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Geologia Medica No Brasil: Efeitos Dos Materiais E Fatores Geologicos Na Saude Humana E Meio Ambiente: 2005 Workshop Internacional De Geologia PDF

219 Pages·2018·31.75 MB·Portuguese
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GEOLOGIA MÉDICA NO BRASIL EFEITOS DOS MATERIAIS E FATORES GEOLÓGICOS NA SAÚDE HUMANA E MEIO AMBIENTE 2005 WORKSHOP INTERNACIONAL DE GEOLOGIA MÉDICA RIO DE JANEIRO, BRASIL EDITORES CassioRobertodaSilva Geólogo,MSc,Chefedo DepartamentodeGestãoTerritorialdo ServiçoGeológicodoBrasil-CPRM/RJ BernardinoRibeiroFigueiredo Geólogo,ProfessorDr doInstitutodeGeociênciasda UniversidadeEstadualdeCampinas-UNICAMP-SP EduardoMelloDeCapitani Médico,ProfessorDr.daFaculdadedeCiênciasMédicas da UniversidadeEstadualdeCampinas-UNICAMP-SP FernandaGonçalvesCunha Geóloga,Dra.doDepartamentodeGeologiado ServiçoGeológicodoBrasil-CPRM/RJ RIODEJANEIRO,BRASIL 2006 CPRM – Serviço Geológico do Brasil Rio de Janeiro Coordenação – DEPAT/DIEDIG Editoração/Diagramação/Design 550.289 GeologiamédicanoBrasil:efeitosdosmateriaisefatores geológicosnasaúdehumana,animalemeioambiente/ CássioRobertodaSilva(Ed.)...[etal.].—RiodeJaneiro: CPRM-ServiçoGeológicodoBrasil,2006. 220p.;28cm Textosdo2005WorkshopInternacionaldeGeologia Médica. 1. Geologiamédica. 2.Geociências. I.Workshop Interna- nacionaldeGeologiaMédica,2005,RiodeJaneiro.II.Silva, Robertoda(Ed.).III.Título. CDD 550.289 SUMÁRIO Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii 1.GeologiaMédica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Selinus,O. 2.GeologiaMédicanoBrasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Silva,C.R.,Figueiredo,B.R.,DeCapitani,E.M. 3.EpidemiologiaeGeologiaMédica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 DeCapitani,E.M. 4.VigilnâciaemSaúdeRelacionadaaQuímicosnoÂmbitodoSistemaÚnicodeSaúde. . . . . . . . . . . 19 Netto,G.F. 5.GeoquimicaMultielementardeSuperficienaDelimitaçãodeRiscoseImpactosAmbientais, EstadodoParaná,Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Licht,O.A.B. 6.GeoquímicadosSolosBrasileiros:SituaçãoAtual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Pérez,D.V.,Manzato,C.V.,AlcântaraS.,Wasserman,M.A.V. 7.BiofortificaçãocomoFerramentaparaCombateaDeficiênciasemMicronutrientes . . . . . . . . . . . . 43 Nutti,M. 8.EvaluacióndeRiesgounaHerramientaparaelProcesodeGerenciamientoSocioambiental: EstudiodeCasoRegiónNortedeMatoGrosso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Hacon,S. 9.RiscosàSaúdedeSubstânciasOrgânicasNaturais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Mello,C.S.B.de 10.ArsênionoBrasileExposiçãoHumana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Figueiredo,B.R.,Borba,R.P.,Angélica,R.S. 11.OArsênionasÁguasSubterrâneasdeOuroPreto(MG). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Gonçalves,J.A.C.,Pereira,M.A.,Paiva,J.F.,Lena,J.C.de 12.ArsênioemSedimentosEstuarinosdoCanaldeAcessoàBaiadeAntonina,Paraná. . . . . . . . . . . 78 Sá,F.,Machado,E.C.,Ângulo,J.R. 13.ExposiçãoHumanaaoArsênionoMédioValedoRibeira,SãoPaulo,Brasil . . . . . . . . . . . . . . . 82 DeCapitani,E.M.,Sakuma,A.M.,Figueiredo,B.R.,Paoliello,M.M.B.,Okada,I.A.,Duran,M.C.,Okura,R.I. –iii– 14.ChumboeArsênionosSedimentosdorioRibeiradeIguape,SP/PR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 LopesJr.,I.,Figueiredo,B.R.,Enzweiler,J.,Vendemiatto,M.A. 15.DiagnósticoAmbientaledeSaúdeHumana:ContaminaçãoporChumboemAdrianópolis, noEstadodoParaná,Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Cunha,F.C.,Figueiredo,B.R.,Paoliello,M.M.B.,DeCapitani,E.M. 16.EstudodaComposiçãoedasFontesIsotópicasdePbdosAerossóisemBrasília(DF)–BrasilCentral Gioia,S.M.C.L.,Pimentel,M.M.,Kerr,A.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 17.FluoroseDentáriaeAnomaliasdeFlúornaÁguaSubterrâneanoMunicipiode SãoFrancisco–MinasGerais,Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Velásquez,L.N.M.,Fantinel,L.M.,Ferreira,E.F.,Castillo,L.S.,Uhlein,A.,Vargas,A.M.D.,Aranha,P.R.A. 18.GeoquimicadoFlúoremÁguaseSedimentosdaRegiãodeCerroAzul,EstadodoParaná: DefiniçãodeÁreasdeRiscoparaConsumoHumano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Andreazzini,M.J.,Figueiredo,B.R.,Licht,O.A.B. 19.EstudoHidrogeoquímicodoFlúornasÁguasSubterrâneasdasBacias dosRiosCasseribú,MacacúeSãoJoão,EstadodoRiodeJaneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Panagoulias,T.I.,SilvaFilho,E.V. 20.Mercúrio–OcorrênciasNaturaisnoEstadodoParaná,Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 Plawiak,RRAB,Licht,O.A.B.,Vasconcelos,E.M.G.,Figueiredo,B.R. 21.ContaminaçãoporMercúrioAntrópicoemSoloseSedimentosdeCorrentede LavrasdoSul,RS,Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 Grazia,C.A.,Pestana,M.H.D. 22.ImplicaçõesdeRadioelementosnoMeioAmbiente,AgriculturaeSaúdePúblicaem LagoaReal,Bahia,Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 Oliveira,J.E. 23.Amianto:OqueéTambémImportanteConsiderar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Scarpelli,W. 24.CrenoterapiadasÁguasMineraisdoEstadodoRiodeJaneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 Martins,A.M.,Mansur,K.L.,Pimenta,T.S.,Caetano,L.C. 25.AvaliaçãodoNíveldeContaminaçãodasÁguasSubterrâneasdaCidadedeParintins, Amazonas,Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 Marmos,J.L.,Aguiar,C.J.B. 26.CaracterizaçãoGeoquímicadasÁguasdeSistemadeAbastecimentoPúblicoda AmazôniaOriental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 Macambira,E.M.B.,Viglio,E.P. 27.ElementosQuímicosemÁguasdeAbastecimentoPúbliconoEstadodoCeará . . . . . . . . . . . . 183 Frizzo,S.J. 28.AvaliaçãodaContaminaçãodaÁguaConsumidanoCampusdaUFRNemRelaçãoàPresençade NitratosProvenientesdeFossasSépticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 Petta,R.A.,Araújo,L.P.,Lima,R.F.S.,Duarte,C.R. – iv – 29.AlumínioDissovidonaÁguadasCavasdeExtraçãodeAreia–UmEstudodasPossíveis ImplicaçõesdesuaToxidade–MunicípiodeSeropédica–RJ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 EduardoDuarteMarques,E.D.,SilvaFilho,E.V.,Tubbs,D.,Santelli,R.E.,Sella,S.M. 30.AInfluênciadaÁreaSuperficialdasPartículasnaAdsorçãodeElementosTraçopor SedimentosdeFundo:UmEstudodeCasonasAdjacênciasdaCidadedeMacaíba, EstadodoRioGrandedoNorte,Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204 Lima,R.F.S.,Guedes,J.A.,Brandão,P.R.G.,Souza,L.C.,Petta,R.A. –v– APRESENTAÇÃO E stelivrotemporobjetivosdivulgarfundamentos,metodologiaseresultadosdeinvestigaçõesjáreali- zadasdentrodoconceitomultidisciplinarda“GeologiaMédica”.Oconteúdoécompostoporartigosrelati- vosàsapresentaçõesdepesquisadoresbrasileirosporocasiãodarealização,doWorkshopInternacional deGeologiaMédicaemjunhode2005,noRiodeJaneiro,nasdependênciasdoServiçoGeológicodoBra- sil–CPRM.Estainiciativanãotemapretensãodeabarcartodoouniversodepesquisadoresatuantesna interfaceGeociênciaseSaúde,masapresentarumpanoramaquereflita,deformasignificativa,asituação atualnoBrasildessaintegraçãodedisciplinasnoenfrentamentodeproblemasambientaisdesaúde. Sãoapresentadasnoprimeiroartigo,escritopeloDr.OlleSelinus(IMGA),asnoçõesbásicaseaevo- luçãohistóricadaGeologiaMédicanoâmbitomundial.Segueumabrevedescriçãodoestadodaarteda Geologia Médica no Brasil, ressaltando-se em capítulo específico a importância da Epidemiologia como basedaavaliaçãodosagravosàsaúdenocontextodaGeologiaMédica.Tambéméapresentadoopro- gramabrasileirodevigilânciaemsaúderelacionadasasubstânciasquímicas. Osdemaisartigosapresentamosresultadosdepesquisasrealizadasporváriasinstituiçõeseregiões doBrasil,abordandotemasrelacionadosaoconceitodeGeologiaMédica.Nessestrabalhos,dadosprodu- zidospelasdisciplinasligadasàGeologiasãocorrelacionadoscomosdadosdesaúdedaspopulações,no sentidodebuscaedefiniçãodenexoscausais,oudelevantamentodehipótesesdetrabalhoaseremdesen- volvidas.Finalizando,gostariamosdeagradeceratodososautorespelavaliosacontribuição,emespecialà FundaçãodeAmparoaPesquisadoEstadodoRiodeJaneiro–FAPERJ,peloapoiofinanceiro,aoServiço GeológicodoBrasil–CPRM,aSociedadeBrasileiradeGeoquimica–SBGq,eaInternationalMedicalGeo- logyAssociation–IMGApeloincentivoeapoiologístico,certosdequejuntosestamoscontribuindoparaa divulgaçãoedesenvolvimentodaGeologiaMédicanoBrasil,consequentemente,melhoraraqualidadede vidadenossapopulação. OsEditores –vii– OlleSelinus GEOLOGIA MÉDICA OlleSelinus ServiçoGeológicodaSuécia Tradução:FernandaGonçalvesdaCunha (ServiçoGeológicodoBrasil-CPRM/RJ) INTRODUÇÃO trações naturais que são explotados comercialmente. Quandotaisacumulaçõesanômalasacontecem,sãofo- A Geologia Médica é definida como a ciência que cos de estudos de geologia econômica. Os níveis de estudaainfluênciadefatoresgeológicosambientaisre- background dos metais que ocorrem comumente nas lacionados à distribuição geográfica das doenças hu- rochas,sedimentosesolossãodegrandesignificância manasedosanimais. no total da quantidade de metais disponíveis no meio Conseqüentemente,acontribuiçãointerdisciplinaré ambiente. Todos os elementos conhecidos estão pre- essencial,requeratuaçãodeprofissionaisdediferentes sentesemalgumníveldeconcentraçãonoambientena- áreas científicas, como geólogos, médicos, odontólo- tural, nos organismos humano e animal, nos vegetais e gos, veterinários, toxicologistas, biólogos e agrônomos, nos minerais, e seus efeitos benéficos ou maléficos es- entreoutros. tãopresentesdesdeoiníciodaevoluçãodoplaneta. Ageologiapodealterarasaúdehumana.Entretan- Porqueageologiaéimportanteparanossasaúde? to,asrochassãofontesnaturaisdetodososelementos Nossoambienteéumarededeinteraçõesgeológi- químicosquesãoencontradosnaTerra.Muitoselemen- cas e biológicas caracterizadas pelas relações entre a tossãoessenciaisparaasaúdedasplantas,dosanima- vidaeoplanetaTerra.Oselementosquímicosformado- isedohomem.Amaiorpartedesseselementosentrano res das rochas e dos solos podem representar riscos à corpo humano via alimentação e água e através do ar saúdedoshomens,dosvegetaisedosanimais.Osteo- quenósrespiramos.Atravésdosprocessosdeintempe- res desses elementos em nosso ambiente podem estar rismo,asrochassefragmentameformamossolos,nos correlacionados com a deficiência e toxicidade dos quaissãocultivadosprodutosagrícolasecriaçãodeani- mesmos nos organismos dos seres vivos. Alguns ele- maisqueconstituemfontedealimentação.Aságuaspo- mentos que ocorrem naturalmente na crosta terrestre táveis permeiam rochas e solos fazendo parte do ciclo são essenciais para manutenção da nossa saúde, po- hidrológico. Grande quantidade de poeira e gases pre- rémoutrossãotóxicos. sentesnaatmosferaéresultantedosprocessosgeológi- Antes de considerar a necessidade de “limpar” ou cos.Portanto,existeumvínculodiretoentreageoquími- “proteger” uma área contaminada pelo homem, é pru- caeasaúdedevidoàingestãoeinalaçãodeelementos denteconhecerosníveisdebackgrounddaregiãopara químicospelaalimentaçãoerespiração. determinar o grau de contaminação. Elementos que Nós precisamos entender a natureza e magnitude ocorrem naturalmente no meio ambiente podem produ- dessasfontesgeológicasparadesenvolverpesquisase zirefeitosadversosàsaúdequandosãoingeridosemal- avaliaroriscocausadopelosmetaisnomeioambiente.É tas concentrações. Os processos geológicos associa- muitoimportantesaberdistinguirentrecontribuiçõesna- dos com as atividades humanas podem redistribuir os turaiseantropogênicasqueafetamomeioambiente.As metais de locais onde não são prejudiciais para outros concentrações dos metais podem ter diferentes ordens locais onde podem afetar, negativamente, à saúde dos demagnitudenasdiversasrochas.Porexemplo,ascon- homensedosanimais. centrações do níquel e do cromo são muito mais eleva- Asrochassãofontedetodososelementosquímicos dasembasaltosdoqueemgranitos,enquantoquepara que ocorrem naturalmente na superfície terrestre. Os o chumbo ocorre ao contrário. O intemperismo dessas metais são onipresentes na litosfera onde são distribuí- rochasresultanamobilizaçãodoselementosnoambien- dosheterogeneamenteeocorrememdiferentesformas te. Nos sedimentos, os metais pesados tendem a se químicas. Os depósitos minerais representam concen- concentrarnasfraçõesmaisfinasenaquelascommaior –1– GeologiaMédica teor de matéria orgânica. Xistos pretos, uma rocha de Adeficiênciadeelementos-traçonasculturasagrícolase granulação fina, por exemplo, tende - a se enriquecer nosanimaissãocomunsemgrandesáreasemváriasre- nesseselementos. giõesdomundoe,poressarazão,programasdesuple- Oconhecimentodosprocessosgeológicostambém mentação mineral são práticas aplicadas na agricultura. é fundamental para o entendimento de qual metal foi li- Deficiênciadeelementos-traçopodeempobreceropas- beradocomoresultadodaatividadehumana. to,dificultarocrescimentoanimalecausardesordensre- Vulcanismo e atividades relacionadas à formação produtivas. Esses problemas freqüentemente geram dasrochasígneas sãoosprincipaisprocessosquetra- grande impacto em populações pobres que não podem zemoselementosparaasuperfícieterrestre.Porexem- gastarcomintervençõesnutricionaisparaseusanimais. plo,ovulcãoPinatuboejetouemdoisdias,emjunhode 1991,cercade10bilhõesdetoneladasdemagmae20 Interações,especiaçãoebiodisponibilidade milhõesdetoneladasdeSO ,oqueresultounainfluên- Alémdoentendimentosobreasfontesnaturaisean- 2 cia dos aerossóis no clima global por 3 anos. Somente tropogênicas das substâncias perigosas ao ambiente, é esse evento introduziu 800.000 toneladas de zinco, tambémimportanteconsideraraexposiçãoeabiodispo- 600.000 toneladas de cobre e 1.000 toneladas de cád- nibilidade.Exposiçãoéadescriçãoqualitativae/ouquan- mio na superfície terrestre. Além isso, 30.000 toneladas titativadototaldasubstânciaquímicaqueentraeéassi- deníquel,550.000toneladasdecromoe800toneladas milada pelas diversas vias de exposição. Biodisponibili- demercúrioforamtambémadicionadasaoambientesu- dade é a proporção da substância química disponível perficial da Terra. Erupções vulcânicas redistribuem al- paraentrarnoorganismoatravésdeumadeterminadavia gunselementostóxicos,comooarsênio,berilo,cádmio, deexposição.Abiodisponibilidadeinfluenciadiretamen- mercúrio, chumbo, radônio e urânio, mas a maioria se tenaexposiçãoe,portanto,oefeitoeriscoemrelaçãoà torna elemento remanescente, muitos têm ainda efeitos saúde. Grandes quantidades de substâncias, potencial- biológicos não determinados. É também importante es- mente prejudiciais à saúde podem estar presentes no tar consciente que se há uma média de 60 vulcões su- meioambiente,massenãoestiverememformaquímica baéreosemerupçãonasuperfícieterrestrenumdetermi- biodisponível,oriscoparaasaúdepodesermínimo.Abi- nadomomento,várioselementossãolançadosnoambi- odisponibilidadedependenãosomentedasformasfísica ente. Vulcanismo submarino é até mais significante do e química do elemento, mas também de outros fatores que os das margens continentais e tem sido estimado ambientais, tais como pH, temperatura e condições de cautelosamentequesãonomínimo3.000chaminésnas umidade.Abiodisponibilidadeeamobilidadedemetais cadeiasmesoceânicas.Umfatointeressanteéquecer- comoozinco,chumboecádmiosãomaioresemcondi- ca de 50% de SO é de origem natural, principalmente çõesácidasetornam-semenosbiodisponíveiscomoau- 2 provenientedevulcões,esomente50%temorigemnas mentodopH.Tambémotipodesolo,oseuconteúdode atividadeshumanas. argilaeareiaesuaspropriedadesfísicasafetamamigra- Os elementos que ocorrem naturalmente não são ção dos metais através deles. Os organismos presentes distribuídos igualmente na superfície terrestre e os pro- nossolostambémafetamasolubilidade,otransporteea blemaspodemsurgirquandoasconcentraçõesdosele- biodisponibilidadedometal. mentossãomuitobaixas(deficiência)oumuitoelevadas Alémdisso,foidemonstradonocasodeestudocom (toxicidade). A incapacidade do ambiente prover o ba- oarsênioemBangladesh,operigopotencialsomentese lançoquímicodoselementospodelevarasériosproble- torna um problema se existe uma rota de exposição. O masdesaúde.Asinteraçõesentreoambienteeasaúde potencial de dano à saúde, relacionado aos elevados são particularmente importantes para a sobrevivência teoresdearsênionaságuassubterrâneas,existehámil das populações que são altamente dependentes do anos, mas somente nos anos recentes, com a necessi- ambiente local para suprir sua alimentação. Aproxima- dadedeperfurarpoçosdeáguaparaconsumodapopu- damente 25 dos elementos que ocorrem naturalmente lação,foiqueaviadeexposiçãoficouestabelecidaeos sãoconhecidosporseremessenciaisàvidadasplantas efeitosnasaúdesemanifestaram.Naausênciadeexpo- edosanimais,incluindoCa,Mg,Fe,Co,Cu,Zn,P,N,S, sição,nãohaveriaefeitosadversos. Se,IeMo.Poroutrolado,oexcessodesseselementos As vias de exposição incluem ingestão (alimentos, podecausarintoxicação.AlgunselementoscomooAs, água,ingestãoacidentalounãodesolo),absorçãoder- Cd, Pb, Hg e o Al não possuem função biológica ou a maleinalação.Emtermosdeingestão,sedámuitaênfa- possuem de forma limitada e são geralmente tóxicos se à água pela facilidade de coleta e análise. Contudo, paraohomem. ossoloseosalimentossãodegrandeimportâncianadi- Muitosdesseselementossãoconhecidoscomoele- etaporqueasconcentraçõesdassubstânciaspotencial- mentos-traço porque eles geralmente ocorrem em pe- menteperigosasnossolossãomaiselevadas(ppm)do quenasconcentrações(mg/kgouppm)emmuitossolos. que na água (ppb). Se a ingestão de solo é –2–

Description:
Este livro tem por objetivos divulgar fundamentos, metodologias e resultados de investigações já realizadas dentro do conceito multidisciplinar da “Geologia Médica”. O conteúdo é composto por artigos relativos às apresentações de pesquisadores brasileiros por ocasião da realização, d
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