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Ginga de Angola PDF

340 Pages·2017·8.89 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL MARIANA BRACKS FONSECA Ginga de Angola: Memórias e representações da rainha guerreira na Diáspora v.1 São Paulo 2018 1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL MARIANA BRACKS FONSECA Ginga de Angola: Memórias e representações da rainha guerreira na Diáspora Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- graduação em História Social, sob a orientação da Prof. Dra. Marina de Mello e Souza, para a obtenção do título de Doutora em História. v.1 São Paulo 2018 2 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Fonseca, Mariana Bracks F676g Ginga de Angola: memórias e representações da rainha guerreira na diáspora/ Mariana Bracks Fonseca; orientadora Marina de Mello e Souza. - São Paulo, 2018. 340 f. Tese (Doutorado)- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Departamento de História. Área de concentração: História Social. 1. História de Angola. 2. Diáspora africana. 3. Culturas negras. 4. Capoeira. 5. Congado. I. Souza, Marina de Mello e, orient. II. Título. 3 FONSECA, Mariana Bracks. Ginga de Angola: memórias e representações da rainha guerreia na diáspora. Tese de Doutorado em História. Programa de Pós-Graduação em História Social. Universidade de São Paulo. 2018. Aprovado em: Banca Examinadora: Prof. Dra. Marina de Mello e Souza (Orientadora) Instituição: FFLCH/USP Julgamento: ___________________ Assinatura: ___________________ Prof. Dra. Maria Cristina C. Wissenbach Instituição: FFLCH/USP Julgamento: ___________________ Assinatura: ___________________ Prof. Dra. Leila Hernandez Instituição: FFLCH/USP Julgamento: ___________________ Assinatura: ___________________ Prof. Dra. Mariana Monteiro Instituição: UNESP Julgamento: ___________________ Assinatura: ___________________ Prof. Dra. Martha Campos Abreu Instituição: DH/ UFF Julgamento: ___________________ Assinatura: ___________________ 4 Dedico à todas mulheres guerreiras que colocam em prática diariamente as sabedorias da ginga. 5 Agradecimentos Agradeço à Deus primeiro, a todos os inquices e encantados que me guiam e abrem os caminhos. A Maria de Fátima Bracks, por ser meu esteio e fortaleza, aos meus filhos Indala, Uiran e Jorge, que me ensinam a cada dia a enfrentar desafios, ao meu companheiro Paulo Lobato, que me mostra a forma africana de ver e compreender o mundo. A minha orientadora Marina de Mello e Souza, professora expecional, pesquisadora atenta, que sempre me permitiu construir meus caminhos com autonomia, mas exigindo um nível de crítica apurado que confere qualidade ao trabalho. A FAPESP por conceder quatro anos de bolsa de pesquisa, o que foi absolutamente essencial para a dedicação ao trabalho. Graças ao apoio da FAPESP pude realizar as pesquisas de campo junto aos mestres de capoeira e congado e participar de seminários acadêmicos, inclusive em Lisboa, onde pude consultar dicionários antigos e aprofundar a pesquisa etimológica. Aos principais professores que se envolveram na elaboração desta tese, a Maria Cristina Wissenbach por estimular a criatividade e por indicar caminhos metodológicos que foram fundamentais, a Robert Slenes pela elavação do nível teórico do trabalho, levando-me a dialogar com outras áreas do conhecimento como a entimologia e as ciências cognitivas, a Marta Heloísa Leuba Salum, por me ensinar a trabalhar com os símbolos e elementos da cultura material africana, a Vanicléia Silva Santos que me deu acesso a fontes e referências essenciais, colocando-me em contato com a produção historiográfica contemporânea, a Silvio de Almeida, pelo suporte teórico e articulação do campo de pesquisa em História da África, a Alexandre Marcussi, pelas indicações de fontes e pelo compartilhamento de reflexões, a Washignton Nascimento, pelo empenho em articular a produção científica sobre África estimulando a minha inserção no campo editorial, a Linda Heywood, que compartilha o mesmo tema e interesse mostrando ser possível múltiplas abordagens, a Carlos Almeida, pelas indicações para a pesquisa etimológica de forma rigorosa, a Juliana Leal, pelas indicações bibliográficas no campo das performances, a Patrício Batiskama pela gentileza em responder minhas dúvidas, a Jhon Bella, por incentivar a produção sobre a rainha e por possibilitar a divulgação do meu trabalho em Angola. 6 Aos colegas Helena Wakim, Juliana Belvilacqua, Flávia Carvalho, Renato Araújo Silva, Rafael Galante, Thiago Sapede, Bruno Galeano, Angélica Ferraz, Alec Ichiro Ito, Amanda Alves, Solange Barbosa, Jaqueline de Oliveira, Aline Magalhães Pinto, Tiago Tito Lenine e muitos outros que contribuíram para o amadurecimento intelectual e para o próposito multidisciplinar desta pesquisa. Ao Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil-África da USP por cumprir o papel de articular a produção historiográfica sobre a África, dando suporte teórico-metodológico aos pesquisadores e promovendo encontros temáticos que possibilitaram o diálogo acadêmico, essenciais ao desenvolvimento acadêmico. Aos mestres e mestras da Capoeira Angola e do Congado, especialmente aos entrevistados que contribuíram diretamente para esta pesquisa, mas extensivo a todos que lutaram para manter vivas as tradições ancestrais, fontes essenciais desta história. Espcialmente agradeço a mestra Lena Santos, grande estrategista e diplomata com quem aprendi a ginga em essência, a mestre João Angoleiro, pela dedicação à Capoeira Angola e à dança afro e por me ensinar os fundamentos; a mestre Janja, primeira mestra angoleira, fundadora do Insituto Nzinga, articuladora dos saberes populares e acadêmicos e do protagonismo feminino, a mestra Maria do Coco do Tambor de Crioula Manto de São Benedito que me ensina a ver o mundo pelos olhos da matriz africana, a Rainha Conga Isabel Casimiro da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio pelas trocas generosas e pela receptividade do meu trabalho, permitindo o diálogo entre a academia e a cultura popular, a Mameto d’inquice Muiandê e a Makota Kindolaie do Manzo Ngunzo Kaiango por todo incentivo e por acreditarem que esta temática é relevante para o povo de santo da nação Angola. A comunidade do Congado de Visconde do Rio Branco, onde realizei pesquisa de campo sendo muito bem recebida. Agradeço especialmente à Rainha Ginga Maria do Rosário pelo grande prazer de conversar e aprender com uma Rainha Ginga verdadeira, que respondeu todas as minhas questões com minúcia e atenção, ao capitão do meio, Valtencir Muniz, que se dispôs a ler e comentar o texto validando o conhecimento aqui produzido e ao Rei do Congo Jorge Maestro, grande mestre popular que com seu carisma ensina os fundamentos cosmogônicos do Congado. Ainda em Visconde do Rio Branco, agradeço à Kátia e à diretora do Museu Municipal, D. Theresinha de Almeida Pinto, pelo zelo em preservar fontes históricas do Congado e pela receptividade com a minha pesquisa. 7 Nos dez anos que venho pesquisando sobre a Rainha Ginga, muitas pessoas me ajudaram a elaborar melhor os significados de sua trajetória e sua importância para nossa identidade afro. Não tenho condições de citar nominalmente todos os camaradas e colegas que contribuíram para o amadurecimento desta tese, mas deixo registrado aqui minha gratidão a cada um que leu meus livros anteriores e que, de alguma forma, levaram-me ao aprimoramento e a uma reflexão melhor fundamentada. 8 Resumo: Esta pesquisa pretende discutir as memórias e representações que envolvem a personagem histórica Nzinga/ Njinga Mbandi, conhecida como Rainha Ginga. Esta soberana viveu no século XVII na região de Matamba, atual Angola. Seu legado, entretanto, se estende pela longa temporalidade e transita pelas duas margens do Atlântico Sul. Esta tese busca compreender o papel desta soberana da configuração das identidades étnicas em Angola, indo do século XVII, quando ela uniu diferentes povos em suas campanhas de resistência frente à conquista portuguesa, até o século XXI, percebendo as estratégias dos governantes e agentes locais para mobilizar sua memória para fundamentar as lutas ideológicas e políticas pelas quais atravessou o país. Na perspectiva da Diáspora Atlântica, busco entender como a memória da rainha guerreira foi recriada no Brasil pelos povos escravizados, analisando a Capoeira Angola e o Congado. Penso a história da Capoeira no Brasil e as questões identitárias que a envolveram, com especial interesse na construção da identidade Angola e o que ela expressa em termos de conservação das cosmovisões centro-africanas. O movimento corporal ginga é associado às representações da rainha angolana de mesmo nome. O nome da Rainha Ginga aparece de múltiplas formas em festas de coroação do rei do Congo, popularmente chamados de Congados, desde o século XIX. Percorro as pistas da presença da Rainha Ginga nos autos populares, passo pelos registros de folcloristas e estudiosos da cultura negra, apresento as referências à esta personagem em várias partes do Brasil e os resultados da pesquisa de campo realizada junto ao Congado de Visconde do Rio Branco (MG), comandado até hoje pela matriarca que ostenta o título Rainha Ginga. A partir dos repertórios orais destas tradições culturais e dos saberes dos mestres mais velhos, procuro compreender como os povos da região de Angola registraram as suas lendas, crenças e histórias, valendo-se da corporeidade e da musicalidade para articular suas resistências cultural e étnicas. Palavras-chave: Angola- Diáspora- Resistência Negra- Capoeira- Congado 9 Abstract: This work intends to discuss the memories and the representantions that envolve the hisorical personage Nzinga/ Njinga Mbandi, know as Queen Ginga. This sovereign lived in 17th century in Matamba region, in present-day Angola. Her legacy, however, extends through long temporality and transits between the two shores of the South Atlantic. This thesis seeks to understand the role of this sovereign of the configuration of ethnic identities in Angola, going from the seventeenth century, when she united different peoples in their campaigns of resistance against the Portuguese conquest, until the 21th century, realizing the strategies of the local government and agents to mobilize their memory to support the ideological and political struggles that crossed the country. From the perspective of the Atlantic Diaspora, I try to understand how the memory of the warrior queen was recreated in Brazil by the enslaved peoples, analyzing Capoeira Angola and Congado. I think the Capoeira’s history in Brazil and the identity issues that have involved it, with a special interest in the construction of Angola's identity and what it expresses in terms of the conservation of the Central African worldviews. The corporal movement named ginga is associated with representations of the Angolan queen. Queen Ginga appears in multiple forms in coronation celebrations of the king of Congo, popularly called Congados, from early 19th century. I follow the tracks of the presence of the Queen Ginga in the popular autos, passing through the records of folklorists and scholars of the black culture. I present the references to this personage in several parts of Brazil and the results of the field research carried out next to the Congado of Visconde do Rio Branco (MG), commanded until today by the matriarch who holds the title Queen Ginga. From the oral repertoires of these cultural traditions and the knowledge of the older masters, I try to understand how the peoples of the Angolan region recorded their legends, beliefs and histories, using corporeality and musicality to articulate their cultural and ethnic resistance. Key-words: Angola- Diaspora- Black Resistance- Capoeira- Congado. 10

Description:
feroz costumácia. ()Morreu Ginga bândi em 1681, muito pouco Ginga e bastante Ana de Souza, na paz católica do Senhor, e arrependida de.
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