrado. Ao Amin Ahmad Abdel Rahman, sempre presente com seu afeto de irmão. Ao Alex Guergolet, pelas boas conversas e pelas dicas de literatura. Ao Sheikh Ahmad Saleh Mahairi, professor de língua árabe, de Princípio Masculino (e também Feminino), de razão ponderada, dignidade, educação e gentileza sírias. Ao Tarik Elid, por me ensinar o valor daquilo que não tem nome, que apenas João Cabral de Melo Neto ou Frida Kahlo poderiam definir: bel roh, bel dam. À Cecília Meireles, por tudo o que nos deixou. Às forças incompreensíveis e indizíveis que me amparam e me sustentam: ao que alguns chamam Deus, ao que alguns chamam Self, ao que alguns chamam Vida. Homme libre, toujours tu chériras la mer! La mer est ton miroir; tu contemples ton âme dans le déroulement infini de sa lame et ton esprit n'est pas un gouffre moins amer. L'Homme et la mer Charles Baudelaire Homem livre, o oceano é um espelho fulgente que tu sempre hás de amar. No seu dorso agitado, como em puro cristal, contemplas, retratado, teu íntimo sentir, teu coração ardente. (Tradução de Delfim Guimarães) RESUMO GONÇALVES, Giselli Renata. A Mãe e o Mar: Imagens do Feminino no poema Mar Absoluto, de Cecília Meireles. Na tarefa de investigar o funcionamento da psique, cabe à psicologia estabelecer um diálogo com diversas áreas onde a alma encontre possibilidades de expressão. Nesse sentido, a arte poética, cuja importância psicológica já fora ressaltada por Jung, parece-nos constituir um campo privilegiado para a manifestação de conteúdos simbólicos. Nossa pesquisa consiste na análise dos símbolos relacionados ao Feminino Arquetípico presentes no poema Mar Absoluto, de Cecília Meireles. Objetivamos compreender quais aspectos deste arquétipo ganham expressão em sua escrita, de que forma e por meio de qual conteúdo imagético. Para tanto, adotamos uma metodologia qualitativa baseada nos pressupostos ontológicos e epistemológicos do paradigma junguiano. As imagens simbólicas selecionadas no poema foram submetidas ao método de análise proposto por Penna (2009), denominado processamento simbólico arquetípico, o qual visa compreender e assimilar o significado do símbolo. Para tanto, utilizamo-nos do procedimento de amplificação simbólica, o qual consiste no alargamento do contexto das imagens, relacionando-as à mitologia, ao folclore e às obras de arte, no intuito de situá-las no panorama dos temas universais da experiência humana. Dessa forma, buscamos "traduzir" tais imagens para alguma forma de conceituação que nos possibilite conhecer seus significados em profundidade. Os resultados da análise mostram que os símbolos presentes em Mar Absoluto reúnem as duas polaridades do arquétipo materno, ou seja, referem-se à Mãe Bondosa-Má, sendo o mar experienciado como uma Grande Mãe Marítima. Palavras-chave: psicologia analítica, literatura, Cecília Meireles, Feminino, Grande Mãe. ABSTRACT GONÇALVES, Giselli Renata. The Mother and the Sea: Images of the Feminine expressed by the poem Mar Absoluto (Absolute Sea), authored by Cecilia Meireles. In the task to investigate the functioning of psyche, it fits to Psychology to stabilish a dialogue with different fields where the soul finds expression possibilities. In such case, the poetical art, whose psychological meaning was already salient for Jung, seems to constitute a privileged field for manifestation of symbolic contents. Our research consists of examining the symbols related to Feminine Archetypal expressed by the poem Mar Absoluto (Absolute Sea), authored by Cecilia Meireles. We aim to understand which aspects of this archetype are expressed by its writing, how they are expressed and its imagistic contents. We adopt a method of qualitative analysis, based on ontologic and epistemologic concepts of the Jungian paradigm. The symbolic images were submitted to the analysis method proposed by Penna (2009), called archetypal symbolic process, which aims to understand and assimilate the meaning of the symbol. To do so, we use the process of symbolic amplification, which consists of widening the context of images, relating it to mythology, folklore and art, aiming to place it in the panorama of universal subjects of the human experience. Thus, we hope "to translate" such images in concepts, and possibly to know its meanings in depth. The analysis results show that the symbols expressed by the poem join both polarities of the maternal archetype, that is, they refer to the Good-Bad Mother. The sea appears experienced as a Great Mother Sea. Keywords: analytical psychology, literature, Cecilia Meireles, Feminine, Great Mother. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Diagrama explicativo da diferenciação do arquétipo e de sua projeção, conforme Neumann...................................................................................................................................75

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Rowland (2008; 2010), corroboram tal afirmação. Mesmo fora do campo Graças a esta forma peculiar de expressão, Rowland (2010) argumenta que a escrita de. Jung, ao unir mythos e como As Mil e Uma Noites, Peer Gynt, de Ibsen, Antigone, de Jean Anouilh, D. Juan, de. Pushkin, Péleas et
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